segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A ISLAMIZAÇÃO DA FRANÇA EM 2015

"Estamos em guerra contra o terrorismo jihadista que ameaça o mundo inteiro".

Segundo estimativas, 40.000 automóveis são queimados todos os anos na França, uma destruição frequentemente atribuída a gangues muçulmanas rivais. Todos os dias mais de 80 carros são queimados.

O diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França seja dobrado nos próximos dois anos. Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas "não são suficientes" para os "sete milhões de muçulmanos que vivem na França". Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas em mesquitas.

O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou em abril que mais de 1.550 cidadãos franceses ou residentes na França estão envolvidos em redes terroristas na Síria e no Iraque.

"Não podemos conversar sobre assuntos que polarizam opiniões? Se você falar sobre imigração, você é xenófobo. Se você falar sobre segurança, você é fascista. Se você falar sobre o Islã, você é islamófobo". — Henri Guaino, Parlamentar.

"Aqueles que repudiam o comportamento ilegal dos fundamentalistas estão mais propensos a serem processados do que os próprios fundamentalistas que se comportam de maneira ilegal". — Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional.

O número de muçulmanos na França chegou a 6,5 milhões de pessoas em 2015, ou seja, cerca de 10% de uma população de 66 milhões. Em termos reais, a França conta com a maior população muçulmana da União Européia, seguida pela Alemanha.

Embora a lei francesa proíba a coleta de estatísticas oficiais sobre raça ou religião de seus cidadãos, a estimativa baseia-se em diversos estudos que tentam calcular o número de pessoas na França cujas origens sejam provenientes de países de maioria muçulmana.

Segue uma revisão cronológica dos artigos mais importantes a respeito do crescimento do islamismo na França em 2015.

JANEIRO

1º de Janeiro, o ministro do interior anunciou a estatística mais aguardada do ano: um total de 940 automóveis e caminhões foram incendiados na França na Passagem do Ano Novo, uma redução de 12% em relação aos 1.067 veículos queimados durante o ritual anual do mesmo feriado em 2014. O incêndio de automóveis, comuns em toda a França, são frequentemente atribuídos a gangues muçulmanas rivais, que competem entre si para constatar qual delas atrairá os holofotes da mídia por ter causado a maior destruição. Segundo estimativas, 40.000 automóveis são queimados todos os anos na França.

3 de janeiro. Um muçulmano de 23 anos na cidade de Metz tentou estrangular um policial gritando "Allahu Akbar"! ("Alá é grande!"). O ataque aconteceu em uma delegacia de polícia depois que o homem, que foi preso por ter roubado uma bolsa, pediu ao policial que lhe trouxesse um copo d'água. Quando o policial abriu a porta da cela, o homem pulou em cima dele. O policial foi salvo por um colega que viu a cena em um vídeo de câmera de segurança.

De 7 a 9 de janeiro. Uma série de ataques jihadistas em Paris causou a morte de 17 pessoas. O primeiro desta série de ataques, que foi também o que causou o maior número de mortos, ocorreu em 7 de janeiro quando os radicais islâmicos, naturais da França, Chérif e Saïd Kouachiatacaram a redação da revista Charlie Hebdo a tiros matando oito funcionários, dois policiais, duas outras pessoas, além de ferir mais 11. Em 8 de janeiro, Amedy Coulibaly, o terceiro terrorista que participou dos ataques, abateu a tiros a policial Clarissa Jean-Philippe em Montrouge, um subúrbio de Paris. Em 9 de janeiro, Coulibaly entrou no supermercado kasherHyperCacher em Paris, assassinou quatro pessoas e tomou vários reféns. Coulibaly foi morto quando a polícia invadiu o supermercado. Sua cúmplice, Hayat Boumeddiene, a "mulher mais procurada" da França, continua foragida, acredita-se que ela tenha fugido para a Síria.



Em janeiro último, Amedy Coulibaly (esquerda) assassinou uma policial e quatro judeus em Paris, antes de ser morto a tiros pela polícia. Direita: socorristas levando uma vítima ferida no ataque perpetrado por terroristas islamistas que atiraram em centenas de pessoas que assistiam um concerto, matando 90 delas, no teatro Bataclan em Paris em 13 de novembro de 2015.

18 de janeiro. Uma pesquisa de opinião realizada pelo Institut français d'opinion publique (IFOP), publicada pelo Journal du Dimanche, revelou que 42% dos franceses são contrários à publicação de caricaturas do Profeta Maomé, como aquelas publicadas pelo Charlie Hebdo, indicando, além disso, que acreditam que deveria haver "certos limites em relação à liberdade de expressão online e nas redes sociais". A grande maioria (81%) dos entrevistados disse que era a favor de cancelar a nacionalidade francesa dos cidadãos de dupla nacionalidade que cometeram atos de terrorismo em solo francês. Mais de dois terços (68%) disseram que cidadãos franceses "suspeitos de terem lutado em países ou regiões controladas por grupos terroristas", deveriam ser impedidos de retornar ao país.

20 janeiro. o Primeiro Ministro Manuel Valls ressaltou que ataques terroristas expõem um "apartheid territorial, social e étnico" que está atormentando a França. Em um discurso considerado uma das mais expressivas denúncias já proferidas por uma figura de governo contra a sociedade francesa, Valls afirmou que era urgente a necessidade de se combater a discriminação, especialmente nos subúrbios empobrecidos onde residem muitos imigrantes muçulmanos. Ele ressaltou que apesar de anos de esforços do governo para melhorar as condições dos bairros carentes, muitas pessoas foram relegadas a morarem em guetos. Eleacrescentou:


"Faz parte da miséria social a discriminação diária, porque alguém não tem o sobrenome certo, a cor da pele certa ou porque é do sexo feminino. Não estou procurando desculpas, mas temos que encarar a realidade do nosso país".

21 de janeiro. Valls anunciou um programa de €736 milhões (US$835 milhões) para incrementar as defesas antiterrorismo diante da rápida expansão da ameaça jihadista. Ele disse que o governo irá contratar e treinar 2.680 novos juízes especializados em antiterrorismo, agentes de segurança, policiais, aparelhos de escuta eletrônica e analistas no decorrer dos próximos três anos. O governo também irá desembolsar €480 milhões em novos armamentos e equipamentos de proteção para a polícia. A iniciativa abrange o aprimoramento na presença online baseado em um novo Website do governo chamado "Stop Djihadisme".

27 de janeiro. A polícia deteve cinco suspeitos de serem jihadistas, com idades entre 26 e 44 anos, em batidas policiais em Lunel, uma pequena cidade na costa do Mediterrâneo. Pelo menos dez, podendo chegar a 20 o número de pessoas da cidade, cuja população é de apenas 25.000 habitantes, que viajaram para a Síria e para o Iraque para lutarem ao lado do Estado Islâmico.

28 de janeiro. Uma pesquisa de opinião realizada pela Ipsos/Sopra-Steria para o jornal Le Monde e Europe 1 Radio constatou que 53% dos cidadãos franceses acreditam que o país está "em guerra" e 51% sentem que o Islã é "incompatível" com os valores da sociedade francesa.

Também em janeiro, trabalhos artísticos retratando sapatos de mulheres sobre tapetes de reza muçulmana foram retirados da exposição no bairro Clichy-la-Garenne de Paris, depois que a Federação das Associações Islâmicas de Clichy alertou que as ilustrações poderiam provocar "incidentes irresponsáveis, impossíveis de serem controlados". O trabalho artístico realizado pela artista francesa/argelina Zoulikha Bouabdellah, tinha em sua composição sapatos de salto alto posicionados na parte central dos tapetes de reza em sombras azuis, brancas e vermelhas, simbolizando a bandeira francesa. Ela disse que não considerava seu trabalho blasfemante, mas a curadora Christine Ollier ressaltou que a obra será retirada para "evitar polêmicas". O ato de autocensura recebeu críticas de outros artistas, que salientaram que a liberdade de expressão estava sendo debilitada.

FEVEREIRO

5 de fevereiro. Um professor da única escola religiosa muçulmana financiada pelo estado pediudemissão, alegando que a Averroès Lycée (escola de ensino médio) em Lille era uma incubadora de "antissemitismo, sectarismo e islamismo insidioso". Em um artigo publicado pelo jornal Libération, a professora de filosofia Sofiane Zitouni ressalta:

"A realidade é que a escola Averroès Lycée é um território muçulmano financiado pelo estado. Ela promove uma visão do Islã que nada mais é do que islamismo. E o faz clandestinamente e às escondidas para continuar recebendo financiamento do estado".

O diretor da escola, Hassan Oufker, disse que irá processar Zitouni, de descendência argelina, por difamação.

12 de fevereiro. A União dos Democratas Muçulmanos Franceses (L'Union des démocrates musulmans Français, UDMF), um partido político muçulmano recém formado, declarou que começou a botar em campo candidatos nas eleições locais de oito cidades da França. O fundador da UDMF Najib Azergui assinalou que seu grupo deseja dar a sua contribuição à comunidade muçulmana do país: promovendo financiamento islâmico, promovendo o uso do idioma árabe em escolas francesas, trabalhando no sentido de cancelar a proibição em vigor na França do uso do véu nas escolas e lutando contra a "perigosa estigmatização que equipara o Islã ao terrorismo".

15 de fevereiro. O governo anunciou uma série de medidas destinadas a reprimir o Islã radical que está sendo disseminado nas mesquitas, incluindo a proibição de apoio financeiro de países como o Qatar e a Arábia Saudita. Os muçulmanos franceses são contrários à medida. Karim Bouamrane, um político socialista verbalizou:

"Se países estrangeiros estão se intrometendo a ponto de apoiar mesquitas financeiramente, é porque o governo francês não irá financiá-las. Os muçulmanos não podem correr o risco de recusar dinheiro de fora, porque o governo francês não irá alocar fundos para que os muçulmanos construam mesquitas".

Bouamrane ressalta que a lei francesa de 1905, que separa o estado da igreja, deve ser alterada para que seja permitido ao estado francês providenciar suporte financeiro ao culto muçulmano.

16 de fevereiro. Nacer Bendrer, um cidadão francês de 26 anos, foi extraditado para a Bélgica pelo papel desempenhado no ataque jihadista cometido em maio de 2014 contra o museu judaico em Bruxelas. Ele é suspeito de ajudar seu compatriota Mehdi Nemmouche, 29, de realizar o ataque no qual quatro pessoas foram assassinadas. Ao ser detido nos arredores de Marselha, Bendrer tinha em seu poder um fuzil automático do tipo Kalashnikov, duas pistolas automáticas e uma escopeta. Consta que Bendrer e Nemmouche se encontraram na prisão em Salon-de-Provence no sul da França entre 2008 e 2010.

23 de fevereiro. Pela primeira vez na história as autoridades francesas confiscaram os passaportes e carteiras de identidade de seis cidadãos franceses que estavam, supostamente, planejando viajar para a Síria com o objetivo de se juntarem ao Estado Islâmico. O governo afirmou que poderia confiscar passaportes de pelo menos mais 40.

25 de fevereiro. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve divulgou um plano para "reformar" a fé muçulmana com o objetivo de adaptá-la aos "valores da República Francesa". Isso, segundo ele, seria realizado por meio de uma nova "Fundação Islâmica" dedicada a conduzir "pesquisas revigorantes", para instar uma forma de Islã que "transmita a mensagem de paz, tolerância e respeito". Entre outras medidas o governo irá criar um novo foro para: promover o diálogo com a comunidade muçulmana, aprimorar o treinamento de pregadores muçulmanos, combater a radicalização em prisões francesas e regulamentar as escolas muçulmanas.

