segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

QUEBEC: A CRISE DO OCIDENTE

- Quebec, assim como todo o Ocidente está enfrentando uma crise existencial, religiosa e demográfica.


- A escalada de óbitos em Quebec está inequivocamente ligada aos apelos para o aumento da imigração. O primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau, que pôs um fim à campanha militar contra o Estado islâmico, simplesmente convidou migrantes muçulmanos a virem ao seu país.

- A resistência ao dramático colapso do cristianismo em Quebec não requer necessariamente um novo abraço ao velho catolicismo, mas com certeza necessita de uma redescoberta racional sobre o que a democracia ocidental deveria ser. O que inclui a apreciação da identidade ocidental e dos valores judaico-cristãos - tudo o que o governo de Trudeau e grande parte da Europa, ao que tudo indica, se recusam a aceitar.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Bem-vindo a Quebec, com o seu sabor de uma antiga província francesa, com suas belas paisagens, onde as ruas levam o nome de santos católicos e onde um atirador acaba de assassinar seis pessoas em uma mesquita.

A violência pode ser a consequência de convulsões sociais, como no massacre na ilha de Utoya na Noruega em 2011, um país que se orgulhava ser ultrasecularizado, parte da "boa sociedade" global. Quebec também, assim como todo o Ocidente está enfrentando uma crise existencial, religiosa e demográfica.

George Weigel escreveu recentemente uma matéria na revista norte-americana First Things chamando Quebec de "bairro livre de catolicismo". "Não existe um lugar mais árido em termos religiosos", ressaltando: "provavelmente não há um lugar mais árido, em termos religiosos no planeta entre o Polo Norte e a Tierra del Fuego".

Sandro Magister, um dos mais proeminentes jornalistas da Itália em assuntos católicos salientou ": enquanto se conversa em Roma, Quebec já está perdida".

As edificações católicas em Quebec estão vazias, o clero está envelhecendo. Hoje em dia no interior da Igreja de Saint-Jude em Montreal os instrutores de fitness tomaram o lugar dos padres católicos. O Théatre Paradoxe em Montreal agora se encontra onde estava anteriormente a igreja de Notre-Dame-du-Perpétuel-Secours antes de fechar. A antiga nave cristã agora é usada para concertos e conferências, aos domingos os hinos cristãos foram substituídos por shows de discoteca.
A Igreja de Saint-Jude em Montreal virou o "spa Saint-Jude" dos "adoradores do bem-estar", totalmente equipado com personal trainers, festas badaladas com coquetéis e bancos estilosos em forma de crucifixo nos vestiários (Imagem: captura de tela de vídeo da Montreal.TV).


A Diocese de Montreal vendeu 50 igrejas e outros edifícios religiosos nos últimos 15 anos. Em 24 de Maio de 2015 foi celebrada a última missa na famosa Igreja de São João Batista, dedicada ao padroeiro dos franco-canadenses. O Bispo Auxiliar de Quebec Gaetan Proulx disse que a "metade das igrejas de Quebec" irão fechar nos próximos dez anos.

No filme "The Barbarian Invasions (As Invasões dos Bárbaros)" de Denys Arcand, "há uma cena em que um padre católico analisa peças de arte religiosa sem muito valor, que abarrotam a sua diocese, para mostrar a sua irrelevância. O velho padre diz:

"Quebec costumava ser tão católica quanto a Espanha ou a Irlanda, todos eram religiosos. Em um determinado momento nos idos do ano de 1966, a bem da verdade, as igrejas de repente, em questão de meses, ficaram vazias, Um fenômeno estranho que ninguém jamais foi capaz de explicar".

"O homem sem história, sem cultura, sem país, sem família e sem civilização não é livre: ele está nu e condenado ao desespero", ressalta o filósofo de Quebec Mathieu Bock-Côté.

O estado em que se encontra hoje o catolicismo em Quebec é realmente desesperador. Em 1966 havia 8.800 padres, hoje há 2.600, cuja maioria é idosa, muitos já residem em lares para idosos. Em 1945 a missa semanal contava com a participação de 90% da população católica, hoje são 4%. Centenas de comunidades católicas simplesmente desapareceram.

O Conselho de Quebec do Patrimônio Religioso reportou que somente em 2014 um número recorde de 72 igrejas foram fechadas. A situação é ainda pior na Arquidiocese de Montreal. Das 257 paróquias em 1966, havia 250 em 2000 e em 2013 apenas 169 paróquias. O cristianismo parecia estar em risco de extinção. O Arcebispo de Montreal Christian Lépine impôs uma moratória sobre a venda de igrejas.

À medida que as autoridades de Quebec impunham um secularismo agressivo como ferramenta para promover o multiculturalismo, Quebec testemunhava um aumento dramático no número de muçulmanos jovens que se juntaram ao Estado Islâmico. − Foram cometidos ataques terroristas por convertidos ao Islã - pessoas que rejeitaram o relativismo canadense para abraçar o fanatismo islamista. "O fundamentalismo secularista de Quebec chegou ao extremo de impor a todas as escolas públicas e privadas - a primeira instância dessa natureza em todo o mundo - um curso obrigatório sobre ética e cultura religiosa" ressaltou Sandro Magister.

Um relatório acadêmico concluiu:

"Dados do censo canadense mostram que o Islã é a religião que mais cresce no país e que embora a maior parte do crescimento da população muçulmana esteja relacionada com as taxas de natalidade dos muçulmanos e migração, desde 2001 a população muçulmana também aumentou em consequência das conversões religiosas dos canadenses não muçulmanos".

O declínio demográfico de Quebec também é revelador. A taxa de natalidade despencou de uma média de quatro filhos por casal para apenas 1,6 - bem abaixo do que os demógrafos chamam de "taxa de substituição populacional". Quebec é um caso singular em comparação aos países desenvolvidos no tocante à intensidade e velocidade com que as taxas de fertilidade total despencaram.

A escalada de óbitos em Quebec está inequivocamente ligada aos apelos para o aumento da imigração. O primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau, que pôs um fim à campanha militar contra o Estado islâmico, simplesmente convidou os migrantes muçulmanos a virem ao seu país.

Segundo os demógrafos, somente a província de Quebec precisa de 70.000 a 80.000 imigrantes por ano para compensar a sua baixa taxa de natalidade. Mas o que acontece quando um dos mais famosos territórios católicos do mundo passa por uma revolução dessa natureza cultural e religiosa, para compensar a queda demográfica?

A resistência ao dramático colapso de Quebec não requer necessariamente um novo abraço ao velho catolicismo, mas com certeza necessita de uma redescoberta racional sobre o que a democracia ocidental deveria ser. O que também inclui a apreciação da identidade ocidental e dos valores judaico-cristãos - tudo o que o governo de Trudeau e grande parte da Europa, ao que tudo indica, se recusam a aceitar. Metade dos ministros de Trudeau não foram empossados com um juramento religioso. Eles se recusaram até a dizer "com a ajuda de Deus".

O lema de Quebec é: "je me souviens": Eu me lembro. Mas do que, exatamente? No "bairro livre de catolicismo" o vencedor será o Islã?
Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.Original em inglês: Quebec: The Crisis of the West
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O QUE EXATAMENTE É "RACISMO"?


Gostaria de analisar duas palavras que o estado e seus parasitas empregaram com muito sucesso obtendo aumentos no poder do governo. Uma é racismo. A outra é igualdade.

O que exatamente é “racismo”? Quase nunca ouvimos uma definição. Duvido que alguém realmente saiba o que é. Se não acredita, pergunte a si mesmo por que, se racismo é algo realmente claro e determinado, há esta incessante discordância sobre quais pensamentos e comportamentos são “racistas” e quais não são?

Se pressionada, uma pessoa comum provavelmente definiria racismo nos termos que Murray N. Rothbard definiu antissemitismo, envolvendo ódio e/ou a intenção de usar violência, seja conduzida pelo estado ou de outra forma, contra o grupo desprezado:

Me parece que existem apenas duas definições defensáveis e sustentáveis de antissemitismo: uma, se concentrando no estado mental subjetivo da pessoa, e a outra, “objetivamente”, nas ações que ela desempenha ou as medidas que ela defende. Para a primeira, a melhor definição de antissemitismo é simples e conclusiva: uma pessoa que odeia todos os judeus. . . .

