sábado, 17 de junho de 2017

ESTADO SITIADO, NAÇÃO SITIADA

Neste mundo orwelliano, pensa livremente quem alça voo, para ver as coisas como realmente são.


Uma reflexão necessária sobre o período complexo pelo qual estamos passando

Influxos e fluxos ameaçam o organismo do Brasil

O Estado Brasileiro está sitiado. Corroído pela corrupção, evadido em divisas e cercado por influxos econômicos parasitas e pretensões territoriais estrangeiras que ferem nossa soberania. A destruição financeira e o esgarçamento institucional não são, portanto, gratuitos. 

Para enxergarmos o que realmente nos ameaça a médio prazo, será preciso rever o que nos aflige agora e dar um passo atrás. O que veremos será uma convergência cinematográfica de "objetivos estratégicos" cínicos, que podem destruir nosso sentido de Nação. 

O Brasil está em ponto de ebulição e a panela não comporta mais água fria na fervura, pois está prestes a transbordar. A fase é decisiva: expiaremos nossas culpas ou explodiremos.

O Estado Sitiado

O Estado sitia o Estado. O sítio é promovido de dentro para fora na estrutura de governo, e deste sobre a Nação.

Um quadro da situação institucional: 

Baforado pelo impeachment da presidente petista, sub judice no TSE e prestes a ser turvado pelo processo eleitoral de 2018, o governo Temer conquistou uma independência política que só a impopularidade poderia lhe conferir.

Temer pôde, por isso mesmo, encetar um volume grande de reformas estruturais nas finanças, à média de um marco legal modificador de estrutura por semana, e o faz sem fazer muito alarde. Enfrenta, porém, dificuldades quando o assunto é meter a mão no bolso dos funcionários privilegiados - o grande entrave nesse processo.

O outro risco, iminente, é o envolvimento pessoal do presidente nos escândalos investigados pela operação Lava-Jato, seja por meio de delações, seja por meio de gravações. Não haverá espaço para mais uma crise.

Se não for duro, Temer poderá cair na vala que o levará de volta ao início, tal qual a "sala das preocupações" do Tio Patinhas.

O Congresso Nacional se engaja nas reformas propostas pelo governo Temer - e o faz por absoluta necessidade de sobrevivência. Também se esforça para catar os cacos que restaram de sua dignidade - estão quase todos, de uma forma ou outra, nas listas de suspeitos do Ministério Público e do judiciário.

O judiciário se esgarçou. Conta com poucas ilhas de excelência em alguns juízos de primeira instância, nas forças-tarefa de combate ao crime organizado e à corrupção; também em alguns poucos tribunais estaduais. No resto, permanece imerso no mar da obscuridade decisória. 

No Supremo Tribunal Federal, alguns ministros parecem empenhados em desfazer o que outros fazem - prejudicando a evolução da operação lava jato. Contam com o apoio silente da Procuradoria Geral da República.

Os governos estaduais... os que existem... encontram-se à mercê do avanço da criminalidade organizada, que passa de um estado a outro e agora se aventura no exterior, cruzando o território nacional impune, como faca na manteiga. 
Na oposição, o aparato lulopetista, acuado pelas denúncias criminais, ainda não desistiu de retomar a qualquer preço o comando do Estado Brasileiro. Os populistas de esquerda não desistem... estão empenhados em criar o caos e não hesitarão em fazê-lo. Querem a baderna no Brasil e preparam terreno para uma guerra civil. Encontram nas forças de segurança e de inteligência, ao que tudo indica, o comportamento omisso e silente de que necessitam.

O cidadão desarmado, fisicamente acuado, moralmente esmagado, economicamente destruído, tenta resistir, enquanto a burocracia devora o que resta da poupança popular. 


Roendo até o osso

As reformas, essenciais para salvar as finanças governamentais esbarram na monumental resistência das carreiras privilegiadas do funcionalismo público. 

Magistrados, persecutores, autoridades fiscais, chefes de polícia, oficiais superiores, procuradores e dirigentes de estatais não se expõem, porém usam professores, policiais subalternos e movimentos de militontos como "escudos humanos", nas manifestações de repúdio às reformas e nos conflitos de rua. Na sombra, todos articulam uma fórmula intestina para que o pobre cidadão contribuinte continue a bancar toda a farra de mordomias. Não importa o que ocorra no futuro próximo, querem manter o marajaísmo burocrático às custas do que resta da miséria do povo...

Na defesa dos privilégios, o uso indevido do aparelho público passa a ser regra.

O engajamento na parasitagem transcende o funcionalismo. Atinge centrais sindicais e federações em vias de perder a contribuição sindical compulsória. "Movimentos Sociais" com síndrome de abstinência financeira e de poder, todos em busca do confronto, esfomeados pelas polpudas verbas governamentais que recebiam nos governos Lula e Dilma, e que foram cortadas por Temer...

Por fim, os partidos políticos, que nada mais são hoje que feudos familiares ou cartéis de amigos de ontem... encarregados de triturar qualquer nova liderança que apareça e, ao mesmo tempo, canalizar toda verba do fundo partidário (e as demais que surjam...), para o benefício de seus eternos dirigentes. Esse sistema, literalmente, apodreceu. 

A volta dos que nunca foram

Foram décadas de infiltração populista nas carreiras de Estado. Agora, a estratégia resulta na baderna institucional que vivemos.

Não há ilusão. Após judicializar todo o país, passado o primeiro choque dos escândalos de corrupção, os "ideólogos" populistas da jusburocracia nacional voltam a reafirmar seu compromisso com a desconstrução do Estado brasileiro.

Embora temporariamente abortado pelo impeachment de Dilma, "passado o susto", a esquerda reinicia suas ações articuladas, fazendo uso das posições-chave que ainda ocupa na estrutura burocrática do Estado, no que é amparada pelos populistas mais á direita, na medida em que se tornam alvo das investigações de corrupção. 

Um bom exemplo dessa reação intestina ocorre no Conselho do Ministério Público Federal, onde "do nada" ressurgiu a proposição de se implementar um "rodízio" nas forças tarefas - algo que agora só interessa a quem precisa tornar letra morta o trabalho dos atuais procuradores de Curitiba.

O Supremo Tribunal Federal retoma sua tradição "garantista" - determina a soltura de elementos-chave cuja prisão havia sido decretada pelo Juiz Moro na operação Lava Jato. Determinam a soltura de José Dirceu, Eike Batista, José Bumlai, João Genu, etc... e sinalizam, com isso, à sociedade estupefata, que, no judiciário, "está tudo dominado".

A mensagem transmitida é clara: "permaneçam calados que ninguém se machuca e todos sairão bem"...

Obviedade ululante. Conferir liberdade a essa gente é permitir que todos se acertem no momento em que a operação Lava-Jato começa a cercar o núcleo de movimentações financeiras de todo o esquema criminoso. 
O STF está dando um tiro no peito da Força Tarefa.

A Lavagem do Dinheiro Sujo

A liberação em massa de operadores do esquema de corrupção, parece guardar relação com a recente explosão das redes de lavanderia de dinheiro sujo. O risco envolvido nessa operação, para o sistema financeiro nacional, é tão grande quanto é sintomático o fato de ninguém da grande mídia estar divulgando a história.

A Operação Perfídia, dias atrás, revelou à opinião pública que um escritório de advocacia de Brasília, ligado ao Posto da Torre - o lava jato que deu nome à operação capitaneada pelo Juiz Sérgio Moro, atuou para transferir mais de 5 BILHÕES para fora do país, usando CPF e CNPJ de um punhado de entidades e pessoas - de empregados domésticos a lotéricas.

Só puderam fazê-lo, ao que tudo indica, com a ajuda dos grandes bancos e do governo lulopetista. A quadrilha, comandada por uma advogada, usava empresas laranjas para a evasão de divisas, transferência criminosa de fundos e lavagem de dinheiro. 

Conforme salta a cada linha da leitura da representação* do Ministério Público Federal, responsável pela decretação da prisão dos envolvidos, o esquema deu suporte à rede de bancos, corretoras, imobiliárias, lotéricas que permitiram ao aparato petista armazenar, fora do País, bilhões suficientes para sustentar o retorno ao poder do projeto populista de esquerda, com ou sem eleições...

No detalhe, a "Operação Perfídia" focou nos prestadores de serviço, como já preconizara artigo de nossa autoria, recentemente publicado**.

