sexta-feira, 31 de março de 2017

POR QUE ECONOMISTAS E JORNALISTAS MENTEM SOBRE ESSES 12,25% DE JUROS?


Economistas conhecem muito bem o termo “juro real” .

Significa o verdadeiro juro, aquele que você realmente ganha numa aplicação, descontada a inflação futura que é uma despesa.

Todo economista sabe muito bem que os 12,25% não são juros reais.

São juros irreais.

Mas pelas razões que vou explicar, eles os denominam de “juros nominais”, apesar de não serem juros.

São a soma de juro mais inflação futura.

Em vez de publicarem 12,25% deveriam publicar 5% de juros incertos, dependendo da inflação futura.

Deveriam publicar algo como 5% + – 2%, variando para mais ou para menos, dependendo das possibilidades da inflação futura.

Você poderá ganhar 3, 4 ,5, 6, 7%, só Deus sabe, com 95% de probabilidade.

E ainda tem 5% de probabilidade de nem isso ser.

Honestamente, você compraria títulos públicos sabendo que vão pagar só 5% que podem virar 3% ou 4%?

Ações que dão dividendos de 3% são mais seguras, têm lastro real, e valorizam mais.

Por isso eles têm que mentir.

Mentir dizendo que você vai ganhar três vezes mais.

Te enganam dizendo que 12,25% é juro, mas não é. É Fake Economics.

Quando me acusam de ser muito crítico de economistas, me apontando que existem os economistas bons como existem os administradores ruins, eu fico procurando esses economistas bons, mas não acho.

Todos usam o termo “juro nominal”. Ou pior, simplesmente “juro” ou Selic, que nunca foi juro.

Só para facilitar a vida dos banqueiros e do Tesouro a colocar seus títulos podres, mentindo.
Entenderam a jogada? Por Stephen Kanitz  Do site: http://blog.kanitz.com.br/

quinta-feira, 30 de março de 2017

CAVALOS DE TROIA NO MOVIMENTOS DAS MULHERES

- Deve ser tão confortável marchar nos lugares seguros em Washington DC preconizando que mulheres que estão em lugares longínquos tenham seus órgãos genitais mutilados, se casem ainda na infância e sejam espancadas e violentadas em suas próprias casas. Essas mulheres vestidas com hijabs, que marcham em Washington DC, não têm que viver naquela "Utopia". Elas estão vivendo confortavelmente no "Ocidente infiel", protegidas daquelas barbaridades.


- A cultura Ocidental que permite que mulheres gritem nos microfones sequer é a cultura na qual essas mulheres acreditam, muitas vezes é somente a ferramenta que elas usam para promover ideias totalitárias como antissemitismo, intolerância religiosa e imposição de conceitos teocráticos.

- Será que Linda Sarsour realmente acredita que as pessoas enlouqueceram a ponto de desistirem de todas as liberdades civis que seus antepassados conquistaram através dos séculos meramente para poder fazer empréstimos sem juros?

- A hipocrisia é que seu ousado estilo de vida nos EUA retrata que no fundo ela própria detesta as condições supressoras que ela promove para as mulheres pobres do mundo muçulmano que, na realidade, são elas que têm que aguentar. Vinda de uma sociedade muçulmana conservadora, sei que a cultura que ela anseia implantar jamais permitiria que ela lançasse esse tipo de ativismo sem a permissão de seus "defensores".

- As vozes dissidentes dos oprimidos estão batalhando em duas frentes. Elas estão sendo esmagadas pelos seus próprios regimes totalitários e ao mesmo tempo pelos apologistas Ocidentais dos tiranos.
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Por qual razão as mulheres que acreditam na igualdade de direitos para as mulheres, escolhem como porta-voz alguém que em um instante se gaba de sua suposta dissidência como sendo um ato de "patriotismo" e logo depois defende a mutilação dos órgãos genitais de outras mulheres? É como escolher um carrasco para fazer campanha contra a pena de morte ou nomear o chefe do ISIS para fazer campanha a favor de casamentos de pessoas do mesmo sexo.

Os princípios da "dissidência", dos quais elas dizem se orgulhar tanto e de tê-los tirado de fontes religiosas, são na realidade valores liberais e direitos humanos do mundo moderno - justamente os valores de direitos que, ao que tudo indica, elas aspiram destruir.

Na realidade o que elas querem é impor a Lei Islâmica (Sharia) no Ocidente. Lamentavelmente a sharia é flagrantemente antagônica aos valores e direitos humanos ocidentais.

Como é possível que cultos que acreditam no domínio de outrem se autodenominarem progressistas quando a sua mensagem, na íntegra, vai contra o espírito de tolerância e coexistência social?

Os defensores da sharia sempre enfatizaram que pretendem estabelecer uma forma "justa" de governo, baseada na lei divina e, aparentemente, para obter esse resultado, eles implantam aquele conjunto de leis - como por exemplo proibir debates ou críticas sobre as suas crenças ou a segregação de gênero - para destruir as democracias modernas.

Deve ser tão confortável marchar nos lugares seguros em Washington DC preconizando que mulheres que estão em lugares longínquos tenham seus órgãos genitais mutilados, se casem ainda na infância e sejam espancadas e violentadas em suas próprias casas - estando segura nos arredores da capital americana e ficar em silêncio sobre questões de abusos expressivos: flagelações, queimaduras com ácido, amputação de membros, decapitações, afogamentos ou enterro de pessoas vivas.

Essas mulheres vestidas com hijabs que marcham em Washington DC não têm que viver naquela "Utopia". Elas estão vivendo confortavelmente no "Ocidente infiel", protegidas daquelas barbaridades.

Os valores que elas estão desfrutando aqui são os valores do mundo iluminado e não têm nada a ver com a cultura que elas estão procurando impor aos outros.

A cultura que permite que mulheres como Linda Sarsour gritem nos microfones sequer é a cultura na qual essas mulheres acreditam, muitas vezes é somente a cultura que elas estão usando para promover ideias totalitárias como antissemitismo, intolerância religiosa e imposição de conceitos teocráticos através da infiltração ou da força.

A cultura que Sarsour diz aspirar permite mutilar mulheres, mas não permite que as mulheres falem alto, muito menos falar por meio de microfones. Por isso ela deve seus atuais privilégios à sua identidade americana.
A ativista muçulmana Linda Sarsour em um instante se gaba de sua suposta dissidência como sendo um ato de "patriotismo" e logo depois defende a mutilação dos órgãos genitais de outras mulheres. (Imagem: captura de tela de vídeo Seriously.TV)


Em 13 de Maio de 2015 Sarsour afirmou em um tuíte: "vocês saberão quando estiverem vivendo sob a Lei Islâmica (Sharia) quando de repente todos os seus empréstimos e cartões de crédito não terão juros. É bom, não é?"

Em 29 de abril de 2014 ela tuitou: "@RobertWildiris eu não tomo bebidas alcoólicas, não como carne de porco, vivo segundo os ditames islâmicos. Isso é tudo que a lei Sharia é".

Seria muito bom se os únicos requisitos da sharia fossem evitar o consumo de bebidas alcoólicas e a carne de porco, acontece que há uma imensidão de preceitos do que é e do que não é permitido, que se enquadram na categoria do "eu vivo segundo os ditames islâmicos".

A imensidão de normas que Sarsour nunca se preocupou em citar, mas que o mundo testemunha todo santo dia, estão presentes desde os palácios sauditas às cavernas do Afeganistão e de Raqqa.

A cultura que Sarsour deseja impor ao mundo - juntamente com as promessas do fim dos juros sobre empréstimos - não permite que mulheres interajam com homens desconhecidos, dirijam carros, andem de bicicleta, assistam a eventos esportivos, saiam de casa sem permissão, usem maquiagem e roupas que revelem suas silhuetas e muito menos falem em público.

As mulheres também precisam de quatro testemunhas masculinas para comprovar um estupro ou correr o risco de apedrejamento até a morte por "adultério".

Será que Sarsour realmente acredita que as pessoas enlouqueceram a ponto de desistirem de todas as liberdades civis e independência que seus antepassados conquistaram através dos séculos meramente para poder fazer empréstimos sem juros?

A hipocrisia é que seu ousado estilo de vida nos EUA retrata que no fundo ela própria detesta as condições supressoras que ela gosta de promover para as mulheres pobres do mundo muçulmano que, na realidade, são elas que têm que aguentar.

Em que medida essas mulheres vestidas com hijabs gostariam de passar algumas semanas sob os regimes totalitários sobre o quais elas gostam tanto de alardear?

Três meninas britânicas que foram atrás do chamamento do líder do ISIS Abu Bakr Al-Baghdadi se infiltraram na Síria para participarem da jihad, para no final se desesperarem ao perceberem o equívoco que cometeram. Acredita-se que uma já esteja morta.

Kadiza Sultana, Shamima Begum e Amira Abase, intoxicadas pela propaganda do ISIS, entraram na Síria para se juntarem à sagrada missão e virarem noivas do ISIS.

Ao que consta Sultana foi morta em um ataque aéreo russo, quando, apavorada, tentava fugir do ISIS, temendo extrema tortura e execução pública caso fosse capturada.

Ainda não se sabe o paradeiro das outras duas, fora os raros contatos relatados entre elas e suas famílias.