MARÇO

3 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls anunciou que o estado irá dobrar o número de cursos universitários sobre o Islã, em um esforço para evitar que países estrangeiros financiem e influenciem o treinamento de imãs franceses. Valls disse que deseja que mais imãs e capelães nas prisões, que receberam treinamento no exterior, "passem por um treinamento na França para falarem francês fluentemente e entenderem o conceito do secularismo". Há atualmente seis universidades na França que oferecem cursos de teologia e estudos islâmicos. Valls disse que ele queria dobrar o número para 12 e que os cursos seriam gratuitos.

6 de março. Mohamed Khattabi, o imã "progressista" da Mesquita Aicha em Montpellier, assinalou que o egoísmo faz parte da "natureza das mulheres". Khattabi, marroquino/canadense que residiu na França por mais de 20 anos, que alega "promover um Islã de coexistência dentro da sociedade francesa", ressaltou:


"Não importa o quanto de bom você fizer a uma mulher, ela o negará. O egoísmo dela a conduz a negá-lo. Isso vale para todas as mulheres, sejam elas ocidentais, árabes, muçulmanas, judias ou cristãs. Assim é a natureza das mulheres.

"Se uma mulher conseguir controlar sua natureza e reconhecer (a verdade)... Alá concederá a ela uma posição mais alta no paraíso. Contudo, se ela sucumbir à sua natureza e se recusar a aceitar os direitos do homem ou ainda, a bondade que o homem conceder a ela, então estará fadada ao (inferno)"...

8 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls alertou que poderá chegar a 10.000 o número de europeus que estarão participando ativamente da jihad no Iraque e na Síria no final de 2015:


"Hoje já há 3.000 europeus no Iraque e na Síria. Quando se faz uma projeção para alguns meses, se descobre que poderia haver 5.000 antes da chegada do verão e 10.000 antes do final do ano. Vocês se dão conta da ameaça que isso representa"?

16 de março. O Ministério do Interior bloqueou cinco Websites islamistas que, segundo ele, estavam promovendo o terrorismo. Um dos sites bloqueados pertencia ao al-Hayat Media Center, braço encarregado da propaganda do Estado Islâmico. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve ressaltou: "eu faço uma distinção entre liberdade de expressão e disseminação de mensagens que ajudam a enaltecer o terrorismo". "Essas mensagens de ódio são um crime". Mas o Comissário de Direitos Humanos da Comissão Européia, Nils Muižnieks, criticou a medida porque ela foi executada sem a supervisão judicial: "limitar os direitos humanos para combater o terrorismo é um grave equívoco, além de ser uma medida ineficaz que pode até ajudar a causa dos terroristas".

17 de março. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou que o governo interrompeu o pagamento de benefícios de assistência social a 290 jihadistas franceses que estão lutando ao lado do grupo terrorista Estado Islâmico. Ele afirmou que as agências responsáveis pela distribuição dos pagamentos de assistência social estavam sendo notificadas, imediatamente após a confirmação de que um cidadão francês tenha deixado o país para lutar no exterior.

19 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls apresentou um novo projeto de lei que permitirá aos serviços de inteligência monitorar e coletar dados de emails e telefonia de qualquer suspeito de ser terrorista. "São dispositivos legais, não ferramentas de exceção, nem vigilância generalizada dos cidadãos. "Não haverá um Patriot Act francês", segundo ele, ao se referir à legislação americana que leva o mesmo nome. "Não pode haver zonas sem lei no espaço digital. Nem sempre é possível prever a ameaça, os serviços especializados necessitam ter o poder de agir com rapidez".

ABRIL

4 de abril. O diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França seja dobrado nos próximos dois anos. Discursando perante uma assembléia das Organizações Islâmicas Francesas no subúrbio Le Bourget de Paris, Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas "não eram suficientes" para os "sete milhões de muçulmanos que vivem na França". Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas em mesquitas.

7 de abril. O Secretário de Estado para a Reforma do Estado, Thierry Mandon, alegou que a falta de locais "decentes" de culto para os muçulmanos franceses, era parcialmente a razão de alguns deles abraçarem o Islã radical. Ele ressaltou:

"Não há mesquitas suficientes na França. Ainda há muitas cidades onde a fé muçulmana é praticada em condições consideradas não decentes. Somos obrigados a reconhecer que há locais de culto muçulmano sem condições satisfatórias. Se fossem decentes, abertas em vez de subterrâneas e escondidas, seria melhor".

8 de abril. Hackers alegando pertencerem ao Estado Islâmico atacaram a rede de TV francesa TV5Monde, deixando-a fora do ar no mundo inteiro. A rede transmite em mais de 200 países. "Não temos mais condições de fazer transmissões em nenhum de nossos canais. O diretor geral da transmissora Yves Bigot salientou: não temos mais o controle sobre nossos Websites e sites de redes sociais e, em todos eles o Estado Islâmico está assumindo a responsabilidade". Os hackers acusam o Presidente François Hollande de ter cometido "um erro imperdoável" ao se juntar à coalizão militar liderada pelos Estados Unidos, realizando ataques aéreos contra as posições do ISIS no Iraque e na Síria.

13 de abril. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou que mais de 1.550 cidadãos franceses ou residentes na França estão envolvidos em redes terroristas na Síria e no Iraque. Esse número praticamente triplicou desde janeiro de 2014.

13 de abril. Uma pesquisa de opinião encomendada pelo Website de notícias Atlantico revelouque cerca de dois terços (63%) dos cidadãos franceses são a favor de restringir as liberdades civis para combater o terrorismo. Somente 33% disseram que eram contrários de terem suas liberdades reduzidas, ainda que essa percentagem tenha aumentado significativamente entre os entrevistados mais jovens.

15 de abril. Um muçulmano de 21 anos destruiu mais de 200 lápides em um cemitério católico em Saint-Roch de Castres, uma cidade perto de Toulouse. A polícia enviou o homem a um hospital porque ele estava "delirando e incapaz de se comunicar".

22 de abril. A polícia francesa deteve Sid Ahmed Ghlam, um estudante argelino cursando ciência da computação, de 24 anos, suspeito de planejar atacar igrejas cristãs em Villejuif, um subúrbio ao sul de Paris. Ele foi detido, ao que parece, por ter acidentalmente atirado em si mesmo. A polícia encontrou em seu carro e em sua casa três fuzis automáticos Kalashnikov, pistolas, munição e coletes à prova de balas, bem como documentos ligados a al-Qaeda e ao Estado Islâmico. A polícia revelou que Ghlam manifestou desejo de se juntar ao Estado Islâmico na Síria.

21 de abril. Um estudo realizado pelo Observatório da Religião no Local de Trabalho (Observatoire du fait religieux en entreprise, OFRE) e pelo Randstad Institute revelou que 23% dos administradores na França estavam se defrontando corriqueiramente com problemas religiosos no local de trabalho, um salto dos 12% observados em 2014. O Presidente do OFRE Lionel Honoré ressaltou que a tensão religiosa se intensificou a partir de janeiro, porque os muçulmanos que se sentem estigmatizados em virtude dos ataques jihadistas em Paris, estavam se tornando mais assertivos em relação as suas convicções.

MAIO

5 de maio. Sébastien Jallamion, um policial de 43 anos de idade de Lyon, foi suspenso do trabalho e multado em €5.000 (US$5.400) depois de ter condenado a morte do francês Hervé Gourdel, que foi decapitado por jihadistas na Argélia em setembro de 2014. Jallamion deu a seguinte explicação:

"Estou sendo acusado de ter criado em setembro de 2014 uma página anônima no Facebook, que mostrava imagens e diversos comentários polêmicos,discriminatórios e injuriosos, de natureza xenofóbica ou anti-islâmica. Para ilustrar, havia um retrato do Califa al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, com uma viseira na testa. Essa publicação foi exibida na minha presença perante a comissão disciplinar juntamente com a seguinte acusação: você não se envergonha de estigmatizar um imã dessa maneira? Meu advogado pode confirmar isso... A punição ao que parece é de caráter político. Não consigo ver outra explicação.

"Nossos valores fundamentais, aqueles pelos quais muitos de nossos ancestrais deram a própria vida estão se deteriorando e agora é hora de nos indignarmos diante daquilo em que o nosso país está se transformando. Esta não é a França, país do Iluminismo que em seus dias de glória brilhou sobre toda a Europa e além. Temos que lutar para preservar nossos valores, é uma questão de sobrevivência".

11 de maio. Sarah K., uma menina muçulmana francesa de 15 anos, de descendência argelina, que tinha sido proibida duas vezes de entrar em sala de aula por usar uma saia preta comprida, foi autorizada a retornar à escola usando uma saia do mesmo tipo. Maryse Dubois, a diretora da escola Léo-Lagrange na cidade de Charleville-Mézières, tinha dito que considerava a saia comprida um flagrante símbolo religioso e uma violação das leis seculares da França. A mãe de Sarah disse que Dubois voltou atrás depois que a notícia do incidente se viralizou pelas redes sociais.

27 de maio. Os líderes de uma pequena mesquita em Oullins, um subúrbio de Lyons, fizeram história jurídica ao fazer uso de uma lei francesa de 1905, que separa a igreja do estado, para impedir um salafista de radicalizar membros da mesquita. A lei dispõe de uma cláusula que garante o direito ao culto e postula sanções contra qualquer um que obstrua o serviço religioso. Um tribunal de Lyons considerou Faouzi Saïdi, 51, culpado por se comportar obstrutivamente ao censurar o imã da mesquita e manter rezas paralelas. Saidi, que foi multado em €1.500 (US$1.640), salientou que seu único crime foi "ser tagarela". E acrescenta: "não entendo porque fui condenado. Eu pratico o Islã conforme manda o rito".

JUNHO

4 de junho. O partido de oposição do ex-presidente Nicolas Sarkozy, de cara nova, agora com o nome de "Os Republicanos", manteve uma reunião sobre a questão do "Islã na França ou Islã da França", como parte de uma mesa redonda sobre a "crise de valores" na França. Sarkozy ressaltou: "a pergunta não é saber o que a República pode fazer pelo Islã e sim o que o Islã pode fazer para se tornar o Islã da França".

Grupos muçulmanos criticaram a reunião. "Nós não podemos participar de uma iniciativa como esta que estigmatiza os muçulmanos", ressaltou Abdallah Zekri, presidente do Observatório Nacional da Islamofobia. O organizador do encontro, o Parlamentar Henri Guaino, discorda: "não podemos conversar sobre assuntos que polarizam opiniões? Se você falar sobre imigração, você é xenófobo. Se você falar sobre segurança, você é fascista. Se você falar sobre o Islã, você é islamófobo".

6 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou que mais de 850 cidadãos franceses ou residentes na França viajaram para lutar na Síria e no Iraque. Mais de 470 ainda estão lá e acredita-se que 110 foram mortos em combate.

7 de junho. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou que 113 cidadãos franceses ou residentes na França morreram como jihadistas nos campos de batalha do Oriente Médio. Há 130 processos judiciais em andamento concernentes a 650 indivíduos relacionados ao terrorismo e 60 indivíduos foram proibidos de deixar o país.