Parece que a ligação entre offshores e "lavanderias" amplia o perímetro de investigação no entorno dos "tesoureiros", dos "banqueiros" e do ex-ministro José Dirceu - outro prestes a ser solto pelo STF (as prisões, pelo visto, não deveriam ter ocorrido antes da soltura...).

A polícia federal já traçou a rota dos bilhões. O dinheiro saiu do Brasil com a ajuda da Venezuela, passou pelas obras públicas cubano-bolivariano-africanas, voou para a Rússia e... terminou aportado nos bancos internacionais na China.

Se Eduardo Cunha e Palocci falarem (e pelo visto já estão...) pouco adiantará soltar os presos da Lava-Jato por meio de pomposas decisões tomadas nas sessões do Supremo Tribunal e demais cortes superiores... pois o aparato financeiro da conspiração estará revelado, não apenas para os brasileiros, mas também para os demais países do ocidente...
Bancos exterminando o futuro das empreiteiras

A bomba poderá ter um efeito colateral: atingir o silencioso processo em curso, de substituição dos cartéis de empreiteiras pelo cartel dos operadores dos financiamentos das obras.

Abatido pela Operação Lava-Jato, o cartel de produção está sendo trocado pelo cartel da especulação, abrangendo bancos, corretoras e fundos milionários de investimento e de pensão de estatais - todos capitaneados pelo mesmo BNDES e pelos mesmos bancos especialistas em conduzir divisas para o exterior - o pior cancro da economia no Brasil.

Já denominamos esse fenômeno de "efeito cyberdyne" ***. Como no filme "O Exterminador do Futuro", depois de ver as empreiteiras irem ao fundo do poço, com o dinheiro do financiamento, os bancos - tal qual a "Cyberdyne Systems", criaram a sua própria "Skaynet". Ou seja, resolveram dispensar as empresas de engenharia para elas mesmas assumirem as obras e a gestão da infraestrutura. Um atentado contra o capitalismo, pois, ao invés de dar suporte, o aportador do suporte resolve ele próprio assumir a empreitada - exterminando, assim, os empreendedores.

O programa da Caixa Econômica, de parcerias estruturadas pelo governo Temer, revela nos editais que a muralha de dificuldades levantada pela burocracia, se traduz em pontes de facilidades para os banqueiros, solida e financeiramente engajados no processo de substituição. No tucaníssimo estado de São Paulo, concessões de estradas e de saneamento já estão sendo carreadas para fundos de investimento e não mais para empreiteiras. Os mesmos fundos, talvez, que operaram os esquemas financeiros em apuração na Lava-Jato, que derrubou as empreiteiras...
Com a explosão da rota de evasão das divisas, porém, a "Skynet" poderá ruir... 

Sede de Banco em Hong kong...

Teorias de Conspiração viram realidade... 

Agora, vamos ampliar mais o nível da conspiração...

Preparados? 

O esquema desbaratado pela Operação Perfídia não apareceu... ele "transbordou".

Explica-se. Os envolvidos atendiam aos doleiros que atendiam aos esquemas de propina e lavagem de dinheiro armado pela parasitagem do Estado, desde o segundo mandato de FHC e primeiro mandato do LULA.

Os corruptos dos tempos da tucanagem, "Sérgios Cabrais em miniatura", queriam apenas "se arrumar" em Paris. Mas os "companheiros" entrosados no projeto construído à sombra de Lula, estavam seriamente imbuídos em tomar o poder e dar um golpe de estado no melhor estilo bolivariano - implementando um projeto hegemônico por blocos, no estilo gramsciano.

Foi com esse intuito, de aparentar um presidencialismo de coalizão, que calaram a boca do congresso nacional distribuindo migalhas via mensalões (algo similar ao já tentado nos tempos do tucanato), enquanto ARMAVAM um esquema mais complexo, envolvendo grandes cartéis de empreiteiras, corretoras, bancos e prestadores de serviço, contratos montados nas ditaduras satélites da Rússia, paraísos fiscais latino-americanos, o esquema sunita dos emirados, os bancos russos e os paraísos financeiros de Xangai e Hong Kong, na China.

Seguindo um roteiro hollywoodiano, os traidores da pátria venderam o Brasil aos chineses na primeira década do Século XXI, e estavam vendendo o restante aos árabes nesta segunda década...

Se aos primeiros interessava sobretudo os projetos de energia e infraestrutura de base para facilitar a logística de minério e petróleo em direção à China, aos árabes interessava o ramo imobiliário.

Lógico que grandes multinacionais do ramo imobiliário disso se aproveitaram... mas parece ser "quirela" perto do rombo produzido nessa conspiração "sino-russo-árabe-bolivariano-petista".

Não se fez isso sem enfrentar resistências na jusburocracia do Estado. É caso de lembrar o conflito armado na AGU - Advocacia Geral da União, ainda no período do AGU Tóffoli, quanto ao entendimento da legislação de restrição de compra de terras por estrangeiros.

O governo petista ensaiou adotar um parecer confuso, "nacionalizando" a apropriação imobiliária, provocando reação nas empresas que já tinham propriedades por aqui. Em seguida, com o AGU Adams, revogou o entendimento, permitindo um ensaio de internacionalização do centro-oeste e sertão brasileiros.

Grandes bancos privados, entidades estatais, bancos de desenvolvimento, se engajaram em projetos vários de irrigação, ao longo da transposição da bacia do São Francisco, e projetos no cerrado do centro oeste...

O Sertão vai virar o Islã?

O Sertão tem esse nome por conta de Domingos Afonso Sertão - um sesmeiro que possuía 50 currais a mais que as seis sesmarias permitidas pelo regime colonial (corrupção, portanto, já estava nas Capitanias). Ele morreu em 1674, deixando terras devolutas, do interior da Bahia até o Piauí - o Grande Sertão. Cerne de grandes conflitos fundiários nos últimos três séculos e grandes projetos de regularização no século passado.

Nesse cipoal de áreas regularizadas, a ideia de fazer um sistema de jardins do Éden com a irrigação concessionada (Odebrecht e vários bancos já estavam nesse projeto), foi abortada com a explosão do conflito na Síria e o agravamento do problema no Iraque. De fato, investidores árabes sunitas entenderam de entrar no negócio para implantar um grande projeto muçulmano no coração do Brasil - preparar um sistema de assentamento de refugiados larga escala, com o beneplácito do governo brasileiro e as bençãos do Papa e toda a Europa.

Hitler já havia imaginado algo parecido, em relação aos judeus serem remetidos para Madagascar. Os japoneses chegaram a propor grandes colônias para seus aposentados no estado de Goiás, na época dos militares... mas, nenhum desses projetos saiu do campo das ideias. Já o projeto árabe-sunita... já está no papel e, segundo fontes em off, contaria com o apoio entusiasmado até do tucanato.

Assentamentos de refugiados sírios, iraquianos e afegãos poderão ocorrer no Mato Grosso do Sul, no Tocantins e no interior da Bahia. Só não irão descer para o Paraná porque os investidores teriam problemas com os EUA, que estão de olho na tríplice fronteira e mantém 700 marines baseados ali perto, no Paraguai.

Essa "grande conspiração", ainda não veio à tona, mas está sendo urdida diuturnamente, no campo das relações internacionais e nas articulações com empresas de engenharia e lobistas. A consequência disso é imprevisível...
O crime organizado e a aliança com os baderneiros

Na outra ponta, a criminalidade avança a passos largos, acumulando grande quantidade de dinheiro em ações terroristas e paramilitares... visando, por óbvio, não apenas consolidar posições estratégicas nas rotas de tráfico de drogas mas, também, consolidar um Estado paralelo no território nacional.

Essa ação criminosa conta com a omissão covarde dos governadores de estado e governo federal e a ação conivente de movimentos sociais esquerdistas... todos empenhados em criar condições para deflagrar uma guerra civil no país. 
Assaltos em massa, de caixas eletrônicos a empresas de segurança de valores, passando pela extorsão da população carcerária em todo o território - na base do terror, já ultrapassaram todos os limites da criminalidade comum. Configuram agressão direta ao Estado e visam destruir o tecido social que mantém viva a Nação. 

Contam os criminosos com a baderna da militância esquerdista, que segue o manual de Marighella à risca, como já tivemos oportunidade de informar ****.

A mudança é visível entre os militontos:

A - saíram de cena os barbudinhos e mocinhas de bata e bolsa a tiracolo;

B - entraram em cena os armários truculentos, tropa de choque pronta para confrontar e intimidar. 