Como, a menos que sejamos um amigo íntimo, ou seu psiquiatra, podemos saber o que está dentro do coração da pessoa? Então, talvez, o foco deveria ser, não no subjetivo estado mental ou emocional da pessoa, mas em uma proposição que possa ser checada pelos observadores que não a conhecem pessoalmente. Neste caso, deveríamos focar no objetivo, ao invés do subjetivo, que são as ações e opiniões da pessoa. Bem, neste caso, a única definição racional de um antissemita seria alguém que defende que desvantagens políticas, legais, econômicas e sociais sejam impostas aos judeus (ou, claro, tenha participado dessas imposições).

Então, o que parece ser razoável é: (1) alguém é racista se ele odeia um grupo racial específico, mas (2) já que não conseguimos ler a mente das pessoas, e já que acusar alguém de odiar todo um grupo de pessoas é uma acusação muito grave, ao invés de tentar ler a mente do suspeito devemos ver se ele defende que desvantagens sejam impostas contra o grupo em questão.

De volta a Rothbard:

Mas dessa forma não estou fazendo a definição de antissemitismo perder o sentido? Claro que não. Na definição subjetiva, pela própria natureza da situação, eu não conheço nenhuma pessoa assim, e duvido que Smear Bund conheça. Na definição objetiva, onde observadores podem obter mais conhecimento, e deixando de lado os evidentes antissemitas do passado, temos nos EUA moderno antissemitas autênticos: grupos como o movimento Christian Identity, ou a Aryan Resistance, ou o autor do romance Turner’s Diaries. Mas estes são grupos marginais, você diria, sem importância q que não valha a pena se preocupar? Sim, companheiro, e este é exatamente o ponto.

Por outro lado, talvez um “racista” seja alguém que acredite que grupos diferentes tendem a ter características comuns, mesmo concordando com o ponto axiomático de que cada indivíduo é único. Mas seja estrutura familiar, uma inclinação ao alcoolismo, uma reputação de trabalhador dedicado, ou uma variedade de outras qualidades, Thomas Sowell reuniu uma vasta quantidade de estudos que mostram que essas características não estão nem perto de serem distribuídas igualmente nas populações.

Os chineses, por exemplo, ficaram conhecidos em países pelo mundo todo por trabalharem muito duro, geralmente sob condições particularmente difíceis. (Na verdade esta é uma das razões porque os sindicatos trabalhistas americanos desprezaram os trabalhadores chineses no século XIX.) Na metade do século XX, a minoria chinesa dominou os mais importantes setores da economia malaia mesmo sendo oficialmente discriminados na constituição malaia, e tinham o dobro do rendimento do malaio médio. Eles eram donos da grande maioria dos moinhos de arroz na Tailândia e nas Filipinas. Eles conduziam mais de 70% do comércio de varejo na Tailândia, Indonésia, Camboja, Filipinas e Malásia.

Podemos contar uma história semelhante sobre os armênios em várias partes do mundo, assim como os judeus e os indianos ocidentais. Americanos-japoneses, uma vez discriminados severamente a ponto de serem confinados em campos durante a Segunda Guerra Mundial, chegaram a se igualar com os brancos em rendimentos no ano de 1959, e ultrapassaram em 1/3 o rendimento dos brancos uma década depois.

Da mesma forma os alemães, cuja reputação e feitos em artesanatos, ciência e tecnologia foram evidentes não apenas na Alemanha, mas também entre alemães nos EUA, Brasil, Austrália, Tchecoslováquia e Chile. Eles tiveram mais fazendas prósperas que os fazendeiros irlandeses na Irlanda do século XVIII, que fazendeiros brasileiros no Brasil, fazendeiros russos na Rússia e fazendeiros chilenos no Chile.

Judeus têm rendimentos maiores que hispânicos nos EUA; isto, nos dizem solenemente, é resultado da “discriminação”. Sério? Como Sowell aponta, então como explicamos por que judeus têm rendimento superiores que hispânicos em países hispânicos?

De acordo com as regras ilógicas em vigor na sociedade Americana, Sowell, sendo negro, tem permissão de discutir estes fenômenos, enquanto o resto de nós é demonizado, tem a carreira destruída e a reputação arruinada se mencionamos qualquer um destes indícios proibidos.

Portanto, para não levantar suspeitas de “racismo”, deve-se evitar riscos pelo menos fingindo acreditar nas seguintes proposições:

– disparidades de rendimentos entre grupos são totalmente ou em grande parte explicáveis pela “discriminação”;

– se uma minoria é “subrepresentada” em uma profissão específica, a causa tem que ser “racismo”;

– se estudantes de alguma minoria são desproporcionalmente castigados na escola, a causa tem que ser “racismo”, mesmo se os próprios professores envolvidos pertençam a mesma minoria;

– se resultados de testes – tanto nas escolas como no setor privado – são diferentes por grupos raciais, é evidência que os testes são culturalmente tendenciosos, mesmo que as questões com as maiores disparidades sejam as com menos conteúdo cultural.

Não é preciso dizer que nenhuma dessas declarações é defensável, mas é preciso acreditar em todas elas. Céticos, logicamente, são “racistas”.

As seguintes opiniões ou proposições foram todas declaradas “racistas” em um momento ou outro,or uma fonte ou outra:

– ação afirmativa é indesejável;

– leis antidiscriminação são uma violação dos direitos de propriedade privada e da liberdade de contrato;

– Brown vs. Board of Education foi baseado em falhas de raciocínio;

– a extensão do racismo na sociedade americana é exagerada.

Alguém poderia desenvolver estas declarações sob as mais variadas bases. Porém, já que de acordo com websites esquerdistas bem populares como Daily Kos, ThinkProgress e Media Matters, é “racista” acreditar em qualquer uma delas, não importa quais sejam seus argumentos. Você é um “racista”. Proteste o quanto quiser, mas quanto mais tentar, mais os comissários te difamam e ridicularizam. Você pode fazer parecer que tenha razões logicamente consistentes e moralmente impecáveis para justificar suas opiniões, mas tudo isso não passa de cortina de fumaça para o “racismo”, no que tange aos comissários. A única maneira de satisfaze-los é abandonando suas opiniões (e mesmo assim eles ainda irão por em dúvida sua sinceridade), mesmo que você não tenha vergonha delas.

Então, acusações de “racismo” quase sempre envolvem tentativas de leitura de mentes – e.g., aquela pessoa alega ser contra leis antidiscriminação por causa de algum tipo de princípio, mas sabemos que é porque ele é um racista.

Ver libertários, que deveriam ter uma maior noção das coisas, embarcando no trem do controle de pensamento, ou fingindo que todo esse tema é sobre a liberdade de ser um imbecil, é extremamente tacanho e lastimável. O estado usa a fraude do “racismo” como justificação para mais crescimento do seu poder sobre a educação, o emprego, a distribuição de riqueza e muitas outras coisas. Enquanto isso, ele silencia os críticos da violência estatal com a palavra mágica e nunca definida “racismo”, uma acusação que o crítico tem que passar o resto da sua vida tentando contestar, apenas para descobrir que os vigaristas raciais não irão retirar a maldição até que ele se humilhe completamente e repudie toda sua filosofia.

Se ele tentar se defender alegando que ele tem grandes amigos que pertencem aquele grupo, ele é acusado de ódio, ele será ainda mais ridicularizado. A seguir Rothbard novamente:

Eu também gostaria de florear um ponto: Por toda a minha vida ouvi anti-antissemitas ridicularizarem gentios que, ao se defenderem de acusações de antissemitismo, protestaram dizendo que “alguns dos meus melhores amigos são judeus”. Esta frase é sempre ridicularizada, como se uma simples ridicularização fosse uma refutação de um argumento. Mas me parece que a ridicularização é normalmente usada aqui precisamente porque o argumento é conclusivo. Se alguns dos melhores amigos do Senhor X são realmente judeus, é absurdo e autocontraditório acusa-lo de ser antissemita. E isso deveria se encerrar ai.

É difícil discordar de Rothbard nessa. Se alguém foi acusado de não gostar de carne, mas pudermos demonstrar que ele gosta muito de hambúrgueres e bolo de carne, isto iria virtualmente destruir a acusação, não?

Não conheço ninguém que odeie grupos inteiros de pessoas , e as que o fazem são uma minoria tão minúscula que suas organizações são formadas por partes iguais de lunáticos e informantes do FBI. Do mesmo modo, não conheço ninguém que defenda o uso de violência oficial contra grupos específicos.