7 de junho. Mais de dez membros do Forsane Alizza (Cavaleiros do Orgulho), um grupo formado para defender muçulmanos da "islamofobia", foram a julgamento em Paris por suspeita de estarem planejando ataques terroristas. O grupo, formado em agosto de 2010 por Mohamed Achamlane, um franco/tunisiano de 37 anos, que se autodenomina "Emir", postou uma mensagem em seu Website exigindo que as forças francesas deixem todos os países de maioria muçulmana. A mensagem dizia o seguinte: "se nossas exigências forem ignoradas, iremos considerar que o governo está em guerra contra os muçulmanos". No tribunal, Achamlane enfatizou: "não há Islã radical ou moderado. Há somente Islã autêntico".

15 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls assinalou em uma conferência, com duração de meio dia, sobre as relações com a comunidade muçulmana que o "Islã está aqui para ficar". Ele também ressaltou que não há ligação entre Islã e extremismo. "Temos que dizer que isso tudo não é o Islã", afirmou Valls: "o discurso de incitamento ao ódio, o antissemitismo que se esconde atrás do antissionismo e o ódio contra Israel, os autoproclamados imãs em nossos bairros e em nossas prisões que promovem a violência e o terrorismo". Na conferência não se debateu a radicalização porque o tema foi considerado muito delicado.

23 de junho. Um tribunal em Paris rejeitou um caso apresentado por uma mãe que queria processar o governo francês por este não ter impedido seu filho adolescente de sair do país para se juntar aos jihadistas na Síria. O menino tinha 16 anos quando deixou a cidade francesa de Nice em dezembro de 2013, juntamente com três outros, ele pegou um avião para a Turquia e atravessou por terra a fronteira com a Síria. Sua mãe, identificada apenas como Nadine A., sustentou que a polícia do aeroporto de Nice deveria ter impedido o menino de embarcar porque ele tinha apenas uma passagem de ida e estava sem bagagens. O tribunal decidiu que os policiais do aeroporto não podem ser responsabilizados, rejeitando a demanda de €110.000 (US$120.000) de indenização.

28 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou ao canal iTele que há entre 10.000 e 15.000 salafistas na França e que 1.800 pessoas tinham algum tipo de "ligação" com a causa islamista. Ele salientou que o Ocidente estava engajado em uma "guerra contra o terrorismo", acrescentando: "não podemos perder esta guerra porque ela é fundamentalmente a guerra das civilizações. É a nossa sociedade que está em jogo, é a nossa civilização que estamos defendendo".

29 de junho. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou nos últimos três anos a França deportou 40 imãs por "pregarem o ódio": "desde o início do ano analisamos 22 casos, e cerca de 10 imãs e pregadores do ódio foram expulsos".

29 de junho. Yassin Salhi de 35 anos, pai de três filhos, confessou ter decapitado seu patrão e de tentar explodir uma indústria química perto de Lyon. A cabeça decapitada foi encontrada pendurada em uma cerca da fábrica, ao lado de duas bandeiras com as inscrições muçulmanas de profissão-de-fé. Salhi, é motorista de caminhão, natural da França, cujos pais são de descendência marroquina e argelina. Antes de ser detido, Salhi tirou uma foto de si mesmo segurando a cabeça decapitada e enviou a imagem a um jihadista francês que se encontra lutando ao lado Estado Islâmico na Síria. A esposa de Salhi assinalou: "nós somos muçulmanos comuns. Respeitamos o Ramadã".

Também em junho, em Bordeaux, a mercearia De L'Orient à L'Occidental, cujos proprietários se converteram recentemente ao Islã, cancelaram a "separação de gênero", depois de enfrentarem uma avalanche de criticas. Na esperança de garantir que homens e mulheres não entrassem em contato dentro da mercearia, os proprietários tentaram proibir as mulheres de fazerem compras às segundas, terças, quartas e sextas, e proibir os homens às quintas, sábados e domingos.

JULHO

8 de julho. A revista semanal Valeurs Actuelles, lançou uma petição em todo território nacional intitulada: "não toque em minha igreja!", depois que o diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, vocalizou que igrejas ociosas na França deveriam ser transformadas em mesquitas. A revista apontou para uma pesquisa de opinião realizada pelo Ifop que revelava que cerca de sete em cada dez entrevistados (67%) responderam que eram contrários a transformação de igrejas francesas em mesquitas.

10 de julho. Mohamed Achamlane, 37, o líder franco/tunisiano de um grupo banido chamado Forsane Alizza (Cavaleiros do Orgulho), foi sentenciado a nove anos de prisão, acusado de atos terroristas, depois que batidas policiais encontraram armas e uma lista de alvos judaicos em seus arquivos pessoais. O grupo, criado em 2010 com o suposto objetivo de barrar a disseminação da "islamofobia", foi banido pelo governo em março de 2012 depois que propaganda jihadista apareceu em seu Website.

14 de julho. Cerca de 130 carros foram queimados em Paris para marcar o Dia da Bastilha, o dia nacional da França. Mais de 80 carros são queimados todos os dias na França, na maioria dos casos por jovens muçulmanos.

15 de julho. As autoridades francesas abortaram uma conspiração jihadista para decapitar um militar de alta patente das forças armadas francesas em Port-Vendre, uma base militar perto de Perpignan e postar o vídeo da decapitação na Internet. A polícia antiterrorista deteve três homens, incluindo Djibril A., ex-marinheiro da Marinha Francesa.

22 de julho. Uma mulher de 21 anos de idade chamada Angelique Sloss foi atacada por arruaceiras muçulmanas depois que a viram tomando banho de sol com duas amigas em Parc Léo-Lagrange em Reims. As mulheres a acusaram de "imoralidade" por expor demasiadamente o corpo em lugar público.

AGOSTO

13 de agosto. Um tribunal em Dijon manteve a decisão de Gilles Platret, prefeito de Chalon-sur-Saône, de parar de oferecer alternativas para a carne de porco em lanchonetes das escolas. A decisão foi bem recebida por Platret como a "primeira vitória do secularismo". A medida foi condenada por grupos muçulmanos. Abdallah Zekri do Conselho Francês da Fé Muçulmana (Conseil français du culte musulman, CFCM) ressaltou:

"Só posso condenar a decisão do prefeito, que não foi tomada para restaurar a paz social nas escolas além de criar indignação na comunidade muçulmana. Todos os muçulmanos respeitam o secularismo. Os muçulmanos nunca pleitearam refeições halal nas cantinas".

16 de agosto. O prefeito francês Yves Jégo deu entrada com uma petição para que fosse introduzida uma nova lei, exigindo que todas as escolas públicas francesas ofereçam uma opção vegetariana em suas lanchonetes. A iniciativa tem como objetivo ajudar estudantes que não podem ingerir carne de porco por motivos religiosos. Jégo salientou que a questão do cardápio do almoço nas escolas é uma "fonte de discórdia sem sentido, que tem como alvo na realidade, na maioria das vezes, a comunidade muçulmana que "desafia a nossa capacidade de conviver em harmonia uma realidade". Mais de 150.000 pessoas assinaram a petição.

21 de agosto. Ayoub El-Khazzani, um marroquino de 26 anos de idade, foi detido após embarcar em um trem-bala de Amsterdã a Paris com 554 passageiros a bordo e abrir fogo com um fuzil Kalashnikov. Ele foi imobilizado com a ajuda de três americanos e um britânico. Mais tarde veio à tona que El-Khazzani tinha lutado ao lado do ISIS na Síria e que já era conhecido por pelo menos quatro agências de inteligência.

SETEMBRO

6 de setembro. Marine Le Pen, líder do Partido Frente Nacional, acusou a Alemanha de explorar a crise dos migrantes no afã de reduzir salários. Discursando para uma platéia de correligionários em Marselha, ela ressaltou:

"A Alemanha provavelmente acredita que sua população está moribunda e está procurando reduzir salários e continuar recrutando escravos por meio da imigração em massa. A Alemanha não quer apenas comandar nossa economia, ela também quer nos forçar a aceitar centenas de milhares de candidatos a asilo".

7 de setembro. O Presidente François Hollande assinalou que a França irá abrigar 24.000 migrantes nos próximos dois anos. "É a obrigação da França. O direito a asilo é parte integrante do nosso corpo e alma. Nossa história demanda essa responsabilidade".

8 de setembro. O Primeiro Ministro Manuel Valls censurou dois prefeitos franceses que disseram que abrigariam somente refugiados cristãos. "Não é possível selecionar refugiados com base na religião", afirmou Valls. "O direito a asilo é um direito universal". O prefeito de Roanne, Yves Nicolin, ressaltou que aceitará abrigar somente cristãos, para ter "certeza de que não são terroristas disfarçados". O prefeito de Belfort, Damien Meslot, salientou que ele iria considerar abrigar somente famílias do Iraque e da Síria pelo fato "delas serem as mais perseguidas".

22 de setembro. Eric Zemmour, um escritor francês e jornalista político, foi absolvido da acusação de incitamento ao ódio racial. Zemmour estava sendo processado por comparar gangues de estrangeiros aos invasores bárbaros que se seguiram após a queda do Império Romano. Em uma transmissão de rádio de 2014, ele ressaltou:


"Os normandos, hunos, árabes, as grandes invasões após a queda de Roma agora foram substituídas por gangues de chechenos, ciganos, kosovares, magrebinos e africanos que roubam, atacam e saqueiam. Somente sociedades homogêneas como a do Japão, que por muito tempo disseram não para a imigração em massa e que protegeram suas barreiras naturais, escaparam dessa violência das ruas".

Promotores solicitaram que ele fosse multado em €5.000 (US$5.400) e que a emissora de rádio RTL fosse multada em €3.000 por postar a transmissão em seu site na Internet. O tribunal, contudo, declarou: "por mais chocantes e excessivas que essas palavras possam parecer, elas se referiam apenas a uma fração das comunidades e não a elas como um todo".

27 de setembro. Mohamed Chebourou, um extremista islâmico francês/argelino de 27 anos,fugiu depois que lhe foi concedido uma breve licença da prisão de Meaux-Chauconin em Seine-et-Marne, na zona leste de Paris. Ele estava cumprindo uma pena de sete anos por assalto e não deveria ser liberado até 2019. Mais tarde ele foi detido na Argélia. A Ministra da Justiça da França Christiane Taubira foi pressionada a explicar como a um extremista islâmico poderia ter sido concedida uma licença temporária da prisão.

OUTUBRO

12 de outubro. Um estudante muçulmano de 15 anos de idade foi detido após gritar "Allahu Akbar"! ("Deus é grande"!) e atirar com uma espingarda de ar comprimido em uma das mãos de seu professor de física em uma escola em Châlons-en-Champagne. O menino disse que queria morrer como mártir.

20 de outubro. Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, foi a julgamento sob acusação de incitamento ao ódio religioso, após comparar as rezas de rua dos muçulmanos com a ocupação nazista. Em um comício de campanha em Lyon em 2010, ela declarou:


"Peço desculpas, mas me dirijo àqueles que realmente gostam de falar sobre a Segunda Guerra Mundial, ao falarmos de ocupação, podíamos falar sobre as (rezas de rua), porque são claramente uma ocupação de território.

"É uma ocupação de parte do território, de bairros onde são aplicadas as leis da religião, é de fato uma ocupação. Não há tanques, não há soldados, mas mesmo assim é uma ocupação, uma ocupação que oprime as pessoas".

Le Pen disse ser vítima de "perseguição judicial". Ela acrescentou:

"É um escândalo que uma líder política possa ser processada por expressar suas opiniões. Aqueles que repudiam o comportamento ilegal dos fundamentalistas estão mais propensos a serem processados do que os próprios fundamentalistas que se comportam de maneira ilegal".