As manifestações de enfrentamento truculento, as depredações, os discursos escatológicos, a ofensiva de mídia, não constituem demonstração de desespero truculento de uma organização política que perde legitimidade. Denotam uma ação organizada de um grupo ciente da ação intimidatória que pratica, consciente da sua impunidade em face à conivência encontrada nas estruturas de tutela dos direitos humanos, persecução penal e judiciário, e focados na degradação do aparato estatal. 

Ao que tudo indica, a ideia é liberar territórios para sediar o crime e o terrorismo... com o apoio do PCC. E é o que está ocorrendo, com as bençãos da pusilanimidade governamental.

Não bastam medidas antiterroristas, é preciso ação contraterrorista

O combate ao terrorismo é conduzido em duas grandes vertentes: o antiterrorismo e o contraterrorismo. O antiterrorismo compõe-se de regras e medidas preventivas e defensivas - visam reduzir pontos vulneráveis á ação terrorista no território nacional.

Já o contraterrorismo exige firme posição política, caráter férreo e determinação. Compreende manutenção de forças e condução de medidas ofensivas, focadas na identificação e eliminação de organizações terroristas. O objetivo é prevenir a presença, identificar, dissuadir, eliminar ou retaliar ações terroristas.

O contraterrorismo exige regras especiais, que não possuímos. 

O planejamento e a execução de ações pressupõem sólido e bem estruturado sistema de inteligência, informações precisas, análises apropriadas, intercâmbio com agências internacionais, coleta multidisciplinar de informações envolvendo setores da política, economia, áreas financeira, psicossocial, militar e cientifico-tecnológica. ,

Apesar de haver um esforço no atual governo, de estruturação do sistema de informações, não se vislumbra a necessária integração entre os órgãos voltados para a segurança nacional e aqueles voltados para a segurança pública, em todos os níveis, federal, estadual e municipal, mesmo porque os quadros de direção politicamente nomeados, em sua esmagadora maioria, são pífios e ideologicamente inadequados, a começar do ministro da defesa... 

Assim, imaginar a contenção dos fluxos astronômicos de capitais provindos da corrupção, para financiar ações de desestabilização do Estado, somado à necessidade de controle da criminalidade e monitoramento de iniciativas temerárias em todos os sentidos, como a cessão do território para receber centenas de milhares de muçulmanos em um país marcado pelo sincretismo religioso e firme formação cristã... Com os quadros funcionais de que dispomos... é vivenciar um pesadelo com olhos abertos. 

Conclusão

Enquanto nos debatemos com os problemas relacionados a Lula depõe-não depõe, coxinhas ou mortadelas, jornadas de baderneiros e caça a ladrões de carro-forte... não observamos que isso é apenas a ponta de vigorosas pinças que se fecham sobre a nação brasileira.

Enquanto sofremos com a falta de uma academia que desenvolva um pensamento científico e estratégico, um sistema de inteligência que funcione e forças armadas que tenham vontade política para reagir... esses vetores - e vários outros fáceis de enumerar, avançam como cupins... devorando os pilares do Estado Brasileiro.

Vamos reagir ou... implodir?

Notas: 


Por: Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e das Comissões de Política Criminal e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de imprensa - API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.  
Do site: http://www.theeagleview.com.br/

sexta-feira, 16 de junho de 2017

A RÚSSIA SERÁ CATÓLICA


“A Rússia será católica”: esta é a inscrição que foi colocada no túmulo do padre Gregório Agostinho Maria Šuvalov no cemitério de Montparnasse, em Paris. O barnabita russo se imolou como vítima por esta causa (Antonio Maria Gentili, Os barnabitas, Padres Barnabitas, Roma, 2012, pp. 395-403).

O conde Grigorij Petrovič Šuvalov nasceu no dia 25 de outubro de 1804 em Petersburgo, numa família da antiga nobreza. Um tio dele, general do exército, recebeu a missão de acompanhar Napoleão, derrotado, na ilha de Elba, e outro antepassado fundou a Universidade de Moscou. Ele estudou de 1808 a 1817 no colégio dos jesuítas de Petersburgo, até que, expulsos estes da Rússia, continuou seus estudos primeiro na Suíça e depois na Universidade de Pisa, onde aprendeu perfeitamente a língua italiana. No entanto, foi influenciado pelo materialismo e pelo niilismo então imperantes nos círculos liberais que frequentava. Nomeado pelo Czar Alexandre I oficial dos hussardos da Guarda, aos vinte anos, em 1824, desposou Sofia Soltikov, uma moça profundamente religiosa, ortodoxa, mas “católica na alma e no coração”, que morrerá em Veneza em 1841 e com a qual terá dois filhos: Pedro e Helena.

A morte de Sofia levou-o a estudar religião. Um dia, Šuvalov se deparou com o livro Confissões, de Santo Agostinho, que foi para ele uma revelação. “Eu o lia incessantemente, copiava páginas inteiras, extraía longos trechos. Sua filosofia enchia-me de bons desejos e amor. Com tais transportes de contentamento, eu encontrava naquele grande homem sentimentos e pensamentos que até então haviam dormido na [minha] alma e que a leitura despertava”.

Mudando-se para Paris, o conde Šuvalov passou a frequentar um grupo de aristocratas russos convertidos à Igreja Católica graças, sobretudo, ao conde Joseph de Maistre (1753-1821), que de 1802-1817 fora embaixador do Rei da Sardenha em Petersburgo.

Entre eles estavam Sofia Swetchine (1782-1857), o príncipe Ivan Gagarin (1814-1882) e o príncipe Teodoro Galitzin (1805-1848).

Este último, notando a profunda crise espiritual de seu amigo, ajudou-o a encontrar a verdade, recomendando-lhe a leitura e meditação de Du Pape, de Joseph de Maistre. Lendo a obra do conde saboiano, Šuvalov compreendeu que a primeira nota da Igreja é a unidade, a qual exige uma autoridade suprema, que não pode ser outra senão a do Romano Pontífice. “Senhor, tu dizes: a minha Igreja, e não as minhas igrejas. Por outro lado, a Igreja deve manter a verdade; mas a verdade é una; portanto, a Igreja só pode ser uma. (…) Quando conheci que não pode existir senão uma Igreja verdadeira, compreendi também que essa Igreja deve ser universal, isto é, católica.”

Šuvalov ia todas as noites a Notre-Dame para ouvir os sermões do padre Francisco Xavier de Ravignan (1795-1858), um jesuíta que se tornaria seu guia espiritual. Em 6 de janeiro de 1843, festa da Epifania, Šuvalov abjurou os erros da Igreja Ortodoxa russa e fez a profissão da fé católica na Chapelle des Oiseaux. Mas aspirava a uma dedicação mais profunda à causa católica.

Através de um jovem liberal italiano, Emilio Dandolo, encontrado por acaso no trem, ele conheceu o padre Alexandre Piantoni, reitor da faculdade Longone, dos Barnabitas em Milão, que em 1856 o recebeu no noviciado em Monza, com o nome de Agostinho Maria.

Na ordem fundada por Santo Antonio Maria Zaccaria (1502-1539), Šuvalov encontrou um ambiente profundamente espiritual. Ele escrevia ao padre Ravignan: “Acho que estou no Paraíso. Meus superiores são como santos, os noviços como anjos”. Entre os jovens irmãos confrades estava César Tondini de’ Quarenghi (1839-1907), que teria recolhido mais do que qualquer outro a sua herança espiritual. Em 19 de setembro de 1857, Agostinho Šuvalov foi ordenado sacerdote em Milão por monsenhor Angelo Ramazzotti, futuro Patriarca de Veneza.

No dia da ordenação, na elevação do cálice, ele fez esta súplica a Deus. “Meu Deus, tornai-me digno de dar a vida e o sangue em união com o vosso, para a glorificação da Bem-aventurada Virgem Imaculada e pela conversão da Rússia.” Este foi o sonho de sua vida, que ele confiou à Imaculada, de quem, em 8 de dezembro de 1858, Pio IX proclamou o dogma. Recebido em audiência pelo Papa, o padre Šuvalov lhe manifestou o desejo de dedicar sua vida ao retorno dos cismáticos à Igreja de Roma. No memorável encontro, “Pio IX falou-me da Rússia com aquela fé, aquela esperança e aquela convicção apoiadas na palavra de Jesus, e com aquela caridade ardente da qual era movido pensando em seus filhos extraviados, pobres órfãos voluntários. Estas suas palavras me inflamavam o coração”. O padre Šuvalov declarou-se pronto para fazer o sacrifício de sua vida pela conversão da Rússia. “Contudo, disse então o Santo Padre, repeti continuamente este propósito três vezes ao dia diante do crucifixo; estai certo de que vosso desejo se realizará”.

