sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A NOVA POLÍCIA DA SHARIA NA FRANÇA

- As instituições francesas estão sacrificando uma liberdade pela outra? O princípio da igualdade entre homens e mulheres está sendo sacrificado em nome da liberdade religiosa (Islã) para que ela possa impor seus ditames sobre a sociedade francesa?


- Caso haja alguém que ainda não percebeu que o código de vestimenta islâmico é o cavalo de Troia da jihad islâmica, vai aprender rapidinho.

- Já faz anos que os "big brothers" têm obrigado suas mães e irmãs a usarem véus ao saírem de casa. Agora que esta fase está concluída, eles começaram a importunar as mulheres não muçulmanas que usam shortinhos e saias − já não somente nos sensitivos enclaves muçulmanos, as tais "zonas proibidas" dos bairros mais afastados, onde as mulheres já não se atrevem a usar saias − mas agora também no coração das grandes cidades.

- Ao que tudo indica, muitas pessoas não sabem que no coração de Paris, um muçulmano pode insultar uma mulher por ela beber um refrigerante na rua e que ele é atendido primeiro nas lojas, antes das mulheres.

- Muitos evidentemente ainda não sabem que o Islã é uma religião e um movimento político em guerra com o Ocidente − com a flagrante intenção de subjugar o Ocidente. O que deve ser respondido à altura. O problema é que toda vez que é respondido à altura, os extremistas muçulmanos se apressam em se proteger sob a égide da liberdade religiosa.

O Conselho de Estado, o tribunal de última instância da França, decidiu que, para que haja liberdade de religião, o burquíni não pode ser proibido. A princípio a decisão parecia fazer sentido: por que as pessoas deveriam ser proibidas de usarem o que bem entendessem e quando o assim desejassem? Entretanto, o que não salta aos olhos agora é que o mal virá depois.

Caso haja alguém que ainda não percebeu que o código de vestimenta islâmico é o cavalo de Troia da jihad islâmica, vai aprender rapidinho.

Exemplos de alguns incidentes recentes:

7 de setembro. Guingamp, Bretanha, uma menina de 17 anos usando shortinho foi espancada por um homem que considerava a sua roupa "provocante demais". A despeito do agressor ter fugido, a polícia não tem a menor ideia de quem ele é ou qual seu background, isto já é um presságio do que está por vir.

7 de setembro. Em Toulon, sul da França, duas famílias estavam em uma ciclovia quando foram insultadas por uma gangue de 10 "jovens" (a imprensa francesa usa a palavra "jeunes" (jovens) como eufemismo para não usar as palavras árabes ou muçulmanos). De acordo com o promotor público local, os "jovens" gritaram "putas!" e "peladas" em direção das mulheres. Quando seus maridos se manifestaram, os "jovens" foram para cima deles e começou a confusão. Um dos maridos ficou inconsciente e com múltiplas fraturas faciais.

A princípio foi registrado que o que motivou o ataque foram os shortinhos que as mulheres estavam usando, mas na realidade as mulheres não estavam de shortinhos e sim de leggings.

19 de julho. Em um resort em Garde-Colombe (nos Alpes), um marroquino esfaqueou uma mulher e suas três filhas, ao que tudo indica, porque elas estavam usando roupas chamativas. Uma das meninas ficou gravemente ferida. Mohamed, o agressor, diz que a "vítima" é ele, porque segundo ele, o marido da mulher esfaqueada coçou a virilha na frente da sua esposa. Segundo o procurador, "o marido da vítima não lembra ter feito tal gesto."

7 de julho. Em um acampamento de lazer e entretenimento em Reims no leste da França, circulou um aviso pedindo aos pais para que evitassem que suas filhas usassem saias devido à conduta imprópria de meninos com idades entre 10 e 12 anos. Uma das mães publicou o aviso no Twitter e fez o seguinte comentário no Facebook: "obviamente não passou pela cabeça deles que não são as meninas pequenas que devem adaptar seus vestidos por causa dos importunadores maiores e sim que esses importunadores maiores devam ser educados? "

No início de junho Maude Vallet de 18 anos foi ameaçada e levou uma cuspida de um grupo de meninas em um ônibus em Toulon porque ela estava usando um shortinho. Ela postou uma foto de si mesma no Facebook com os seguintes dizeres: "olá, eu sou uma puta". A postagem foi compartilhada por mais de 80.000 pessoas. As agressoras eram meninas muçulmanas, mas Maude, de acordo com os "politicamente corretos" que acreditam que "intavcoi" (isso nada tem a ver com o Islã), não quiseram revelar sua origem étnica.

22 de abril. Nadia, uma menina de 16 anos de idade usando saia, foi brutalmente espancadaem Gennevilliers, um bairro mais afastado de Paris, por três meninas que, ao que tudo indica, eram muçulmanas.
Captura de vídeo da nova polícia da sharia na França. Esquerda: em Toulon, Maude Vallet de 18 anos foi ameaçada e levou uma cuspida de um grupo de meninas muçulmanas em um ônibus em Toulon porque ela estava usando um shortinho. Ela postou uma foto de si mesma no Facebook com os seguintes dizeres: "olá, eu sou uma puta". Direita: em um resort em Garde-Colombe, um marroquino esfaqueou uma mulher e suas três filhas em 19 de julho, ao que tudo indica, porque elas estavam usando roupas chamativas.

Casos como esses foram divulgados de forma estrondosa em todos os tipos de mídia, tanto oficiais quanto sociais. Ironicamente, nenhum desses incidentes chamou a atenção internacional e a indignação como o incidente do burquíni em Nice: uma mulher, aparentemente muçulmana, estava sozinha deitada na areia da praia sem nenhuma toalha, nenhum livro, sem guarda-sol, sem óculos, sem marido (nem irmão nem pai) para "protegê-la" do sol escaldante do meio-dia, perto de um posto policial − e um fotógrafo estava por perto, de prontidão, para tirar fotos dela rodeada por quatro policiais. Quem os alertou? A mulher foi multada e provavelmente instruída a tirar algumas das roupas na praia. Fotos do incidente foram publicadas em primeira mão em 23 de agosto pelo jornal Daily Mail e em poucos minutos viralizaram nas redes sociais, provocando indignação internacional contra esses franceses aparentemente racistas, que discriminam mulheres árabes inocentes. Uma semana depois, no entanto, o Daily Mail aventou a possibilidade de o incidente poder muito bem ter sido "encenado" e as "fotos poderem ter sido EDITADAS".

De modo que a verdadeira questão é: será que os islamistas na França estão agora usando fotos e vídeos, da mesma maneira que os palestinos o fazem contra Israel, ou seja, filmar e divulgar situações fraudulentas e encenações com o objetivo de provocar indignação global em relação às pressupostas pobres e coitadas "vítimas" muçulmanas - principalmente as mulheres que são supostamente "discriminadas" na França?

Se fraudes e montagens para fins de propaganda forem permitidas de continuar, os fraudadores vencerão uma grande guerra.

"Na guerra que o islamismo está protagonizando com determinação contra a civilização, as mulheres estão se tornando um problema real," enfatizou Berenice Levet, autora e professora de filosofia na École Polytechnique para o diário Le Figaro.


"Em vez de gerar números que dizem ao mesmo tempo tudo e nada, eu quero que seja reconhecido de uma vez por todas que se hoje os papéis dos gêneros estão sendo forçados a regredir na França, se a dominação e o patriarcado estão se espalhando em nosso país, estes fatos estão relacionados exclusivamente à importação de valores muçulmanos."

Ironicamente, naquele momento, Laurence Rossignol, Ministra da Família, Juventude e Direitos das Mulheres da França, decidiu gastar dinheiro público em uma campanha publicitária contra o "sexismo corriqueiro" − o suposto sexismo de todos os franceses contra mulheres, suposta e eternamente vitimizadas. Mas não houve nenhuma palavra na campanha sobre a possível vitimização ou sobre o resultado em potencial da crescente proliferação das burcas, véus e burquínis com respeito às mulheres muçulmanas.

Ao comentar a campanha publicitária, Berenice Levet ressaltou:


"Laurence Rossignol deveria ler o livro de Géraldine Smith,Rue Jean-Pierre Timbaud. Une vie de famille entre barbus et bobos ("Rua Jean-Pierre Timbaud: A vida de uma família entre homens barbados (islamistas) e boêmios"). Ela ficará sabendo − entre outras coisas − que em algumas lojas e padarias, os homens são atendidos e servidos primeiro, antes das mulheres."