29 de outubro. A polícia antiterrorista abortou uma conspiração jihadista que tinha como objetivo atacar a principal base da Marinha Francesa em Toulon. Os policiais detiveram Hakim Marnissi, de 25 anos, natural de Toulon, que estava sendo monitorado desde 2014, quando ele começou a publicar posts de propaganda do ISIS em sua página no Facebook. A polícia acredita que Marnissi foi radicalizado por Mustapha Mojeddem, um jihadista francês, também de Toulon, que está lutando ao lado do ISIS na Síria.

NOVEMBRO

13 de novembro. Uma série de ataques jihadistas coordenados, em Paris e no bairro Saint-Denis, ao norte da capital francesa, deixou 130 mortos e mais de 360 feridos. Três homens bomba desfecharam um ataque nas proximidades do Stade de France (estádio de futebol) em Saint-Denis, seguido por ataques suicidas e tiroteios em massa contra cafeterias, restaurantes e uma sala de concertos em Paris.

14 de novembro. Em um pronunciamento à nação, transmitido pela TV, o Presidente François Hollande responsabilizou o Estado Islâmico pelos ataques em Paris. Discursando do Palácio de Eliseu, Hollande ressaltou:

"É um ato de guerra cometido por um exército terrorista, um exército jihadista, Daesh (sigla do Estado Islâmico), contra a França. É um ato de guerra que foi preparado, organizado e planejado no exterior, com cúmplices que estão dentro deste país".

14 de novembro. Ahmad Almohammad, um dos jihadistas que detonou explosivos amarrados ao corpo no Stade de France, o alvo escolhido para ser atacado por três homens-bomba durante uma partida de futebol entre as seleções francesa e alemã em 13 novembro, tinha se passadopor um candidato a asilo para que pudesse ingressar na União Européia. Ele entrou na União Européia com um passaporte sírio falsificado. Veio à tona que foram dadas boas-vindas a ele quando desembarcou no litoral da ilha grega de Leros em 3 de outubro, por voluntários da organização humanitária internacional Médecins Sans Frontières (Médicos sem Fronteiras).

16 de novembro. Em um raro pronunciamento em uma sessão conjunta do parlamento, o Presidente François Hollande alertou: "estamos em guerra contra o terrorismo jihadista que ameaça o mundo inteiro".

17 de novembro. Trinta muçulmanos, todos nativos de Bangladesh, residentes em Paris, se concentraram para protestar contra os ataques jihadistas de 13 de novembro. Estima-se que o número de muçulmanos em Paris chegue a 1,7 milhões de pessoas. Mohammad Hassan, um dos manifestantes ressaltou:

"Os muçulmanos não estão se fazendo ouvir. É importante que isto seja feito porque há muçulmanos temerosos em se exporem e falarem a verdade. Cerca de 5% dos muçulmanos apóiam os terroristas. O restante precisa se manifestar abertamente. Eu gostaria muito que mais muçulmanos se juntassem a nós".

18 de novembro. A polícia realizou uma batida policial em um apartamento em Saint-Denis, uma comunidade de um subúrbio localizado ao norte de Paris, após ter recebido uma pista de que Abdelhamid Abaaoud, o arquiteto dos ataques em Paris, poderia estar naquele local. Duas pessoas foram mortas, incluindo Hasna Aitboulahcen, uma mulher suspeita que detonou um colete com explosivos. Oito pessoas foram detidas.

18 de novembro. Um professor judeu foi esfaqueado em Marselha por três elementos que alegavam serem seguidores do Estado Islâmico. Três homens em lambretas se aproximaram do professor na rua antes de lhe mostrar uma foto de Mohamed Merah, um jihadista que assassinou sete pessoas em uma série de ataques no sul da França em 2012. Em seguida esfaquearam o professor no braço e na perna.

24 de novembro. Anouar Kbibech, presidente do Conselho Francês da Fé Muçulmana (Conseil Français du Culte Musulman, CFCM), conclamou os imãs da França a obterem licenças para que possam realizar sermões, como meio de "combater a radicalização". A certificação garantirá que os imãs "promoverão um Islã aberto e tolerante" e que "respeitarão as leis da República". Essa "capacitação" poderá ser "cancelada" se necessário.

30 de novembro. A última edição da revista do ISIS no idioma francês, a Dar al-Islam conclamouseus partidários na França a assassinarem professores que promovem o secularismo nas escolas francesas. "É portanto uma obrigação combater e matar esses inimigos de Alá," segundo a revista (p.17).

DEZEMBRO

2 de dezembro. O Secretário Geral da Central Geral dos Trabalhadores - CGT da Air France Philippe Martinez, revelou que a organização expulsou cerca de 500 membros suspeitos de serem extremistas islâmicos.

2 de dezembro. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve anunciou o fechamento de uma mesquita em Lagny-sur-Marne, zona leste de Paris, sob a alegação de que ela estava disseminando radicalismo islâmico e fazendo recrutamento para o ISIS. Foi a terceira mesquita fechada em uma semana tendo como base o extremismo.

13 de dezembro. Cerca de 70 funcionários dos dois principais aeroportos de Paris tiveram suas licenças de trabalho cassadas após ser constatado que eram extremistas islâmicos. Os assim chamados crachás vermelhos são emitidos a funcionários, incluindo técnicos de manutenção de aeronaves, encarregados de bagagens e fiscais de passaporte, que trabalham em áreas de segurança dos aeroportos de Roissy-Charles de Gaulle e Orly.

15 de dezembro. Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, foi absolvida da acusação de incitamento ao ódio após comparar as rezas de rua dos muçulmanos com a ocupação nazista. O juiz presidente declarou que, embora os comentários de Le Pen fossem "chocantes", eles estão protegidos "como parte integrante da liberdade de expressão".

16 de dezembro. Entre 800 e 1.000 migrantes tentaram invadir o Eurotúnel perto da cidade portuária francesa de Calais na tentativa de alcançar a Grã-Bretanha. A polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, declarou que o número de pessoas que tentava atravessar o canal em um único dia era "sem precedentes". Aproximadamente 4.500 migrantes da África, Ásia e Oriente Médio vivem em condições sub-humanas em um campo improvisado em Calais conhecido como "Floresta".

31 de dezembro. Em seu tradicional pronunciamento pela Passagem do Ano Novo, o Presidente François Hollande alertou que a França pode estar sujeita a mais ataques jihadistas em 2016:

"Acabamos de passar por um ano terrível. Começando com os ataques covardes contra a redação da revista Charlie Hebdo e ao supermercado kasher Hypercacher, depois os sangrentos ataques em Montrouge, Villejuif, Saint-Quentin Fallavier, depois o trem de Thalys, terminando com os hediondos atos de guerra em Saint-Denis e Paris... O terrorismo não acabou na França. A ameaça continua. E está no nível mais alto".

Por Soeren Kern  7 de Fevereiro de 2016

Tradução: Joseph Skilnik

Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias no início de 2016.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A ISLAMIZAÇÃO DA ALEMANHA EM 2015

"Nós estamos importando conflitos religiosos"

Uma turba de mil vândalos de "origem árabe ou do norte da África" abusou sexualmente de mais de 100 mulheres alemãs no centro da cidade de Colônia na Véspera do Ano Novo. Ataques semelhantes também ocorreram em Hamburgo e Stuttgart. A Prefeita de Colônia Henriette Reker, salientou que "sob nenhuma circunstância" devem os crimes ser atribuídos aos candidatos a asilo. Muito pelo contrário, ela culpou as vítimas pelos abusos.

"Não há nada de errado em serem orgulhosos patriotas alemães. Não há nada de errado em querer que a Alemanha permaneça livre e democrática. Não há nada de errado em preservar nossa própria civilização judaico-cristã. Esta é a nossa obrigação". — Geert Wilders, político holandês discursando em um comício em Dresden.

"Estamos importando o extremismo islâmico, antissemitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como diferentes entendimentos de como funciona uma sociedade e o estado de direito. As agências de segurança da Alemanha são incapazes de lidar com esses problemas de segurança importados e as consequentes reações da população alemã. — De um documento do governo vazado, publicado pelo jornal Die Welt.

A Alemanha irá gastar pelo menos €17 bilhões (US$18,3 bilhões) com os candidatos a asilo em 2016.

A Arábia Saudita estava disposta a financiar a construção de 200 novas mesquitas na Alemanha para acomodar candidatos a asilo. — Frankfurter Allgemeine.

A população muçulmana da Alemanha disparou com a entrada de mais de 850.000 imigrantes em 2015, remetendo pela primeira vez para cerca de 6 milhões de muçulmanos no país.

Dos um milhão de migrantes e refugiados que ingressaram na Alemanha em 2015, acredita-se que pelo menos 80% (800.000) são muçulmanos, de acordo com uma estimativa realizada pelo Comitê Central de Muçulmanos na Alemanha (Zentralrat der Muslime in Deutschland, ZMD), um grupo representativo dos muçulmanos sediado em Colônia.

Além dos recém-chegados, a taxa de crescimento natural da população muçulmana que já reside na Alemanha é de aproximadamente 1,6% ao ano (77.000), de acordo com a projeção de dados de um estudo recente realizado pelo Pew Research Center sobre a população muçulmana na Europa.

Com base nas projeções do Pew, a população muçulmana da Alemanha atingiu o estimado de 5.068.000 no final de 2014. Os 800.000 migrantes muçulmanos que estão entrando na Alemanha em 2015, junto com o crescimento natural de 77.000, indicam que a população muçulmana da Alemanha saltou cerca de 877.000 pessoas, atingindo segundo estimativas 5.945.000 no final de 2015. Com isso a Alemanha esta competindo com a França pela maior população muçulmana da Europa Ocidental.

A imigração em massa de muçulmanos está acelerando a ascensão do Islã na Alemanha. Ela também é responsável por uma série de rupturas sociais, incluindo epidemia de estupros, crise na Saúde Pública e a corrida de cidadãos alemães para a compra de armas de defesa pessoal. Segue uma visão geral em ordem cronológica de uma seleção dos casos mais importantes de 2015.

JANEIRO de 2015

8 de janeiro. Um levantamento publicado pela Fundação Bertelsmann constatou que por conta do crescimento da população muçulmana: 57% dos alemães acreditam que o Islã está ameaçando a sociedade alemã, 61% acreditam que o Islã não se encaixa na sociedade ocidental, 40% se sentem como "estrangeiros em seu próprio país".

9 de janeiro. A revista Der Spiegel informou que o Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha (Bundeskriminalamt, BKA) colocou em prática um plano de emergência para impedir que terroristas islâmicos realizem atentados na Alemanha. Agências de segurança estaduais e federais receberam a ordem de localizar o paradeiro de cerca de 250 islamistas alemães e de outras "pessoas relevantes". A revista também informou que o BKA tem provas "que as principais cidades européias podem ser atacadas a qualquer hora".

11 de janeiro. As redações do jornal Hamburger Morgenpost foram atacadas com bombas incendiárias depois que o jornal, em solidariedade à revista francesa Charlie Hebdo, publicou as mesmas charges na capa, em nome da liberdade de expressão.

Em uma entrevista concedida ao jornal Bild am Sonntag, o Ministro do Interior Thomas de Maizière confirmou que a inteligência alemã estava monitorando "cerca de 260 indivíduos" que podiam, potencialmente, atacar a qualquer momento. Ele disse o seguinte:

"Temos em nosso meio cerca de 260 elementos perigosos (Gefährder). Também temos cerca de 550 pessoas que viajaram para as zonas de conflito na Síria e no Iraque. Entre 150 e 180 voltaram para a Alemanha e 30 delas são fundamentalistas altamente treinados. Eles apresentam uma grave ameaça à nossa segurança. Estou muito preocupado que esses fundamentalistas estejam tão bem preparados como aqueles de Paris, Bruxelas, Austrália e Canadá. É uma situação de extrema gravidade".