Deveríamos querer tratar as pessoas com justiça e respeito. Qualquer pessoa decente sente que deveria ser assim. Mas como e quando a “igualdade” entrou no jogo, excetuando-se o trivial e óbvio sentido libertário que devemos todos igualmente abster-se de agredir um ao outro?

O que o estado mais gosta é declarar guerra, contra as drogas, ou o terrorismo, ou a pobreza, ou a “desigualdade”. O estado ama a “igualdade” como um princípio organizacional, porque ela nunca pode ser alcançada. E no curso de se tentar, o estado adquire cada vez mais poder sobre cada vez mais práticas e instituições. Qualquer um que questione a premissa da igualdade é açoitado para fora da sociedade “civilizada” – uma bela fraude ela é, e sem dúvida não é um lugar para libertários.

Se é a igualdade material que queremos, ela iria desaparecer no momento que fosse alcançada, assim que as pessoas retomassem seus padrões de gastos normais e os bens e serviços oferecidos por algumas pessoas fossem mais valorizados do que os oferecidos por outras. Se é “igualdade de oportunidades”, então teríamos que abolir a família, como tantos planos socialistas seriamente contemplaram, já que as condições domésticas possuem um grande peso no sucesso dos filhos.

É claro que nos opomos a desigualdade que resulta de privilégios estatais especiais gozados por certas pessoas e grupos. Mas a verdadeira questão aqui não é a desigualdade per se, mas justiça e propriedade privada.

Até mesmo o velho ditado sobre igualdade na visão de Deus não está certo. Erik von Kuehnelt-Leddihn, o tradicional católico e liberal clássico, notou que Judas, que traiu Cristo, não era de nenhuma forma “igual” ao amado discípulo, e que as origens da “igualdade” estavam na ânsia de Lúcifer ser igual a Cristo. Ele acrescentou:

O igualitarismo, na melhor das hipóteses, não passa de hipocrisia; se é aceitada e acreditada de coração, sua ameaça é maior. Deste modo, todas as desigualdades reais parecem sem exceção serem injustas, imorais e intoleráveis. Ódio, infelicidade, tensão, uma inadaptação geral é o resultado. A situação é ainda pior quando esforços brutais são feitos para estabelecer a igualdade através de um processo de nivelamentos artificiais (“engenharia social”) que só pode ser feito através da força, restrições, ou terror, e o resultado é a perda completa da liberdade.

Portanto, se queremos ser livres, temos que evitar o estado, seus métodos, e sua linguagem.
Por: Lew Rockwell, chairman e CEO do Ludwig von Mises Institute, em Auburn, Alabama, editor do website LewRockwell.com, e autor dos livros Speaking of Liberty e The Left, the Right, and the State.
Tradução Fernando Chiocca  Artigo original aqui  Do site: http://rothbardbrasil.com

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

7 GASTOS QUE O GOVERNO PODERIA CORTAR QUE ULTRAPASSAM R$ 1 BILHÃO


Ocorrido numa época em que a economia brasileira ainda sabia o que era crescimento e a popularidade do ex-presidente Lula era suficiente para eleger sem dificuldades uma então desconhecida Dilma Rousseff, o debate entre Rodrigo Constantino e Ciro Gomes poderia ter ficado marcado como uma das primeiras vezes em que alguém contestou a política econômica do governo. Em vez disso, acabou ganhando notoriedade por uma pergunta retórica feita por Ciro: onde encontrar R$ 1 bilhão em gastos do governo para cortar? A pergunta acabou sem resposta, e pegou:

E aí, dá bilhão?

Desperdícios e mau uso do dinheiro público são práticas recorrentes e, muitas vezes, de conhecimento amplo da população. Considere, por exemplo, os gastos para instalação de uma refinaria que nunca foi construída, a construção de um hospital sem uso no interior e um aquário cuja obra parou por falta de verba – em um estado que está há 5 anos em meio à seca -, e os prejuízos já somariam muito mais que R$ 1 bilhão, apenas aos cearenses que bancaram tais obras na gestão do ex-governador Cid Gomes, irmão de Ciro. Mas, afinal, por que é tão difícil saber onde cortar esse tal bilhão?

Entender o orçamento federal não é uma tarefa fácil e nem mesmo o portal da transparência é de grande ajuda se você não estiver familiarizado com os termos técnicos usados por lá. Para encontrar onde cortar, é preciso encarar um problema: nem todo o orçamento é definido pelo governo. Saúde e educação, por exemplo, têm parte do total arrecadado garantido por lei. A previdência, que corresponde a 42% de todo o gasto não financeiro do governo, também não pode ser alterada, assim como boa parte dos gastos com o funcionalismo.

Para economizar o valor necessário para fazer seu ajuste fiscal, Dilma Rousseff preferiu avançar sobre o que excedia o mínimo em educação e saúde, cortar investimentos e gastos de custeio. Em 2015, foram R$ 10,7 bilhões cortados apenas na educação.

Mas não seria melhor buscar alternativas e cortar este valor dentro do orçamento federal, que já ultrapassa R$ 2 trilhões, sem mexer nos gastos com saúde e educação? A resposta é sim, e há muito o que cortar. Abaixo, apontamos alguns exemplos:
1. O Bolsa Empresário (R$ 30,2 bilhões)


Falar em corte de gastos sem citar a forma como cada trabalhador comum subsidia grandes empresas (aquelas cujo faturamento passa dos R$ 300 milhões anuais) seria quase uma heresia.

Chamado pelo governo de PSI (Programa de Sustentação de Investimento), o “Bolsa Empresário” consiste em uma estratégia que repassa recursos do Tesouro Nacional ao BNDES, a juros mais do que camaradas. Entre 2008 e 2013 foram nada menos do que R$ 525 bilhões.

O governo capta essa grana pagando 13,75% de juros e recebe do BNDES 5%. A diferença sai do seu bolso. Nada menos do que 70% disso tem como destino o financiamento de grandes empresas.

Cortar este tipo de gasto não é nenhum absurdo. Em 2016, o BNDES devolveu R$ 100 bilhões deste programa. A ação recebeu duras críticas de pessoas que julgam que isto descapitaliza o banco e o impede de conceder financiamentos. Dentre os principais críticos estavam Dilma Rousseff e o próprio Ciro Gomes, que chegou a chamar a medida de “pedalada” e afirmar que isto destruiria o banco, atendendo o interesse dos bancos privados.

Na prática, porém, a estratégia do BNDES não foi capaz de elevar o nível de investimento do país e é um dos principais pesos sobre a dívida pública.
2. Limitar a Lei Rouanet aos pequenos artistas (R$ 1.7 bilhão)


Criada ainda no governo Collor para estimular projetos na área cultural, a Lei Rouanet tornou-se um instrumento de distorções na própria indústria do entretenimento. Em 2014, por exemplo, cerca de 50% do valor total dos recursos destinados à lei foram concedidos a 3% dos 3,3 mil projetos aprovados. Neste ano, foram concedidos R$ 3,5 bilhões em autorizações para captar.

Com mais de R$ 65 bilhões em renúncias fiscais autorizadas nos últimos 12 anos, a lei garante que grandes empresas possam bancar parte da sua publicidade com recursos públicos.

Projetos culturais de fundações ligadas a bancos ou grupos bilionários, como CSN, Vale do Rio Doce e Globo, recebem anualmente milhões em verbas e incentivo fiscal. Até mesmo projetos com fins lucrativos já contaram com apoio da lei, como foi o caso do Rock in Rio e outros festivais.

Ou seja, se o governo cortasse metade dos recursos destinados ao financiamento de projetos culturais via Lei Rouanet, os 97% destes projetos que realmente precisam do apoio continuariam sendo atendidos e a economia poderia passar, e muito, de R$ 1 bilhão.
3. TV Brasil, a TV Traço (R$ 1 bilhão)


Criada em 2007, a TV Brasil, parte da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), é o segmento mais conhecido de um dos projetos mais ambiciosos do governo Lula. Pode ser que você jamais tenha ouvido falar de algum programa transmitido por ela, mas isso pouco importa. O fato é que, assistindo ou não, você está ajudando a bancá-la. A audiência da TV Brasil é 40 vezes menor do que a audiência da Globo quando entra em manutenção.