No livro, também ficaremos sabendo que no coração de Paris, um muçulmano pode insultar uma mulher por ela beber um refrigerante na rua. Mas para muitos, incluindo Rossignol, parece que o único inimigo é o francês branco.

Duas questões preocupantes estão em jogo:
A polícia da sharia está emergindo na França?
As instituições francesas estão sacrificando uma liberdade pela outra? O princípio da igualdade entre homens e mulheres está sendo sacrificado em nome da liberdade religiosa (Islã) para que ela possa impor seus ditames sobre a sociedade francesa?
Polícia da Sharia

Na França, brigadas islamistas não organizadas patrulham as ruas (assim como na Alemanhae Grã-Bretanha) para combater o consumo de bebidas alcoólicas ou para espancar mulheres por conta das roupas que elas estão usando. No entanto, gangues de "jovens", homens e mulheres, estão, na prática, mais uma vez fazendo exatamente isso e de modo crescente. Já faz anos que os "big brothers" têm obrigado suas mães e irmãs a usarem véus ao saírem de casa. Agora que esta fase está concluída, eles começaram a importunar as mulheres não muçulmanas que usam shortinhos e saias − já não somente nos sensitivos enclaves muçulmanos, as tais "zonas proibidas" dos bairros mais afastados, onde as mulheres já não se atrevem a usar saias − mas agora também no coração das grandes cidades.

Cada vez mais, o que se poderia chamar de "Polícia da Virtude Islâmica", tenta impor essas normas através da violência. Conforme acentuou Celine Pina, ex-conselheira regional da Île-de-France, no Le Figaro:

"Segundo o último registro de um ataque (contra famílias em Toulon), com apupos de "putas" e "peladas", os jovens (do sexo masculino) se comportaram como uma verdadeira "polícia da virtude" que achávamos impossível ser encontrada aqui em nossa região...

"Impossível ser mais claro do que isso: é uma ordem de compostura como norma social e autocensura como norma comportamental... ela ilustra a rejeição do corpo feminino, visto como inerentemente impuro e sujo...

"A questão do burquíni, a proliferação dos véus que cobrem o corpo por inteiro, os ataques contra mulheres que usam shortinhos e o espancamento de suas companhias, fazem parte da mesma lógica. Fazer do corpo da mulher uma questão social e política, marca e prova do progresso de uma ideologia dentro da sociedade."

Laurent Bouvet, professor de ciência política, salientou em sua página no Facebook que após os homens serem espancados em Toulon, as assim chamadas organizações de direitos humanos − teoricamente "profissionais" do "antirracismo" − permaneceram em silêncio durante a troca de mensagens.

O procurador da #Toulon assinalou: "a confusão foi provocada por um código de vestimenta feminino. Aquelas mulheres não usavam shortinhos... É inegável que há sexismo. Onde estão os profissionais da indignação pública?"

Laurence Rossignol, ministra dos direitos da mulher, também permaneceu em silêncio. De modo que acaba de surgir uma nova norma na França: quanto mais os políticos e as instituições se esquivam em criticar as normas islamistas, mais violentas se tornam as discussões nas redes sociais.
Igualdade entre Homens e Mulheres ou a Liberdade de Religião (Islâmica)?

O silêncio dos políticos e das organizações de direitos humanos, quando mulheres não muçulmanas são violentamente agredidas porque usam shortinhos que não são compatíveis com a sharia − contrastando com a sua indignação ensurdecedora contra a polícia pela emissão de uma multa a uma muçulmana usando um burquíni − sinalizam um passo político e institucional extremamente importante: um princípio fundamental e constitucional, a igualdade entre homens e mulheres, está sendo sacrificada em nome da liberdade de religião, permitindo desse modo que uma religião (Islã) imponha seus ditames ao restante da sociedade.

Ao estudar o caso do burquíni em Nice, Blandine Kriegel, filósofa e ex-presidente da Haut Conseil à l'intégration (Alto Conselho de Integração) publicou uma análise na qual ela constata que, antes de mais nada, no caso do burquíni, nem o secularismo nem a liberdade individual corriam perigo. Mas "houve uma flagrante capitulação com respeito ao princípio da igualdade entre homens e mulheres":

Em sua portaria digna de nota, o Conselho de Estado menciona a jurisprudência de 1909 sobre o uso da batina e não dá a devida atenção às leis mais recentes votadas pelo povo soberano, que proíbe o véu na escola (2004) e a burca em lugares públicos (2010).

O Conselho de Estado também não se sentiu encorajado pelo compromisso constitucional em relação às mulheres: "a lei garante às mulheres, em todos os campos, o mesmo direito que aos homens."

No caso do burquíni, nem o secularismo nem a liberdade individual estão em jogo e sim, fundamental e flagrantemente, o princípio da igualdade entre homens e mulheres. O termo "burquíni" abarca intencionalmente a palavra "burca", este termo não expressa o desejo de ir nadar na praia (nada proíbe isso), ou a asseveração de uma liberdade religiosa (nenhum prefeito jamais proibiu a prática da religião muçulmana), a palavra burquíni expressa somente o ponto nevrálgico da desigualdade das mulheres.

Ao contrário de seus maridos, que tem a liberdade de expor sua nudez, algumas mulheres tem por obrigação estarem cobertas da cabeça aos pés. Não apenas porque elas são impuras, mas principalmente por causa do status jurídico que lhes foi conferido: elas estão subordinadas ao direito privado do marido, do pai ou da comunidade.

A República não pode aceitar algo que se contrapõe às suas leis e valores. Desigualdade das mulheres não pode ser defendida sob o pressuposto da liberdade religiosa, da liberdade de consciência. Esse problema foi abordado há três séculos por nossos filósofos europeus, fundadores da República. Para aqueles que legitimavam a opressão, escravidão e desigualdade tratava-se apenas de uma expressão do livre arbítrio, explicou o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, inspirando a nossa Declaração de 1789 (dos Direitos Humanos e do Cidadão] e que a liberdade e a igualdade são bens inalienáveis.

O governo socialista e os juízes administrativos da França aparentemente constataram ser politicamente útil fazer concessões aos islamistas. Talvez eles inicialmente tenham concordado com o uso do burquíni não só porque eles acreditavam que cada um deva ter a liberdade de usar o que bem entender, mas também na vã esperança de acalmar a incessante pressão que cada vez mais parece ser uma jihad cultural. Pode até ser que nem lhes tenha ocorrido que eles estavam potencialmente sacrificando o princípio da igualdade das mulheres.

Muitos evidentemente ainda não sabem que o Islã é uma religião e um movimento político em guerra com o Ocidente − com a flagrante intenção de subjugar o Ocidente. O que deve ser respondido à altura. O problema é que toda vez que é respondido à altura, os extremistas muçulmanos se apressam em se proteger sob a égide da liberdade religiosa.

Já está mais do que na hora dos políticos franceses e europeus imporem um limite entre onde termina o direito de uma pessoa professar seu culto como bem entender e onde começa o direito à liberdade e à segurança da sociedade. E está na hora de proscrever, não necessariamente o burquíni, mas o verdadeiro problema da supremacia agressiva.

A raiz do problema é o incitamento à violência. É crucial que as sociedades ocidentais comecem a fazer uma distinção entre liberdade de expressão e incitamento à violência e, começarem a penalizar com rigor ataques contra inocentes, bem como o chamamento para atacar inocentes.
Por: Yves Mamou, radicado na França, trabalhou por duas décadas como jornalista para o Le Monde. 30 de Outubro de 2016
Original em inglês: France's New Sharia Police
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

CINCO FATOS SOBRE A SUÉCIA QUE OS SOCIAL-DEMOCRATAS NAO GOSTAM DE COMENTAR

Nota do Editor

Este Instituto praticamente já esgotou seus assuntos sobre a Suécia (ver aqui, aqui, aqui, aqui, aquie aqui). Portanto, nada melhor do que compilar tudo o que foi dito em cinco itens sucintos e diretos.
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Quando o assunto é política econômica, a Suécia se destaca.

De um lado, esquerdistas de todo o mundo citam o país nórdico como um exemplo de que um estado grande e assistencialista funciona. E dado que várias fontes de dados (como o enorme banco de dados do FMI) mostram que a Suécia é relativamente próspera ao mesmo tempo em que possui uma pesada carga tributária, o argumento parece ser plausível.

De outro, liberais, embora críticos ao atual estado de bem-estar sueco, dizem que o país primeiro enriqueceu por meio do livre mercado, e depois, só depois, adotou um estado de bem-estar social abrangente. E, após ter adotado este modelo, seu crescimento econômico estancou.