Paris foi o campo de seu apostolado e de sua imolação: ali ele se esforçou incansavelmente, conquistando inúmeras almas e dando vida à Associação de orações para o triunfo da Bem-aventurada Virgem Imaculada na conversão dos cismáticos orientais, e especialmente dos russos, à fé católica, chamada comumente de Obra do Padre Šuvalov. Pio IX a aprovou com um breve de 1862 e o padre César Tondini foi dela um incansável propagador. Mas o padre Šuvalov morreu em Paris no dia 2 de abril de 1859.

Ele acabava de escrever sua autobiografia Minha conversão e minha vocação (Paris 1859). Traduzido e reimpresso no século XIX, o livro foi apresentado em uma nova edição italiana pelos padres Enrico M. Sironi e Franco M. Ghilardotti (La mia conversione e la mia vocazione, Gráfica Dehoniane, Bolonha, 2004), da qual extraímos as nossas citações. O padre Ghilardotti também trabalhou para trazer de volta à Itália os restos do padre Šuvalov, que agora repousam na igreja de San Paolo Maggiore em Bolonha, construída em 1611 pelos padres barnabitas. Ao pé de um altar encimado por uma cópia da Santíssima Trindade feita por Andrei Rublev, o maior pintor russo de ícones, o padre Gregório Agostinho Maria Šuvalov aguarda a hora da ressurreição.

Em sua autobiografia, o barnabita russo escreveu: “Quando a heresia ameaça, quando a fé definha, quando os costumes se corrompem e as pessoas adormecem à beira do abismo, Deus, que tudo dispõe com peso, número e medida, para despertá-los, abre os tesouros de sua graça; e ora suscita em alguma obscura aldeia um santo escondido, cuja eficaz oração retém seu braço pronto para punir; ora faz aparecer na face da terra uma esplêndida luz, um Moisés, um Gregório VII, um Bernardo; ora inspira, pelo concurso de algum fato milagroso, passageiro ou permanente, a ideia de uma peregrinação ou de qualquer outra nova devoção, nova talvez pela forma, mas sempre antiga na essência, um culto comovente e salutar. Tal foi a origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Esse culto nascido no meio de muitas contradições, num pequeno claustro da aldeia de Paray-le-Monial…”.

Tal, podemos acrescentar, é a origem da devoção ao Coração Imaculado de Maria, cuja propagação Nossa Senhora pediu cem anos atrás numa pequena aldeia de Portugal. Em Fátima, Nossa Senhora anunciou a realização do grande ideal do padre Šuvalov: a conversão da Rússia à fé católica. Um acontecimento extraordinário que pertence ao nosso futuro, e que fará ressoar em todo o mundo as misteriosas palavras da Escritura que o padre Šuvalov aplica à sua própria conversão: Surge qui Dormis, surge a mortuis et iluminabit te Christus – “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).
Por Roberto De Mattei Do site: http://www.catolicismoromano.com.br




sábado, 10 de junho de 2017

GEO-ESTRATEGIATA ITALIANO ALIMENTA DEBATE SOBRE A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI


Um artigo publicado recentemente por um geo-estrategista e professor universitário italiano voltou a levantar questões sobre os motivos da surpreendente renúncia do Papa Bento XVI em 2013. Professor Germano Dottori, que é um professor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade LUISS-Guido Carli, em Roma, escreveu um artigo no número 4/2017 do Limes, um jornal geo-estratégico, e que mais tarde foi usado pelo jornalista italiano Alessandro Rico, pelo comentarista e autor italiano Antonio Socci, bem como por Giuseppe Nardi, da Katholisches.de, na Alemanha.

Ao discutir o papel da Igreja Católica em relação a considerações geo-estratégicas mais amplas – como a grande imigração para a Itália e os vínculos aparentemente crescentes com a Igreja Ortodoxa em Moscou – Dottori faz os seguintes comentários impressionantes e bem fundamentados (tradução gentilmente fornecida Por Andrew Guernsey):

Os conflitos entre a Igreja e os Estados Unidos não se tornaram menores, mesmo depois da morte de João Paulo II. Em vez disso, continuaram durante o pontificado do Papa Ratzinger, no decurso do qual, o que fez com que se tornassem exacerbados não foi apenas o investimento [político e estratégico] feito por Barack Obama e Hillary Clinton no islamismo político da Irmandade Muçulmana durante a chamada Primavera Árabe, mas também o firme desejo de Bento XVI de buscar uma reconciliação histórica com o Patriarcado de Moscou [sob o Patriarca Kirill], o que seria uma verdadeira coroação religiosa de um projeto geopolítico de integração euro-russa, que estava em suas intenções e era fortemente apoiado pela Alemanha e também pela Itália de Silvio Berlusconi – mas não por essa mais filo-americana [Itália], reconhecida por Giorgio Napolitano [Presidente italiano, 2006-2015].

A forma como isso terminou é bem conhecida por todos. Os governos Italiano e Papal foram simultaneamente atingidos por uma campanha escandalosa, coordenada e inusitadamente violenta e sem precedentes, envolvendo até mesmo manobras mais ou menos nubulosas no campo financeiro, com o efeito final sendo atingido em novembro de 2011 com a saída de Berlusconi do Palazzo Chigi e, em 10 de fevereiro [sic-11], 2013, com a abdicação de Ratzinger. No auge da crise, a Itália viu progressivamente seu acesso aos mercados financeiros internacionais fechados, enquanto o Instituto de Obras Religiosas (IOR) [Banco do Vaticano] foi temporariamente desligado do circuito Swift 4.

Apesar das consideráveis mudanças feitas tanto na política Italiana como no Vaticano, as dificuldades, no entanto, continuaram a persistir. Um fato que confirma a sua natureza estrutural e não permite na nossa previsão, nenhuma simplificação a curto ou médio prazo do contexto do qual nosso Governo terá que assumir no futuro as decisões mais importantes no campo de sua política externa.

Aqui, um especialista italiano em estudos geo-estratégicos afirma que tanto o governo Italiano sob Berlusconi quanto o papado de Bento XVI foram derrubados devido a manobras financeiras que colocaram os dois Estados em perigo. Alessandro Rico publicou, em 17 de maio, um artigo intitulado “Ratzinger costretto ad abdicare dal ricatto di Obama” (“Ratzinger forçado a abdicar devido à chantagem de Obama”), no jornal italiano La Verità – uma publicação que não tem nenhuma inclinação para o Catolicismo tradicional, mas, que, ao contrário, critica os católicos tradicionais e conservadores na mesma edição de 17 de maio (como observa Giuseppe Nardi). O próprio Rico coloca a declaração de Dottori em paralelo com a Carta Aberta de 20 de janeiro de 2017 ao Presidente Trump, publicada pelo jornal tradicionalista The Remnant, que pediu uma investigação sobre uma possível intervenção dos EUA contra o Papa Bento XVI. Como Rico aponta, o Papa Bento XVI, na época, se posicionou em oposição à colaboração do presidente Obama com a Irmandade Muçulmana, especialmente com o discurso do Papa em Regensburg, no qual criticou o fundamentalismo islâmico. Os Estados Unidos, como Rico juntamente com Dottori explicam, não eram favoráveis a uma aproximação papal com o Patriarcado de Moscou, o que poderia apoiar ainda mais uma aproximação européia com a Rússia. Uma base parcial para essa desejada aproximação poderia ser também uma rejeição do relativismo moral do Ocidente.

Ao falar sobre a pressão financeira que foi feita sobre o Vaticano em 2013, ao excluir o Estado Papal do sistema SWIFT – e que interrompeu as operações com cartão de crédito na Cidade do Vaticano e, portanto, nos museus do Vaticano – Rico também lembra: “Estranhamente, esta função [SWIFT] foi restabelecida imediatamente após a renúncia de Bento XVI”.

Recordamos, também, que, bem recentemente, em março de 2017, várias vozes influentes da Igreja Católica – entre elas o Arcebispo Luigi Negri e Ettore Gotti Tedeschi (ex-chefe do Banco do Vaticano) apoiaram o pedido e a suspeita do jornal The Remnant. Meu marido, o Dr. Robert Hickson, professor aposentado do Joint Military Intelligence College e da Joint Special Operations University, também aponta para a “importância da guerra financeira, especialmente no mundo cibernético, como parte da guerra fractal, em que uma pequena mudança (um “delta”) pode levar a um grande e desproporcional efeito”.