A imagem borrada do canal 62 de São Paulo talvez seja o melhor símbolo para o que este projeto se tornou de fato. Segundo a direção da empresa, a falta de qualidade na transmissão, que lembra a TV brasileira nos anos 80, se deve ao fato de a emissora não possuir os recursos necessários para investir em equipamentos de áudio e imagem, que garantam um padrão similar ao de suas concorrentes privadas.

Na prática, a empresa serve como um grande cabide de empregos. Jornalistas conhecidos pelo seu apoio ao governo anterior desfrutam de salários que chegam aos R$ 80 mil mensais, ainda que ninguém assista seus programas e o horário de maior audiência seja a transmissão da série B do campeonato paulista, pela qual a emissora pagou R$ 14 milhões.
4. Extinguir cargos comissionados (R$ 3,5 bilhões mensais)


Com seis vezes mais cargos de confiança que os Estados Unidos, ou 40 vezes mais que a Alemanha, o governo brasileiro é um verdadeiro prodígio quando se trata da arte de empregar pessoas apenas por indicação.

Por aqui, o famoso QI (Quem Indica) é fundamental para ocupar boa parte dos 22,5 mil cargos comissionados na administração federal.

Por mês, o custo de tantos servidores não concursados chega a R$ 3,5 bilhões, segundo o TCU. Este valor ajuda a alimentar partidos e a própria máquina política, uma vez que os funcionários indicados, via de regra, contribuem com parte do seu salários para os partidos que fizeram a indicação.

Ocupar tantos cargos de confiança, sem concurso e sem comprometimento além daquele com quem os colocou no cargo, é uma das formas de garantir um ciclo perverso na política brasileira e que gera bilhões em prejuízo ao país.
5. Parar de financiar os prejuízos dos Correios (que podem passar dos R$ 2,1 bilhões por ano)


Os últimos anos não têm sido fáceis para quem é obrigado a lidar com os Correios, seja você um funcionário da empresa que teve seus recursos roubados em uma ingerência no POSTALIS (o fundo de pensão dos Correios) ou um simples cliente. Atrasos se tornaram corriqueiros e a falta de investimentos da empresa não demorou a cobrar seu preço aos usuários.

Hoje, mesmo detendo o monopólio sobre a entrega de cartas no país, o que lhe garante boa parte do faturamento, os Correios enfrentam prejuízos anuais que passam dos R$ 2,1 bilhões.

Nos últimos anos, empresas como a B2W, dona do site Submarino e das Lojas Americanas, migraram para fora do sistema de entregas da empresa, construindo sua própria rede. Sem conseguir faturar com o crescimento do e-commerce, serviços como o e-sedex foram desativados pela empresa, deixando na mão milhares de pessoas que realizam vendas online e, ao contrário da maior varejista do setor, não podem simplesmente construir uma rede de distribuição.

Para aplacar os ânimos e melhorar os serviços, a empresa calcula que serão necessários R$ 6 bilhões em aportes do governo.

Ao governo, cabe decidir se manterá o ciclo ou seguirá o exemplo de países como Inglaterra e Holanda, que recentemente decidiram levar adiante um processo de venda das suas estatais de correios.
6. Reduzir gastos com publicidade (R$2,3 bilhões por ano)


Da camisa de futebol de boa parte dos times brasileiros a um carro de Fórmula 1, passando pelo horário nobre da TV, os gastos com publicidade do governo federal e suas autarquias e órgãos de administração direta somam nada menos do que R$ 2,3 bilhões, um valor superior ao gasto pela Ambev para lhe convencer a tomar cerveja de milho.

Na lista dos maiores anunciantes do país, o governo federal ocupa posição de destaque: terceiro lugar, logo atrás da Unilever, dona de boa parte das marcas de consumo do seu dia a dia, e das Casas Bahia.

São propagandas da Petrobrás anunciando a descoberta de novos campos de petróleo ou investimentos prometidos. Tudo ao custo de milhões, sem ao menos apresentar qualquer relevância que possa ser identificada.

Por que, afinal, uma pessoa precisa saber que a estatal agora está produzindo 300 ou 350 mil barris diários no pré-sal? Você pode até procurar uma resposta, mas, na prática, é apenas mais uma forma do governo tenta se mostrar presente e produtivo, sem que de fato faça algo que impacte diretamente na sua vida.

Apesar de ter anunciado o corte de gastos em sites e blogs pró-governo, Michel Temer viu os gastos gerais em publicidade aumentarem no seu governo. Em outras palavras: tirou de um lugar para colocar em outro, num mero jogo de cena.
7. Passar um pente fino em todos os programas de governo (que dão muito mais que bilhão)
Apresentado pelo Tribunal de Contas da União, o relatório sobre os gastos com reforma agrária no país denunciam uma realidade cruel. Em períodos de crescimento de receita, a qualidade ou a cobrança de contrapartidas em programas sociais do governo foi praticamente nula.

Apenas na reforma agrária, foram 578 mil contratos fraudulentos, com prejuízo estimado em R$ 2,5 bilhões.

Na área da cultura, o MinC admite desconhecer o paradeiro de R$ 3,8 bilhões concedidos pela Lei Rouanet.

No Bolsa-Família, os prejuízos já somam R$ 2,5 bilhões em benefícios concedidos até mesmo a políticos, donos de veículos de luxo e pessoas que se cadastraram como doadores em campanhas eleitorais.

Fiscalizar cada centavo do gasto público é, acima de tudo, respeitar o dinheiro retirado dos cidadãos para bancar cada gasto que o governo gera.
Por: Felippe Hermes Do site: http://spotniks.com

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Tiscoski Distribuidora - Video Institucional 3

EM QUALQUER DISCUSSÃO SOBRE DESIGUALDADE, ESTAS SÃO AS QUATRO PERGUNTAS QUE TÊM DE SER FEITAS


Sem essas quatro questões, qualquer discussão se torna puramente emotiva, ideológica e estéril

Já escrevi vários artigos e concedi muitas entrevistas contestando a popular afirmação de que a desigualdade está piorando. Os artigos contêm uma ampla variedade de dados (muitos podem ser encontrados aqui e aqui), mostrando que muitas das afirmações sobre essa "desigualdade crescente" de renda ou estão erradas, ou são exageradas ou ignoram outras evidências.

Entretanto, o que eu quero aqui é, especificamente, focar em quatro questionamentos que devem estar no centro de qualquer discussão sobre desigualdade.

Primeira pergunta: estamos falando de desigualdade ou de pobreza?

Com frequência, esses dois problemas se confundem nesse tipo de discussão.

Pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.

Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Para saber se um país é desigual, é preciso comparar seus habitantes mais ricos e mais pobres e ver a distância entre eles. Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.

Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos sejam uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.

As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa com a pobreza (com quem não tem, por exemplo, acesso a saneamento básico ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres. E essa confusão muda a maneira de pensar: pobreza e desigualdade acabam se tornando a mesma coisa, de modo que o melhor remédio contra a pobreza seria a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.

Consequentemente, aqueles que se dizem preocupados com a desigualdade frequentemente começam a discorrer sobre como a situação está ruim para os mais pobres. Aparentemente, tais pessoas presumem que uma desigualdade crescente deve significar que os ricos estão enriquecendo e os pobres, empobrecendo.

Mais especificamente, alguns parecem acreditar que os pobres estão mais pobres porque os ricos estão mais ricos. Isto é, eles supõem que a economia seja um jogo de soma-zero, de modo que, se alguns estão mais ricos, esta opulênciasó pode ter vindo dos pobres.

Sendo assim, limpe o terreno, esclareça os termos e eleve o nível da conversa. Certifique-se de que todos estejam falando a mesma coisa. Porque se estivermos discutindo a pobreza, a evidência esmagadora é a de que, globalmente, a miséria se reduziu dramaticamente nos últimos 25 anos.

Segunda pergunta: estamos falando de desigualdade de renda, de riqueza ou de consumo?

Aqueles preocupados com desigualdade costumam confundir renda e riqueza nessas discussões. Mesmo este famoso vídeo comete esse deslize. Ele começa apresentando dados sobre riqueza, mas, várias vezes ao longo da apresentação — incluindo uma longa discussão a respeito de um gráfico — ele se refere ao salário das pessoas. Salário é renda, não riqueza.

Riqueza se refere à soma de nossos ativos (dinheiro, imóveis, terras, carros e outros bens) menos passivos (dívidas em geral e contas a pagar). A riqueza é um estoque.