Sophie Kasiki uma menina francesa que também conseguiu escapar da fortaleza do ISIS em Raqqa juntamente com seu filho de quatro anos de idade, disse que ela arriscou a própria vida para tentar salvar a de seu filho. Ela definiu a via crucis de estar com o ISIS como "uma viagem para um inferno do qual parecia não haver retorno".

Samra Kesinovic uma menina austríaca de 17 anos foi, segundo consta, espancada até a morte por combatentes do ISIS ao ser pega tentando fugir, após ter sido "dada de presente" por seu parceiro a outro combatente do ISIS como escrava sexual.

A ironia é que Linda Sarsour e suas seguidoras dizem que amam o Hamas e os califados, como os criados por Abu Bakar al-Baghdadi ou pelos regimes sauditas e iranianos - mas claro, elas não vivem lá.

Sarsour foi, sem sombra de dúvida, colocada em primeiro plano por homens, para promover uma imagem tolerante que eles próprios não podem projetar no tocante aos direitos que eles proporcionam às suas mulheres.

Vinda de uma sociedade muçulmana conservadora, sei que a cultura que ela anseia implantar jamais permitiria que ela lançasse esse tipo de ativismo sem a permissão de seus "defensores".

Como pôde ela esquecer de mencionar que na Arábia Saudita e em inúmeros países muçulmanos esse tipo de ativismo custaria a uma mulher a sua família, sua honra e, provavelmente, a sua vida.

Um tribunal no estado de Washington suspendeu a proibição da entrada de pessoas de sete países de maioria muçulmana imposta pelo presidente Trump na semana passada.

Será que algum juiz ou pessoa influente ousaria refutar um decreto do, digamos, rei saudita, um conselho da sharia do Irã, um membro de uma família real de um país do Oriente Médio, um ditador militar ou os líderes do Hamas que Sarsour aparentemente admira tanto?

Não é possível sequer imaginar, em seus piores pesadelos, dissidência nesses territórios onde a sharia rege, mas claro, a dissidência é permitida nos EUA e no Ocidente onde as pessoas são livres e tem o direito de dizer o que pensam.

Estes não são os valores dos países exóticos que ela diz admirar, valores estes que foram conquistados arduamente com sangue pelos povos do Ocidente.

Esse caso de amor de via de mão única dos progressistas com extremistas jamais servirá ao objetivo de promover a igualdade entre as pessoas.

Na realidade isso poderia ser até contraproducente. No Egito os homens conservadores usaram as mulheres como manifestantes para derrubar o regime de Hosni Mubarak, mas uma vez que a Irmandade Muçulmana, que encabeçou o regime de Morsi, assumiu o controle, o mundo inteiro assistiu estarrecido quando viram que ele impôs a Lei Islâmica (Sharia) sobre todos - acima de tudo sobre as mulheres. Na sequência o regime de Morsi puniu as mulheres que protestavam contra a imposição da sharia no estilo iraniano.

Os mesmos imãs que atiçavam os ânimos nos bastidores da revolução do Egito, então decretavam fatwas (pareceres religiosos) para estuprar aquelas mesmas mulheres que tinham marchado nas ruas por seus direitos. De acordo com al Arabiyya:


"Um pregador salafista egípcio disse que se justifica o estupro e assédio sexual de mulheres que protestam na Praça Tahrir no Cairo, chamando-as de "cruzadas" que "não têm vergonha, medo e nem mesmo feminismo... Abu Islam acrescentou que essas mulheres ativistas estão indo à Praça Tahrir não para protestar, mas para serem abusadas sexualmente porque elas querem ser estupradas... E a propósito, 90% delas são cruzadas e os outros 10% são viúvas que não têm ninguém para controlá-las.."

Cerca de 80 mulheres foram molestadas em uma noite apenas, quando o governo Morsi foi derrubado e as pessoas saíram para celebrar a sua queda.

Essas são as visões que Sarsour está tentando passar.

Esses mesmos homens, aos quais estes progressistas e liberais estão querendo conferir poderes, uma vez empossados, declarariam essas mulheres apóstatas e infligiriam sobre elas as piores punições imagináveis pelos "crimes" que estão cometendo, promovendo um conjunto de valores que eles acreditam que trará harmonia ao mundo.

As vozes dissidentes dos oprimidos estão batalhando em duas frentes. Elas estão sendo esmagadas pelos seus próprios regimes totalitários e ao mesmo tempo pelos apologistas dos tiranos que as manifestantes estão fortalecendo - provavelmente sem ao menos perceber o tamanho enorme do mal que estão fazendo.
Por: Khadija Khan, jornalista e cronista sediada no Paquistão. 17 de Março de 2017
Original em inglês: Trojan Horses in Women's Movement
Tradução: Joseph Skilnik

quarta-feira, 29 de março de 2017

10 PROVAS DE QUE A BUROCRACIA FAZ DO BRASILEIRO O POVO MAIS OTÁRIO DO MUNDO


O desembarque de duas múmias na cidade do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX deveria ter marcado a união entre dois países tão distintos quanto Brasil e Egito. Tratava-se de um presente do vice-rei do país africano ao imperador do Brasil, um conhecido estudioso da cultura do ocidente.

Deveria, se não estivéssemos falando do Brasil. Por aqui, as múmias foram barradas na alfândega durante dias. O motivo: simplesmente não havia a opção “múmia” para registrar a carga que entrava no país. Para resolver o impasse, a solução foi um típico jeitinho brasileiro, que registrou nos arquivos da receita a entrada como “carne seca”. Aquilo que poderia ser apenas uma anedota acabou se tornando parte da história não-oficial do Brasil e seu amor pela burocracia.

Você pode não notar, mas ela está lá. Todos os dias cobrando seu preço, estimado em R$ 330 bilhões por ano (5% do PIB) – dos quais R$ 100 bilhões são gastos apenas para pagar os impostos corretamente. A burocracia tornou-se amiga íntima de milhões de brasileiros, fazendo do Brasil um país cartorial. De fato, nenhuma profissão no país remunera tão bem quanto a de “dono de cartório”.

Nossa justiça é a mais ampla e cara do mundo: custa 1,3% do PIB, contra 0,3% do nosso vizinho mais esbanjador, a Argentina. Temos por aqui mais faculdades de Direito do que todos os países do mundo somados segundo a OAB. Temos quase 1000 vezes mais processos trabalhistas do que o Japão, 50 vezes mais que os Estados Unidos e 80 vezes mais que a França.

Percebe? É uma bola de neve, onde um número puxa o outro e todos puxam sua carteira, querendo sua parte.

Como mostrou a Firjan, desembarcar um produto no aeroporto de Xangai demora cerca de quatro horas. O mesmo produto no aeroporto de Guarulhos? 177 horas. No Galeão, a espera pode chegar a 240h. Em média, gastamos 60% mais tempo com burocracia para receber qualquer produto aqui (contando portos e aeroportos) do que nos grandes emergentes. E o resultado disso pode ser medido em milhões ou bilhões, você escolhe. Milhões de empregos que deixam de ser gerados ou bilhões em negócios não realizados.

Como tudo que cerca a burocracia brasileira, muitos casos, de tão surreais, chegam a ser engraçados. Mas na prática o fato é que emperram a vida de milhões de brasileiros que buscam empreender ou ter uma vida mais tranquila. Abaixo selecionamos alguns casos de como isso pode acabar custando, e caro, no seu dia a dia.
1. Quando os pecuaristas brasileiros ficaram proibidos de exportar para 30 países, pois o Brasil está há cinco anos sem preencher um formulário.
Pouco depois de assumir o ministério da agricultura, o novo ministro Blairo Maggi decidiu encontrar-se pessoalmente com adidos de outros países para ficar por dentro do trabalho e entender de que forma o Brasil poderia ampliar suas exportações.

Em uma reunião com representantes de diversos países, o ministro foi interrompido pelo representante da Tailândia, país do sudeste asiático. Segundo o mesmo, ele próprio adorava a carne brasileira, mas havia um problema: seu país não podia consumir o produto, pois há cinco anos o Brasil não preenchia a papelada para garantir a procedência da carne e permitir as exportações.

Após devassa no ministério, foram encontrados cerca de 30 casos similares, que travaram durante anos as exportações brasileiras no setor, responsável por gerar US$ 5,5 bilhões em receita ao país anualmente.
2. O clube de astronomia em Santa Catarina que recebeu uma doação de óculos solares e foi multado pela receita em 250% do valor original.

Incentivar o amor pela ciência no Brasil não é uma tarefa fácil. Nossas bibliotecas costumam ser poucas e mal aparelhadas, assim como nossas escolas. Mesmo na televisão, programas sobre o assunto são raros e documentários são quase uma exclusividade da TV por assinatura.

Ainda assim, clubes de astrônomos amadores como o Clube Louis Cruls, em Santa Catarina, se dedicam a plantar nos jovens o interesse pelo tema, que pode levar a grandes feitos.

Em junho passado, o clube decidiu participar de uma maratona de observação solar em escala mundial, reunindo diversos países. O projeto, financiado pela ONG americana Charlie Bates, só seria possível graças a uma doação de 2.600 óculos solares. São objetos simples, cujo custo total não passa dos US$ 340, ou R$ 1,1 mil. Para a Receita Federal, porém, os óculos só poderiam ser liberados após o pagamento de uma multa, além dos impostos de importação, totalizando R$ 2,7 mil.
3. O frei franciscano processado pelo governo por reformar igrejas.