De acordo com o Bild são necessários pelo menos 60 policiais para monitorar, de maneira eficiente, apenas um jihadista alemão a cada 24 horas. O jornal questionou se a Alemanha tem seguranças, o suficiente, para rastrear todos os terroristas em potencial. De Maizière reconheceu: "tivemos sorte, até agora. Infelizmente, não é sempre assim".

12 de janeiro. Mais de 25.000 pessoas apareceram na cidade de Dresden, para um encontro semanal do movimento popular conhecido pelo nome de PEGIDA, sigla de "Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente". No que se tornou a maior concentração já vista até hoje, os participantes da passeata usavam tarjas pretas em volta do braço, observaram um minuto de silêncio em homenagem às "vítimas do terrorismo em Paris".

Em sua página no Facebook, o PEGIDA escreveu que o ataque contra o Charlie Hebdo em Paris confirmou seus piores pesadelos. Ela dizia o seguinte:


"Os islamistas, sobre os quais o PEGIDA vem advertindo há 12 semanas mostraram à França que são incapazes de viverem democraticamente, que preferem a violência e a morte! Nossos políticos querem que acreditemos no oposto. Será que uma tragédia tem que acontecer aqui na Alemanha primeiro???"

12 de janeiro. A Chanceler Angela Merkel repudiou o movimento PEGIDA dizendo que o Islã "pertence à Alemanha".

12 de janeiro. Khaled Idris Bahray, eritreu, muçulmano, refugiado e candidato a asilo de 20 anos de idade, foi esfaqueado até a morte em Dresden. A mídia européia foi mais do que depressa jogar a culpa no PEGIDA por incitamento ao assassinato. O jornal Guardian de Londres noticiouque o assassinato "expõe tensões raciais" e "sentimento anti-imigração" na Alemanha. Em 22 de janeiro, no entanto, os promotores alemães disseram que o companheiro de quarto de Bahray, de 26 anos de idade, também eritreu tinha confessado o esfaqueamento.

14 de janeiro. O gabinete alemão aprovou um plano para confiscar as carteiras de identidade de conhecidos islamistas, tornando mais difícil a saída deles do país para lutarem ao lado do ISIS.

15 de janeiro. A polícia na Baixa Saxônia prendeu um jihadista libanês-alemão de 26 anos de idade, identificado como Ayub B., acusando-o de participar da jihad na Síria. Também em 15 de janeiro, a polícia de Pforzheim invadiu os apartamentos de dois salafistas balcânicos.

16 de janeiro. Mais de 250 policiais vasculharam 11 dependências em Berlim. Eles detiveram cinco islamistas turcos, incluindo um turco de 41 anos identificado como Ismet D., que se refere a si mesmo como "Emir de Berlim".

20 de janeiro. Mais de 200 policiais invadiram 13 propriedades ligadas a islamistas em Berlim e nos estados orientais de Brandemburgo e Thuringia.

21 de janeiro. O fundador e líder do PEGIDA, Lutz Bachmann, renunciou de uma hora para outra, depois que a mídia alemã publicou uma foto dele com um corte de cabelo e bigode no estilo de Adolf Hitler. Em posts no Facebook, ele se referiu aos candidatos a asilo como "lixo" e "imundos". Os inimigos do PEGIDA dizem que a foto, tirada pelo menos dois anos antes da ascensão do grupo à notoriedade, prova que o movimento é movido pelo racismo. Bachmann insiste que a foto nada mais é do que uma sátira.

21 de janeiro. A Diocese Católica Romana de Münster baniu Paul Spätling, um padre Católico Romano de pregar, depois que ele discursou em um comício do PEGIDA em Duisburg. Ele deu o seguinte recado a um grupo de 500 ouvintes: "a Europa está em guerra com o Islã há 1.400 anos. É inacreditável que a Chanceler Angela Merkel tenha dito que o Islã pertence à Alemanha". Stephan Kronenburg, porta-voz da diocese salientou: "com essas declarações ele incita hostilidade contra o Islã, nós consideramos isso perigoso".

25 de janeiro. O primeiro-ministro do estado alemão oriental da Saxônia Stanislaw Tillich,discorda da declaração de Merkel de que o "Islã pertence à Alemanha". Ele disse o seguinte: "os muçulmanos são bem-vindos à Alemanha e podem praticar sua religião. Mas isso não significa que o Islã faz parte da Saxônia". A capital da Saxônia é Dresden, sede do movimento PEGIDA.

29 de janeiro. A comissão do carnaval em Colônia rejeitou planos para construir um carro alegórico com o tema Charlie Hebdo. O cancelamento foi provocado devido a temores segundo os quais o carro alegórico poderia apresentar uma ameaça à segurança. O carro alegórico seria apresentado em 16 de fevereiro como uma manifestação de apoio à França e à revista Charlie Hebdo. O design, escolhido pelo público em uma votação online, exibia um cartunista forçando um lápis em um cano de revólver de um terrorista.

Também em janeiro, a rede alemã de supermercados Aldi, retirou a marca de um sabonete líquido das prateleiras após reclamações de que a embalagem era ofensiva aos muçulmanos. Aldi disse que a embalagem do sabonete líquido Ombia 1001 Nights, que retrata uma mesquita com cúpula e minaretes, juntamente com uma lanterna e uma masbaha (rosário muçulmano), tinha como objetivo evocar um cenário do Oriente Médio.

Clientes muçulmanos publicaram posts com reclamações na página do Facebook da Aldi. "Ao ver o sabonete líquido da Ombia nas prateleiras do supermercado, fiquei um tanto chocado com a embalagem que retratava uma mesquita", escreveu um cliente. "A mesquita com a cúpula e os minaretes são símbolos de dignidade e respeito para os muçulmanos. É por esta razão que eu não acho apropriado retratar uma imagem tão significativa em um artigo de uso diário".

FEVEREIRO de 2015

8 de fevereiro. O jornal Die Welt revelou que os promotores públicos alemães estavam investigando 83 jihadistas alemães, por crimes de guerra baseados em atrocidades cometidas em nome do Estado Islâmico.

12 de fevereiro. O jornal Hamburger Morgenpost noticiou que políticos do alto escalão, que representam o Estado da Saxônia e a Cidade de Dresden, usaram secretamente mais de €100.000 (US$115.000) de dinheiro do contribuinte para financiarem uma manifestação contra o PEGIDA realizada em Dresden em 10 de janeiro. O objetivo da manifestação, que contou com a presença de mais de 35.000 pessoas, era o de retratar os partidários do PEGIDA como "intolerantes" e "preconceituosos", para contrastar com a maioria dos cidadãos de Dresden, que são considerados "cosmopolitas" e "comprometidos com a tolerância".

15 de fevereiro. A cidade de Braunschweig cancelou um programado desfile de carnaval por conta de uma "ameaça específica de um ataque terrorista".

26 de fevereiro. O Presidente do Comitê Central dos Judeus, Josef Schuster, alertou os homens judeus a não usarem a quipá (pequeno barrete circular usado por judeus religiosos) se estiverem em bairros muçulmanos de Berlim. "É um desdobramento que eu não poderia imaginar cinco anos atrás", segundo ele. "Com toda certeza é assustador".

MARÇO de 2015

6 de março. A polícia de Bremen alertou que islamistas estavam conspirando para atacar a catedral da cidade e também uma sinagoga. Dois suspeitos foram detidos em uma batida policial em uma mesquita local.

7 de março. O Xeque Abu Bilal Ismail, um imã dinamarquês que pregou a morte de judeus em um sermão na mesquita Al-Nur de Berlim, foi considerado culpado e condenado a pagar uma multa de €9.600 (US$10.300). "Ó Alá," disse Ismail", destrua os judeus sionistas. Eles não são páreo para o senhor. Enumere-os e mate-os até que não sobre nenhum. Não poupe unzinho sequer. Ó Senhor traga tormenta sobre deles". Depois ele ressaltou que suas palavras foram tiradas do contexto.

12 de março. Um tribunal de Berlim multou o pai e dois tios de Nasser El-Ahmad, um libanês muçulmano de 18 anos de idade por tentarem forçá-lo a se casar com uma mulher, apesar dele ser abertamente homossexual. El-Ahmad disse que seu pai ameaçou cortar sua garganta e seu tio jogou gasolina em cima dele porque eles se recusavam a aceitar o fato dele ser homossexual. Observadores dizem que esse caso prova que homens também podem ser vítimas de casamentos forçados.

14 de março. Hooligans, salafistas, PEGIDA e contramanifestantes de extrema-direita invadirama cidade de Wuppertal. Esta foi a primeira vez que os grupos realizaram eventos, todos ao mesmo tempo. Mais de 100 policiais foram posicionados para manter a calma.

26 de março. O Ministro do Interior Thomas de Maizière baniu o grupo salafista Tauhid, que segundo ele estava recrutando jihadistas para lutarem na Síria e no Iraque.

ABRIL de 2015

8 de abril. O Chefe da Polícia Federal Dieter Romann revelou que em 2014 mais de 57.000 pessoas tentaram entrar ilegalmente no país, um salto de 75% em comparação com 2013. Além disso, a polícia deteve 27.000 pessoas que conseguiram entrar no país e lá residirem ilegalmente, um salto de 40% também em relação ao ano passado. A maioria dos imigrantes ilegais vieram da Síria, Eritréia, Sérvia, Somália, Kosovo e Afeganistão.

13 de abril. O político holandês Geert Wilders discursou em um comício do movimento popular anti-islamização alemão conhecido como PEGIDA na cidade oriental de Dresden. Wilders ressaltou: "não há nada de errado em serem orgulhosos patriotas alemães. Não há nada de errado em querer que a Alemanha permaneça livre e democrática. Não há nada de errado em preservar nossa própria civilização judaico-cristã. Esta é a nossa obrigação".

22 de abril. A Fundação Konrad Adenauer, um instituto interdisciplinar de estudos em Berlim,anunciou o lançamento do "Muslimisches Forum Deutschland" (Fórum Muçulmano da Alemanha). O novo fórum tem como objetivo promover as vozes dos muçulmanos liberais para contrabalançar a influência de grupos muçulmanos extremistas na Alemanha.

Também em abril, Dennis Cuspert, o artista alemão do rap que virou jihadista, apareceu em um vídeo de música rap em uma propaganda do ISIS com a seguinte letra:

"Aos inimigos de Alá. Onde estão suas tropas? Não podemos esperar mais. Ó Alá, destrua-os! Conceda-nos a vitória sobre eles. Tire de nós. Faça-nos honrados. Tire de nosso sangue. Fisabilillah (aquele que luta pela causa de Alá)...

"Nós queremos seu sangue. Ele tem um sabor delicioso... Na Alemanha, células adormecidas estão esperando a hora. Os irmãos estão chegando. Aterrorizando oKafir (incrédulo).

MAIO de 2015

1º de maio. A polícia de Oberursel, um subúrbio de Frankfurt, cancelou uma corrida de bicicletas com 5.000 participantes profissionais inscritos, por recear que terroristas islâmicos estariam planejando um atentado contra o evento.