Esse ponto está em conflito direto com a visão da esquerda, que frequentemente chega a afirmar que a Suécia é rica por causa de seu estado assistencialista, e não apesar dele.

Tal afirmação não só é um atentado à lógica econômica (a qual não combina com sentimentalismos), como também, para piorar, nunca foi comprovada via fatos e evidências.

A seguir, cinco fatos a serem apresentados sobre a Suécia.

1. A Suécia enriqueceu quando seu governo era pequeno.

Sim, até 1960, o tamanho do governo sueco — mensurado pelo volume de seus gastos em relação ao PIB — era menor até que o do governo da Suíça.

Veja este quadro que mostra a evolução dos gastos do governo elaborado pela revista The Economist. Toda a explosão dos gastos do governo sueco (Sweden) aconteceu entre as décadas de 1960 e 1980. A social-democracia é uma consolidação da década de 1970.



No século entre 1850 e 1950, a população dobrou e a renda real dos suecos decuplicou. A mortalidade infantil caiu de 15% para 2%, e a expectativa de vida aumentou extraordinários 28 anos. Em 1950 a Suécia já era a quarta nação mais rica do mundo, não obstante a não-existência de um estado assistencialista ou de qualquer grande controle estatal sobre os setores da economia. 

Como em qualquer outro país, o impressionante estoque de capital da Suécia foi construído por empreendedores operando em um sistema de livre mercado.

(Tudo isso foi relatado em detalhes neste livro bem como neste excelente tratado).

2. Na Suécia, a tributação das empresas é das menores do mundo. E a tributação indireta sobre os pobres é alta.

Ao contrário do que grande parte da esquerda acredita, o estado de bem-estar social sueco é custeado de uma forma relativamente brutal: jogando o fardo majoritariamente sobre os pobres e sobre a classe média.

Os suecos sabem que é impossível financiar um governo generoso tomando dos ricos e das empresas — há muito poucos deles, e a economia depende deles enormemente. Consequentemente, o governo da Suécia aufere grande parte de suas receitas por meio dos altamente regressivos impostos sobre valor agregado (o ICMS deles), a uma alíquota de 25% que incide sobre cada bem ou serviço vendido — o único imposto que ricos e pobres pagam exatamente o mesmo valor em coroas suecas.

Por outro lado, a alíquota máxima do imposto de renda de pessoa jurídica é de apenas 22% na Suécia (nos EUA é de 35%; no Brasil chega a 34%).

Mais: ao mesmo tempo em que o imposto sobre a renda decresceu, o imposto sobre o consumo aumentou na Suécia.



A linha vermelha mostra a evolução dos impostos indiretos (VAT e previdência social); a linha verde mostra a evolução dos outros impostos (diretos); a linha azul são os impostos totais. Fonte: base de dados tributária da OCDE e cálculos próprios.

Os ricos da Suécia usufruem várias vantagens econômicas não oferecidas a seus compatriotas das classes mais baixas. A Suécia sempre concedeu deduções fiscais bastante generosas para custos de capital. As empresas suecas podem deduzir 50% de seus lucros para reinvesti-los no futuro, o que os torna uma reserva isenta de impostos.

As regulamentações trabalhistas são modeladas para beneficiar as grandes empresas (não há a imposição de salário mínimo, por exemplo).

3. A Suécia contrabalança seu estado assistencialista implantando políticas extremamente pró-mercado em outras áreas da economia.

O ambiente empreendedorial da Suécia é extremamente desregulamentado e o país é um dos mais abertos do mundo para o livre comércio. Você demora no máximo 6 dias para abrir um negócio e as tarifas de importação estão na casa de 1,3%, na média.

A dívida pública é baixa, o que significa que o governo não estoura o orçamento.

O país adota um sistema nacional de vouchers escolares

Não há salário mínimo estipulado pelo governo.


Como já dito, as alíquotas de imposto de renda para pessoa jurídica são das mais baixas do mundo.

O país está implantando um programa de privatização no sistema de saúde, no sistema previdenciário, e na educação.



Como consequência, quando desconsideramos os gastos do governo e se analisamos fatores como livre comércio, desregulamentação, política monetária e direitos de propriedade, a Suécia é o oitavo país mais liberal do mundo segundo Fraser Institute.


4. Após a adoção do estado assistencialista na década de 1970, a taxa de crescimento caiu. E muito.

Como dito, primeiro a Suécia enriqueceu e acumulou muito capital (e tal tarefa foi auxiliada por uma continuamente austera política monetária, que fez com que a Suécia jamais conhecesse um período prolongado de alta inflação de preços). Depois, só depois de ter enriquecido, é que o país começou a implantar seu sistema de bem-estar social no final da década de 1960.

No entanto, o consumo deste capital acumulado está erodindo a riqueza da Suécia.

O gráfico abaixo mostra as taxas de crescimento da Suécia e da Dinamarca em dois períodos: de 1920 a 1965 (antes da adoção do estado de bem-estar; barra azul) e de 1966 a 2010 (após a adoção do estado de bem-estar; barra vermelha).



Para que uma economia que faz uso maciço de políticas assistencialistas continue crescendo, sua produtividade tem de ser muito alta. E para a produtividade ser alta, seu capital acumulado já tem de ser muito alto. Apenas um alto grau de capital acumulado pode permitir uma alta produtividade. Ou seja, o país tem de já ser muito rico para adotar uma social-democracia duradoura. (Por isso, a social-democracia no Brasil ainda é impossível.)

Apenas um país que já enriqueceu, que já acumulou o capital necessário, e que já alcançou a produtividade suficiente pode se dar ao luxo de adotar abrangentes políticas assistencialistas.

Mas, ainda assim, tais políticas cobram um preço. Por mais alta que seja sua produtividade, não dá para continuar crescendo como antes. Mas, é tudo uma opção dos eleitores.

5. Há uma comparação que complica a situação da Suécia.

Americanos de ascendência sueca são 39% mais produtivos, em termos per capita, do que os suecos que permaneceram na Suécia (para os finlandeses em mesma situação, este valor chega a 47%; para os dinamarqueses, 37%). Mais: entre os americanos de origem sueca, a taxa de pobreza é menor do que a taxa de pobreza de seus conterrâneos na Suécia.

Em termos mais abrangentes, renda dos escandinavos que vivem nos EUA é de cerca de 20% acima da média americana, e a taxa de pobreza, cerca de metade da média americana.

Aparentemente, pode-se tirar os escandinavos da Escandinávia, mas não a Escandinávia dos escandinavos. Há um legado cultural que explica parte desse sucesso: uma cultura de confiança social, de relativa ausência de corrupção, e uma ética de trabalho luterana.



A Suécia em um único gráfico

Por fim, um gráfico que praticamente resume tudo. Ele está no trabalho acadêmico do professor Olle Krantz intitulado "Economic Growth and Economic Policy in Sweden in the 20th Century: A Comparative Perspective".

O gráfico mostra a evolução do PIB per capita da Suécia em relação à média dos países europeus no período de 1870 a 2000. Perceba a brusca reversão a partir de 1950 e a acentuada queda a partir de 1970.

Difícil constatação mais explícita do que essa sobre os efeitos do estado de bem-estar sobre o enriquecimento de um país.

Vale notar também que a economia sueca chegou ao ápice em relação às suas vizinhas européias no auge da Segunda Guerra Mundial. A Suécia, sempre é bom lembrar, não participou da guerra. Nenhuma lição aqui, apenas notar que talvez não seja uma boa ideia ter suas indústrias bombardeadas.

Conclusão

A principal lição, que já deve estar abundantemente clara, é que um estado d bem-estar social é uma receita garantida para o declínio. Sim, se o país adotá-lo quando já estiver rico, ele pode durar bastante tempo; mas ainda assim cobrará um preço claro em termos de crescimento econômico e renda per capita.

O que talvez explique por que os estrategistas políticos e econômicos da Suécia passaram os últimos 25 anos tentando reverter e abolir algumas de suas políticas sociais.

Por: Daniel Mitchell Do site:http://www.mises.org.br/



terça-feira, 15 de novembro de 2016

VOCÊ SABE O QUE REALMENTE SIGNIFICA "NEOLIBERALISMO"?

Aquilo que a esquerda chama de neoliberalismo é, na verdade, um não-liberalismo.

Na moderna discussão política, não há termo mais abusado e sobreutilizado do que 'neoliberalismo'.

O curioso é que, se você questionar o significado exato deste termo à pessoa que o pronuncia — sempre em tom vituperativo —, ela demonstrará não ter a mais mínima ideia.