Já renda é a variação líquida de nossa riqueza em um dado período de tempo, seja porque ganhamos um salário, um dividendo de uma ação, juros de uma aplicação, ou aluguel do inquilino. A renda é um fluxo.

É possível ter uma grande riqueza, mas uma renda baixa, como uma pessoa idosa que vive só de sua magra pensão ou dos juros de sua poupança, mas que tem uma casa totalmente quitada.

Inversamente, alguém pode ter alta renda e baixa riqueza financeira. Por exemplo, alguém que tem um alto salário, mas gasta imediatamente tudo em bens de consumo. 

Os dados serão diferentes dependendo de estarmos falando de riqueza ou de renda. Seja claro nesse tópico.

Desigualdade de consumo é uma terceira possibilidade. Trata-se da diferença entre o que ricos e pobres podem consumir. As evidências disponíveis sugerem que a desigualdade de consumo é muito menor que a de renda ou riqueza, principalmente nos países mais desenvolvidos. Os lares dos americanos pobres possuem quase todas as coisas que os lares ricos, ainda que de qualidade mais baixa. E a distancia entre ricos e pobres neste quesito se estreitou nas últimas décadas. Uma vez que, em última análise, é o que consumimos o que interessa, essa é uma questão que tem de ser deixada clara em eventuais discussões.

Como dito neste artigo: a riqueza de Bill Gates deve ser 100.000 vezes maior do que a minha. Mas será que ele ingere 100.000 vezes mais calorias, proteínas, carboidratos e gordura saturada do que eu? Será que as refeições dele são 100.000 vezes mais saborosas que as minhas? Será que seus filhos são 100.000 vezes mais cultos que os meus? Será que ele pode viajar para a Europa ou para a Ásia 100.000 vezes mais rápido ou mais seguro? Será que ele pode viver 100.000 vezes mais do que eu?

O capitalismo que gerou essa desigualdade é o mesmo que hoje permite com que boa parte do mundo possa viver com uma qualidade de vida muito melhor que a dos reis de antigamente. Hoje vivemos em condições melhores do que praticamente qualquer pessoa do século XVIII.

Terceira pergunta: e a mobilidade de renda?

Os que se preocupam com a desigualdade frequentemente pontificam como se os ricos, que estão ganhando cada vez mais, e os pobres, que estão ganhando cada vez menos, fossem sempre os mesmos, ano após ano.

Eles veem aquelas estatísticas que mostram que os 20% mais ricos detêm hoje uma fatia da renda nacional maior do que 30 anos atrás, ao passo que os 20% mais pobres detêm uma fatia menor. Daí, concluem que esses ricos são exatamente os mesmos, e que eles ficaram ainda mais ricos; e que os pobres são exatamente os mesmos, e que eles ficaram ainda mais pobres.

Muito bem.

Sobre os pobres terem ficado mais pobres, esta é uma conclusão que, como já dito, simplesmente não se sustenta. Os pobres enriqueceram nos últimos anos (veja o gráfico 1 deste artigo).

Falemos então sobre a mobilidade de renda, que é o que está sendo realmente ignorado. Comparações entre dois anos separados entre si por décadas são retratos estáticos de um processo dinâmico. O que essas comparações realmente dizem é que "aqueles que eram ricos no ano X detinham Y% da renda nacional; e aqueles que são ricos no ano X + 25 — pessoas completamente diferentes daquelas do ano X — detêm Z% da renda nacional".

Em outras palavras, as pessoas e famílias que abrangem "os ricos" muda ano a ano. E o mesmo ocorre para os 20% mais pobres.

Uma fácil comprovação disso é você olhar a lista de bilionários da Forbes, publicada anualmente. Praticamente todas as pessoas que figuravam na lista em 1987 — primeira vez em que ela foi publicada — não mais estão nela hoje.

Há um grande e controverso debate entre economistas sobre quão fácil ou difícil é para uma pessoa que é pobre em um dado ano ter maiores fluxos de renda nos anos seguintes. Este é o debate. Que a mobilidade de renda realmente existe, isso não mais está em questão.

A conclusão é que você não pode falar sobre desigualdade sem, ao menos, discutir o grau de mobilidade. Se o que incomoda as pessoas no que diz respeito à desigualdade é a suposição de que os pobres estão estagnados ou empobrecendo, então, explorar o grau em que isso é realmente verdade é essencial à discussão.

Quarta pergunta: quais, exatamente, são os problemas causados pela desigualdade?

Se você já conseguiu esclarecer o que todos os debatedores pensam sobre as três primeiras questões, faça então a pergunta: se a pobreza está se reduzindo e, mesmo na atual condição, os pobres ainda conseguem manter um padrão de consumo decente, o que, exatamente, há de errado com a (crescente) desigualdade?

Pela minha experiência, uma resposta comum é que, mesmo se os mais pobres estiverem enriquecendo, o aumento ainda maior na prosperidade dos ricos confere a estes um acesso injusto ao processo político. Os super-ricos transformarão seu poder econômico em poder político, frequentemente de maneira que redistribui recursos para eles próprios e seus amigos.

Esta, obviamente, é uma preocupação legítima, mas observe que a conversa, subitamente, mudou da desigualdade em si para os problemas dos conchavos políticos, do capitalismo de estado (ou "capitalismo de quadrilhas") e do fato de haver um estado com poder suficiente para se criar tais distorções.

Para atacar esse arranjo estatal corporativista e reduzir a capacidade dos ricos de transformar riqueza em poder político há várias soluções não envolvem a redistribuição forçada de renda — a qual, no final, faz com que ainda mais dinheiro vá para políticos e seus mecanismos.

Aqueles que levantam essa preocupação estão, na prática, reclamando apenas do compadrio gerado pelo estado, não da desigualdade em si. A fonte do problema é o estado, cheio de benesses e de favores a serem distribuídos, o qual, indiscutivelmente, se tornaria ainda mais poderoso e distorcivo caso os preocupados com a desigualdade tivessem suas políticas favoritas aprovadas.

Por fim, mesmo aqueles que são céticos em relação aos argumentos de que a desigualdade seja problemática, podem concordar que tem havido alguma redistribuição de riqueza do pobre para o rico nas últimas décadas. Isso se dá, majoritariamente, por causa das políticas do governo que favorecem quem já está próximo ao poder, seja devido aos exorbitantes salários que funcionários públicos de alto escalão recebem, seja por causa de sua política de expansão de crédito subsidiado para grandes empresas, seja por causa de suas políticas protecionistas que protegem as grandes indústrias criando uma reserva de mercado e impedindo os pobres de comprar bens mais baratosdo estrangeiro, seja por causa de sua política fiscal que, ao incorrer em déficits orçamentários, aumenta a riqueza dos compradores dos títulos públicos.

Não nos esqueçamos também da exigência de licenças profissionais e dos encargos sociais e trabalhistas que dificultam a obtenção de trabalho pelos mais pobres, que costumam ser menos qualificados e não justificam o preço exigido como mínimo a ser pago por sua mão-de-obra.

Há, ainda, tentativas governamentais de regular e até mesmo banir o Uber, o Lyft, o AirBnB e todas essas empresas da chamada "economia compartilhada". Essas são, justamente, as melhores alternativas para alguém que não está encontrando oportunidades conseguir uma fonte de renda, já que é a área da economia menos controlada pelo governo que se conhece.

Por fim, vale ressaltar que é o estado quem impede que os moradores de favelas obtenham títulos de propriedade, os quais poderiam ser utilizados como garantia para a obtenção de crédito, com o qual poderiam abrir pequenas empresas e se integrar ao sistema produtivo.

Todas essas políticas são problemáticas justamente porque aumentam a desigualdade e a pobreza de forma artificial. Com efeito, uma discussão muito mais interessante incluiria qual o papel dessas políticas estatais na criação das desigualdades artificiais em oposição às desigualdades naturais, que são aquelas que surgem espontaneamente no mercado em decorrência da maior aptidão de cada indivíduo.