20 de maio. O Ministro do Interior da Alemanha Thomas de Maizière discursou em uma conferência em Berlim chamada "Vida Judaica na Alemanha: Ela corre perigo"? Ele disse isso em 2014, os crimes de ódio antissemita saltaram 25% e muito desse aumento se deve aos ataques perpetrados por imigrantes muçulmanos.

23 de maio. O exército alemão anunciou que irá recrutar seu primeiro imã para os 1.600 soldados muçulmanos.

JUNHO de 2015

3 de junho. Mais de 90 policiais foram convocados para separar uma briga entre 70 membros de um clã de imigrantes rivais em um playground público de Moabit, uma área mais pobre nos arredores de Berlim. A briga teve início quando duas mulheres começaram a discutir por causa de um homem, se tornando violenta quando mais e mais familiares foram se envolvendo. Dois policiais ficaram gravemente feridos.

5 de junho. Um candidato a asilo somali de 30 anos de idade chamado "Ali S" foi condenado a quatro anos e nove meses de prisão em uma penitenciária de Munique por tentar estuprar uma mulher de 20 anos. Ali já tinha cumprido uma sentença de sete anos de prisão por estupro e estava em liberdade há apenas cinco meses, antes de cometer outra vez o mesmo crime. Na esperança de proteger a identidade de Ali S, um jornal de Munique se referiu a ele pelo nome de "Joseph T., considerado mais politicamente correto "

8 de junho. Mais de 50 policiais foram chamados para separar uma briga entre imigrantes bósnios em uma festa de casamento de imigrantes bósnios em Berlim. Em uma questão de segundos mais de uma dozena de pessoas entraram na briga. Tão logo a polícia chegou, os clãs rivais pararam de se enfrentar e começaram a atacar os policiais. Um dos convidados bateu com uma cadeira na cabeça de um policial que ficou gravemente ferido. Já contra outros policiais foram arremessadas garrafas, foram cuspidos e insultados

10 de junho. Betül Ulusoy, uma muçulmana de 26 anos de idade, teve permissão de iniciar um estágio como advogada júnior na Câmara Municipal de Berlim. As autoridades locais pensaram inicialmente em não contratá-la porque ela insistia em usar o véu muçulmano. A lei da neutralidade de Berlim (Neutralitätsgesetz) estipula que qualquer um que trabalhe como servidor está proibido de exibir sinais ou símbolos de religiosidade. Contudo as autoridades municipais, ao que tudo indica, zelosos com o intuito de evitar serem acusados de islamofobia, abriram uma exceção para Ulusoy.

24 de junho. Em uma entrevista concedida ao jornal Rheinische Post, o Ministro do Interior Thomas de Maizière ressaltou que o número de jihadistas alemães que estão lutando na Síria subiu para cerca de 700. "O número nunca foi tão alto como agora", segundo ele. O número de islamistas violentos na Alemanha que estão "preparados para cometerem crimes motivados politicamente é de importância significativa" gira em torno de 330. Ele disse que havia mais de 500 operações de contraterrorismo em andamento envolvendo 800 islamistas.

26 de junho. Na cidade bávara de Pocking, os diretores da escola Wilhelm-Diess-Gymnasiumalertaram os pais a não deixarem suas filhas vestirem roupas provocantes com o intuito de evitarem "mal-entendidos" com os 200 refugiados muçulmanos abrigados em acomodações de emergência em um edifício perto daquela instituição de ensino. A carta aos pais dizia o seguinte:

"Os cidadãos sírios são em sua maioria muçulmanos e falam árabe. Os refugiados têm a sua própria cultura. Pelo fato da nossa escola estar próxima ao local onde eles estão alojados, deverão ser usadas roupas discretas para evitar problemas. Tops ou blusas decotadas, shorts curtos ou minissaias podem gerar "mal-entendidos".

29 de junho. Vândalos imigrantes libaneses atacaram dois policiais que tentavam deter dois homens que estavam fumando maconha em uma calçada pública em Duisburg. Em questão de minutos os policiais foram cercados por mais de 100 homens que tentavam impedir as detenções. Foram necessárias dez viaturas de polícia e dozenas de reforços policiais para salvar os policiais.

Também em junho surgiu um debate na Alemanha sobre a possibilidade de isentar os estudantes muçulmanos da obrigatoriedade de visitarem os ex-campos de concentração como parte dos programas de educação sobre o Holocausto. A discussão girava em torno de uma proposta que obrigaria os estudantes de todas as escolas secundárias da Bavária a visitarem memoriais do Holocausto como parte do currículo escolar. O partido governante da União Social Cristã se opunha a esta proposta, dizendo que "muitas crianças de famílias muçulmanas... não têm nenhuma ligação com o nosso passado e que... necessitarão de muito mais tempo até que possam se identificar com a nossa história. É necessário sermos cuidadosos na forma de abordarmos essa questão com essas crianças".

JULHO de 2015

17 de julho. Pela primeira vez na história da Alemanha, as estações de rádio e TV públicasBayerischer Rundfunk transmitiram orações muçulmanas que marcavam o início do feriado de Eid el-Fitr e o término do mês de jejum do Ramadã.

20 de julho. O primeiro banco na Alemanha a atuar em conformidade com a Sharia, o banco de propriedade turca Kuveyt Turk Bank, abriu suas portas em Frankfurt. O diretor do banco Kemal Ozan, ressaltou: "nossa pesquisa de mercado mostrou que 21% dos muçulmanos deste país verão com naturalidade um banco islâmico como seu banco principal".

24 de julho. Dois policiais em Gelsenkirchen, uma cidade do Reno, Norte da Westphalia, foramatacados por uma multidão de imigrantes libaneses depois que eles sinalizaram para que um motorista parasse o carro por este ter passado um sinal vermelho. O motorista saiu do carro e tentou fugir a pé. Quando os policiais finalmente o alcançaram, mais de 50 pessoas apareceram do nada para impedir que o suspeito fosse detido. Um adolescente de 15 anos de idade atacou um policial pelas costas e começou a estrangulá-lo, deixando-o inconsciente. Enormes reforços policiais e spray de pimenta foram necessários para que a situação fosse controlada.

25 de julho. Um documento confidencial da polícia vazado para o jornal Rheinischen Postrevelou que em 2014 um número recorde de 38.000 candidatos a asilo na Alemanha foi acusado de cometer crimes no país. Analistas acreditam que esse número, que se traduz em mais de 100 crimes por dia, seja apenas uma fração do número verdadeiro: muitos crimes não vêm a público.

25 de julho. A revista Der Spiegel denunciou que a escalada vertiginosa de crimes violentos cometidos por imigrantes vindos do Oriente Médio e dos Bálcãs está transformando regiões de Duisburg, uma importante cidade industrial alemã, em "bolsões de ilegalidade". Essas regiões, de acordo com um relatório policial que foi vazado, efetivamente se tornaram zonas "proibidas" para a polícia.

25 de julho. Em uma entrevista concedida à revista Focus, o chefe do sindicato de polícia no Reno, Norte da Westphalia Arnold Plickert, fez um alerta a respeito do surgimento de zonas proibidas nas cidades de Dortmund, Duisburg, Essen e Colônia. "Vários grupos de roqueiros rivais bem como clãs libaneses, turcos, romenos e búlgaros estão brigando pela supremacia das ruas", segundo ele. "Eles fazem suas próprias leis, aqui a polícia não tem vez".

AGOSTO de 2015

3 de agosto. Um documento confidencial vazado para o jornal Bild revelou que o Departamento Estadual de Transito de Hamburgo (Hamburger Verkehrsverbund, HVV) determinou que os responsáveis pela fiscalização das passagens "façam vista grossa" sempre que encontrarem migrantes fazendo uso do transporte público sem as devidas passagens. A medida tem como objetivo proteger o HVV da "má publicidade".

6 de agosto. A polícia revelou que uma menina muçulmana de 13 anos foi estuprada por outro candidato a asilo em uma dependência para refugiados em Detmold. A menina e a mãe, ao que consta, fugiram de sua terra natal por causa da cultura da violência sexual, depois ficou claro que o estuprador era do mesmo país que elas.

18 de agosto. A coalizão de quatro organizações de serviço de assistência social e de grupos de direito das mulheres, enviou uma carta aos líderes dos partidos políticos do parlamento regional em Hesse, alertando-os para a deterioração da situação das mulheres e crianças em abrigos para refugiados. A carta dizia o seguinte:

"A prática de providenciar acomodações em grandes tendas, a falta de instalações sanitárias separadas para homens e mulheres, recintos que não podem ser travados, falta de lugares seguros para mulheres e meninas, isso para falar só de alguns problemas de espaço, aumenta a vulnerabilidade das mulheres e crianças nos abrigos. Essa situação, cai como uma luva nas mãos daqueles que atribuem um papel subordinado às mulheres e as tratam como animais de caça quando elas viajam desacompanhadas.

"As consequências são inúmeros estupros e abuso sexual. Além disso, estamos recebendo cada vez mais relatos de prostituição forçada. É necessário salientar que: não se trata de casos isolados.

"As mulheres relatam que elas, assim como as crianças, foram estupradas ou expostas a abuso sexual. Em consequência disso, muitas mulheres não trocam de roupa para dormir. As mulheres normalmente contam que não vão à toalete à noite por medo de serem estupradas e assaltadas a caminho das instalações sanitárias. Mesmo durante o dia, andar pelo campo é uma experiência assustadora para muitas mulheres.

19 de agosto. Pelo menos 20 migrantes sírios alojados em um abrigo de refugiados, superlolado, na cidade oriental alemã de Suhl tentaram linchar um migrante afegão depois que ele rasgou algumas páginas do Alcorão e as jogou em um vaso sanitário. Mais de 100 policiais foram chamados para restabelecer a ordem, mas quando eles chegaram foram atacados com pedras e blocos de concreto. Dezessete pessoas ficaram feridas na confusão, inclusive 11 refugiados e 6 policiais. O presidente do estado alemão de Thuringia, Bodo Ramelow, disse que muçulmanos de nacionalidades diferentes deveriam ser abrigados separadamente para evitar tumultos dessa natureza no futuro.

21 de agosto. A Alemanha suspendeu a assim chamada Convenção de Dublin, uma lei que estipula que aqueles que procuram refúgio na UE, o façam no primeiro país europeu que aportarem, válido para os requerentes de asilo da Síria. Isso significa que os sírios que chegarem à Alemanha terão permissão de ficar no país até que a papelada seja processada. Críticos dizem que a medida irá incentivar ainda mais migrantes a se dirigirem para a Alemanha.

27 de agosto. Aiman Mazyek, diretor do Comitê Central de Muçulmanos na Alemanha (Zentralrat der Muslime in Deutschland, ZMD), um grupo representativo dos muçulmanos com base em Colônia, fez uma estimativa segundo a qual pelo menos 80% dos migrantes e refugiados que ingressaram na Alemanha em 2015 são muçulmanos.

30 de agosto. O sociólogo alemão Hans Georg Soeffner alertou que a Alemanha estava importando conflitos religiosos:


"A imigração trás consigo conflitos religiosos, como aqueles entre os próprios muçulmanos. Somos obrigados a partir do princípio de que esses conflitos irão se alastrar. Os refugiados trazem de seus países de origem para a Alemanha conflitos políticos e religiosos, como por exemplo os conflitos entre sunitas e xiitas ou entre muçulmanos liberais e salafistas. Nós estamos acostumados com os conflitos entre turcos, curdos, alevitas e os demais muçulmanos, de modo que nós já vimos esses conflitos. Mas em vista do esperado número de novos imigrantes, os conflitos irão se alastrar. E esta é a razão pela qual nós temos que correr contra o tempo e começar a promover os valores alemães, ou seja, a constituição. Somente então os imigrantes saberão quais regras terão que obedecer".