O que é 'neoliberalismo'? Bom, pelo menos entre seus críticos, 'neoliberalismo' normalmente nada mais é do que um xingamento para liberalismo.

"Neoliberalismo" virou um termo pejorativo para o liberalismo laissez-faire
Segundo a Wikipédia, 'neoliberalismo' é simplesmente sinônimo de liberalismo:

Neoliberalismo é um termo controverso que se refere primordialmente ao ressurgimento, no século XX, de idéias do século XIX associadas ao liberalismo econômico laissez-faire. Tais ideias abrangem amplas políticas de liberalização econômica, como privatização, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio, e reduções nos gastos do governo com o intuito de aumentar o papel do setor privado na economia.

E por que é um 'termo controverso'? Porque ele é usado quase que exclusivamente de forma pejorativa, e não como um termo descritivo para denotar imparcialmente uma ideologia.

Após estudarem 148 artigos de economia política que utilizam tal termo, os cientistas políticos Taylor Boas e Jordan Gans-Morse chegaram à conclusão que o termo "neoliberalismo" praticamente nunca é utilizado positivamente. O termo é majoritariamente usado por teóricos contrários ao livre mercado, mas nunca lhe é dado alguma definição: "O significado de neoliberalismo jamais é debatido e, pior ainda, jamais é sequer definido. Como consequência, o problema nem é que haja muitas definições para o termo, mas sim que não haja nenhuma", dizem os autores.

Ademais, como já dito, ao termo não é dado um rótulo neutro; ao contrário, seu emprego é feito majoritariamente por pessoas que se opõem ao livre mercado. Dizem os autores: "Os resultados de nossa análise de ensaios acadêmicos confirmam que o uso negativo do termo 'neoliberalismo' supera esmagadoramente seus escassos e eventuais empregos positivos".

Em outras palavras, "neoliberalismo" significa simplesmente um slogan anti-liberalismo. Nada mais é do que um termo esvaziado de conteúdo distintivo.

Boas e Gans-Morse prosseguem:

Um forte indicador das conotações negativas do termo é o fato de que praticamente ninguém se auto-identifica como 'neoliberal', ainda que acadêmicos frequentemente rotulem os outros — políticos, economistas, e até mesmo colegas de trabalho — com este termo. Embora, em nossa amostra, um quinto dos artigos era sobre os autores se referindo a outras pessoas como 'neoliberais', o fato é que, em toda a nossa pesquisa, não encontramos um único exemplo contemporâneo de um autor que tenha utilizado esse termo para se auto-descrever...

Adicionalmente, como observam Boas e Gans-Morse, "neoliberalismo" é frequentemente utilizado para "denotar... uma radical e abrangente aplicação dos princípios do livre mercado, de uma maneira sem precedentes em termos de velocidade, escopo e ambição." Para aqueles que desejam parecer "sensatos", "equilibrados" ou "não-radicais", as conotações do termo 'neoliberalismo' como sendo algo radicalmente em prol do livre mercado fornece uma razão adicional para evitar ser identificado com o termo.

O que realmente é o neoliberalismo?

Mas a verdade é que a ideologia neoliberal de fato existe — embora ninguém se identifique como tal — e possui um significado (um tanto amorfo, mas possui). E ela nada tem a ver com o genuíno liberalismo. Há uma clara — e intransponível — distinção entre o liberalismo clássico da Escola Austríaca e o neoliberalismo.

Poucos sabem, mas o neoliberalismo surgiu como uma terceira via entre o socialismo e o liberalismo. Como explicou Jorg Guido Hülsmann:

As raízes da ideologia neoliberal remetem às décadas de 1880 e 1890, quando os economistas alemães da Escola historicista alemã de economia e seus discípulos americanos convenceram-se de que a concentração industrial tinha efeitos prejudiciais para a economia e que, por isso, algum tipo de moderação por meio da intervenção governamental fazia-se necessária. Uma das consequências visíveis dessa mentalidade foi o Sherman Act (Lei Sherman antitruste), que desde então substituiu o poder dos consumidores pelo poder dos burocratas.

Na Alemanha, a filosofia da terceira via generalizou-se durante a 'Sozialpolitik' estimulada pelo Kaiser Wilhelm II. A França copiou o modelo, invocando a necessidade de uma 'tierce solution', assim como também fizeram os Estados Unidos sob o New Deal.

Entretanto, as primeiras declarações programáticas do neoliberalismo foram publicadas somente na década de 1930 — novamente, e previsivelmente, na Alemanha e nos Estados Unidos. O manifesto mais influente veio do economista de Chicago Henry Simons, que, em 1934, fez circular uma monografia intitulada A Positive Program for Laissez Faire (Um Programa Positivo para o Laissez-Faire) — no qual a palavra "positivo" indicava que esse programa justificava amplas intervenções governamentais, ao passo que o laissez-faire clássico era um programa "negativo", no sentido de que ele não fornecia tal justificativa.

Simons exortava o governo a regular a oferta monetária e o sistema bancário, a impedir a formação de monopólios, e a fornecer uma renda mínima para os destituídos — um desvio e tanto do liberalismo laissez-faire.

Essas ideias expressavam perfeitamente os sentimentos de uma geração de economistas que haviam sido criados em um ambiente intelectual inteiramente estatista, mas que no entanto conheciam as lições ensinadas pelos liberais clássicos. [...] Seu neoliberalismo animou o trabalho daquelas instituições que surgiram no pós-guerra com o intuito de estancar o crescimento do estatismo — mais especificamente a Mont Pèlerin Society e o Institute for Economic Affairs de Londres.

O neoliberalismo, portanto, surgiu entre ex-socialistas que haviam percebido que o socialismo não funcionava, mas que também não queriam abraçar inteiramente o liberalismo clássico.

O neoliberalismo possui uma agenda abertamente intervencionista, ainda que menos intervencionista que o próprio socialismo. Historicamente, neoliberais defendem monopólio estatal da moeda por um Banco Central, agências reguladoras para controlar determinados setores da economia, programas de redistribuição de renda, leis e regulações anti-truste, concessões em vez de genuínas privatizações e desestatizações, ajustes fiscais por meio de aumentos de impostos, além, é claro, de monopólio estatal da justiça, e saúde e educação fornecidas pelo estado.

O próprio Ludwig von Mises batalhou contra um grupo de economistas da Mont Pèlerin Society que, na década de 1940, poderiam ser rotulados de 'neoliberais'. Para Mises, esses neoliberais eram apenas relativamente liberais — comparados aos doutrinários socialistas —, mas ainda eram intervencionistas que defendiam o monopólio estatal da moeda por um Banco Central, programas assistencialistas, e todo aquele supracitado aparato regulatório e burocrático comandado pelo estado.

Mises havia argumentado que uma divisão racional do trabalho poderia ocorrer apenas se houvesse preços de mercado para os fatores de produção — algo que, por sua vez, requeria a propriedade privada desses fatores. Em contraposição, os neoliberais centraram-se exclusivamente nos preços em si, menosprezando exatamente as condições que permitiam o fenômeno da livre formação de preços.

Mises já havia demonstrado que o socialismo é impossível de existir porque tal arranjo não permite a formação de preços e o conseqüente cálculo de custos, lucros e prejuízos. Porém, para os neoliberais, a conclusão prática deste argumento da impossibilidade do cálculo sob o socialismo não era a de que o governo não deveria interferir na propriedade, mas sim a de que ele deveria abster-se de intervir nos preços especificamente.

Como explicou Hülsmann:

Ao passo que Mises havia simplesmente declarado que uma divisão do trabalho baseada no cálculo de preços poderia ocorrer apenas onde existisse a propriedade privada, os neoliberais planejavam manipular os sistemas institucional e jurídico com o intuito de "aprimorar" a divisão espontânea do trabalho gerada naturalmente pelo laissez-faire.

Para os neoliberais, o mercado era importante, mas eles acreditavam que a intervenção governamental poderia acentuar a "eficiência" e a "imparcialidade" do processo de mercado. Ao contrário dos socialistas, os neoliberais acreditavam que o mercado levaria a sociedade à direção correta; porém, ao contrário dos liberais clássicos, eles acreditavam que um mercado livre e desimpedido geraria resultados aquém do seu verdadeiro potencial.

Neoliberais, portanto, acreditam existir "intervenções capazes de aprimorar o mercado".

Sucintamente, pode-se dizer que neoliberalismo é uma mistura de social-democracia, keynesianismo e alguma liberdade de mercado em termos microeconômicos.