Conclusão

Novamente, os leitores interessados em dados devem consultar as duas monografias linkadas no primeiro parágrafo do artigo. No entanto, mesmo sem os dados, essas são as quatro perguntas que valem a pena ser feitas numa conversa sobre desigualdade se você quer realmente chegar ao cerne do que está em jogo e persuadir aqueles preocupados com a crescente desigualdade a ver a questão por um ângulo diferente.
Por: Steve Horwitz  Di site: http://www.mises.org.br

___________________________________

sábado, 11 de fevereiro de 2017

SETE MEDIDAS DE OBAMA PARA SABOTAR TRUMP, A TRANSIÇÃO PRESIDENCIAL E A DEMOCRACIA NOS USA


As últimas semanas de Barack Obama no governo pareceram dedicadas a incendiar as políticas internas e externas, de forma a tornar a vida de seu sucessor, Donald Trump, tão difícil quanto possível. Eis algumas das maiores ratoeiras que Obama largou pelo chão da Casa Branca ao sair:

Trair Israel na ONU:
A recusa de Obama em bloquear um voto das Nações Unidas desfavorável a Israel, as maquinações obscuras de sua administração para concretizar esse horror, e o ataque prolixo do secretário de estado John Kerry contra Israel, deixarão o presidente Trump com uma crise política maciça no Oriente Médio – possivelmente, uma crise de segurança, se grupos terroristas e suas “alas políticas” se fortalecerem com a reprimenda a Israel.

A manobra contra Israel também arranha a credibilidade americana, dando a entender a possíveis aliados que os Estados Unidos não são o melhor amigo a se ter. Os velhos aliados da América nos campos de batalha da Síria passam a mesma mensagem, assumindo que nenhum deles sobrou para contar a história. Isso vem num momento em que as aspirantes a hegemônicas China e Rússia demonstram a seus aliados como Pequim e Moscou dão a cara a tapa por eles.

A trupe de Obama achou que seria inteligente selar Trump com um decreto internacional que o presidente americano não pode reverter facilmente. Eles podem não ter pensado muito bem, porque algumas das opções que estão disponíveis a Trump poderiam deixar internacionalistas e líderes palestinos amaldiçoando a memória do mandato Obama.

Note que mesmo comentaristas favoráveis a Obama, assim como fontes de dentro da administração Obama, têm descrito o voto sobre Israel como um ato deliberado de sabotagem contra Trump, porque Obama está “alarmado” com alguns dos nomeados de Trump.

Uma nova guerra fria com a Rússia:
Depois de oito anos invariavelmente caçoando de qualquer um que dissesse que a Rússia é uma grande ameaça geopolítica aos EUA (a ocasião mais conhecida foi contra o candidato republicano de 2012, Mitt Romney), Barack Obama subitamente percebeu: “Quer saber? A Rússia é uma grande ameaça.”

Ele também despertou para os perigos da guerra cibernética, depois de uma administração inteira em que tratou a espionagem eletrônica como um problema puramente político que deveria ser minimizado e tratado com indiferença, porque levá-lo a sério o faria parecer mau. Quem pode se esquecer de como Obama deixou as vítimas do Escritório de Gestão de Pessoas dos EUA a ver navios durante semanas, porque a administração não queria admitir o quão sério era o ataque?

Mas aí, um alto articulador da elite democrata foi enganado por um rudimentar esquema de phishing, o Comitê Nacional Democrata foi hackeado, e então Obama… bem, ele ainda não levaria a questão da cyber-espionagem a sério. Ele ligou o “tô nem aí” de novo, porque como um funcionário anônimo disse, eles pensaram que a eleição de Hillary Clinton estava garantida, e daí eles poderiam assumir esse enorme risco.

Foi a derrota de Hillary na eleição, assim como a forçação de barra para arranhar a legitimidade do presidente eleito, Trump, que fez o presidente que educadamente ignorou a China hackear os dados privados de 25 milhões de cidadão americanos se enrijecer na questão da segurança da informação. Até agora, estados envolvidos em cyber-espionagem não sofreram nada mais que algumas palavras azedas, escolhidas cuidadosamente pela administração Obama, mas os russos tomaram borrifos de sanções e 35 diplomatas foram expulsos.

A Rússia respondeu soltando um exército de patos e trolls das profundezas do Kremlin para a internet. No caso, a diplomacia russa fazia referência à expressão “pato manco”, comumente usada pelos americanos para designar um político cujo governo chega aos estertores. Esse político, como não teria mais muito o que perder, toma medidas polêmicas, ultrajantes ou impopulares. A nova Guerra Fria tem apenas alguns dias de idade, e já é mais estranha do que a primeira.

Presumivelmente, Obama pensa que colocou Trump em uma posição que fará qualquer aproximação de Moscou mais difícil, ou ao menos mais custosa politicamente. O resultado final pode ser as relações entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin terem sido facilitadas, e uma lembrança duradoura de quão pouco Barack Obama se importou com a segurança informática, até que se tornasse politicamente oportuno que ele pirasse em relação a isso.

Banir a perfuração de poços de petróleo nas áreas do Oceano Atlântico e do Ártico:
Um ato de sabotagem aberto contra a própria economia americana, que deixa uma pegada especialmente notável no Alasca. Os presunçosos agentes da administração passaram as últimas duas semanas assegurando aos comentaristas da imprensa que o improcedente abuso cometido por Obama, aproveitando-se de uma lei obscura, se estabeleceria como impossível de ser revertido pelo seu sucessor. É como se eles tivessem passado a noite em claro, procurando ações executivas que não pudessem ser desfeitas pelo novo presidente quatro semanas depois. (Ironicamente, Obama soltou essa bomba no setor da energia apenas algumas semanas depois de publicamente recomendar a Trump que não abusasse das ordens executivas.)

É provável que legiões de advogados batalharão durante 2017, e talvez depois, para determinar se “a última cutucada de Obama em Trump” (como disse o site de esquerda Politico) é realmente irreversível. Que amável presente de despedida o ex-presidente deixou ao país que o elegeu duas vezes: uma pilha de enormes processos legais destruidores de riqueza.

Apropriação das terras dos monumentos nacionais:
O outro decreto presidencial teoricamente irreversível descoberto pelos sicofantas de Obama é a habilidade de designar monumentos nacionais. Outros sete mil quilômetros quadrados em Utah e Nevada foram retirados do mercado na última semana de dezembro, trazendo a abrangência da lei de antiguidades de Obama para algo sem precedentes: mais de duzentos mil quilômetros quadrados.

“Essa lei arrogante de um pato manco não permanecerá. Trabalharei incansavelmente com o congresso e com a futura administração Trump para honrar a vontade do povo de Utah e desfazer essa designação”, vociferou o senador republicano Mike Lee, de Utah. 65% do estado de Utah está agora sob a sábia e compassiva proteção ambiental do mesmo governo que transformou o Rio Colorado em um lixão tóxico.

Acabar com o registro de imigração nacional:
Apenas no caso de Trump considerar usar o registro de imigração nacional como a base para o “processo de habilitação melhorado”, que ele prometeu para imigrantes advindos de regiões infestadas de terroristas, a administração Obama matou um programa adormecido há muito tempo chamado Sistema de Registro para a Segurança Nacional de Entrada e Saída, que certa vez cometeu o imperdoável pecado politicamente incorreto de rastrear homens em idade militar advindos de países de maioria muçulmana violentamente instáveis.

É bastante discutível se esse programa tinha qualquer uso prático. Quando mudou de ideia sobre o programa, o Departamento de Proteção ao Território observou que o programa pós-11 de setembro que se usava para coletar dados agora estava sendo usado com a maioria dos visitantes estrangeiros, juntamente com informações biométricas mais sofisticadas. Quase todo mundo viu a eliminação desses papéis como um ato puramente simbólico – em outras palavras, como sabotagem contra o novo presidente.

A fuga de presos em Guantánamo:
Depois de passar a presidência enrolando sua promessa de fechar a prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, Obama trabalhou muito nos últimos anos, deportando mais de 150 detidos. Vinte deles acabaram voltando às atividades terroristas, o que é um número chocante.

O deputado Ed Royce, republicano da Califórnia, da Comissão de Assuntos Externos da Câmara, escreveu um editorial de contraponto no Wall Street Journal, semanas atrás, para fazer soar o alarme em relação ao “esforço de Obama para esvaziar a prisão de Guantánamo na calada da noite”.

“A Casa Branca repetidamente libertou detentos para países que sabia que não tinham a intenção e a capacidade de impedir que retornassem ao terrorismo. O resultados têm sido mortais”, Royce escreveu, desafiando a sabedoria de tais ações da administração Obama, ideias como largar um dos melhores criadores de bombas da Al-Qaeda na Bósnia, um país que tem “serviços de segurança limitados”, mas que é cheio de mesquitas radicais e homens em idade militar desempregados. A comissão de Royce tem investigado alegações de que a administração teria pago ao criador de bombas cem mil dólares para que ele não repassasse suas habilidades mortais a aprendizes ansiosos. Caçar o resto dos prisioneiros transferidos que transferiram a si mesmos de volta para a jihad global será um trabalho para a administração Trump.