Frei Lucas Dolle é responsável por guardar um dos maiores tesouros do estado da Bahia, a igreja de São Francisco de Assis, construída há mais de três séculos. À primeira vista, a igreja parece bem conservada e não é difícil se deixar seduzir pelos excessos de ouro empregados na construção.

Olhando mais de perto, no entanto, a ação do tempo é evidente. O telhado ruiu, as janelas encontram-se carcomidas e o piso está desgastado.

Junto da comunidade, o frei organizou um mutirão para restaurar a igreja. Não demorou muito para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, entrar na justiça e embargar a obra.

O resultado foram anos na justiça e um processo para o frei, por não apresentar o projeto de reforma ao instituto.
4. O cacau do seu chocolate que só pode ser importado de um único país.

Pouco mais de dez anos se passaram desde que o ex-presidente Lula visitou Gana, país da costa oeste africana. Na ocasião, a ideia de ampliar o comércio entre os dois países virou assunto central. O que seria difícil de imaginar é que, desde então, as barreiras criadas pelo governo brasileiro para importação de cacau continuassem pesando tanto.

Desde esta época, barreiras fitossanitárias impedem o Brasil de importar cacau da Costa do Marfim, o maior produtor mundial. Para os produtores brasileiros de chocolate, a medida – e em especial a recusa do governo brasileiro em rever o caso – tem colaborado há anos para encarecer o preço do seu produto. Em qualquer quebra de safra ou frustração nas expectativas de produção nacional, o preço não demora a subir, forçado pelo monopólio detido por Gana.
5. A fila de quatro anos necessária para importar qualquer equipamento médico.

Garantir a entrada de equipamentos médicos no Brasil não é uma tarefa das mais simples. Selos de reconhecimento internacional e autorização por dezenas de agências internacionais acabam por ter pouco ou nenhum peso diante das especificidades brasileiras.

Para autorizar a entrada de qualquer equipamento por aqui, a Anvisa determina que seus técnicos devam viajar e conhecer pessoalmente as instalações dos fabricantes ao redor do mundo e garantir um selo de boas práticas.

O resultado é uma fila de milhares de equipamentos parados pela agência à espera da regulamentação necessária.

Para as entidades do setor, o problema está na entrada de tecnologia no país. Como nesta área a inovação se dá em um ciclo de dois anos, o tempo necessário para a autenticação da agência acaba deixando nossos equipamentos quase sempre defasados.
6. Quando o Rio de Janeiro perdeu uma doação de US$ 500 milhões para despoluir a Baía de Guanabara porque o projeto ficou parado na gaveta.

Despoluir a Baía de Guanabara, um dos maiores símbolos do Rio de Janeiro, é um sonho antigo dos fluminenses e um símbolo de certos problemas que teimam em não desaparecer de nossa infraestrutura.

A cada três litros de esgoto coletado no estado, apenas um é devidamente tratado, sendo os outros dois despejados em locais como a Baía.

Para levar adiante o plano de despoluição, a ONG americana Second Chance, de olho nas Olimpíadas, decidiu aportar US$ 500 milhões no projeto, contratando imediatamente uma companhia também americana para executá-lo.

A consultoria americana ATS fez um plano para ser executado em quatro anos, iniciando-se em fevereiro de 2012. O projeto, porém, ficou preso entre as gavetas da CEDAE e do governo do Rio. Neste período de tempo, o dono da ONG acabou morrendo e os planos mudaram.
7. O restaurante que ficou fechado durante dois meses por falta de letreiros que indicassem a saída.

O plano de prevenção e combate a incêndios foi uma das respostas do corpo de bombeiros gaúcho à tragédia da boate Kiss, ocorrida em 2013. Foi em uma das visitas regulares realizadas pela corporação a bares, restaurantes e casas de espetáculos, que os bombeiros porto-alegrenses acabaram indo parar na Oak’s, uma casa de comida mexicana.

Por lá, viram que estava tudo correto, exceto por um pequeno detalhe: não haviam sinais luminosos indicando a saída do estabelecimento.

Para evitar um transtorno maior e garantir o funcionamento da casa no almoço, o dono saiu então correndo em direção ao centro para adquirir o material. Instalou tudo e tirou fotos por volta das dez da manhã, ainda na esperança de garantir o funcionamento do dia. Se dirigiu aos bombeiros e mostrou as fotos do erro corrigido.

Para os bombeiros, entretanto, as fotos eram insuficientes. Tiveram de marcar uma inspeção.

Levou cerca de dois meses para que pudessem ir ao local. Durante o período, o restaurante permaneceu fechado sem poder funcionar.
8. A multa de R$ 3 milhões para o índio que resolveu vender prendedores de cabelo e outros objetos sem autorização da Funai.
A festa do boi em Parintins é um dos mais concorridos eventos da região norte, atraindo centenas de milhares de turistas anualmente. Foi em uma destas festas que um indígena da tribo Wai-Wai recebeu a maior multa já concedida a um índio no Brasil.

Por confeccionar, transportar e vender peças produzidas com penas de animais silvestres constantes na lista de animais em extinção, o IBAMA determinou sua prisão.

Para cada uma das 132 unidades encontradas com ele, uma multa no valor de R$ 5 mil, totalizando R$ 660 mil. Por se tratar de um caso de reincidência, o valor chegou a impressionantes R$ 3 milhões.

Segundo o Ibama, trata-se de mera aplicação da lei. O indígena foi apreendido com peças como prendedores de cabelo, dois colares e 21 brincos.

A multa acabou sendo barrada pelo Ministério Público.
9. Quando uma casa ficou irregular na prefeitura por um ralo de 10 centímetros, e não 15 como manda a lei.
O sonho da casa própria ainda é um desejo distante para boa parte dos brasileiros. Por aqui, zerar o déficit habitacional demandaria construir 6,4 milhões de novas residências.

O resultado é que, mesmo com uma carga tributária que pode chegar a 49,66% do preço final do imóvel (em outras palavras, construa um pelo preço de dois), muitos brasileiros levam adiante a ideia de construir sua própria residência e garantir maior conforto para sua família.

Em Manaus, cidade onde a prefeitura considera que mais da metade das residências são irregulares, construir a casa pode parecer fácil, quando comparado com o próximo passo: regularizá-la.

Para legalizar a casa construída e com isto ter direito a negociá-la livremente, é possível que os moradores esperem por volta de quatro anos para liberar um alvará. E após esse tempo, têm que se submeter a uma inspeção para liberar o habite-se.

Há casos de residências cujo habite-se foi negado por contar com um ralo no banheiro cuja largura media 10 cm, quando a prefeitura exige 15 cm.

Recuos laterais e frontais são via de regra o que mais pesam e tornam boa parte das residências nas periferias brasileiras ilegais perante os planos diretores.

Como calculou o atual presidente do IBGE, Paulo Rabelo de Castro, negar o patrimônio a estas famílias, estimadas por ele em 17 milhões, significa negar cerca de R$ 1 trilhão em patrimônio. Tudo por não seguir os conformes de planos diretores Brasil afora.
10. O fato de que por aqui morrer não significa que você deixará de pagar impostos.

Para a legislação tributária, a pessoa física do pagador de impostos não necessariamente irá se extinguir após sua morte.

Mesmo depois de morrer, todos os seus bens, que deverão estar em nome de um espólio, continuarão a pagar impostos e você, além do imposto de transmissão de bens intervivos, deverá bancar tudo isso com a renda a ser gerida pelo inventariante. 

Em resumo, você passa a vida inteira pagando metade do seu salário em impostos, junta recursos para deixar de herança e quando chega sua hora… paga imposto sobre eles. Feita a transferência, seus herdeiros deverão pagar imposto de renda sobre os bens recebidos. 
Por Felippe Hermes Do site: http://spotniks.com

terça-feira, 28 de março de 2017

NÃO É A PICHAÇÃO, ESTÚPIDO. É O RESPEITO POR UMA PROPRIEDADE QUE NÃO É SUA


Pichação. Eu poderia apostar que se você acompanha minimamente o debate político no Brasil, essa foi uma das palavras que mais ouviu nesse ano. E a razão é fácil de explicar: João Doria. Desde que foi empossado prefeito da maior cidade da América Latina, o empresário vem travando uma dura batalha contra os pichadores.

A promessa é tolerância zero. Segundo Doria,um projeto de lei que prevê a punição para os vândalos deve ser colocado em breve em votação na Câmara Municipal. O valor da multa para quem for pego pichando? R$ 5.000 para cada muro pichado, R$ 10.000 se reincidente, R$ 50.000 se o estrago acontecer num monumento público. Para isso, Doria promete o maior programa de monitoramento eletrônico que São Paulo já viu, com dez mil novas câmeras de segurança espalhadas pela cidade nos próximos quatro anos.

A medida vem causando duro enfrentamento de parte da imprensa e de influenciadores de opinião, que tratam o combate à pichação como um desrespeito a uma manifestação artística. Em entrevista recente à rádio CBN, Doria chegou a ser questionado pela jornalista Fabíola Cidral se acreditava estar credenciado para determinar o que é arte.