Antonio Socci, em sua própria publicação sobre esta nova revelação de Dottori, nos remete para outra entrevista que Dottori já havia dado à Zenit, em 13 de novembro de 2016. Dottori respondeu, então, quando perguntado sobre o recente escândalo do Wikileaks envolvendo a equipe de Hilary Clinton e sua influência sobre a Igreja Católica, como se segue (e, novamente, gentilmente traduzida por Andrew Guernsey):

Apareceram documentos dos quais emerge uma forte intenção da parte equipe de Hillary de provocar uma revolta no interior da Igreja para enfraquecer sua hierarquia. Eles usaram grupos de pressão e movimentos de base, seguindo um consolidado esquema usado pelas experientes revoluções das minorias. Ainda não chegamos na arma do crime, mas estamos perto. Embora eu não tenha provas, sempre pensei que Bento XVI foi levado à abdicação por um complô complexo, ordenado por aqueles que tinham interesse em bloquear a reconciliação com os Ortodoxos Russos, o pilar religioso de um projeto de convergência progressiva entre a Europa Continental e Moscou. Por razões semelhantes, acredito que a candidatura do Cardeal [Angelo] Scola para a sucessão de Bento XVI também foi interrompida, pois como o Patriarca de Veneza, ele havia conduzido as negociações com Moscou. Para ter certeza, no entanto, teremos que obter mais evidências. Através do Wikileaks também nos tornamos conscientes das operações de condicionamento psicológico recentemente exercidas contra o Papa Francisco. Mas ali também eles falharam miseravelmente, pois Bergoglio está renovando a Igreja, para fortalecê-la e, certamente, não para enfraquecê-la, como alguns queriam, e ele assinou um verdadeiro e próprio armistício com Kirill [de Moscou], em meio a tantas divisões tanto dentro das recíprocas esferas de influência. Logo abaixo da costa dos Estados Unidos, em Cuba [onde papa Francisco e o Patriarca Kirill assinaram um documento].

Enquanto Antonio Socci cita algumas dessas palavras do professor Dottori, ele explica que isso não significa que a súbita demissão do papa Bento XVI foi forçada. Aos olhos de Socci, o que nos mostra é que existe um “mistério colossal” que, em meio a muitas pressões, envolve a decisão do Papa Bento XVI, de finalmente, renunciar.
Por Maike Hickson – OnePeterFive, 23 de maio de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com:
Do site: https://fratresinunum.com

quarta-feira, 7 de junho de 2017

EXISTE UM "MINISTÉRIO EXPANDIDO" E BENTO XVI AINDA É PAPA. COMO É POSSÍVEL?

O mistério continua e – na bandeira do Vaticano – o branco agora está sobressaindo. Na verdade, as declarações feitas por Dom Georg Gäenswein, sobre o “status” de Bento XVI e Francisco, são perturbadoras (Dom Georg é secretário de um e prefeito da Casa Pontifícia do outro).

A essa altura, não dá para entender mais o que aconteceu no Vaticano em fevereiro de 2013 e o que está acontecendo hoje.

Antes de ver essas declarações, vou resumir a história que colocou a Igreja em uma situação jamais vista.

ESTRANHA RENÚNCIA

Depois de anos de ataques duríssimos, no dia 11 de fevereiro de 2013 Bento XVI anunciou sua clamorosa “renúncia”, sobre a qual as verdadeiras razões são ainda motivo de muitas perguntas legítimas (pois ele deu início ao seu pontificado com uma frase retumbante: “Ore por mim, para que eu não fuja para medo dos lobos”).

Além disso, depois de três anos e meio de renúncia, ficou claro que não haviam problemas de saúde iminentes, nem de lucidez.

Sua “renúncia” foi formalizada com uma “Declaração Final”, em um latim um pouco “frágil” (não escrito por ele) e sem fazer referência- como seria óbvio – ao cânon do Código de Direito Canônico que regula a própria renúncia do Papado.

Um descuido? Uma escolha? Não sabemos. Em qualquer caso, a renúncia ao papado não era uma novidade absoluta. Houve outras, em dois mil anos, embora muito raras. O que nunca existiu foi um “papa emérito” porque todos aqueles que saíram regressaram ao seu status precedente.

Em vez disso, Bento, cerca de dez dias depois da renúncia, e antes do início da sede vacante, fez saber – desmentindo até mesmo o porta-voz – de que ele se tornaria “papa emérito” e permaneceria no Vaticano.

UM ESCRITO CONFIDENCIAL?

Tal escolha inédita não foi acompanhada por um ato que definisse e formalizasse o “papado emérito” do ponto de vista do direito canônico e teológico.

E isso é muito estranho. Assim, permaneceu como indefinida uma situação delicadíssima e perturbadora. A menos que haja alguma coisa escrita, que, no entanto, permaneceu confidencial …

De resto, de acordo com os especialistas, a figura do “papado emérito” não tem nada a ver com os bispos aposentados, criados após o Concílio, uma vez que o episcopado é o terceiro grau do sacramento da Ordem, e – quando um bispo de 75 anos renuncia à jurisdição sobre uma diocese – permanece para sempre como bispo (a Igreja codificou precisamente, em um ato oficial, todas as prerrogativas do Episcopado emérito).

O papado, por sua vez, não é um quarto grau no sacramento da Ordem e os canonistas sempre defenderam que, ao renunciá-lo, o seu sujeito poderia apenas voltar a ser bispo. (assim tem sido há dois mil anos).

Em vez disso, Papa Ratzinger – refinado homem de doutrina – se tornou “papa emérito” e preservou o nome de Bento XVI do qual se segue o título de “Santo Padre” e até mesmo a insígnia papal no emblema (algo que surpreendeu, porque os símbolos são muito importantes no Vaticano) .

E tudo isso não por vaidade pessoal, pois Ratzinger é famoso pelo oposto: ele sempre viveu o cargo como um fardo e fez todo o possível para não ser eleito papa.

A questão, portanto, que rola há três anos, no Palácio do Vaticano, é esta: se demitiu ou realmente – por razões desconhecidas — ainda é Papa, mesmo que de uma forma nova?

Alimentando o mistério, há também o discurso de despedida que ele fez na audiência, em 27 de fevereiro de 2013, em que – recordando o seu “sim” na “eleição em 2005 – disse que era “para sempre ” e explicou:

“O ‘sempre’ também é um “para sempre”- já não há um retorno ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não o revoga. “

Eram palavras que deveriam colocar todos a questionar o que estava havendo (se tratava de uma renúncia unicamente ao “exercício ativo” do ministério petrino? Era plausível?).

Mas, naquele período de fevereiro a março de 2013, todos evitaram perguntar ao papa o porquê de sua renúncia, o sentido daquelas palavras de 27 de Fevereiro e a definição do cargo de “papa emérito”.

DOIS PAPAS?

O mesmo Papa Francisco – eleito no dia 13 de março de 2013 – encontrou-se em uma nova situação que, em seguida, ajudou a tornar ainda mais enigmática, desde que na noite da sua eleição, apareceu no balcão da Basílica de São Pedro, sem vestes papais e definindo-se seis vezes como “Bispo de Roma”, mas nunca como Papa (além do mais, não usou o pálio – símbolo coroação papal – no brasão de armas).

Como se não bastasse, o próprio Francisco continua a chamar Joseph Ratzinger de “Sua Santidade Bento XVI”

Em suma, havia um papa reinante que não se definia como papa, mas bispo, e que chamava papa aquele que – de acordo com a oficialidade – já não era mais papa, mas havia voltado a ser bispo. Um emaranhado incompreensível.

A Igreja, pela primeira vez na história, se encontrava com dois papas: e quem disse isso foi o próprio Bergoglio, em julho de 2013, em um vôo do Brasil que o trouxe de volta para a Itália.

Mais tarde, alguém deve tê-lo explicado que – pela constituição divina da Igreja – não pode haver dois papas simultaneamente e, então, ele passou a explicar em ocasiões posteriores, sua analogia com os “bispos eméritos”. Mas, ele mesmo sabe que não há nenhuma analogia, pelas razões que eu mencionei acima, e porque não há nenhum ato formal de criação do “papado emérito”.