Também na Alemanha o número de candidatos a asilo que ingressaram no país em um único mês ultrapassou a casa dos 100.000 pela primeira vez na história. Um recorde de 104.460 candidatos a asilo ingressaram na Alemanha em agosto de 2015, totalizando 413.535 pessoas nos primeiros oito meses de 2015.

SETEMBRO de 2015

3 de setembro. Em uma entrevista concedida ao jornal Die Zeit, o Ministro do Interior Thomas de Maizière ressaltou que a integração de migrantes muçulmanos do mundo árabe será mais difícil do que a integração dos muçulmanos turcos, pelo menos 20% dos migrantes que ingressaram no país este ano eram analfabetos.

7 de setembro. Aiman Mazyek, diretor do Comitê Central de Muçulmanos na Alemanharessaltou que a migração em massa de muçulmanos irá alterar, de maneira significativa, a natureza do Islã na Alemanha. Até agora, o Islã alemão tem sido de natureza predominantemente turca, no futuro ele será de longe muito mais árabe.

8 de setembro. O jornal Frankfurter Allgemeine noticiou que a Arábia Saudita estava disposta a financiar a construção de 200 novas mesquitas na Alemanha para acomodar candidatos a asilo.

17 de setembro. Em uma entrevista concedida ao jornal Rheinische Post Hans-Georg Maassen, diretor da Agência de Inteligência Interna da Alemanha (Bundesamt für Verfassungsschutz, BfV), disse que os salafistas alemães estavam se passando por voluntários, fazendo doações em dinheiro e roupas com o objetivo de recrutar candidatos a asilo. Outros ofereciam serviços de tradução, convidando os migrantes a tomarem chá na casa deles. Outros ainda distribuíam panfletos com informações sobre as mesquitas salafistas locais. Maassen ressaltou:

"Muitos dos candidatos a asilo têm um background religioso sunita. Na Alemanha há um ambiente salafista que vê isso como solo fértil. Estamos observando que salafistas estão aparecendo nos abrigos, disfarçados de voluntários e ajudantes, deliberadamente procurando fazer contato com refugiados com o objetivo de convidá-los a visitarem suas mesquitas com o intuito de recrutá-los para a causa deles".

19 de setembro. Em Bielefeld, salafistas estavam se infiltrando em centros para refugiados trazendo brinquedos, frutas e legumes para os migrantes.

23 de setembro. Autoridades municipais em Hamburgo, apresentaram um projeto de lei audacioso no parlamento local que, se sancionado, permitirá ao município confiscar terras e edifícios comerciais vagos e utilizá-los para abrigar imigrantes.

25 de setembro. Asadullah e Shazia Khan, migrantes do Paquistão residentes em Darmstadt, foram a julgamento pelo crime de "assassinato em nome da honra" de Lareeb, filha deles de 19 anos de idade. Asadullah confessou ter estrangulado a filha com suas próprias mãos porque ele não aprovava o namorado dela.

28 de setembro. Em Hamburgo, mais de 70 candidatos a asilo iniciaram uma greve de fome para pressionarem as autoridades locais a lhes fornecerem melhores moradias. "Estamos em greve de fome", declarou o refugiado sírio Awad Arbaakeat. "A cidade mentiu para nós. Ficamos chocados quando aqui chegamos". Os migrantes dizem que estavam furiosos porque tiveram que dormir em um grande armazém em vez de apartamentos privativos. Em Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, as autoridades afirmam que não há mais apartamentos desabitados.

Também em setembro ficou se sabendo que centenas de refugiados muçulmanos estão se convertendo ao cristianismo, ao que tudo indica, na esperança de melhorarem suas chances de seu pedido de asilo ser aprovado. De acordo com o Islã, os muçulmanos que se converterem ao cristianismo são considerados culpados de apostasia, um crime que merece ser punido com a morte. Os "convertidos", ao que parece, acreditam que os oficiais da imigração alemã permitirão que eles permaneçam na Alemanha se eles conseguirem convencê-los que serão mortos caso sejam enviados de volta aos seus países de origem.

OUTUBRO de 2015

1º de outubro. Em Bad Kreuznach, uma família de candidatos a asilo da Síria marcou um encontro para avaliar um imóvel de quatro quartos para alugar, mas a dita família se recusou a visitar a casa porque a corretora era do sexo feminino. Aline Kern a corretora conta que:

"Um dos homens que falava um alemão macarrônico, disse que eles não estavam interessados em ver o imóvel porque eu era uma mulher, loira e também porque eu olhava nos olhos deles. Que era um despropósito terem enviado uma mulher. Minha empresa deveria ter enviado um homem para mostrar o imóvel. Fiquei perplexa. Queremos ajudar e somos desprezados, indesejados em nosso próprio país".

2 de outubro. Em uma entrevista concedida à rádio Deutschlandfunk radio, Tania Kambouri, uma policial alemã e autora de um novo best-seller sobre o fracasso do multiculturalismo alemão, descreve a deterioração da segurança na Alemanha por causa dos migrantes que não respeitam nem a lei nem a ordem. Ela ressaltou:


"Durante semanas, meses e anos venho observando que muçulmanos, em sua maioria jovens do sexo masculino, não têm o menor respeito pela polícia. Quando estamos rondando as ruas da cidade, somos insultados por jovens muçulmanos. Com gestos e insultos como vá a m... ao passarmos por eles. Quando fazemos batidas policiais, o comportamento piora ainda mais, e isso acontece na maioria das vezes quando se trata de migrantes.

"Espero que esses problemas sejam reconhecidos e abordados de maneira clara e inequívoca. Caso necessário, a leis precisam ser endurecidas. Além disso, também é muito importante que o judiciário, que os juízes emitam sentenças eficazes. Não é possível que criminosos continuem a preencher registros policiais, nos agridam fisicamente, nos insultem, seja o que for, sem que haja nenhuma consequência. Muitos casos são arquivados ou os criminosos são postos em liberdade condicional ou coisas do gênero. O que está acontecendo hoje em dia nos tribunais é uma piada.

"O crescente desrespeito, a crescente violência contra policiais... Estamos perdendo o controle das ruas".

5 de outubro. O canal da TV pública ARD negou que estava transmitindo "propaganda anti-islâmica" depois que colocou no ar uma fotomontagem da Chanceler Angela Merkel usando um véu islâmico. A imagem foi mostrada no segundo plano de um bloco sobre cotas de refugiados no programa "Boletim sobre Berlim", enquanto o moderador Rainald Becker ressaltava:

"Temos condições de gerir tudo isso? Ou estamos sobrecarregados"? Se dermos conta (administrar a crise migratória), o que acontecerá com os nossos valores? Em que medida nossas vidas irão mudar? Como iremos reagir caso os refugiados apresentem querelas em relação à igualdade, direitos das mulheres, liberdade de imprensa e liberdade de expressão"?

A ARD depois ressaltou: "lamentamos o fato de que alguns telespectadores discordam ou até interpretam mal a maneira pela qual retratamos a nossa chanceler".



Esquerda: Um grupo das centenas de milhares de migrantes chegando em Munique em 2015. Direita: O canal da TV pública alemã ARD negou que estava transmitindo "propaganda anti-islâmica" depois que colocou no ar uma fotomontagem da Chanceler Angela Merkel usando um véu islâmico.

14 de outubro. Em Osnabrück, um candidato a asilo da Somália venceu uma ação judicialcontra a Agência Alemã para Migrantes e Refugiados (Bundesamt für Migration und Flüchtlinge, BAMF) por demorar muito para processar seu pedido de asilo. O juiz determinou que a BAMF tome uma decisão sobre seu pedido de asilo no máximo em três meses ou então lhe forneça uma compensação financeira.

14 de outubro. Sumte, um pequeno vilarejo de 100 habitantes na Baixa Saxônia, foi escolhidapelo governo federal a abrigar 1.000 candidatos a asilo.

15 de outubro. As autoridades de Hamburgo revelaram que 35.021 migrantes ingressaram na cidade nos primeiros nove meses de 2015. Nesse mesmo período, a polícia de Hamburgo foi enviada para os abrigos para refugiados mais de 1.000 vezes, incluindo 81 vezes para controlar tumultos, 93 vezes para investigar agressões físicas e assédio sexual e 28 vezes para impedir que migrantes cometessem suicídio.

14 de outubro. O presidente da Associação das Municipalidades Bávaras (Bayerische Gemeindetag) Uwe Brandl, alertou que a Alemanha está a caminho de contar com "20 milhões de muçulmanos até 2020 em uma população de 81,1 milhões de habitantes em 2014". Ele chegou a esses números após fazer os cálculos sobre a reunificação de familiares, com base na suposição de que os indivíduos cujos pedidos de asilo serão aprovados irão subsequentemente trazer em média quatro membros da família para a Alemanha.

20 de outubro. Oito islamistas foram a julgamento na cidade de Colônia. Eles foram acusadosde furtar €19.000 (US$20.500) de caixas de coleta de igrejas e escolas em Siegen e depois enviar o dinheiro para o ISIS.

21 de outubro. Mais de 200 prefeitos da região do Reno, Norte da Westphalia assinaram uma carta aberta à Chanceler Angela Merkel, na qual eles alertam que não há mais condições deles abrigarem mais migrantes.

25 de outubro. O conteúdo de um documento vazado publicado no jornal Die Welt, revelou o crescente alarme, nos mais altos escalões do sistema de segurança e inteligência da Alemanha, sobre as consequências da política de portas abertas da Chanceler Angela Merkel para a imigração.

O documento alertava que a "integração de centenas de milhares de migrantes ilegais será impossível, dado o enorme número de pessoas envolvidas e as já existentes sociedades paralelas de muçulmanos na Alemanha". O documento acrescenta:

"Estamos importando o extremismo islâmico, antissemitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como diferentes entendimentos de como funciona uma sociedade e o estado de direito. As agências de segurança da Alemanha são incapazes de lidar com esses problemas de segurança importados e as consequentes reações da população alemã.

Também em outubro a Igreja Cristã Evangélica na Renânia foi criticada por cristãos de outras denominações por ela ter recomendado não tentar evangelizar migrantes muçulmanos. Em um relatório de intenções, a igreja argumentou que a passagem no 28º capítulo do Evangelho segundo São Mateus conhecido como a Grande Comissão: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo", não significa que cristãos devam converter outros. O relatório sustentava: "a missão estratégica quanto ao Islã ou quanto a encontros com muçulmanos com o objetivo de evangelizá-los ameaça a paz social e contradiz o espírito e a missão de Jesus Cristo e, portanto devem ser rigorosamente rejeitadas".

NOVEMBRO de 2015

6 de novembro. A revista Focus, noticiou que as vendas de spray de pimenta saltaram 600% desde o início da explosão da crise migratória na Alemanha em agosto de 2015. O fornecimento do produto está em falta em muitas regiões do país e as reposições estarão disponíveis somente em 2016. "Fabricantes e distribuidores dizem que a entrada em massa de estrangeiros nas últimas semanas, ao que parece, amedrontou muita gente", de acordo com a revista Focus.