A pergunta é nonsense. Ao contrário do que supõe uma parte da imprensa compromissada em defender qualquer valor encarado como alternativo, fingindo que toda luta subversiva é necessariamente libertadora, a discussão sobre pichação foge da subjetividade.

A premissa é simples. Nenhuma lei de combate à pichação pretende estabelecer uma opinião de arte, mas condenar vandalismos contra propriedades que não pertencem aos pichadores – e um jornalista inapto a entender um princípio tão rudimentar da natureza da notícia é incapaz de formular perguntas minimamente coerentes a seu entrevistado.

Digo, não é como se a arte representasse um valor acima da ordem institucional e fosse permitido aos seus praticantes, da forma mais pretensiosa possível, cometer delitos em nome de um bem maior. Quando o prefeito de uma cidade assina uma determinação que proíbe indivíduos de rabiscarem muros, portões e estátuas, o faz em nome de um direito constitucional, característico das democracias ocidentais: o da propriedade privada. Quando não estabelecemos limites a essa ação, permitimos que qualquer suposto artista redefina a integridade física de objetos que não lhe pertence, em locais públicos (das estantes de bibliotecas às mesas de cirurgia de hospitais) e privados (do muro da sua casa ao veículo parcelado em quarenta e oito vezes que você estacionou no pátio de um shopping center).

Mais do que isso. Como nos conta a Teoria da Janela Quebrada (a Broken Window Theory), desenvolvida na década de oitenta pelo cientista político James Wilson e o psicólogo criminologista George Kelling, ambos pesquisadores da Universidade de Harvard, pichações não apenas violam o direito de propriedade, como criam incentivos para o crime.

Difícil entender o motivo? Explico.

Imagine um edifício com algumas janelas quebradas. Não é tão complicado sacar o que acontecerá com o local caso elas não sejam reparadas num curto espaço de tempo: a tendência é que outras pessoas quebrem ainda mais janelas. É um incentivo e tanto, uma placa invisível gigante notificando todos os vândalos da região que aquele espaço é ausente de qualquer proteção. Com o tempo, é fácil prever que algumas pessoas passarão a invadir o edifício e, caso ele esteja completamente desocupado, passarão a ocupá-lo – talvez até mesmo incendiá-lo.
A teoria surgiu em 1969, graças a um experimento realizado por um psicólogo americano chamado Philip Zimbardo, que decidiu deixar um veículo abandonado em duas regiões completamente distintas dos Estados Unidos – o primeiro no Bronx, um bairro pobre de Nova York, e o segundo em Palo Alto, uma cidade desenvolvida na Califórnia.

Os resultados confirmaram aquilo que Zimbardo desconfiava. O primeiro veículo foi imediatamente danificado pela população local. O segundo permaneceu intacto durante a primeira semana, mas não durou muito mais que isso – o próprio Zimbardo decidiu quebrar uma janela com uma marreta para ver o que aconteceria em seguida e em pouco tempo o veículo passou a ser danificado e vandalizado pela população local.

A interpretação é a mais simples possível: as normas sociais de convívio em sociedade são totalmente ignoradas quando as pessoas percebem que ninguém se importa com os atos de vandalismo.

Em resumo, segundo a Teoria das Janelas Quebradas, caso a população e as autoridades públicas não se preocupem com os pequenos atos de marginalidade, como o de uma pichação num monumento público, induzirão as pessoas a acreditarem que nos locais vandalizados ninguém se importa com a desordem pública. E o resultado inevitável desse incentivo? A prática de delitos mais graves naquele local.

É exatamente isso que acontece nesse momento no Espírito Santo, com os protestos dos familiares dos policiais militares impedindo a ação da polícia. A completa ausência de controle da ordem pública cria uma sinalização, um incentivo para a prática de delitos como o testemunhado no vídeo abaixo.

E é por isso que condenar a pichação está longe de ser um ato ideológico. É uma política de segurança pública e de reconhecimento de um direito básico constitucional. Quer dizer, não é como se Doria estivesse inventando algo inédito para justificar tamanho alarde de setores da imprensa. No Brasil, nos últimos anos, inúmeros prefeitos, de diferentes partidos e identidades políticas, apertaram o cerco contra os pichadores. Foi o caso de Luciano Rezende, do PPS, em Vitória; de Pedro Bigardi, do PCdoB, em Jundiaí; de Gustavo Fruet, do PDT, em Curitiba; de Carlinhos Almeida, do PT, em São José dos Campos; e de Jonas Donizette, do PSB, em Campinas. Exemplos não faltam.

Nos Estados Unidos o cenário também se repete: democratas e republicanos condenam a pichação.

O democrata Richard M. Daley, prefeito de Chicago entre 1989 e 2001, chegou a aprovar uma portaria na cidade proibindo a venda e a posse de tinta de spray (a multa pode chegar a $ 500). Em 1993, ele criou o Graffiti Blasters, um programa para eliminar as pichações da cidade.

Outro democrata, Ed Koch, apertou o cerco contra os pichadores em Nova York nos anos 80. E se você não faz ideia do caos que a Big Apple estava inserida nesse tempo – e nem assistiu a primeira temporada de The Get Down, na Netflix – pode entender melhor o tamanho do problema com as imagens abaixo.

A mais completa bagunça, não?

No início da década seguinte, o cerco se fechou completamente com outro prefeito, o republicano Rudolph Giuliani, que implementou a política de “tolerância zero” contra os pichadores. Como ele mesmo contou, em 2013:


“Realmente, essas pequenas coisas fazem grande diferença, para que as pessoas abracem a ideia de uma sociedade com leis. Em Nova York, tínhamos duas manifestações como essas, que precisaram ser contidas. A primeira foram os pichadores. Passamos a prendê-los por danos a propriedades públicas e privadas, aos pontos de ônibus e metrôs. E outra eram aquelas pessoas que entravam na frente dos carros e constrangiam os motoristas pedindo dinheiro para limpar as janelas dos seus carros.”

Aos poucos, as pichações deixaram de ser consideradas manifestações toleráveis. E uma das cidades mais violentas do planeta, que chegou a ter 2.262 homicídios num único ano, caiu para a sua menor marca em cinquenta anos, se tornando uma das cidades mais seguras do mundo.

Ou seja: como política pública, a tolerância zero à pichação não resolveu isoladamente o problema da violência urbana em Nova York. Mas ao criar um sistema de incentivos que sinalizava a presença de boas instituições na manutenção da ordem, atuou como um pontapé para que a diminuição da criminalidade, construída em conjunto por distintas ações do poder público, alcançasse os 80%. Se considerarmos que os mais atingidos pela violência na cidade nos anos oitenta eram justamente os moradores dos bairros mais pobres, é possível dizer que a solução não apenas ajudou a valorizar o metro quadrado dessas regiões, como a torná-las mais seguras e desenvolvidas. 

Medidas como a adotada em Nova York, não por acaso, se repetiram com sucesso ao redor do planeta. Só nos Estados Unidos, segundo estimativas, o gasto para “monitor, detectar, remover e reparar danos de pichação” atinge entre $ 15 e $ 18 bilhões por ano.

Em Los Angeles, um pichador que causar um estrago maior que $ 400 a uma propriedade pode ter que arcar com uma multa de $ 10.000 e um ano de prisão. Se o estrago custar menos do que $ 400, a multa cai para $ 1.000 e a condenação para seis meses.

Em Londres, há uma pena fixa para a pichação de £ 75 (algo próximo dos R$ 288). A tabela foi fixada pelo Clean Neighborhoods and Environment Act, em 2005. Para pichações maiores, que causam danos graves à propriedade ou que contenham conteúdo racista, a multa pode chegar a £ 5.000 (R$ 19.500) e seis meses de prisão.

Em Mumbai, a multa para pichadores pode chegar a ₹ 50.000 (próximo dos R$ 2.320) e até um ano de prisão.

Em Dubai, as multas começam em $ 136 e vão dobrando conforme a reincidência.

Em Barcelona, as multas dependem do estrago causado pelo pichador – algo entre € 750 e € 1500. Se o estrago acontecer em monumentos ou prédios públicos, a multa pode chegar a dobrar, alcançando os € 3.000 (próximo dos R$ 10.100).

Em Detroit, a multa também depende dos danos causados à propriedade. A pena máxima pode chegar a $ 15.000 e 10 anos de prisão.

Em Berlim, uma mulher já foi obrigada a pagar uma multa de € 7.000 por pichar uma parede.

Em Singapura, um dos países economicamente mais desenvolvidos do planeta (e dos mais seguros, com uma média de 0,2 homicídios a cada 100 mil habitantes), um pichador pode ser condenado a 8 chibatadas, uma multa de $ 1.471 e três anos de prisão. Em 1994, um adolescente americano chegou a ser punido no país, apesar de umpedido de clemência feito por Bill Clinton.
No Brasil, penas duras também já são aplicadas, sem grande comoção da imprensa. DeSinop, no Mato Grosso, a Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Em Curitiba, a atual multa para pichadores é de R$ 1.804,88 e para o estabelecimento que vende spray para menores alcança R$ 4.512,20 na primeira infração e R$ 9.024,40 na reincidência. Na terceira punição, o alvará comercial é cassado. Em 2015, a prefeitura atendeu 1.107 denúncias que resultaram no encaminhamento de 201 infratores pegos em flagrante.