HIPÓTESES

lguns canonistas tentaram decifrar – do ponto de vista legal e teológico – a nova e inédita situação.

Stefano Violi, estudando a declaração do Papa Bento, conclui:

“(Bento XVI) renuncia ao” ministerium”. Não ao Papado, de acordo com o texto da regra de Bonifácio VIII; não ao “munus”segundo o que consta no canon 332 § 2, mas ao ‘ministerium”, ou como ele deixou especificado em sua última audiência, exercício ativo do ministério…”.

Violi então continua:

“O serviço na Igreja continua com o mesmo amor e a mesma dedicação, mesmo fora do exercício do poder. Objeto de renuncia, irrevogável, é de fato o “executio Muneris” mediante a ação e a palavra (agendo et loquendo), não o “munus” que lhe foi confiado de uma vez por todas”.

As consequências de tal fato, no entanto, seriam perturbadoras.

Um outra canonista, Valerio Gigliotti, escreveu que a situação de Bento XVI abre uma nova fase, que define “místico-pastoral”, uma “nova configuração da instituição do papado que está atualmente à mercê de uma reflexão canônica”. Isso também é perturbador.

A BOMBA DE DOM GEORG

Então ontem, Dom Gaenswein, durante a apresentação de um livro sobre Bento XVI, explicou que seu pontificado deve ser lido a partir de sua batalha contra a “ditadura do relativismo”.

Depois ele disse literalmente:

“Desde a eleição de seu sucessor, Papa Francisco – no dia 13 de março de 2013 -, não há, portanto, dois Papas, mas na verdade um ministério expandido com um membro ativo e um outro contemplativo. Por este motivo, Bento não renunciou nem ao seu nome e nem à sua batina branca. Por isso, o título próprio pelo qual devemos nos dirigir a ele ainda é “santidade”. Além disso, ele não se retirou para um mosteiro isolado, mas continua dentro do Vaticano, como se tivesse apenas se afastado de lado para dar espaço para seu sucessor e para uma nova etapa na história do Papado que ele, com esse passo, enriqueceu com a centralidade da oração e da compaixão feitas nos jardins do Vaticano”.

Trata-se de declarações explosivas, cujo significado dá muito o que entender. Quer dizer que, de fato, desde o dia 13 de março de 2013, há “um ministério (petrino) expandido com um membro ativo e outro contemplativo”?

E dizer que Bento XVI “apenas” (enfatizo o “apenas”) deu um passo para o lado para dar espaço ao Sucessor? Chegam mesmo a falar de “uma nova etapa na história do Papado”.

E tudo isso – diz Gaenswein – faz entender por que Bento XVI “não desistiu de seu título e nem da batina branca” e por que o título pelo qual devemos nos dirigir a ele ainda é “Santidade”.

Uma coisa é certa: é uma situação anormal e misteriosa. E há algo importante que não estão dizendo
Por: Antonio Socci “Libero”, 22 de maio de 2016
Tradução: Frates in Unum. Do site: http://www.catolicismoromano.com.br




► A FALTA DE AMBIÇÃO DOS BRASILEIROS

segunda-feira, 5 de junho de 2017

O IMBECIL JUVENIL

Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.

O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer. 


Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade.

É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação - literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo miméticode que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.

Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que o rejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.

Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.

Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.

Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum. 
Por: Olavo de Carvalho Publicado originalmente no Jornal da Tarde, São Paulo, 3 abr. 1998 Do site: http://www.olavodecarvalho.org


Olavo de Carvalho | Onde e quando surgiu o racismo?

domingo, 4 de junho de 2017

MANCHESTER: A EUROPA AINDA ESTÁ "CHOCADA, CHOCADA"

- Depois de tomarem conhecimento do ataque terrorista em Manchester, os políticos mais uma vez emitiram comunicados, conforme a já antiga rotina de estarem "chocados" e "abalados" com o resultado previsível de suas próprias políticas.


- A manifestação mais assombrosa de todas foi a da chanceler alemã Angela Merkel que disse estar assistindo os acontecimentos em Manchester "com tristeza e horror" e que achava o ataque "incompreensível".

- Toda vez que um líder europeu endossa publicamente o Islã como uma grande religião, a "religião da paz" ou afirma que a violência no Islã é uma "perversão de uma grande fé", apesar de incalculáveis provas em contrário, eles sinalizam de forma claríssima que a cada ataque devastador, o Ocidente está pronto para tomar mais uma pancada.
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Quando o ISIS atacou a Casa Noturna Bataclan em Paris em novembro de 2015, segundo suas próprias palavras, foi porque "centenas de pagãos se aglomeravam em um concerto de prostituição e imoralidade". Um ano antes, o ISIS havia banido todo e qualquer tipo de música por ela ser Haram (proibida). Inúmeros estudiosos do Islã defendem a ideia segundo a qual o Islã proíbe a música pecaminosa do Ocidente.

Dito isto, não deveria ter causado nenhuma surpresa os terroristas islâmicos terem atacado um concerto da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester em 22 de maio. Além disso, o Departamento de Segurança Nacional dos EUA já havia alertado em setembro passado, que os terroristas estavam dirigindo o foco para concertos, eventos esportivos e passeios ao ar livre, porque esses lugares "frequentemente facilitam a realização de atentados, são simples de cometer com ênfase ao impacto econômico e causam um número enorme de baixas".

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado suicida em Manchester, no qual foi detonado um dispositivo atado ao corpo do terrorista, repleto de parafusos e pregos. Vinte e duas pessoas, crianças e adultos, foram assassinadas na explosão detonada na área do concerto em Manchester. Mais de 50 pessoas ficaram feridas. A mídia descreve o uso de bombas recheadas de pregos em salas de espetáculos como uma tática nova e surpreendente, na verdade ela é bem antiga, usada durante décadas por terroristas árabes contra os israelenses.

Um policial monta guarda nos arredores da Manchester Arena em 23 de maio de 2017, após o atentado suicida perpetrado por um terrorista islâmico que matou 22 pessoas que haviam ido ao show. (Foto: Dave Thompson/Getty Images)


No entanto, depois de tomarem conhecimento do ataque terrorista em Manchester, os políticos mais uma vez emitiram comunicados, conforme a já antiga rotina de estarem "chocados" e "abalados" com o resultado previsível de suas próprias políticas. Os velhos chavões de "corações e mentes" estarem com as vítimas do ataque, vieram juntamente com as manifestações de choque.

O presidente da Comissão Europeia Donald Tusk, tuitou: "meu coração está em Manchester esta noite, nossas reflexões estão com as vítimas". O líder do partido britânico Liberal Democrats, Tim Farron condenou o ataque "chocante e horrível". A Secretária do Interior britânico Amber Rudd disse que foi um "incidente trágico", enquanto o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que foi um "terrível incidente". O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau disse que os cidadãos de seu país ficaram "chocados com a notícia do terrível ataque em Manchester esta noite". A manifestação mais assombrosa de todas foi a da chanceler alemã Angela Merkel que disse estar assistindo os acontecimentos em Manchester "com tristeza e horror" e que achava o ataque "incompreensível".

Após o ataque do 11 de setembro nos Estados Unidos, os atentados ao trem de Madri de 2004 que mataram cerca de 200 pessoas e feriram outras 2000, os ataques de 2005 ao sistema de transportes de Londres onde 56 pessoas foram mortas e 700 ficaram feridas, os ataques de 2015 em Paris onde o ISIS matou 130 pessoas e feriu cerca de 400, os ataques de março de 2016 ao aeroporto de Bruxelas e à estação de metro onde 31 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas, o atentado de julho de 2016 em Nice onde 86 pessoas, incluindo dez crianças, foram mortas e mais de 200 ficaram feridas, o ataque de dezembro de 2016 em Berlim onde 12 pessoas foram mortas e quase 50 ficaram feridas, o ataque de março de 2017 contra Westminster que matou três pessoas e feriu mais de 20, o ataque de abril de 2017 em Estocolmo onde foram mortas 5 pessoas, incluindo uma menina de 11 anos de idade, isso sem falar dos incontáveis ataques desferidos em Israel, os líderes ocidentais não têm mais desculpas cabíveis para ficarem chocados e surpresos com o terrorismo islâmico que ocorre em suas cidades, cada vez com maior frequência.