7 de novembro. Jürgen Mannke, diretor da Associação de Professores da Saxônia-Anhalt (Philologenverbandes Sachsen-Anhalt, PhVSA), foi demitido depois que aconselhou estudantes menores de idade do sexo feminino a tomarem cuidado com "aventuras sexuais superficiais" com candidatos muçulmanos a asilo. Na revista trimestral dos membros do grupo, Mannkeassinala:

"Uma invasão de imigrantes está inundando a Alemanha. Muitos cidadãos têm reservas em relação a isso. Não há dúvida que é nossa obrigação como seres humanos ajudarmos aqueles que estão diante da aflição existencial devido à guerra ou perseguição política. Mas é extremamente difícil distinguir essas pessoas daquelas que se dirigem ao nosso país por motivos puramente econômicos ou até com intenções criminosas...

"Essas coisas já aconteceram diversas vezes, ouvimos de conhecidos em muitos lugares sobre assédio sexual no dia a dia dessas pessoas, principalmente no transporte público e em supermercados. Como educadores responsáveis, nós nos perguntamos: de que maneira podemos ensinar nossas meninas de 12 anos ou mais para não se envolverem em aventuras sexuais superficiais com esses homens muçulmanos, muitas vezes bem atraentes"?

10 de novembro. Gabriel Felbermayr, diretor do Centro de Economia Internacional com sede em Munique (Ifo Zentrum für Außenwirtschaft), estimou em uma entrevista concedida à revistaDer Spiegel que a crise migratória irá custar aos contribuintes alemães 21,1 bilhões de euros somente no ano de 2015. "Isso inclui custos de moradia, alimentação, creches, escolas, cursos do idioma alemão, treinamento e administração", segundo ele.

12 de novembro. Discursando em um encontro do Partido Social Democrata (SPD) em Berlim, o Vice-Chanceler da Alemanha Sigmar Gabriel ressaltou que a Alemanha deveria organizar uma ponte aérea e trazer um "grande contingente" de migrantes para a Alemanha para evitar que os traficantes de pessoas lucrem com a crise migratória. "Ninguém deve morrer a caminho da Europa, esse deve ser o nosso objetivo", disse ele. Segundo Gabriel, "o que interessa não é o número de pessoas que vem para a Alemanha e sim a velocidade que elas vêm".

13 de novembro. Segundo relata o canal de notícias N24 chega a 50% o total de candidatos a asilo que ingressam na Alemanha e desaparecem sem que ninguém saiba seu paradeiro. Provavelmente trata-se de migrantes econômicos e de outra natureza que procuram fugir da deportação, se ou quando seus pedidos de asilo forem rejeitados.

13 de novembro. Em uma entrevista concedida ao canal da TV pública ZDF, a Chanceler Angela Merkel disse que continua apostando fortemente em sua política de portas abertas quanto aos asilados: "a chanceler tem a situação sob controle. Eu tenho a minha visão. Lutarei por ela".

17 de novembro. Autoridades em Hanover cancelaram um amistoso entre a Alemanha e a Holanda cerca de 90 minutos antes do início da partida de futebol devido a uma "crível" ameaça de bomba. A Chanceler Angela Merkel tinha planejado comparecer ao estádio em solidariedade às vítimas dos ataques jihadistas em Paris, nos quais 130 pessoas perderam a vida e mais de 350 ficaram gravemente feridas.

20 de novembro. A União Social Cristã (CSU), parceira bávara da União Democrata Cristã (CDU) da Chanceler Angela Merkel, pediu que a Alemanha banisse o uso da burca em lugares públicos.

22 de novembro. O chefe do Departamento Federal de Polícia Criminal (Bundeskriminalamt, BKA) Holger Münch, reconheceu que a inteligência alemã carece dos recursos humanos necessários para monitorar todos islamistas mais perigosos do país. "Dado o número de algozes em potencial, temos que escolher as prioridades," segundo ele.

23 de novembro. Em uma entrevista concedida ao jornal Die Welt, Ahmad Mansour, um árabe-israelense especialista em Islã que morou na Alemanha por mais de uma década, ressaltou que o governo alemão não está fazendo o mínimo necessário para combater o extremismo islâmico. Mansour, membro da Irmandade Muçulmana por mais de uma década até que abandonou o extremismo islâmico no final dos anos 1990, salientou que muitos muçulmanos jovens na Alemanha "acreditam em teorias da conspiração, cultivam ideias antissemitas e não raciocinam de maneira democrática". Para essas pessoas, segundo ele, "o Islã é a sua única identidade".

Mansour disse que o governo alemão "carece de um plano" para tratar do problema do extremismo islâmico. Ele acrescentou que em grande parte a culpa recai sobre os professores do Islã "profundamente problemáticos" que estão radicalizando a juventude alemã. Comentando sobre o porquê dos jihadistas ainda não terem desfechado um ataque de vulto na Alemanha, Mansour ressaltou: "a Alemanha teve sorte, até agora.

29 de novembro. Centenas de migrantes do Afeganistão, do Iraque e da Síria alojados em um abrigo para refugiados superlotado no antigo aeroporto de Tempelhof em Berlim, atacaram uns aos outros enquanto aguardavam na fila do almoço. Mais de 150 policiais foram posicionados para controlar a situação. Outros confrontos de grandes proporções ocorreram nos bairros de Kreuzberg e Spandau em Berlim.

DEZEMBRO de 2015

1º de dezembro. Salafistas no estado de Schleswig-Holstein no norte da Alemanha distribuirampanfletos de recrutamento com a seguinte mensagem: "venha até nós. Nós lhe mostraremos o Paraíso".

1º de dezembro. Autoridades municipais em Frankfurt enviaram equipes de policiais, intérpretes e assistentes sociais a abrigos para refugiados para alertá-los sobre o perigo do extremismo islâmico. As equipes também instruíram os migrantes sobre o sistema jurídico alemão, a liberdade religiosa e os direitos iguais para homens e mulheres.

3 de dezembro. Em uma entrevista concedida ao jornal berlinense Der Tagesspiegel, Hans-Georg Maassen, diretor da Agência de Inteligência Interna da Alemanha (Bundesamt für Verfassungsschutz, BfV), disse que o número de salafistas na Alemanha já chegou a 7.900, um avanço se comparado aos 7.000 em 2014, 5.500 em 2013, 4.500 em 2012 e 3.800 em 2011. Muito embora os salafistas compreendam apenas uma fração dos estimados seis milhões de muçulmanos que estão na Alemanha, funcionários da inteligência dizem que a maioria dos que são atraídos pela ideologia salafista são jovens muçulmanos, facilmente impressionáveis, dispostos a desfechar atos terroristas em um espaço mínimo de tempo em nome do Islã.

3 de dezembro. Uma pesquisa realizada pela revista Stern constatou que 61% dos alemães acreditam que os jihadistas atacarão o país em um futuro próximo. A pesquisa mostra que 58% consideraram que as forças armadas alemãs deveriam atacar o Estado Islâmico, embora 63% acreditem que isso levaria a uma represália na forma de ataques terroristas dentro da Alemanha. Em termos gerais, cerca de 75% dos alemães acreditam que o governo precisa se esforçar mais para impedir que haja atos terroristas no país.

7 de dezembro. O Ministério do Interior revelou que 206.101 migrantes ingressaram na Alemanha somente em novembro.

8 de dezembro. A Ministra do Bem Estar Social da Baviera Emilia Müller destacou que o número de migrantes que entraram na Alemanha em 2015 passou oficialmente a marca de um milhão de pessoas. "Nós necessitamos urgentemente estabelecer um teto para a absorção de migrantes, porque a Alemanha não pode continuar arcando com tantos ingressos no longo prazo", segundo ela.

10 de dezembro. Um tribunal de Wuppertal deliberou que islamistas que patrulham as ruas da cidade como "policiais da Sharia" não estão infringindo a lei e não serão processados. Nove homens usando jaquetas brilhantes, cor laranja, com as inscrições "polícia da Sharia", foram detidos em setembro de 2014. Os homens diziam aos transeuntes para não entrarem em bares, cassinos ou discotecas. O grupo também exibia cartazes escritos em inglês nos quais se lia"Zona Controlada pela Sharia", onde era proibido o consumo de álcool e drogas, jogos de azar, música, pornografia e prostituição. O tribunal proferiu que os homens não violaram nenhuma lei no que tange ao uso de fardas ou reuniões públicas. Os promotores apelaram da sentença.

17 de dezembro. A polícia de Stuttgart efetuou uma batida policial e fechou uma mesquita e uma associação muçulmana que, segundo consta, estavam oferecendo suporte financeiro, além de efetuar recrutamento em nome do ISIS. O Ministro do Interior de Baden-Württemberg Reinhold Gall, ressaltou que o Centro Educacional e Cultural Islâmico Mesdschid Sahabe era muito frequentado por pregadores salafistas e fundamentalistas islamistas dos Bálcãs Ocidentais.

21 de dezembro. O jornal Die Welt, citando fontes policiais revelou que apenas 10% de um milhão de migrantes que ingressaram na Alemanha em 2015 foram submetidos a checagem de antecedentes.

28 de dezembro. Autoridades locais em Arnsberg proibiram o uso de fogos de artifício na comemoração do Ano Novo nas vizinhanças de abrigos para refugiados para evitar que o barulho despertasse o estresse pós traumático nos candidatos a asilo. "Aqueles que vieram de uma zona de guerra associam explosões com tiros de armas de fogo e com bombas e não com fogos de artifício", segundo disse o porta-voz da câmara municipal Christoph Söbbeler. "Isso poderia causar novos traumas".

29 de dezembro. O jornal Die Welt, revelações que a Alemanha irá gastar pelo menos €17 bilhões (US$18,3 bilhões) com os candidatos a asilo em 2016.

31 de dezembro.A polícia de Munique evacuou duas importantes estações de trens e cancelou as comemorações da Passagem para o Ano Novo depois que uma "agência de inteligência amiga" fez um alerta sobre um ataque iminente. O Ministro do Interior da Baviera Joachim Herrmann ressaltou que as autoridades receberam informações segundo as quais homens bomba do ISIS poderiam estar de olho na estação central.

31 de dezembro. a emissora pública de rádio e TV ZDF transmitiu a mensagem de Ano Novo da Chanceler Angela Merkel à nação com legendas em árabe. Ela repetiu a ladainha: "nós somos capazes", referindo-se ao desafio de integrar um milhão de migrantes que ingressaram na Alemanha em 2015. "O importante é não permitirmos que nos dividam entre gerações ou classes sociais, nem entre aqueles que estão aqui há muito tempo e os recém-chegados", disse ela.

31 de dezembro. Logo depois da mensagem de Ano Novo de Merkel, uma turba de mil vândalos de "origem árabe ou do norte da África" abusou sexualmente de mais de 100 mulheres alemãs no centro da cidade de Colônia na Passagem para o Ano Novo. Ataques semelhantes também ocorreram em Hamburgo e Stuttgart. O Chefe da Polícia de Colônia Wolfgang Albers chamou os ataques de "uma dimensão totalmente nova de criminalidade".

A Prefeita de Colônia Henriette Reker, salientou que "sob nenhuma circunstância" devem os crimes ser atribuídos aos candidatos a asilo. Muito pelo contrário, ela culpou as vítimas pelos abusos: "é necessário se comportar de maneira inteligente quando se está em grupo. Comportamento inteligente é não demonstrar euforia exuberante a qualquer um que você encontrar e que sorri para você. Esse tipo de postura pode ser mal interpretada". Reker disse que seu gabinete irá publicar linhas de orientação, provavelmente incluindo normas de vestuário para mulheres e meninas alemãs para evitar incidentes semelhantes no futuro.

Por Soeren Kern 19 de Janeiro de 2016
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: http://pt.gatestoneinstitute.org/7263/alemanha-islamizacao

Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e noTwitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias no início de 2016.