Em Vitória, quem for flagrado fazendo pichação deve pagar uma multa de R$ 9.007,80 aos responsáveis pela propriedade atingida. Para Luciano Rezende, o prefeito, então no Partido Comunista do Brasil quando a aplicação da medida, a intenção da lei é criar um ambiente de maior segurança à capital capixaba.

Mesmo no estado de São Paulo não faltam exemplos de duras punições que não receberam o menor destaque da imprensa nos últimos anos.

Em Campinas, a multa para os estabelecimentos que forem pegos vendendo sprays de tinta para menores (ou que vendam para maiores sem a assinatura de um termo de responsabilidade pela aquisição e comprovação de endereço completo) pode chegar a R$ 12.402,40.

Em Taubaté, a multa aos pichadores alcança os R$ 15.000, com pena de um ano de prisão. Em Bauru, o valor mínimo da multa é de R$ 2.014,00. Em Sorocaba, ela atinge R$ 3.018,98. Em Mogi das Cruzes, R$ 6.461,00.

Ou seja: leis contra a pichação, como a que Doria promete estabelecer em São Paulo, não são novidade em qualquer lugar desenvolvido no planeta e mesmo em grandes cidades brasileiras já são aplicadas sem o menor alarde. 

Na maior capital do hemisfério sul, no entanto, por mera birra política, o debate em torno de suas consequências foi abandonado pela razão e partidarizado sem o menor pudor, pelos motivos mais mesquinhos possível. Por aqui, a julgar certo tom da imprensa e de seus “especialistas”, o vandalismo permanecerá gourmetizado e a depredação politizada. E tudo por um suposto ideal libertador que na prática violenta de modo ainda mais contundente as camadas mais pobres da população.
No Brasil até o progressismo é uma ode ao atraso.
Por Rodrigo da Silva  Do site: http://spotniks.com

sábado, 25 de março de 2017

"A IDEIA DE UMA VIDA BOA FOI SUBSTITUÍDA PELA DE UMA VIDA A SER INVEJADA"

“Um dos mais influentes psicanalistas da Inglaterra, autor de dez livros e editor da nova tradução da obra de Sigmund Freud (1856-1939), Adam Phillips, mais parece um profeta do que um homem da ciência. Pelo menos essa é a ideia que se tem depois de ler a entrevista que ele concedeu à revista Veja em 12 de março de 2003, “Páginas amarelas”), mas que sete anos depois me parece atualizadíssima as questões erguidas por ele, da qual se extraíram as dez denúncias abaixo numeradas:


"A ideia de uma vida boa foi substituída pela de uma vida a ser invejada."

1. Hoje as pessoas têm mais medo de morrer do que no passado. Há uma preocupação desmedida com o envelhecimento, com acidentes e doenças. É como se o mundo pudesse existir sem essas coisas.

2. A ideia de uma vida boa foi substituída pela de uma vida a ser invejada.

3. Hoje todo mundo fala de sexo, mas ninguém diz nada interessante. É uma conversa estereotipada atrás da outra. Vemos exageros até com crianças, que aprendem danças sensuais e são expostas ao assunto muito cedo. Estamos cada vez mais infelizes e desesperados, com o estilo de vida que levamos.

4. Nos consultórios, qualquer tristeza é chamada de depressão.

5. As crianças entram na corrida pelo sucesso muito cedo e ficam sem tempo para sonhar.

6. No século 14, se as pessoas fossem perguntadas sobre o que queriam da vida, diriam que buscavam a salvação divina. Hoje a resposta é: “ser rico e famoso”. Existe uma espécie de culto que faz com que as pessoas não consigam enxergar o que realmente querem da vida.

7. Os pais criam limites que a cultura não sanciona. Por exemplo: alguns pais tentam controlar a dieta dos filhos, dizendo que é mais saudável comer verduras do que salgadinhos, enquanto as propagandas dão a mensagem diametralmente oposta. O mesmo pode ser dito em relação ao comportamento sexual dos adolescentes. Muitos pais procuram argumentar que é necessário ter um comportamento responsável enquanto a mídia diz que não há limites.

8. [Precisamos] instruir as crianças a interpretar a cultura em que vivemos, ensiná-las a ser críticas, mostrar que as propagandas não são ordens e devem ser analisadas.

9. Uma coisa precisa ficar clara de uma vez por todas: embora reclamem, as crianças dependem do controle dos adultos. Quando não têm esse controle, sentem-se completamente poderosas, mas ao mesmo tempo perdidas. Hoje há muitos pais com medo dos próprios filhos.

10. Ninguém deveria escolher a profissão de psicanalista para enriquecer. Os preços das sessões deveriam ser baixos e o serviço, acessível. Deve-se desconfiar de analistas caros. A psicanálise não pode ser medida pelo padrão consumista, do tipo “se um produto é caro, então é bom”. Todos precisam de um espaço para falar e refletir sobre sua vida.”
Por Redação - mar 12, 2017 pensadoranonimo.com.br Via: O mundo como ele é


sexta-feira, 24 de março de 2017

UM PEQUENO TESTE DE ÉTICA E MORAL


João e José são dois indivíduos comuns. Ambos são trabalhadores e honestos. Jamais roubaram nada de ninguém. Tudo o que têm foi conseguido com o próprio suor.

Eles jamais se conheceram. Jamais conversaram. Um jamais nada fez de ruim para o outro. São apenas dois indivíduos comuns que nunca se viram.

Dado este pano de fundo, assinale o que você pensa de cada um dos seguintes cenários abaixo:

1) João, do nada, agride José com um soco na cara.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão


2) João rouba o carro de José.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão


3) João rouba o dinheiro de José.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão


4) João rouba o dinheiro de José para dar aos pobres.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão


5) João rouba o dinheiro de José para pagar serviços médicos e educacionais para os pobres.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão


6) João pede para um grupo de pessoas roubar o dinheiro de José para redistribuir aos pobres e pagar-lhes serviços médicos e educacionais.

( ) Ético e moralmente correto

( ) Anti-ético e moralmente repreensível

( ) Sou indiferente e isentão

E então, a partir de qual cenário a agressão a um inocente honesto e trabalhador se tornou ética e moralmente correta?
Por: Willem Mantum  quinta-feira, 2 fev 2017 Do site: http://www.mises.org.br

quarta-feira, 22 de março de 2017

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA IGREJA

Avançando para a reta final da análise da mentalidade revolucionária, é necessário estudar as raízes da teologia da libertação e sua influência na Igreja. Como a teologia da libertação se encaixa na mentalidade revolucionária?


Dentro do pensamento marxista, mais especificamente do pensamento marxiano[1], a religião e a teologia fazem parte de uma superestrutura, de algo que não faz parte da infraestrutura que move a história, ou seja, a economia[2]. O pensamento revolucionário posterior a Marx, porém, começou a perceber a importância da cultura, da superestrutura[3]. Marx considerava a religião como ópio do povo. Na Rússia, o stalinismo/leninismo tentou abolir a religião, mas Gramsci e a escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, a religião exteriorizada. Todos parecem ter uma visão religiosa do mundo e a cultura seria a exteriorização desta visão de mundo.

Feuerbach afirmava que toda a teologia é uma antropologia, pois dizia que tudo aquilo que se afirmava a respeito de Deus, que todas as afirmações religiosas podiam ser reduzidas a afirmações antropológicas. A religião parece, desta forma, ser uma projeção da humanidade na divindade. Feuerbach entende que a teologia é uma antropologia alienada. A Teologia da Libertação se esforça para seguir essa cartilha, pois é a imanentização[4] da religião cristã e de qualquer outra religião[5]. Tudo aquilo que se refere a Deus é relido em chave antropológica, mais especificamente em linguagem sociológica. Todo o conteúdo do sagrado e do transcendente é esvaziado na imanência humana.

Assim, uma das características básicas da Teologia da libertação é a negação de uma esperança transcendente. Não se espera o reino de Deus na transcendência, mas sim na imanência deste mundo. Seu golpe, porém, se caracteriza pelo fato de se afirmar que a transcendência se encontra no futuro. Mas, o futuro também é imanente, pois pertence à realidade desse mundo.

Essa afirmação do futuro como transcendente é própria do marxismo[6], ao se utilizar de um imanentismo fraco, afirmando que o sentido do hoje está no amanhã[7]. O marxista adia a crise de sentido diante de uma possibilidade de futuro. Mas, se o sentido do hoje é o amanhã, qual o sentido do amanhã? Qual o sentido da sociedade do futuro? Se a vida tem sentido, este sentido, necessária e logicamente, estará fora da vida. O único caminho para que a história tenha sentido é falar de uma meta-história, de algo transcendente.

O Reino dos Céus, conteúdo da fé cristã, não é o reino do amanhã, mas é o reino do além, da eternidade, eternidade que irrompeu na história humana e se fez carne. O transcendente, o sentido de tudo, o logos se fez presente na história humana. Exatamente por isso tornou-se alcançável, tangível[8]. O esforço da teologia será o de mostrar que esta aparente contradição não trai a racionalidade, mas a aperfeiçoa. A verdadeira teologia é uma tentativa de reflexão que tenta conciliar os paradoxos e aparentes contradições da fé[9] com a racionalidade.