Todos os ataques acima mencionados são apenas os espetaculares. Houve inúmeros outros, às vezes à razão de vários ataques ao mês, que mal fizeram manchetes, como o muçulmano que, há pouco mais de um mês, torturou e esfaqueou uma judia de 66 anos em Paris gritando "Allahu Akbar" jogando-a pela janela, ou o carnífice do aeroporto de Paris em março, que veio "morrer por Alá" e cumpriu seu objetivo sem, milagrosamente, ter levado nenhum transeunte inocente consigo.

Após a gritante e estarrecedora atrocidade terrorista ocorrida no Reino Unido, que visava flagrantemente o coração da civilização democrática europeia, visando as Casas do Parlamento e a Ponte de Westminster, a primeira-ministra britânica Theresa May ressaltou: "é equivocado descrever isso como terrorismo islâmico. Trata-se de terrorismo islamista e a perversão de uma grande fé".

É impossível lutar contra o que você se recusa a entender ou a reconhecer, mas, de novo, os líderes europeus parecem não ter a menor intenção de lutar, pois evidentemente escolheram uma tática totalmente diferente, a do apaziguamento.

Toda vez que um líder europeu endossa publicamente o Islã como uma grande religião, uma "religião da paz" ou afirma que a violência no Islã é uma "perversão de uma grande fé", apesar de incalculáveis provas em contrário - os verdadeiros conteúdos violentos do Alcorão e dos hádices, que exortam recorrentemente a luta contra os "infiéis" - eles sinalizam de forma claríssima para organizações como o ISIS, Al Qaeda, Boko Haram, Hisbolál e Hamas, que a cada ataque devastador, o Ocidente está pronto para tomar mais uma pancada. As organizações terroristas e seus apoiadores veem o medo dos líderes europeus de causarem a mínima ofensa, apesar de protestos em contrário de líderes como Theresa May.

O medo vem acompanhado de persistente determinação de fazer de conta, a qualquer custo - ainda que seja às custas das vidas de seus cidadãos - que a Europa não está em guerra, muito embora esteja indubitavelmente claro que outros estão em guerra com ela.

Estas organizações terroristas se dão conta disso quando ministros em países como a Suécia, onde segundo boletins notícias, 150 combatentes do ISIS voltaram ao país, andam livremente, propõem a integração dos jihadistas do Estado Islâmico na sociedade sueca - como solução para o terrorismo! -- não vai requerer muito esforço para que esses líderes sucumbam completamente, como a Suécia praticamente já sucumbiu. Esta "solução" só pode funcionar para incentivar os terroristas a levarem a cabo ainda mais atos terroristas - como é contundentemente evidente pela crescente frequência de ataques terroristas em solo europeu.

Enquanto políticos europeus, inacreditavelmente, acreditam que as suas táticas estão impedindo o terrorismo, eles estão na realidade fortalecendo-os o máximo possível: os terroristas não reagem de forma positiva à genuína compreensão, ursos de pelúcia e vigílias à luz de velas. Na realidade, sem dúvida, os torna mais enojados com a sociedade ocidental, que eles querem transformar em um califado regido pela Lei Islâmica (Sharia).

Parece que os políticos negligenciam o tempo todo o objetivo islamista de instituir o califado. O terrorismo islâmico não é uma "violência insensata" e sim um terrorismo inequivocamente calculado para forçar a derradeira submissão da sociedade alvo. Até agora, com o Ocidente inerte e em estado de negação, os terroristas, ao que tudo indica, estão vencendo.Por Judith Bergman escritora, colunista, advogada e analista política.29 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org


sábado, 3 de junho de 2017

O Que é MATRIX ?

O que é Fascismo

O OCIDENTE OBCECADO PELO GÊNERO SE PREPARA PARA A ASCENSÃO DO ISLÃ

- Autoridades francesas impuseram aos alunos livros ridículos como Papai Usa Vestido. Seria engraçado se os anos seguintes não tivessem sido tão trágicos. O que de fato acabou com essas ilusões francesas foi o terrorismo islâmico.


- O único inimigo que essas elites francesas conheciam eram os privilégios patriarcais, uma vez que para elas o "domínio" era empreendido somente pelos homens brancos europeus.

- A obsessão com gênero é uma forma conveniente de desviar a atenção para evitar ter que enfrentar problemas mais complicados e menos agradáveis. Se o Ocidente não se comprometer em preservar as sociedades e os valores ocidentais, ele cairá. E seu progresso extraordinário será coberto pela escuridão, junto com todos os direitos de gênero.
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Bem-vindo à "próxima fronteira da libertação" progressista, onde o problema mais urgente nas democracias ocidentais é o "machismo".

A Carolina do Norte sofreu um ano de boicotes, até vetar a lei do banheiro transgênero. No mês passado, a União Nacional dos Professores da Grã-Bretanha pediu ao governo para ensinar as crianças, a partir de dois anos de idade, as novas teorias dos transgêneros. Nova York apresentou recentemente a primeira "boneca trans As universidades americanas estão atormentadas com a histeria dos pronomes neutros. Até a National Geographic, em vez de escrever sobre leões e elefantes, começou a cobrir a "Revolução do Gênero". Uma das primeiras medidas anunciadas por Emmanuel Macron, já como presidente eleito da França, foi a de que ele nomearia funcionários de uma lista para que houvesse um número "igual de homens e mulheres".


(Imagem: Sara D. Davis/Getty Images)


Qual o significado dessa mania de gênero que está permeando todos os cantos da cultura e das sociedades ocidentais? Segundo Camille Paglia, crítica ao feminismo, trata-se de um sinal do declínio da civilização ocidental. Em seu novo livro, Free Women, Free Men (Mulheres Livres, Homens Livres), ela assinala:

"As civilizações passaram por ciclos recorrentes. Experimentação extravagante de gênero às vezes precede o colapso cultural, como certamente ocorreu na República de Weimar (Alemanha). Hoje como ontem, há forças se alinhando nas fronteiras, multidões de fanáticos dispersos onde o culto da masculinidade heroica ainda tem apelo gigantesco".

Ela então pergunta:

"Como é possível que tantos dos jovens mais ousados e radicais de hoje se definem apenas segundo a sua identidade sexual? Estamos diante de um colapso de perspectiva que certamente terá consequências destoantes na nossa arte e cultura, que talvez venha minar a capacidade das sociedades ocidentais de compreenderem ou reagirem às crenças veementemente contrárias de outros que não nos querem bem. Os fenômenos transgêneros se multiplicam e se espalham em fases 'tardias' da cultura, à medida que as tradições religiosas, políticas e familiares enfraquecem e as civilizações entram em declínio".

Não é coincidência que essa obsessão com gênero tenha surgido na cultura ocidental na década de 1990, década de paz e prosperidade antes do 11 de setembro. A década estava livre de angústias existenciais, consumida pelo escândalo de Monica Lewinski e embevecida pelo "Fim da História" de Francis Fukuyama. De acordo com Rusty Reno, editor de First Things, a ideologia de gênero é um símbolo da nossa época de "enfraquecimento", apontando para um futuro globalizado "governado pelos deuses do bem-estar da saúde, riqueza e do prazer". Os sumos sacerdotes desta ideologia, no entanto, não levaram em conta a ascensão do Islã radical.

Antes das cidades francesas de Paris, Nice e Rouen serem atacadas por grupos jihadistas, o governo socialista francês tinha apenas uma prioridade cultural: o "ABC da igualdade de gênero". O nome foi tirado de um programa polêmico que a ministra dos direitos da mulher da França, Najat Vallaud-Belkacem, havia lançado em 500 escolas.

Depois de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o governo francês, ao que tudo indica, também achou por bem que deveria promover uma revolução cultural. De acordo com o Ministro da Educação, Benoît Hamon, que perdeu de forma humilhante as últimas eleições presidenciais, as escolas são "um campo de batalha. Metade dos alunos boicotaram as aulas de "teoria de gênero". Na sequência as autoridades francesas impuseram aos alunos livros ridículos como Papai Usa Vestido. Seria engraçado se os anos seguintes não tivessem sido tão trágicos. O que de fato acabou com essas ilusões francesas foi o terrorismo islâmico.

O efeito sobre a cultura ocidental desta ideologia de gênero é o repúdio ao espírito crítico somado a um "apelo chinfrim ao sentimento contra a razão". Essa é a cultura obcecada pelo gênero que se recusa a ver o burquíni como ferramenta islâmica e não só isso, ainda o transforma num símbolo dos direitos humanos. A consequência é que a ameaça jihadista é vista apenas como um transtorno inaceitável ao estilo de vida ocidental. A Europa corre o risco de perder todas as suas dádivas históricas: dignidade humana, livre arbítrio, liberdade de religião, liberdade de expressão e a sua colossal cultura.