Para aqueles que acompanham o debate de idéias, a distinção entre neoliberais e liberais clássicos é explícita. Já para esquerdistas anti-liberais, que observam tudo de fora, austríacos, chicaguistas e neoclássicos são exatamente a mesma coisa. Para eles, todos esses "neoliberais" são igualmente a favor do livre mercado e do livre comércio, portanto todos eles concordam com os neoliberais do FMI (cuja presidência, aliás, já pertenceu ao líder do Partido Socialista francês).

Em algumas raras ocasiões, os críticos do neoliberalismo acabam acertando por acidente. Por exemplo, quando eles (corretamente) se opõem a acordos comerciais gerenciados pelo governo, como o Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP, em sua sigla em inglês). Mas eles acertam pelas razões erradas. Eles se opõem a esses acordos comerciais não porque eles são acordos gerenciadas e controlados pelo governo; não porque eles representam uma extensão do estado regulatório e corporativista; mas sim porque eles erroneamente acreditam que acordos comerciais gerenciados e controlados por governos representam um genuíno livre comércio.

Opondo-se tanto aos neoliberais quanto aos intervencionistas

A única conclusão é que os defensores consistentes do laissez-faire estão cercados, de um lado, pelos reais neoliberais e, do outro, pela esquerda anti-capitalista e anti-neoliberal.

Se pudesse, a esquerda anti-neoliberalismo alegremente expropriaria várias empresas. O empreendedorismo seria sufocado, as pequenas empresas seriam reguladas ao ponto de fecharem as portas, e o setor financeiro ficaria — mais ainda do que já é hoje — sob completo controle do estado.

Por outro lado, os neoliberais continuariam manipulando a economia por meio de suas políticas monetárias e fiscais, regulando vários setores da economia por meio de suas agências reguladoras, ajudando e protegendo grandes empresas, evitando genuínas desestatizações em favor de falsas privatizações, de concessões com prazo determinado, e de parcerias público-privadas, e, acima de tudo, expandindo ainda mais o estado assistencialista.

E ambos os grupos dariam as mãos em sua defesa da saúde e da educação sob controle do estado, divergindo apenas no fato de que os neoliberais ao menos aceitam que também haja saúde e educação privada em paralelo.

Ambos os grupos constituem ameaças significativas à causa do laissez-faire.

De resto, aquilo que a esquerda chama de neoliberalismo é, na verdade, um não-liberalismo.
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Ryan McMaken, editor do Mises Institute americano.

Por: Juan Ramón Rallo, diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.

Leandro Roque, editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.
Do site: www.mises.com.br 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

NOSSA FALTA DE AMBIÇÃO E DE LÓGICA EXPLICA O NOSSO ATRASO


No Brasil, as coisas são curiosas.

Votar é seu direito, mas é obrigatório.

FGTS é seu direito, mas é obrigatório ficar retido pelo governo, rendendo menos que a inflação.

Optar por ser representado ou não por um sindicato é seu direito, mas a contribuiçãosindical é obrigatória para sustentar sindicalistas.


Mais de 70% dos empregos no Brasil são gerados por micro e pequenas empresas, mas empresário é só um explorador.

Político que voa de jatinho e se hospeda em hotel 5 estrelas com dinheiro de impostos pagos pelo povo e por empreendedores é alguém com "consciência social". Já o empreendedor que rala para pagar esses impostos e empregar o povo é a "elite".

Num país com esta "lógica matemática", quem acaba sofrendo mesmo são os pobres, manipulados por políticos e seus discursos populistas. Caindo nessa conversa mole, o mais provável é que, infelizmente, permaneçam pobres pelo resto da vida.

__________________________________

Levei meu filho de 6 anos de idade em seu primeiro dia de aula aqui nos EUA, há algumas semanas. Escola nova, vida nova, país novo, tudo novo na cabecinha de uma criança cheia de brilho nos olhos. Estava eu lá, ao seu lado, curtindo este momento.

Logo na entrada, havia uma placa eletrônica que, a cada dia, apresenta avisos importantes e estabelece um canal de comunicação instantâneo com os pais e alunos ao entrarem na escola.

Neste dia, havia uma mensagem que me chamou muita atenção e que me fez refletir bastante. A mensagem foi a seguinte:

WELCOME BACK [bem vindo de volta]

BE AMBITIOUS [seja ambicioso]

As duas frases apareciam, uma de cada vez, trocada eletronicamente e lida por cada pai e aluno que entrava na escola em seu primeiro dia de aula.

Pra pensar:

1. Você acha provável que a frase "seja ambicioso" fosse colocada na frente de uma escola no Brasil?

2. Caso fosse, que tipo de reação geraria?

3. Que tipo de mentalidade é desenvolvida com este tipo de ideologia (seja ambicioso) ensinada para as crianças desde cedo?

4. Que tipo de mentalidade é desenvolvida na nova geração por meio de ideologias que introjetam o vitimismo e o coitadismo?

Ser ambicioso é diferente de ser ganancioso. Ser ambicioso é ter o desejo de crescer, de evoluir, de construir, de fazer a diferença, de ser o melhor no que se faz; é nivelar por cima, é aumentar os seus referenciais, é pensar grande.

Se meu filho não tivesse acesso a este ensino na escola, eu mesmo o ensinaria. Infelizmente, este tipo de mentalidade tem sido rejeitada em muitos países, inclusive no Brasil. Também tem sido deixada de lado por muitas famílias que, infelizmente, pensam que ser ambicioso é sinônimo de ter um comportamento negativo. Consequência: a mediocrização do destino.

Você tem até o direito de não gostar com a frase "seja ambicioso", porém o mundo em que vivemos é resultado de pessoas ambiciosas que revolucionaram processos; empreendedores que construíram grandes empresas e criaram produtos dos quais você não desgruda; cientistas com novas descobertas; pesquisadores que promoveram o aumento de sua expectativa de vida etc.

Mesmo não gostando ou concordando com essa frase, você desfruta de uma vida que é resultado de pessoas e países que foram ambiciosos em vez de terem escolhido viver acomodados.

SEJA AMBICIOSO.

Acredite, não é pecado.

Por: Flavio Augusto Do site: http://www.mises.org.br/

domingo, 13 de novembro de 2016

A MENTIRA SOVIÉTICO-PALESTINA

- "A OLP foi idealizada pela KGB, que tinha tinha forte inclinação por organizações de libertação. — Ion Mihai Pacepa, ex-chefe do Serviço de Inteligência da Romênia.


- "A primeira providência da KGB foi destruir os registros oficiais de nascimento de Arafat no Cairo, substituindo-os por registros falsos, segundo os quais ele havia nascido em Jerusalém e era, portanto, um palestino de nascença". — Ion Mihai Pacepa.

- "O mundo islâmico era uma placa de Petri a postos na qual havia condições de cultivar uma cepa virulenta de ódio aos Estados Unidos, cultivada a partir da bactéria do pensamento marxista-leninista. O antissemitismo islâmico corria solto... A única coisa a fazer era ficar repetindo nossos lemas -- que os Estados Unidos e Israel eram "países fascistas, sionistas-imperialistas" financiados pelos judeus ricos". — Yuri Andropov, ex-chefe da KGB.

- Já em 1965, a URSS propôs formalmente uma resolução nas Nações Unidas condenando o sionismo como forma de colonialismo e racismo. Embora não tivesse tido sucesso em sua primeira investida, a ONU acabou por se mostrar uma organização extremamente receptiva à propaganda e ao preconceito soviético. Em novembro de 1975, a Resolução 3379 condenando o sionismo como "uma forma de racismo e discriminação racial" foi finalmente aprovada.


A recente descoberta que Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina (AP), era espião da KGB em Damasco em 1983, foi descartada por muitos na grande mídia como uma "curiosidade histórica...", só que a notícia emergiu em um momento particularmente inoportuno em que o Presidente Vladimir Putin estava procurando organizar novas conversações entre Abbas e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Como era de se esperar, a Autoridade Palestina imediatamente refutou a notícia. Nabil Shaath, alto funcionário da Fatah afirmou que Abbas jamais foi agente da KGB e classificou a alegação de"campanha difamatória."

A revelação, longe de ser uma "curiosidade histórica", é um aspecto de uma das muitas peças do quebra-cabeça no tocante às origens do terrorismo islâmico dos séculos XX e XXI. As origens são quase sempre ofuscadas e obscurecidas nas tentativas mal acobertadas em apresentar uma narrativa peculiar em relação às causas do terrorismo contemporâneo, ao mesmo tempo desacreditando todas e quaisquer evidências em contrário como "teorias da conspiração".