Um "teólogo" da libertação não se move por esse mesmo caminho. Sua argumentação irá mudar quantas vezes forem necessárias até a realização do seu intento. Não existe nenhuma dificuldade em abandonar qualquer estereótipo. Tudo o que for necessário para favorecer a revolução será feito, pois qualquer argumento só tem validade enquanto convence. Se não convencer será descartado. É por isso que os teólogos tradicionais tem uma dificuldade imensa de compreender a forma de pensar de um teólogo da libertação, pois a lógica aristotélico-tomista, a todo o momento, percebe a falta de coerência lógica dos marxistas[10]. Na realidade, não seguem a lógica de Aristóteles, pois Gramsci já indicou o caminho: bom é aquilo que ajuda a revolução, mau é aquilo que atrapalha.

Para se dialogar com um marxista é preciso inverter o caminho costumeiro da argumentação, já que ele parte do primado da práxis sobre a teoria, sabendo o que quer fazer e, num segundo momento, cria a teoria para justificar a sua práxis. E, nesse caminho, o grande adversário a ser combatido é o cristianismo, ópio do povo, pois aliena 'o povo' da luta pela implantação de uma sociedade justa e sem classes através da pregação do reino dos céus. Tudo o que faça com que o povo não lute, não serve e não deve existir.

O povo deve ser engajado num processo de engenharia social e a religião deve ser metamorfoseada quantas vezes forem necessárias para ajudar nesse processo. O revolucionário não busca a verdade, pois não crê em sua existência. E uma vez que o marxismo viu que não conseguia destruir a Igreja a partir de fora (Revolução Russa, Gulags, Guerra Civil Espanhola) partiu para uma nova tática: infiltrar-se na Igreja, através da teologia da libertação, que se constituiu num projeto de engenharia social que, a partir da própria Igreja, buscou fazer com que a Igreja mudasse a sua própria natureza, constituindo-se numa força para ajudar a concretizar a revolução social. A tentativa: fazer com que o cristianismo deixe de ser visto como é, um acontecimento e passe a ser visto como uma realidade mental.
Por: Padre Paulo Ricardo Do site: https://padrepauloricardo.org

Referências

1- Marxiano = pensamento específico de Marx.

2- Segundo Marx, a história se move a partir de interesses econômicos.

3- Por isso, o marxismo cultural é por muitos teóricos considerado heterodoxo, exatamente por se desviar do ponto central do pensamento de Marx, valorizando mais a cultura do que a economia.

4- Considerar como válido somente o que é da experiência, palpável, empírico em detrimento de toda a realidade que remeta ao transcendente.

5- Hans Küng tem proclamado uma ética mundial, na qual faz uma conferência sobre cada uma das religiões, relidas de forma imanentista, pois elas servem enquanto força de inconsciente coletivo, dos arquétipos que pode ser manipulada para produzir a sociedade que se deseja, o combustível que pode ser utilizado num projeto de engenharia social. A finalidade da religião é assim, imanente.

6- Um imanentista em sentido pleno é um existencialista, pois vê que a vida não tem sentido, pois este mundo daqui é tudo que existe. Portanto, não há sentido fora do mundo. Os existencialistas merecem o nome de filósofos, uma vez que levam o ateísmo até as últimas consequências, mostrando que, já que Deus não existe, só sobra o desespero para o ser humano.

7- A Teologia da Libertação, desta forma é a aplicação eclesial do “dogma” marxista, pois apresenta o sentido da Igreja como a Igreja do amanhã, que é tecnicamente chamada de Reino de Deus.

8- Este é o grande paradoxo do cristianismo. O esforço teológico é o de explicar que o que é aparentemente contraditório é algo profundamente lógico.

9- Sendo assim, não existe, verdadeiramente uma teologia da libertação, mas sim uma ideologia, já que ideologia é uma série de ideias e de reflexões que servem para justificar interesses de classes, interesses de engenharia social. A teologia da libertação é, na verdade, uma ideologia a serviço de uma engenharia social.

10- Acusar de homossexualismo quem usa batina e defendem o casamento homossexual. É conveniente chamar de homossexual quem usa batina e no momento seguinte defender a sacralidade da relação homossexual, para destruir a estrutura da sociedade patriarcal.
Por: Padre Paulo Ricardo  Do site: https://padrepauloricardo.org

terça-feira, 21 de março de 2017

O GRANDE BENEFICIADO PELO CAPITALISMO FOI O CIDADÃO COMUM, E NÃO OS RICOS E PODEROSOS


Os ricos e poderosos nunca precisaram do capitalismo

Responda rápido: quem realmente foi o grande beneficiado pelo capitalismo?

Se você respondeu "os ricos", você nunca estudou história.

A história nos mostra que todo o progresso industrial, todos os aperfeiçoamentos mecânicos e elétricos, todas as grandes maravilhas tecnológicas da era moderna, e todas as grandes conveniências e facilidades que hoje nos são disponíveis teriam significado relativamente pouco para os ricos e poderosos em qualquer época da história.

Por exemplo: um sistema moderno de saneamento básico, com rede de esgoto e água encanada, teria trazido benefícios adicionais para os ricos da Grécia Antiga? Dificilmente, pois eles tinham servos para lhes garantir todas essas comodidades. Os servos faziam o papel da água corrente.

Os nobres da Roma Antiga teriam maior qualidade de vida caso houvesse televisão e rádio? Dificilmente, pois eles podiam ter os principais músicos e atores da época fazendo apresentações exclusivas em suas mansões, como se fossem seus serventes.

Roupas manufaturadas, máquinas de lavar, microondas e supermercados? Os ricos e poderosos nunca precisaram se preocupar com essas coisas. Roupas e alimentos eram feitos e mantidos por seus serventes, que lhes entregavam tudo em mãos.

Que tal coisas mais modernas, como máquinas fotográficas ou mesmo smartphones para fazer selfies? Isso teria trazido pouquíssimos benefícios adicionais para os aristocratas da antiga, pois eles podiam simplesmente ordenar que os melhores e mais talentosos artistas do reino pintassem quadros com seus retratos e os retratos de outros membros da realeza.

Avancemos as comparações agora para o mundo moderno. Hoje, no smartphone de cada cidadão comum há inúmeros aplicativos que trazem grandes comodidades. Irei destacar dois: o GPS e os serviços de transporte, como Uber, Cabify e Lyft.

Pergunta: como exatamente os ricos e poderosos são beneficiados por um GPS e pelo Uber? Eles dificilmente precisam dessas duas comodidades, pois raramente dirigem por conta própria e ainda mais raramente pegam um taxi. Além de terem motoristas particulares, eles andam de limusines próprias e viajam de jatinhos, e possuem toda uma equipe de funcionários para esquematizar e cuidar de todos os detalhes de suas viagens.

Por outro lado, pense nos enormes benefícios que o GPS, a Uber e o Cabify trouxeram para o cidadão comum, que agora não apenas pode ir a qualquer lugar com seu próprio carro como também pode se deslocar de forma barata e luxuosa em sua própria cidade. E sem precisar de toda uma equipe de funcionários para fazer os preparativos e arranjos.

Os exemplos são inúmeros e podem ser expandidos infinitamente: desde toda a enciclopédia de informações trazidas pela internet ao cidadão comum (os ricos e poderosos nunca tiveram dificuldade de acesso à informação), passando pelas facilidades de lazer, entretenimento e cultura (hoje, você lê todos os livros em seu smartphone e assiste a todos os filmes na comodidade de sua casa, sob demanda; acesso a livros e filmes nunca foi problema para os ricos e poderosos), e culminando na fartura e na facilidade de acesso à alimentação e moradia.

Nada disso nunca foi problema para os ricos e poderosos. O capitalismo disponibilizou tudo para o cidadão comum.

Por isso, Ludwig von Mises sempre dizia que o capitalismo não é simplesmente produção em massa, mas sim produção em massa para satisfazer as necessidades das massas. No capitalismo, os grandes inovadores não produzem artigos caros, acessíveis apenas às classes mais altas: produzem bens baratos, que podem satisfazer as necessidades de todos. 

Ao passo que, séculos atrás, toda a produção funcionava a serviço da gente abastada das cidades, existindo quase que exclusivamente para corresponder às demandas dessas classes privilegiadas, o surgimento e a expansão do capitalismo geraram a produção de artigos acessíveis a toda a população. Produção em massa para satisfazer às necessidades das massas.

Por isso, todas as grandes conquistas do capitalismo resultaram primordialmente no benefício do cidadão comum. Essas conquistas disponibilizaram para as massas confortos, luxos e conveniências que, antes, eram prerrogativa exclusiva dos ricos e poderosos.

Uma porção desproporcional dos benefícios do capitalismo, do livre mercado, da inovação, da invenção de novos produtos, do comércio e dos avanços tecnológicos vai para o cidadão comum, e não para os ricos e poderosos.

Eis o que disse Joseph Schumpeter sobre o poder do capitalismo em aprimorar o padrão de vida dos comuns:

O motor do capitalismo é, acima de tudo, um motor de produção em massa, o que inevitavelmente também significa produção para as massas. [...]