Retratar a eleição de Trump como um desastre: 
Não nos esqueçamos do atos de sabotagem retórica de Obama, como descrever a campanha presidencial de Trump como um crime contra a harmonia entre as raças e classes da América, ou como a primeira-dama lamuriar-se de que toda a esperança foi perdida para as crianças americanas. O próprio Trump tomou nota das “muitas declarações e obstáculos inflamatórias colocadas pelo presidente Obama”.

É difícil se lembrar de um exemplo passado de um presidente atacando a legitimidade de seu sucessor dessa maneira, especialmente durante a transição, antes mesmo que o novo chefe executivo tenha de fato feito qualquer coisa.

É claro, ele ainda pode falar o que quiser depois da posse no dia 20 de janeiro, e ele deu todos os sinais de que não seguirá o caminho honrado de seus antecessores; não concederá ao novo presidente tempo para que trace seu próprio caminho. Mas nada substitui os holofotes da presidência. O timbre da voz política de Barack Obama será muito diferente em 21 de janeiro do que era no dia 19.
Por:  John Haywaed  06 de fevereiro de 2017 
Tradução: Sílvia R. Roma
http://tradutoresdedireita.org  Do site: http://www.midiasemmascara.org/

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

MENINAS YAZIDI SÃO VENDIDAS COMO ESCRAVAS SEXUAIS ENQUANTO MULHERES MARCHAM CONTRA TRUMP

- Meninas yazidi eram "vendidas" por míseros maços de cigarro.


- "Algumas dessas mulheres e crianças foram obrigadas a assistir, bem diante de seus olhos, enquanto crianças de 7, 8 e 9 anos de idade derramavam sangue até a morte depois de serem estupradas inúmeras vezes por dia pelas milícias do ISIS. As milícias do ISIS queimaram muitas meninas yazidis, vivas, por elas se recusarem a se converter e casar com homens do ISIS. Por que? Porque não somos muçulmanas... − Mirza Ismail, presidente da Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi.

- "É um genocídio contra as mulheres". — Zeynep Kaya Cavus, líder ativista alevita.

- Lamentavelmente muitas das organizadoras e integrantes da Marcha das Mulheres em Washington optaram por ignorar as mulheres que estão sendo torturadas e exterminadas por terroristas islâmicos, optaram também por ignorar o que acontece em outras partes do mundo onde elas não podem frequentar uma escola nem sair de casa sem a permissão de um homem.

- Se pelo menos essas mulheres se sentissem tão motivadas a protestar contra a escravidão, o estupro e a tortura de mulheres e crianças yazidis quanto estão em relação ao custo de absorventes femininos.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Em 21 de janeiro, alguns grupos de direitos das mulheres organizaram "Marchas das Mulheres" em diversas cidades dos Estados Unidos e ao redor do mundo. Os comícios em grande medida direcionados ao recém-empossado presidente norte-americano Donald Trump.

Havia inúmeras oradoras e participantes. A atriz Ashley Judd, que também tomava parte, leu um poema em Washington D.C. que questionava porque os "absorventes femininos são tributados enquanto o Viagra e o Rogaine não".

Enquanto a Sra. Judd falava sobre a sua devastadora tragédia, milhares de crianças e mulheres yazidis estavam sendo forçadas a se tornarem escravas sexuais no Iraque e na Síria nas mãos do Estado Islâmico (ISIS) e estarem disponíveis para a compra em mercados de escravas sexuais.
Enquanto a atriz Ashley Judd se queixava em uma "Marcha das Mulheres" em Washington D.C. que "absorventes femininos são tributados enquanto Viagra e Rogaine não," milhares de crianças e mulheres yazidis estavam sendo forçadas a se tornarem escravas sexuais no Iraque e na Síria nas mãos do Estado Islâmico.


O ISIS atacou a terra natal dos yazidis, Shingal no Iraque em 3 de agosto de 2014, mais de 9.000 yazidis foram assassinados, sequestrados ou sexualmente escravizados. Os yazidis são uma minoria religiosa historicamente perseguida no Oriente Médio.

O Estado Islâmico institucionalizou a cultura do estupro e da escravidão sexual. O ISIS está literalmente travando uma guerra contra as mulheres. O grupo terrorista chegou a publicar uma "tabela de preços" de meninas yazidis e cristãs - com idades que variam de um a nove anos de idade.

Raymond Ibrahim especialista em Oriente Médio assinalou o seguinte acerca de uma menina yazidi escravizada aos 15 anos de idade e sofrendo meses no cativeiro antes de conseguir fugir:

"Lembro de um homem, que parecia ter pelo menos 40 anos de idade, ter aparecido e levado uma menina de dez anos. Quando ela se recusou a ir ele a espancou brutalmente usando pedras e teria atirado nela se ela não tivesse aceito acompanhá-lo. Tudo isso, obviamente, contra a sua vontade. Eles normalmente vinham e compravam as meninas que não tinham preço estabelecido, melhor dizendo, eles costumavam dizer às meninas yazidi: vocês são sabiya (espólios de guerra, escravas sexuais), vocês são kuffar (incrédulas), vocês estão aí para serem vendidas a qualquer preço", querendo dizer que não havia nenhum valor de referência. Algumas meninas yazidis eram "vendidas" por míseros maços de cigarro.

"Todo dia eu morria 100 vezes. Não apenas uma vez. A cada hora eu morria, a cada hora. Pelos espancamentos, pela miséria, pela tortura", disse ela.

Mirza Ismail, fundador presidente da Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi, salientou em seu discurso no Congresso dos Estados Unidos:

"Segundo relatos de inúmeras mulheres e meninas que conseguiram fugir e com as quais conversei no Norte do Iraque, as yazidis sequestradas, em sua maioria mulheres e crianças, somam mais de 7.000.

"Algumas dessas mulheres e crianças foram obrigadas a assistirem, bem diante de seus olhos, enquanto crianças de 7, 8 e 9 anos de idade derramavam sangue até a morte depois de serem estupradas inúmeras vezes por dia pelas milícias do ISIS. As milícias do ISIS queimaram muitas meninas yazidis, vivas, por elas se recusarem a se converter e casar com homens do ISIS. Por que? Porque não somos muçulmanas e porque o nosso caminho é o caminho da paz. Por isso estamos sendo queimadas vivas: por vivermos como homens e mulheres de paz".

Em dezembro de 2015 informes divulgaram que o ISIS vendia mulheres e crianças yazidis na cidade de Gaziantep (ou Antep), no sudeste da Turquia. Gaziantep ficou conhecida pela proliferação generalizada das atividades do Estado Islâmico na cidade.

No entanto, esta e muitas outras ameaças não impediram defensores dos direitos das mulheres em Gaziantep de protestarem devido a inércia do governo turco em face das atividades do Estado Islâmico.

A ativista do grupo "Plataforma das Mulheres Democráticas de Gaziantep", Fatma Keskintimur, leu um comunicado à imprensa que dizia em parte o seguinte:

"O fato de gangues de jihadistas que lutam na Síria terem recebido o maior apoio da Turquia e a existência de esconderijos de células usadas por eles... não é segredo para ninguém. Dado a natureza do perigo que esta situação apresenta para os habitantes de Antep o mal-estar está se intensificando a cada dia que passa".

Mesmo nessas condições os defensores dos direitos das mulheres na Turquia - em particular os curdos - continuam lutando e protestando contra o governo.

No ano passado, por exemplo, a "Assembleia das Mulheres Yazidis" comemorou o dia 3 de agosto como o "dia de ação internacional contra massacres das mulheres e do genocídio". Os membros do partido pró-curdo Partido da Democracia Popular (HDP) organizou protestos em várias cidades por toda a Turquia para condenar o genocídio Yazidi e mostrar solidariedade para com as vítimas.

Safak Ozanlı, ex-ministra do parlamento do HDP, assinalou que o ISIS ainda mantinha 3.000 mulheres yazidis como escravas sexuais: "o ISIS vê as mulheres em Shingal e Kobane como espólio de guerra. As mulheres que continuam vivas são vendidas para xeques árabes. Nós - como mulheres - permaneceremos unidas contra o ISIS e contra todos os ditadores".