Não há nada de conspiratório acerca da última revelação. Ela consta em um documento nos arquivos Mitrokhin no Churchill Archives Center da Universidade de Cambridge do Reino Unido. Vasili Mitrokhin era ex-oficial de alta patente do Serviço de Inteligência, que mais tarde foi rebaixado a arquivista da KGB. Correndo perigo de vida gigantesco, ele passou 12 anos diligentemente copiando aqueles arquivos secretos da KGB, que se não fosse por meio de seu trabalho eles continuariam indisponíveis para o público (os arquivos sobre a inteligência estrangeira da KGB permanecem lacrados para o público, apesar do fim da União Soviética). Quando Mitrokhin desertou da Rússia em 1992, trouxe a cópia dos arquivos para o Reino Unido. Os trechos que deixaram de ser secretos dos arquivos Mitrokhin foram liberados ao público nos textos do professor da Universidade de Cambridge Christopher Andrew, que juntamente com o desertor soviético escreveram The Mitrokhin Archive (publicado em dois volumes). Os arquivos de Mitrokhin levaram, entre outras coisas, à descoberta de muitos espiões da KGB no Ocidente e em outras regiões.

Lamentavelmente a história da verdadeira dimensão das operações de influência e desinformação da KGB não é compreendida como deveria ser, considerando-se o imenso peso que a KGB exercia sobre assuntos internacionais. A KGB conduzia operações hostis contra a OTAN como um todo, contra a dissidência democrática dentro do bloco soviético e preparava e conduzia operações subversivas na América Latina e no Oriente Médio, que ressoam até os dias de hoje.

Além disso, a KGB atuava com extrema dedicação na criação de movimentos assim chamados de libertação na América Latina e no Oriente Médio, movimentos estes que levaram a efeito o terrorismo devastador − conforme documentado no The Mitrokhin Archive, entre outros lugares, bem como nos livros e textos de Ion Mihai Pacepa, o oficial comunista de mais alta patente a desertar do antigo bloco soviético.

Pacepa foi chefe do Serviço de Inteligência da Romênia e conselheiro pessoal do líder comunista romeno Nicolae Ceausescu antes de desertar para os Estados Unidos em 1978. Pacepa trabalhou por mais de 10 anos com a CIA para derrubar o comunismo, a Agênciadescreveu sua colaboração como "uma importante e singular contribuição para os Estados Unidos".

Em entrevista concedida em 2004 ao FrontPage Magazine, Pacepa ressaltou:

A OLP foi idealizada pela KGB, que tinha tinha forte inclinação por organizações de "libertação". A KGB criou o Exército de Libertação Nacional da Bolívia, em 1964 com a ajuda de Ernesto "Che" Guevara... a KGB também criou a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, que realizou atentados à bomba... Em 1964 o primeiro conselho da OLP composto por 422 representantes palestinos escolhidos a dedo pela KGB aprovou a Carta Nacional Palestina − documento este elaborado em Moscou. O Pacto Nacional Palestino e a Constituição Palestina também nasceram em Moscou, com a ajuda de Ahmed Shuqairy, agente influenciador da KGB que se tornou o primeiro presidente da OLP...

No Wall Street Journal, Pacepa explicou como a KGB construiu Arafat − ou seja, na linguagem corrente, como ela construiu uma narrativa para ele:

Ele era um burguês egípcio, mas foi transformado em dedicado marxista pela inteligência da KGB. A KGB o treinou em sua escola de operações especiais Balashikha na região leste de Moscou e em meados da década de 1960 decidiu prepará-lo como futuro líder de OLP. A primeira providência da KGB foi destruir os registros oficiais de nascimento de Arafat no Cairo, substituindo-os por registros falsos, segundo os quais ele havia nascido em Jerusalém e era, portanto, um palestino de nascença.

Conforme o já falecido historiador Robert S. Wistrich ressaltou em A Lethal Obsession (A Obsessão Fatal), a Guerra dos Seis Dias desencadeou uma campanha intensiva e prolongada por parte da União Soviética para deslegitimar Israel e o movimento de autodeterminação judaica, conhecido como sionismo. A manobra tinha como objetivo corrigir o dano causado ao prestígio da União Soviética depois que Israel derrotou seus aliados árabes:

Depois de 1967, a União Soviética começou a inundar o mundo com um fluxo constante de propaganda antissionista... Somente os nazistas em seus doze anos de poder tinham conseguido produzir um fluxo sustentado dessa magnitude de difamações e calúnias como instrumento de política nacional e externa[1].

Para tanto a URSS empregou uma série de palavras gatilho nazistas para descrever a derrota que os israelenses impuseram à agressão árabe de 1967, muitas das quais ainda são empregadas pela esquerda do Ocidente nos dias de hoje, quando se trata de Israel, tais como "praticantes de genocídio", "racistas", "campos de concentração" e "limpeza étnica".

Além disso, a URSS se envolveu em uma campanha internacional de calúnias e difamações no mundo árabe. Em 1972, a União Soviética lançou a operação "SIG" (Sionistskiye Gosudarstva, isto é: "Os Governos Sionistas"), com o objetivo de retratar os Estados Unidos como um "arrogante e esnobe feudo judaico, financiado pelo dinheiro judeu e gerido por políticos judeus, cujo objetivo era o de dominar todo o mundo islâmico". Cerca de 4.000 agentes foram enviados do bloco soviético para o mundo islâmico, armados com milhares de cópias da antiga farsa da Rússia czarista Os Protocolos dos Sábios de Sião. Segundo o chefe da KGB Yuri Andropov: o mundo islâmico era uma placa de Petri a postos na qual havia condições de cultivar uma cepa virulenta de ódio aos Estados Unidos, cultivada a partir da bactéria do pensamento marxista-leninista. O antissemitismo islâmico corria solto... A única coisa a fazer era ficar repetindo nossos lemas — que os Estados Unidos e Israel eram "países fascistas, sionistas-imperialistas" financiados pelos judeus ricos. O Islã, obcecado em impedir a ocupação de seu território pelos infiéis, seria extremamente suscetível à nossa caracterização do Congresso dos EUA como um órgão sionista ganancioso, que tinha como objetivo transformar o mundo em um feudo judaico.

Já em 1965, a URSS propôs formalmente uma resolução nas Nações Unidas condenando o sionismo como forma de colonialismo e racismo. Embora não tivesse tido sucesso em sua primeira investida, a ONU acabou por se mostrar uma organização extremamente receptiva à propaganda e ao preconceito soviético. Em novembro de 1975, a Resolução 3379 condenando o sionismo como "uma forma de racismo e discriminação racial" foi finalmente aprovada. A conquista se seguiu a quase uma década de diligente propaganda soviética dirigida ao Terceiro Mundo, retratando Israel como um Cavalo de Troia do imperialismo e racismo do Ocidente. A campanha foi criada para edificar suporte à política externa soviética na África e no Oriente Médio. [2] Outra tática era fazer comparações visuais e verbais, consistente e incessantemente, na mídia soviética entre Israel e a África do Sul (esta é a origem dos boatos sem o menor fundamento do "Apartheid israelense").

Não só no terceiro mundo, mas também a esquerda ocidental acreditaram piamente em toda essa propaganda soviética. A esquerda do Ocidente continua disseminando grandes parcelas dela até os dias de hoje. A bem da verdade, difamar alguém, quem quer que seja de racista, tornou-se uma das principais armas da esquerda contra aqueles que discordam dela.

Entre as táticas soviéticas para isolar Israel foi fazer com que a OLP parecesse "respeitável". De acordo com Pacepa, o dirigente romeno Nicolae Ceausescu foi incumbido desta tarefa, ele que já tinha conseguido a quase impossível façanha de propaganda de retratar ao Ocidente o implacável estado policial romeno como país comunista "moderado". Isso não tinha absolutamente nada a ver com a realidade, como foi finalmente revelado no julgamento contra Nicolae Ceausescu e sua esposa Elena em 1989, que culminou com a execução de ambos.
Yasser Arafat (esquerda) com o presidente romeno Nicolae Ceausescu durante uma visita a Bucareste em 1974. (imagem: Museu de História Nacional da Romênia)

Pacepa salientou no Wall Street Journal:

Em março de 1978, eu levei Arafat secretamente para Bucareste para as instruções finais sobre como se comportar em Washington. "Você simplesmente tem que continuar fazendo de conta que vai romper com o terrorismo e reconhecer Israel − repetir, repetir e repetir essa mesma ladainha," disse Ceausescu a Arafat... Ceausescu estava eufórico com a perspectiva de que Arafat e ele poderiam estar em condições de abocanhar o Prêmio Nobel da Paz, com suas exposições fraudulentas mostrando o ramo de Oliveira.