Verificar isso é fácil. Sem dúvidas, há bens e serviços disponíveis hoje ao cidadão comum atual que o próprio Luis XIV adoraria ter: por exemplo, a odontologia moderna. [...] Por outro lado, a luz elétrica não representaria um grande conforto ou dádiva para uma pessoa poderosa o suficiente para comprar um grande número de velas e ter servos para mantê-las constantemente acesas. Até mesmo a velocidade com que se viajava à época não deve ter sido objeto de grande consideração para um cavalheiro tão distinto.

Roupas fartas e baratas, fábricas de seda e algodão, sapatos, automóveis e vários outros bens são as típicas façanhas da produção capitalista. Por si sós, elas não representam aprimoramentos que mudariam enormemente a vida do homem rico e poderoso.

A Rainha Elizabeth sempre teve meias de seda. A façanha do capitalismo não consiste em fornecer mais meias de seda para as rainhas, mas sim em disponibilizá-las para as mulheres trabalhadoras em troca de quantidades de esforço continuamente decrescentes.

Apenas leia esse último parágrafo de novo. Deveríamos estar ensinando isso para as nossas crianças. No entanto, o que elas estão sendo ensinadas neste exato momento é que, sob o capitalismo, os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres. O exato oposto da realidade.

Conclusão

Progressistas que dizem que todos os ganhos de uma economia de mercado vão para os ricos são ignorantes da realidade que os cerca. Apenas pense no tanto que essas pessoas estão erradas da próxima vez que você usar seu laptop, tablet, smartphone, GPS, Spotify, ou se deslocar utilizando Uber, Lyft ou Cabify.

A única entidade que pode afetar, atrasar e atrapalhar todo esse progresso incrível, dificultando o acesso do cidadão comum a essas comodidades que melhoram seu padrão de vida, é o governo e suas políticas que destroçam a economia e o poder de compra das pessoas.
Por:Donald Boudreaux sexta-feira, 10 mar 2017 Do site: http://www.mises.org.br


segunda-feira, 20 de março de 2017

A METODOLOGIA DE GOLITSYN E A ADMINISTRAÇÃO TRUMP


O marioneteiro deve sempre esconder as cordas da marionete. Isto ele consegue através de uma distração, na qual ele chama o homem (Trump) de fantoche, e o fantoche (Obama) de homem.


"A nova metodologia provê explicações para muitas contradições e anomalias no mundo comunista, nas quais as antigas metodologias nada esclarecem. Ela explica a confiança do mundo comunista e a lealdade e dedicação da vasta maioria de seus oficiais. Explica as razões para liberar informações pelos comunistas a respeito de si mesmos e as relaciona com as exigências da política de longo prazo. Explica a aparente tolerância de um sistema totalitário com relação à dissidência abertamente expressa por seus cidadãos em seus contatos com estrangeiros. Provê critérios para analisar a confiabilidade de fontes, para distinguir agentes secretos genuínos e desertores de provocadores, para distinguir informação genuína de desinformação e propaganda. Provê indicadores para a identificação de agentes de influência no Ocidente. Sugere que a desinformação, reconhecida como tal, pode providenciar pistas para as intenções de seus autores. Oferece direcionamento na importância relativa das fontes comunistas oficiais e não-oficiais. Diverge a atenção das polêmicas comunistas espetaculares entre partidos e foca, ao invés, nos avanços sólidos no trabalho de base das cooperações e coordenações comunistas. Indica o caminho para a recuperação da crise nos estudos ocidentais e análises do comunismo. Poderia ajudar a reavivar a efetividade dos serviços de inteligência e segurança ocidentais. Explica a vitória comunista na Guerra do Vietnã, apesar da ruptura sino-soviética. Acima de tudo, explica a disposição e habilidade do mundo comunista, apesar da aparência de desunião, de tomar a iniciativa e desenvolver e executar suas estratégias em relação aos Estados Unidos, os outros países industrialmente avançados, e o terceiro mundo, na jornada para a completa e final vitória do comunismo internacional."
Anatoliy Golitsyn, New Lies for Old, p. 102

O que Anatoliy Golitsyn, o desertor da KGB que corretamente antecipou o colapso falso do comunismo, diria da administração Trump? Eu acredito que ele diria que os estrategistas comunistas lançaram uma nova provocação baseada em uma suposta divisão entre o Partido Democrata americano, dominado por comunistas, e a Rússia (soviética).

Esta suposta divisão oferece algumas vantagens táticas atormentantes para o lado comunista. 

Diverge a atenção da extensa e traidora colaboração da Esquerda americana com a Rússia e o bloco comunista. Também ajuda a camuflar colaborações futuras por parte dos críticos de Trump (pessoas que avisam da interferência russa nas eleições não serão escrutinizadas tão cuidadosamente neste ponto, especialmente por uma mídia já cheia de operantes comunistas). Dizer que Trump é um fantoche russo afasta a atenção do fato que os que levantam a acusação serviram à Rússia e a causa comunista por muitos anos. Enfraquece a autoridade de um presidente que prometeu reverter as muitas políticas de auto-negação nacional que foram o pilar do Partido Democrata, e o lema do establishment do Partido Republicano. Enquanto isso, Barack Obama continua a repassar ordens aos seus quadros esquerdistas dentro do Governo Federal dos Estados Unidos. Por isto é que ficou em Washington. Para todas as intenções e propósitos, ele ainda é presidente; isto é, ele é o comandante-chefe para os comunistas dentro do governo. A conspiração deles continua, como sempre, em direção à “inevitável” convergência do capitalismo com o comunismo (nos termos comunistas).

É importante (do ponto de vista comunista) que ninguém descubra a situação de fato, que ninguém veja quão longe chegou a subversão, ou quão poderoso o lado comunista se tornou dentro do Estado. Enquanto Obama era presidente dos Estados Unidos, uma circunstância idêntica ocorreu tanto em Washington quanto em Moscou. Em ambas as capitais, os comunistas eram retratados como uma minoria irrelevante e desprezível. Na verdade, os presidentes de ambos os países eram comunistas comprometidos. As alavancas do poder estavam em suas mãos, e o mundo de nada suspeitava. Enquanto Obama trabalhava para desarmar os Estados unidos, Putin trabalhava em prol de rearmar a Rússia. Enquanto Obama minava nossos aliados estrangeiros, Putin invadia a Criméia e intervinha no Oriente Médio. Conforme o perigo crescia, conforme Hillary era com certeza a próxima e última presidente, a colaboração entre Washington e Moscou era a garantia da derrota da América.

Então, no entanto, ocorreu um milagre. Donald Trump foi eleito presidente; um homem de instinto nacionalista impecável, e notável coragem em frente do inimigo. Os comunistas estavam pasmos com sua vitória. E então, estranho como possa parecer, decidiram em uma fraude absurda. Enquanto posavam como inimigos da Rússia, Donald Trump seria mostrado como seu aliado.

Para os principais comunistas, negar sua afiliação comunista foi um passo estratégico preliminar tanto em Washington quanto em Moscou. Livres do rótulo que realmente os define, os comunistas foram capazes de avançar sem oposição dos incômodos anti-comunistas. E agora estão compelidos pela lógica de sua falsa oposição a retratar o “dinossauro patriótico americano” (Donald Trump) como um fantoche da Rússia. Aqui, o verdadeiro fantoche aponta para o homem e declara que ele é o fantoche. É uma mentira que constrói a história. É grandiosa e corajosa. Cinicamente estima a ignorância da população, a criminalidade da classe política, e a traição voluntária da mídia. Depende do fato de que os estrategistas e analistas mais inteligentes do lado americano foram assassinados ou escanteados. Então, não há ninguém para apontar a verdade.

Quem agora ousa dizer a verdade a respeito do que acontece nos Estados Unidos da América? Qualquer um escrevendo nessa vertente está cometendo suicídio de carreira. Portanto, apenas alguém sem uma carreira ousaria escrever algo desse tipo! E ainda assim significa entrar em uma lista negra, como Anna Politkovskaya e Alexander Litvinenko. (Quer uma carreira de sucesso? Quer continuar vivo? Cante a canção que lhe foi dada. Interprete um papel do roteiro comunista. Pode ser um conservador se quiser, mas você será um conservador de Moscou).

Claro, você acha que sou louco. Você acha que o comunismo acabou em 1991. Você acha que o comunismo não existe mais. Mas então você terá de explicar como chegamos aqui – com rufiões comunistas usando intimidação aberta nas ruas de nossas cidades! Se o comunismo perdeu a Guerra Fria, por que ele atualmente tem tal poder em agências do governo, universidades e jornais? Por que você acha que a contra-inteligência dos EUA está espionando o presidente dos Estados Unidos e seus oficiais? Quem quer derrubá-lo? Você precisa explicar todos os fenômenos variáveis de hoje: da sabotagem econômica de inspiração comunista da “ciência” do aquecimento global à insistência de que nossas fronteiras continuem uma peneira. Apenas nossos inimigos tem a ganhar com tais políticas.

Mas "o comunismo acabou". Ninguém mais acredita nele. Nos dizem que o último verdadeiro crente no comunismo foi o protegido do Stalin e Chefe Ideológico do Partido Comunista, Mikhail Suslov. Gorbachev e Yeltsin, e outros altos oficiais soviéticos, fizeram um show do abandono do comunismo. Mas foi apenas um show, lhe digo. O ex-oficial da KGB Anatoliy Golitsyn insistia que todas as fontes de informação comunistas são cheias de falsidade; que oficiais comunistas publicamente e privadamente fazem declarações enganadoras sobre si mesmos, seus pensamentos e intenções.