As elites erotocráticas francesas não estavam preparadas para o que se mostrou ser o ataque terrorista mais violento desde o 11 de setembro. A França, obcecada com o "ABC da igualdade", pronta para se desarmar, foi pega de surpresa quando terroristas a atacaram no dia em que ela comemorava a igualdade. Na França, simplesmente não havia resistência popular à Lei Islâmica (Sharia) e à ideologia jihadista. Intoxicados pela obsolescência da identidade, o único inimigo que essas elites francesas conheciam eram os privilégios patriarcais, uma vez que para elas o "domínio" era empreendido somente pelos homens brancos europeus.

A presidência de Emmanuel Macron já foi festejada por ativistas do gênero. "Macron é um sopro de ar fresco neste país", ressaltou Natacha Henry, escritora de obras sobre o gênero, no New York Times. "Acho que ele venceu as eleições porque não fez nenhum tipo de comentário machista e é disso que precisamos".

A anestesia oriunda de uma obsessão pelos direitos de gênero parece ter se tornado uma fixação de certos países quando ocorrem ataques terroristas. Logo depois que os jihadistas atacaram a Espanha em 2004 e a obrigaram a retirar suas tropas do Iraque, o governo socialista de José Luis Zapatero abraçou o estímulo da ideologia de gênero, incluindo-a nas aulas de "diversidade" benévolas aos gays nas escolas de ensino fundamental. O "Projeto Zapatero" baseava-se no desprezo da natureza, reinvenção do que é humano, exaltação do desejo. Os anos do ex-presidente dos EUA Barack Obama também foram marcados por uma "obsessão" com os direitos dos transgêneros. A obsessão com gênero é uma forma conveniente de desviar a atenção para evitar ter que enfrentar problemas mais complicados e menos agradáveis.

Há um ditado popular que diz que as civilizações podem ser destruídas de dentro em vez de serem destruídas por exércitos de fora. Se o Ocidente não se comprometer em preservar as sociedades e os valores ocidentais, ele cairá. E seu progresso extraordinário será coberto pela escuridão, junto com todos os direitos de gênero.

Segundo Camille Paglia, "uma cultura puramente secular corre o risco de cair no vazio e, paradoxalmente, se sujeitar à ascensão de movimentos fundamentalistas que ameaçam garantir purificar e disciplinar". Tais como - digamos - o Islã radical.

Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
24 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

sexta-feira, 2 de junho de 2017

LÍDERES EUROPEUS ESTÃO ANDANDO COMO SONÂMBULOS PARA O DESASTRE

- Uma vez que os líderes da Europa não têm filhos, parece que eles não têm porque se preocupar com o futuro do continente.


- "Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão". — Douglas Murray, no jornal The Times.

- "Nos encontrarmos a nós mesmos se torna mais importante do que construir um mundo" — Joshua Mitchell.
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Nunca houve tantos políticos sem filhos governando a Europa como nos dias de hoje. Eles são modernos, de mente aberta, multiculturais e sabem que "tudo termina com eles". No curto prazo não ter filhos é um alívio, já que significa não gastar dinheiro com a família, sem sacrifícios e ninguém para se queixar sobre as consequências futuras. Conforme consta em uma pesquisa investigativa financiada pela União Europeia: "sem filhos, sem problemas!".

Ser mãe ou pai, no entanto, significa que se aposta, de forma legítima, no futuro do país que se governa. Os líderes mais importantes da Europa não estão deixando filhos.

Os líderes mais importantes da Europa não têm filhos: a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte e o candidato francês à presidência Emmanuel Macron. A lista continua com o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven, o primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel e o primeiro-ministro escocês Nicola Sturgeon.

Uma vez que os líderes da Europa não têm filhos, parece que eles não têm porque se preocupar com o futuro do continente. O filósofo alemão Rüdiger Safranski assinala:


"para aqueles que não têm filhos, pensar em termos das gerações vindouras perde a relevância. Portanto eles se comportam cada vez mais como se fossem os últimos e se consideram como se estivessem no fim da cadeia".

Viver o aqui e agora: os líderes mais importantes da Europa não têm filhos, entre eles estão a chanceler alemã Angela Merkel (à esquerda) e Mark Rutte (à direita), primeiro-ministro da Holanda. (Imagem: Ministro-presidente Rutte/Flickr)


"A Europa está cometendo suicídio ou no mínimo os líderes europeus decidiram se suicidar", ressaltou Douglas Murray no jornal The Times. "Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão". Em seu último livro que leva o título de A Estranha Morte da Europa, Murray chamou isso de "um cansaço civilizatório existencial".

Angela Merkel tomou a decisão fatal de abrir as portas da Alemanha para um milhão e meio de migrantes para conter o inverno demográfico de seu país. Não é nenhuma coincidência que Merkel, que não tem filhos, seja chamada de "Mãe Misericordiosa dos migrantes. Merkel evidentemente não deu a mínima se o influxo massivo desses migrantes iria mudar a sociedade alemã, provavelmente para sempre.

Dennis Sewell recentemente escreveu no Catholic Herald:

"é a tal concepção de que é a 'civilização ocidental' que aumenta enormemente o pânico demográfico. Sem ela a solução seria fácil: a Europa não precisa se preocupar em encontrar jovens para sustentar os idosos em sua decadência. Há muitos migrantes batendo na porta, tentando escalar o arame farpado ou se aventurar em embarcações precárias para chegar às nossas costas. Basta deixá-los entrar".

O status de não ter filhos de Merkel é um reflexo da sociedade alemã: de acordo com estatísticas da União Europeia 30% das alemãs não têm filhos, sendo que essa percentagem salta para 40% entre as universitárias. A ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen salientou que, a menos que a taxa de natalidade volte a crescer, o país terá que "apagar as luzes".

Segundo um novo estudo publicado pelo Institut national d'études démographiques, um quarto das mulheres europeias nascidas na década de 1970 poderá permanecer sem ter filhos. Os líderes europeus não são diferentes. Uma em cada nove mulheres nascidas na Inglaterra e no País de Gales em 1940 não tiveram filhos ao atingirem a idade de 45 anos, em comparação com uma em cada cinco das que nasceram em 1967.

O político francês Emmanuel Macron rejeitou a afirmação do presidente francês François Hollande segundo a qual "a França tem um problema com o Islã". Ele é contra a suspensão da cidadania dos jihadistas e continua insistindo, apesar de todas as evidências em contrário, que o Estado Islâmico não é islâmico: "o que representa um problema não é o Islã, mas certos comportamentos tachados de religiosos e depois impostos àqueles que praticam aquela religião".

Macron prega uma espécie de buffet multicultural. Ele fala do colonialismo como "crime contra a humanidade". Ele é a favor de "fronteiras abertas", e para ele, novamente, apesar de todas as evidências em contrário, não existe nenhuma "cultura francesa".

Segundo o filósofo Mathieu Bock-Coté, Macron, de 39 anos, casado com sua ex-professora de 64 anos, é o símbolo da "feliz globalização, livre da memória da glória francesa perdida". Não é nenhuma coincidência que "Manif Pour Tous", um movimento que lutou contra a legalização do casamento gay na França, urgiu para que se votasse contra Macron como sendo o "candidato antifamília". O slogan de Macron, "En Marche!", (Em Marcha!) encarna as elites globalizadas que reduzem a política a um exercício, a uma performance.

É por isso que o líder turco Erdogan incentiva os muçulmanos a terem "cinco filhos" e os imãs islâmicos exortam os fiéis a"terem filhos": para conquistar a Europa. Os supremacistas islâmicos estão trabalhando incessantemente para criar um choque de civilizações no coração da Europa, e eles retratam os países anfitriões ocidentais colapsando: sem população, sem valores, abandonando sua própria cultura.

Olhando para Merkel, Rutte, Macron e outros, será que esses supremacistas islâmicos estão tão errados? Nossos líderes europeus estão andando como sonâmbulos para o desastre. Por que eles deveriam se preocupar, se no final da vida deles a Europa não será mais a Europa? Conforme esclarece Joshua Mitchell em um ensaio "nos encontrarmos a nós mesmos se torna mais importante do que construir um mundo. A longa cadeia de gerações já fez isso por nós. É hora de nos divertirmos".
Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
22 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

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