... Ceausescu não conseguiu ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Mas Arafat o conseguiu em 1994 − somente porque ele continuou desempenhando com perfeição o papel que lhe demos. Ele transformou sua organização terrorista OLP em um governo no exílio (Autoridade Palestina), sempre fingindo estar disposto a pôr fim ao terrorismo palestino, ao passo que na realidade o deixava correr solto. Dois anos depois da assinatura dos acordos de Oslo, o número de israelenses mortos por terroristas palestinos saltou 73%.

Em seu livro Red Horizons, Pacepa revelou o que Arafat lhe disse em uma reunião no quartel general da OLP em Beirute, isso na mesma época em que Ceausescu estava tentando tornar a OLP "respeitável":

Sou um revolucionário. Dediquei toda a minha vida à causa palestina e à destruição de Israel. Não vou mudar ou fechar um acordo. Eu não concordo com nada que reconheça Israel como um estado. Nunca... Mas estou sempre disposto a fazer com que o Ocidente acredite que eu quero o que o Irmão Ceausescu quer que eu faça. [3]

A propaganda abriu primorosamente o caminho para o terrorismo, explicou Pacepa naNational Review:

O General Aleksandr Sakharovsky, que montou a estrutura de inteligência comunista da Romênia, então sendo alçado para chefiar toda a inteligência externa da Rússia Soviética, muitas vezes me disse: "no mundo de hoje, quando armas nucleares tornaram obsoleta a força militar, o terrorismo deverá se tornar a nossa principal arma".

O general soviético não estava brincando. Somente em 1969, houve 82 sequestros de aviões em todo o mundo. Segundo Pacepa, a maioria desses sequestros foi cometida pela OLP ou por grupos associados, todos apoiados pela KGB. Em 1971, quando Pacepa visitou Sakharovsky em seu gabinete em Lubyanka (sede da KGB), o general se vangloriou: "sequestro de avião é minha invenção". A Al Qaeda praticou sequestros de aviões em 11 de setembro quando usaram os próprios aviões para explodir edifícios.

Dito isso, onde Mahmoud Abbas se encaixa nisso tudo? Em 1982 Mahmoud Abbas estudou em Moscou no Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da URSS. (Em 1983 ele se tornou espião da KGB). Lá ele escreveu sua tese, publicada em árabe com o título O Outro Lado: O Segredo das Relações Entre o Nazismo e a Liderança do Movimento Sionista.Nela ele nega a existência das câmaras de gás nos campos de concentração e questiona o número de vítimas do Holocausto, sustentando que os 6 milhões de judeus que tinham sido mortos "uma mentira fantasiosa", simultaneamente culpando os judeus pelo Holocausto. Seu orientador de tese foi Yevgeny Primakov, que mais tarde se tornou Ministro das Relações Exteriores da Rússia. Mesmo depois de terminada a tese, Abbas manteve laços estreitos com a liderança soviética, militares e membros dos serviços de segurança. Em janeiro de 1989, foi nomeado Copresidente do Grupo de Trabalho Palestino Soviético (depois Russo Palestino) sobre o Oriente Médio.

Quando o atual dirigente dos árabes palestinos era acólito da KGB − cujas maquinações custaram a vida de milhares de pessoas somente no Oriente Médio − isto não pode ser considerado como "curiosidade histórica", mesmo que os formadores de opinião contemporâneos queiram que seja visto desta maneira.

Embora Pacepa e Mitrokhin soaram o alarme há muitos anos, poucas pessoas se interessaram em ouvi-los. Mas deveriam tê-los ouvido.

Judith Bergman é escritora, colunista, advogada e analista política. 26 de Outubro de 2016

Original em inglês: The Soviet-Palestinian Lie
Tradução: Joseph Skilnik Do site:https://pt.gatestoneinstitute.org

OS ALEMÃES ESTÃO DEIXANDO EM MASSA A ALEMANHA

- Mais de 1.5 milhão de alemães, muitos deles altamente qualificados, deixaram a Alemanha na década passada. — Die Welt.


- A Alemanha está diante de uma escalada de crimes cometidos por migrantes, incluindo uma epidemia de estupros e ataques sexuais. A migração em massa também está acelerando a islamização da Alemanha. Muitos alemães parecem estar perdendo a esperança em relação à futura direção que o país irá seguir.

- "Nós, refugiados... não queremos viver no mesmo país que vocês. Vocês podem, e eu acho que deveriam deixar a Alemanha. E por favor, levem a Saxônia e a Alternativa para a Alemanha (AfD) com vocês... Por que vocês não vão para outro país? Nós estamos cheios de vocês!" — Aras Bacho, migrante sírio de 18 anos de idade, no jornal Der Freitag, outubro de 2016.

- Uma corretora de imóveis em uma cidade perto do Lago Balaton, um destino turístico muito procurado no oeste da Hungria, contou que 80% dos alemães que estão mudando para lá culpam a crise migratória como o principal motivo que os incentiva a deixarem a Alemanha.

- "Eu acredito que não há lugar para o Islã na Alemanha. Eu considero o Islã uma entidade estrangeira que trouxe mais problemas do que benefícios ao Ocidente. Na minha opinião, muitos seguidores desta religião são mal-educados, exigentes e desprezam a Alemanha." — Um cidadão alemão que emigrou da Alemanha, em uma "Carta Aberta ao Governo Alemão."

- "Eu acredito que a imigração está causando mudanças importantes e irreversíveis na sociedade alemã. Estou furioso que isso esteja acontecendo sem a aprovação direta dos cidadãos alemães... Eu acredito que é uma vergonha que os judeus da Alemanha devam, de novo, ter medo de serem judeus." — Um cidadão alemão que emigrou da Alemanha, em uma "Carta Aberta ao Governo Alemão."
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Um número cada vez maior de alemães está abandonando os bairros nos quais residiram a vida inteira enquanto outros estão deixando a Alemanha para sempre à medida que a imigração em massa vem transformando regiões do país radicalmente, a ponto de ficarem irreconhecíveis.

Dados da agência de estatísticas alemã Destatis, mostram que 138.000 alemães deixaram a Alemanha em 2015. A expectativa é que mais emigrem em 2016. Em um artigo sobre a fuga de cérebros intitulado "O talento alemão está deixando em massa o país", o jornal Die Weltreportou que mais de 1.5 milhão de alemães, muitos deles altamente qualificados, deixaram a Alemanha na década passada.

As estatísticas não dizem o porquê dos alemães estarem emigrando, mas segundo rumores muitos estão acordando para o verdadeiro custo — financeiro, social e cultural — da decisão da Chanceler Angela Merkel de permitir a entrada no país de mais de um milhão de migrantes, em sua maioria muçulmanos, em 2015. A expectativa é a de que pelo menos 300.000 migrantes cheguem à Alemanha em 2016, de acordo com Frank-Jürgen Weise, chefe do departamento de migração do país, BAMF.

A migração em massa tem — entre os inúmeros problemas que o país está enfrentando — contribuído para a crescente sensação de insegurança na Alemanha, que está diante de uma escalada de crimes cometidos por migrantes, incluindo a epidemia de estupros e ataques sexuais. A migração em massa também está acelerando a islamização da Alemanha. Muitos alemães parecem estar perdendo a esperança em relação à futura direção que o país irá seguir.
No auge da crise migratória em outubro de 2015, cerca de 800 cidadãos se aglomeraram na câmara municipal em Kassel/Lohfelden para protestar contra uma decisão unilateral do governo local de erguer abrigos para migrantes na cidade. O Presidente de Kassel, Walter Lübcke, respondeu àqueles que não concordam com a política de portas abertas para a imigração do governo que eles são "livres para deixarem a Alemanha assim que o desejarem".

Esta resposta ecoou em um audacioso ensaio publicado em outubro de 2016 pelo jornal Der Freitag, (também publicado pela Huffington Post Deutschland, que posteriormente excluiu o post). No artigo, Aras Bacho, imigrante sírio de 18 anos de idade sugeriu aos alemães que estão furiosos com a crise migratória que deixem a Alemanha. Ele ressaltou:


"Nós, refugiados... estamos fartos dos cidadãos furiosos (Wutbürger). Eles insultam e incitam como loucos... Sempre há esses incitamentos de desempregados racistas (Wutbürgern), que passam o tempo todo na Internet esperando até que apareça um artigo sobre refugiados. Depois começam a pipocar os vergonhosos comentários...