O que realmente sabemos sobre o pensamento de Mikhail Suslov ou Mikhail Gorbachev (por um acaso)? Apenas sabemos o que os oficiais do Partido Comunista dizem que é verdade – sobre si mesmos e o partido. E comunistas mentem! Há também um ponto mais sutil, que pode parecer contraditório em si, mas é fundamental em um nível não-ideológico: é irrelevante o que Suslov ou Gorbachev acreditavam. Suas crenças pessoais seriam decisivas apenas se o marxismo houvesse sido um mero sistema de crença, se representasse um conjunto de princípios estável; mas Marx propriamente não acreditava no marxismo. Ele ria das pessoas que acreditavam. Por que importaria se Suslov não acreditasse também?

O que é decisivo para entender sobre o marxismo é seu papel sempre-mutante enquanto racionalização para um novo tipo de poder. O que é importante aqui não são as particularidades da lógica em si, mas o espírito que invoca a lógica em primeiro lugar. Se queremos entender como a Grande Máquina Totalitária é capaz de transformar-se e mudar e trocar-se com o tempo, devemos adentrar sua alma. No fundo, o marxismo é uma estratégia por trás da qual existe um desejo patológico por poder absoluto e destruição global. O fenômeno externo do marxismo é meramente a camuflagem do psicopata politicamente auto-realizado. Aqui é a expressão externa de sua racionalização por assassinato, pela tomada do poder. Esta expressão externa mudou diversas vezes, mas sua essência espiritual é sempre a mesma. E sempre parecemos nos esquecermos do objetivo. Sempre parecemos remeter aos pensamentos íntimos e intenções de pessoas que assumem-se acreditar ou não acreditar em um conjunto de “princípios”. Mas isto é um erro. Nós não entendemos estas pessoas de forma alguma! O comunista não leva idéias à sério. Ele leva poder e estratégia à sério. Uma máscara não é uma idéia. Uma estratégia não é um princípio. Estas são ferramentas, armas, métodos. Marx não acreditava em suas ferramentas. Ele as usava, e seus seguidores as usavam, até que as ferramentas do momento não mais serviam ao seu objetivo. Então as ferramentas velhas, as armas velhas, eram descartadas em favor de novas armas - “novas mentiras pelas velhas”. Os que falam de crença ou descrença estão apenas falando da casca superficial da coisa, que pode ser trocada por uma nova casca – uma nova aparência externa. Se Marx não acreditava no marxismo, então o verdadeiro marxista também não deveria. É um pobre golpista o que acredita em seu golpe. Por trás da casca de pretensões exteriores do comunista, encontramos o mesmo fenômeno central: a alma malévola do destruidor, o invejoso desejoso por poder e vingança, o ódio do bem por si só. E na auto-afirmação desta alma encontramos, curiosamente, uma reformulação dos mesmos temas totalitários antigos; a mesma sacola de truques para desfigurar e nivelar a humanidade. Com tudo isto dito, a casca externa do supostamente derrubado comunismo não está de forma alguma descartada. Comunismo declarado pode retornar ao poder a qualquer tempo. Até mesmo o hitlerismo pode ressurgir. As várias outras cascas externas – as racionalizações e golpes – podem mudar e trocarem-se conforme exigem as circunstâncias; ainda mantém-se sempre constante a mesma força motriz, sempre alerta à novas oportunidades. Marxismo é uma estratégia, não uma crença. Por isto dizia Mao Tsé-Tung, “marxismo é melhor que uma metralhadora”. Ninguém acredita numa metralhadora. Apenas a usa para neutralizar um inimigo. Deve ter em mente sempre sua utilidade quem a usa, neste aspecto, de morteiros, howitzers, e bombas atômicas ideológicas – o arsenal todo do politicamente correto.

Mas você não consegue superar esta idéia; nomeadamente, de que o comunismo morreu. Você viu ele morrer na TV. Como podemos novamente falar de marxismo-leninismo? Ou, como um presidenciável estoniano me perguntou uma vez, em resposta ao meu discurso: “O que é marxismo-leninismo?”. Sua expressão dolorida transmitia a idéia de que o marxismo-leninismo era algo que não existia de verdade. Ninguém acredita nele, então por que importa? Até mesmo os comunistas não acreditam mais no comunismo. Simples assim! Qualquer idiota que te diz que há verdadeiros crentes no comunismo tinha de usar um chapéu de burro. Rússia é uma democracia. China é capitalista. Cuba é uma sociedade aberta com saúde pública fantástica. E aquele agradável homenzinho da Coréia do Norte é um campeão da paz mundial!

É meramente mais uma frase ridícula dentre tantas outras. De fato, é a frase ridícula final. É a frase que destrói a alma de um homem. Dizer que o comunismo não existe é se render. Significa entregar seu país aos comunistas que não existem. Lembra do Ministério da Verdade de 1984, de George Orwell? Era um ministério que nada dispensava além de mentiras. Agora imagine que o Ministério da Verdade debandasse e admitisse mentir. “Vamos para uma folha nova”, diz o Ministro da Verdade. “Somos agora o Ministério da Verdade Verdadeira”. Oh, mas que alívio! Finalmente, podemos acreditar neles! Marxismo-Leninismo acabou e os marxistas-meninistas agora são honestos! Se eles dizem que vencemos a Guerra Fria, vencemos a Guerra Fria. Em um mundo onde o non-sense é frequentemente acreditado, por que isto não seria aceito como o Novo Evangelho (conforme São Gorbachev)? Caem o Martelo e a Foice, sobe a bandeira tricolor. Como pode questionar isso? É como ser contra chocolate!

Então, para onde foram todos os comunistas? Simplesmente retornaram para a Cristandade? Viraram Cientologistas? Pare e pense por um momento. Você controla metade do planeta e enganou as pessoas em todo país por décadas. E o que faz para o bis? Você cai do canto da terra plana! Bem, acho que superaram-se, apesar de tudo. E então, vinte e cinco anos depois, de repente, você descobre que eles dominaram a cabeça do seu filho e mandaram ele bater em um idoso deslocado que trabalha em uma fábrica usando um boné escrito “Make America Great Again”. Você tem a CIA e o FBI espionando o presidente dos Estados Unidos para a vantagem dos agentes da mudança. E o Congresso está arrastando os pés nas nomeações de Gabinete pois foram agradavelmente presos pelo Apocalipse Zumbi Comunista Satânico Pedófilo.

Já viu o filme “Vampiros de Almas”? É uma ficção alegórica sobre uma tomada comunista. Bem, nós a estamos vivendo. De fato, os alienígenas estão tentando convencer o mundo de que eles que estão combatendo a invasão alienígena! Esta mentira é repetida em todo noticiário. E você pode facilmente acreditar neles: Primeiro, porque você não entendeu quem é o inimigo. Segundo, porque você não acredita em alienígenas. Terceiro, porque você votou nos alienígenas para a Casa Branca em 1992, 1996, 2008 e 2012. E quando os alienígenas finalmente colonizaram o governo e deterioraram seu arsenal nuclear, o antigo presidente alienígena não voltou para Illinois. Ele ficou em Washington para comandar o exército de alienígenas dentro do governo federal, enquanto o Sr. Trump erroneamente acredita estar no comando.

Então eles não acreditam mais em marxismo-leninismo? Então por que socializamos a medicina? E por que Vladimir Lenin, que morreu e 1924, está calmamente posto com seus olhos fechados em seu mausoléu na Praça Vermelha – não enterrado em um túmulo com uma lápide? Sem dúvidas, ele é mantido em exposição porque “ninguém mais acredita nele lá”! É um jeito engraçado de não acreditar em alguém, não acha?

Ninguém em Moscou acredita no comunismo! Eles se recusam a enterrar Lenin porque ele é uma boa atração turística. E além disso, Vladimir Putin usa um crucifixo e diz que acredita em Deus (Bem, ele não gosta realmente de falar sobre isso. Mas achamos que ele acredita em Deus). E então, ao fim do dia, somos todos fantoches do Kremlin. Estamos pulando sem esperanças na ponta das cordas de Moscou.

Mesmo agora o marioneteiro aparenta estar em conflito com suas crias mais secretas – os espiões na CIA e FBI! Aparências não obstantes, o marioneteiro deve sempre esconder as cordas da marionete. Isto ele consegue através de uma distração, na qual ele chama o homem (Trump) de fantoche, e o fantoche (Obama) de homem. E então, da mesma forma, chama o amigo de inimigo, e o inimigo de amigo.

Se o presidente Trump pudesse ler uma frase destes rabiscos, desejaria que lesse este último parágrafo. Então ele poderia entender, em um instante, quem são seus inimigos – ambos externos e internos. E eu digo, nosso inimigo não é um oponente, não é um competidor, não é um rival comercial. Não, não. Eu digo – um inimigo! E uma vez que nosso presidente consiga distinguir amigo de inimigo, seu compasso estratégico irá alinhar-se ao norte verdadeiro e metade da batalha estará ganha.

POR JEFFREY NYQUIST http://www.jrnyquist.com/

Tradução: Talles Diniz Tonatto ( talles.tonatto@gmail.com)
Do site: http://www.midiasemmascara.org