Membros da minoria religiosa alevita também apoiaram o protesto em Mersin. Zeynep Kaya Cavus, uma líder ativista alevita, assinalou que as mulheres yazidis são "sequestradas e escravizadas como espólio de guerra e expostas a sistemáticas agressões sexuais e isto constitui um genocídio contra as mulheres".

Há também um número bem reduzido de americanas que está dando o melhor de si para ajudar os yazidis, como por exemplo Amy L. Beam, uma ativista de direitos humanos que vive juntamente com os yazidis e os defende em tempo integral desde 2014. Seu livro O Último Genocídio Yazidi deve ser publicado em breve. Ela é a diretora executiva da "Amy, Azadi and Jiyan" (AAJ -- "Friend, Freedom, and Life"), uma organização humanitária localizada no Curdistão iraquiano.

"Milhares de yazidis têm uma longa lista de familiares mortos ou desaparecidos em poder do ISIS no Iraque ou na Síria", ressaltou ela. "O estado de espírito deles é muito ruim por contarem com uma ajuda internacional muito tímida desde o primeiro aniversário do ataque."

"Meninas e mulheres yazidis juntamente com suas filhas... são submetidas a espancamentos e estupros por combatentes do ISIS. A cada combatente é dado uma menina como troféu de guerra. Mais de 1.000 dessas meninas e mulheres conseguiram fugir ou foram libertadas pelo ISIS".

Espera-se que as ativistas nos EUA façam com que suas vozes sejam ouvidas no tocante aos ataques genocidas contra mulheres e crianças yazidis. Mas elas nada fazem. "Grupos de direitos das mulheres nos EUA não têm dado apoio às mulheres do Iraque e da Síria que estão sendo oprimidas, sequestradas e estupradas" de verdade, ressaltou Beam ao Gatestone Institute.

Algumas das integrantes da marcha das mulheres em Washington afirmam que Trump irá tolher seus direitos - Acusação esta que muitas mulheres que sofrem debaixo de governos ou organizações islamistas achariam ridícula. Elas estão preocupadas em poder fazer um aborto e a preocupação é justificada. Mas não são os aiatolás que chegaram ao poder nos EUA. Além disso Trump parece determinado a combater o terrorismo islâmico radical, a maior ameaça à dignidade e liberdade das mulheres em todo o mundo. Isso por si só já mostra seu compromisso com a liberdade - especialmente a liberdade das mulheres.

A ideologia islâmica radical é uma ameaça universal. Onde quer que ela possa ser enfraquecida ou derrotada, também ajudará a libertar as vítimas em outras regiões do mundo.

Para os povos perseguidos do Oriente Médio, que são muitos, a presidência de Trump representa a esperança de uma mudança positiva.

Em 7 de Novembro, a Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi emitiu um comunicado público intitulado "Yazidis não veem a hora da presidência de Trump ajudá-los a acabar com o ISIS". Uma yazidi no Iraque, há pouco, deu o nome "Trump" ao seu bebê recém-nascido.

A marcha das mulheres, com todas as boas intenções por parte de muitas, violou o princípio fundamental dos direitos humanos: "O pior em primeiro lugar".

Lamentavelmente muitos dos organizadores e integrantes da marcha optaram por ficar em modo de espera ignorando as mulheres que estão sendo torturadas e exterminadas por terroristas islâmicos, optaram também por ignorar o que acontece em outras partes do mundo onde elas não podem frequentar uma escola nem sair de casa sem a permissão de um homem.

Se pelo menos essas mulheres se sentissem tão motivadas a protestar contra a escravidão, o estupro e a tortura de mulheres e crianças yazidis quanto estão em relação ao custo de absorventes femininos.

Agindo como fanáticas delirantes a serviço próprio, cujo ódio gratuito a um presidente eleito cega seus olhos aos verdadeiros problemas do mundo, não ajuda nada a ninguém. Já houve esse mesmo número de pessoas que odiaram outros presidentes.

Vamos por meio de nossas ações lembrar às mulheres do Oriente Médio que nós levamos seu sofrimento a sério.

Uzay Bulut, jornalista nascida e criada como muçulmana na Turquia, está atualmente radicada em Washington D.C.

Meninas Yazidi são Vendidas como Escravas Sexuais Enquanto Mulheres Marcham Contra Trump
Por Uzay Bulut 5 de Fevereiro de 2017
Tradução: Joseph Skilnik

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

FILHOS HERDAM INTELIGÊNCIA DA MÃE, APONTA ESTUDO

Pode não parecer surpreendente, mas estudos iniciados na Universidade de Cambrigde, em 1984, apontam para o fato de que a inteligência dos filhos têm muito mais chances de vir da mãe do que do pai.


COMO ISSO FUNCIONA GENETICAMENTE?

Isso acontece, pois a inteligência (identificada em comportamentos estudados no córtex cerebral) é originada do cromossomo X.

Tendo isso em vista, a matemática é simples: a informação genética da mãe contém dois X enquanto a do pai apenas um (XX vs XY).

Por esse motivo, a mulher é mais propensa a transmitir genes de inteligência do que o homem.
Isso é observado por meio de estudos em laboratório com ratos geneticamente modificados em que aqueles com uma dose extra de genes maternos desenvolviam cabeças e cérebros maiores, juntamente com corpos menores.

Já aqueles com uma dose extra de genes paternos tinham cérebros pequenos e corpos grandes.


Nesse estudo, os pesquisadores identificaram células que continham apenas genes maternos ou paternos em seis partes diferentes do cérebro do rato que controlavam diferentes funções cognitivas: desde hábitos alimentares até memória.

O resultado foi um acúmulo de genes paternos em partes do sistema límbico, o qual está relacionado a funções tais como o sexo, alimentação e agressividade.

Por outro lado, esses mesmos genes do pai não foram encontrados no córtex cerebral, que é onde as funções cognitivas mais avançadas ocorrem, como o raciocínio, pensamento, linguagem e planejamento.

“Mas nós não somos ratos!”, você pode alegar. E com razão.

Por conta disso, pesquisadores de Glasgow, na Escócia, escolheram uma abordagem mais humana para explorar as origens da nossa inteligência.

Eles entrevistaram 12.686 jovens entre as idades de 14 e 22 de cada ano a partir de 1994.

Apesar de terem levado em conta vários fatores como educação, raça e status sócio-econômico, a equipe ainda concorda que o melhor ancestral de inteligência humana é o QI da mãe.
FATORES EXTERNOS À GENÉTICA TAMBÉM COLABORAM

No entanto, a investigação também torna claro que a genética não é o único fator determinante da inteligência, já que apenas 40% a 60% dela é estimada para ser hereditária, deixando uma boa parte da responsabilidade para o meio.

Será que, como diria Rousseau, “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”?

Bom, nesse contexto, não só as mães como os indivíduos que fazem parte do crescimento da criança ganham um papel significativo na formação “não-genética” da inteligência.


Para provar isso, pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que uma ligação emocional segura entre mãe e filho(a) é crucial para o crescimento de algumas partes do cérebro.

Depois de analisar a forma como um grupo de mães se relacionavam com seus filhos durante sete anos, os pesquisadores descobriram que crianças que foram apoiados emocionalmente e tiveram suas necessidades intelectuais cumpridas tinha um 10% do hipocampo (área do cérebro associada à memória, aprendizagem e resposta ao estresse) maior do que as crianças cujas mães eram emocionalmente distantes.

A forte ligação com a mãe, de acordo com essa pesquisa, dá à criança uma sensação de segurança que lhes permite explorar o mundo, e a confiança necessária para resolver problemas.

Eu ainda aproveitaria para reforçar a importância de todos os membros na formação cognitiva de uma criança em vez de responsabilizar, mais uma vez, total e exclusivamente, a mãe sobre os resultados do filho.

Não há nenhuma razão para que os pais (avós, tios, padrinhos ou quem quer que seja que eduque com amor) não possam desempenhar um papel tão grande quanto o das mães.

Além do mais, os cientistas ainda acreditam que há uma série de outras características genéticas determinadas – como intuição e emoções – que podem ser a chave para libertar o potencial de inteligência, e que – pasmem – podem ser herdadas do pai também.

Se você achou este artigo interessante, compartilhe (principalmente se for com a sua mãe, ela vai adorar esta notícia)!

Por: Letícia Flores Do site: https://awebic.com Fonte: independent.co.uk.