"Olá, vocês furiosos cidadãos desempregados (Wutbürger) na Internet. Como está a educação de vocês? Por quanto mais tempo vocês vão continuar distorcendo a verdade? Vocês não sabem que estão espalhando mentiras todo santo dia? O que vocês fariam se estivessem na pele deles? Bem, vocês teriam fugido!

"Nós, refugiados... não queremos viver no mesmo país que vocês. Vocês podem, e eu acho que deveriam deixar a Alemanha. E por favor, levem a Saxônia e a Alternativa para a Alemanha (AfD) com vocês.

"A Alemanha não serve para vocês, por que você moram aqui? Por que vocês não vão para outro país? Se este é o seu país, prezados cidadãos furiosos (Wutbürger), então se comportem civilizadamente. Caso contrário, vocês podem simplesmente fugir da Alemanha e procurar um novo lar. Vão para os Estados Unidos, para Donald Trump, ele vai amar muito vocês. Nós estamos cheios de vocês!"

Em maio de 2016 a revista semanal Focus, relatou que os alemães estão se mudando para a Hungria. Uma corretora de imóveis em uma cidade perto do Lago Balaton, um destino turístico muito procurado no oeste da Hungria, contou que 80% dos alemães que estão mudando para lá culpam a crise migratória como o principal motivo que os incentiva a deixarem a Alemanha.

Um cidadão alemão, que emigrou da Alemanha recentemente e que pediu para não ser identificado escreveu uma "Carta Aberta ao Governo Alemão". O documento, que foi publicado no site Politically Incorrect, afirma:

"Há poucos meses eu emigrei da Alemanha. Minha decisão não foi tomada por motivos financeiros e sim, principalmente, devido à minha insatisfação com a atual situação política e social em minha terra natal. Em outras palavras, acredito que eu e especialmente meus filhos terão uma vida melhor em outro lugar. Melhorpara mim neste contexto significa, acima de tudo, uma vida em que eu possa desfrutar da liberdade, autodeterminação e salários dignos, no que diz respeito à tributação.

"Entretanto eu não quero fechar as portas e apenas ir embora discretamente. Eu gostaria, por meio desta, explicar de uma forma construtiva porque eu decidi deixar a Alemanha.

1. "Eu acredito que não há lugar para o Islã na Alemanha. Eu considero o Islã uma entidade estrangeira que trouxe mais problemas do que benefícios ao Ocidente. Na minha opinião muitos seguidores desta religião são mal-educados, exigentes e desprezam a Alemanha. Em vez de darem um basta à islamização na Alemanha (e ao consequente fim da nossa cultura e liberdade), a maioria dos políticos, ao que tudo indica, está mais preocupada em ser reeleita e, consequentemente prefere ignorar ou minimizar o problema do Islã.

2. "Eu acredito que as ruas alemãs são menos seguras do que deveriam ser, dadas as nossas oportunidades tecnológicas, legais e financeiras.

3. "Eu acredito que a UE tem uma deficiência democrática que limita a minha influência como cidadão democrático.

4. "Eu acredito que a imigração está causando mudanças importantes e irreversíveis na sociedade alemã. Estou furioso que isso esteja acontecendo sem a aprovação direta dos cidadãos alemães, mas mesmo assim está sendo imposta por vocês aos cidadãos alemães e à próxima geração.

5. "Eu acredito que a mídia alemã está desistindo cada vez mais da sua neutralidade e que a liberdade de expressão neste país só existe de forma limitada.

6. "Eu acredito que na Alemanha os preguiçosos estão sendo bajulados enquanto os trabalhadores estão sendo punidos.

7. "Eu acredito que é uma vergonha que os judeus da Alemanha devam, de novo, ter medo de serem judeus."

Muitos alemães têm notado a tendência de uma integração inversa, na qual se espera que as famílias alemãs se adaptem aos costumes e hábitos sociais dos migrantes, e não o contrário.

Em 14 de outubro, o jornal Tageszeitung de Munique publicou uma carta profundamente emotiva e sincera de uma mulher chamada "Anna", mãe de dois filhos, que escreveu sobre a sua decisão de mudar com a família para fora da cidade porque os migrantes estavam tornando sua vida insuportável. Na carta, dirigida ao prefeito de Munique Dieter Reiter, ela assinala:

"Hoje eu quero escrever-lhe uma espécie de carta de despedida (Abschiedsbrief) explicando porque eu juntamente com a minha família estamos deixando a cidade, mesmo que, provavelmente, ninguém se incomode.

"Eu tenho 35 anos de idade, moro aqui com meus dois filhos ainda pequenos e meu marido em uma luxuosa casa geminada com garagem. Portanto, poder-se-ia dizer que estamos muito bem segundo os padrões de Munique ... Moramos em uma casa muito confortável com muito espaço ao lado de um parque com muito verde. Então por que uma família como a nossa iria resolver mudar de cidade? ....

"Suponho que seus filhos não fazem uso de espaços públicos, que eles não usam transporte público e que não frequentam escolas públicas em "áreas problemáticas". Também imagino que vocês e outros políticos raramente, se é que algum dia deram uma volta por aqui.

"Continuando, em uma manhã de segunda-feira eu participei de um pequeno café da manhã para mulheres do bairro patrocinado pela Cidade de Munique. No café da manhã eu me encontrei com 6 ou 8 mães, algumas vieram com seus filhos. Todas usavam véus e nenhuma falava alemão. Os organizadores do evento rapidamente me informaram que provavelmente eu iria ter dificuldade em me integrar (ipsis litteris!!!). Devo salientar que sou alemã. Falo alemão fluente... e não uso véu. De modo que dei um breve sorriso e disse que gostaria de tentar me integrar. Infelizmente, pelo fato de que foi pedido a todas que trouxessem algo para beliscar, eu trouxe um sanduíche de salame e presunto para o café da manhã, . Então é claro que assim eu tinha ainda menos chance de me integrar.

"Não foi possível falar alemão com ninguém no café da manhã das mulheres, que na verdade foi organizado com o intuito de promover a integração, mas ninguém estava interessado nisso. Os organizadores não insistiram que se falasse alemão e as mulheres, que pareciam fazer parte de um grupo árabe/turco, simplesmente queriam usar o recinto.

"Então perguntei acerca do brunch familiar... Fui avisada que o brunch seria realizado em recintos separados. Homens em um recinto e mulheres em outro. No começo pensei que se tratava de uma piada de mau gosto. Infelizmente, não era...

"De modo que a minha impressão em relação a esses eventos para promover a integração é lastimável. Não há nenhum tipo de interação!!! Como é possível a cidade de Munique tolerar uma coisa dessas? Na minha opinião, todo o conceito desses eventos para promover a integração deve ser questionado... Fui informada que não posso incluir carne de porco na lancheira do meu filho!!! Olá?! Nós estamos aqui na Alemanha! ....

"Resumindo, eu acho que a situação faz com que eu sinta que nós somos realmente indesejados aqui. Que a nossa família realmente não se enquadra aqui. Às vezes meu marido diz que ele tem a sensação de que agora somos a maior minoria sem nenhum lobby. Para cada grupo há uma instituição, um local, um interesse público, mas para nós, um casal heterossexual, casado, com dois filhos, não desempregado, nem deficiente nem islâmico, para pessoas como nós não há mais nenhum interesse.

"Quando eu disse na escola do meu filho que estávamos pensando em sair da cidade e as razões que nos levaram a isso, fui veementemente atacada pela direção da escola. Por causa de pessoas como nós, disseram eles, é que a integração não funciona, precisamente porque nós tiramos nossos filhos. Pelo menos duas mães se exasperaram de maneira ofensiva. A direção da escola me tachou de "xenófoba".

"É exatamente por esta razão que pessoas como eu perderam a paciência e resolveram votar para outros partidos políticos... Sendo bem franca, visitei cerca de 50% dos países do mundo, tenho mais amigos estrangeiros que alemães e não tenho absolutamente nenhum preconceito ou aversão a pessoas por conta de sua origem. Vi muitas coisas mundo afora e sei que a forma com que a integração está sendo conduzida aqui fará com que outros também cheguem a este tipo de conclusão: ou mandamos nossos filhos para escolas particulares, jardins de infância ou mudamos para outras comunidades. Bem, então, até logo!!!"

Por: Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. 25 de Outubro de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site:https://pt.gatestoneinstitute.org