quarta-feira, 28 de março de 2018

A MENSAGEM ETERNA DE THOMAS JEFFERSON


Durante minha visita em Washington DC, cobrindo o CPAC 2018, fiz uma visita ao Jefferson Memorial, um dos principais pontos turísticos da cidade, para homenagear este que é um dos mais reverenciados e controversos pais fundadores da América.

Thomas Jefferson (1743-1826), terceiro presidente do país, não é meu pai fundador preferido. Sua simpatia pela revolução francesa, mesmo que “condenando os excessos”, é suficiente para colocar John Adams e George Washington num patamar muito superior, mas nem por isso é possível diminuir sua grandeza como político e intelectual.

Ele é o principal autor da Declaração da Independência (1776) e do trecho mais inspirado já escrito num texto político oficial, gravado para sempre nas paredes do Jefferson Memorial:

“Consideramos estas verdades como autoevidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.”

Nesse parágrafo, quase tudo que você precisa saber sobre política e como construir uma nação livre e democrática:

– Seus direitos fundamentais são “auto-evidentes”, “inalienáveis” e não foram dados a você pelo estado, pelos governantes e detentores do poder e que por isso mesmo eles não podem tirar de você. O estado não dá a você estes direitos, ele existe apenas e tão somente para proteger os direitos que você já possui.

– Seus diretos mais básicos são o direito à vida, à liberdade e a BUSCA da felicidade. A sociedade não deve a você a sua felicidade, ela é uma busca pessoal e intransferível. Seu país, seu governo e as leis devem garantir que você tenha as condições para correr atrás dos seus sonhos, mas a busca é sua e de mais ninguém.

Aprendendo isso, aceitando isso, o resto é conseqüência. A partir dessas idéias, os EUA criaram a sociedade mais próspera e livre da história da humanidade em menos de três séculos.


Por:  Alexandre Borges  
Do site: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/alexandre-borges/2018/02/26

domingo, 25 de março de 2018

WIKILEAKS: PAPA CONSERVADOR FOI FORÇADO A RENUNCIAR PELO “DEEP STATE”

George Soros, Barack Obama e Hillary Clinton orquestraram um golpe no Vaticano para derrubar o Papa Conservador Bento XVI1 em Fevereiro de 2013, de acordo com e-mails do Wikileaks. 


Papa Bento se tornou o primeiro papa a renunciar desde o Papa Gregório XII em 1415 e o primeiro a fazê-lo por iniciativa própria desde o Papa Celestino V em 1294. 

O grupo de líderes Católicos cita novas evidências descobertas em e-mails publicados pelo Wikileaks para “afirmar” que o Papa Conservador Bento não renunciou por iniciativa própria, mas foi removido do Vaticano por um golpe de estado que o grupo de pesquisadores está chamando de “Primavera Católica”. 

Soros, Obama e Clinton usaram a máquina diplomática Americana, força política e poder financeiro para coagir, corromper e chantagear uma “mudança de regime” na Igreja Católica Romana para substituir o Conservador Bento pelo atual Papa Francisco – que tornou-se desde então um inesperado porta-voz da esquerda internacional, chocando os Católicos ao redor do mundo.2 

Agora, o grupo de líderes Católicos enviou uma carta para o Presidente Trump insistindo que ele inicie uma investigação oficial nas atividades de Soros, Obama e Clinton (e outros) que o grupo alega terem se envolvido em orquestrar a Primavera Católica que resultou no seu objetivo de “mudança de regime” no Vaticano. Os líderes Católicos citam 8 perguntas específicas que eles desejam obter respostas em relação aos eventos suspeitos que levaram à renúncia de Papa Bento, a primeira renúncia papal em 700 anos. 

“Especificamente, nós temos razões para acreditar que a ‘mudança de regime’ no Vaticano foi arquitetada pela administração Obama,” dizem os solicitantes, em sua carta de 20 de Janeiro para o Presidente Trump.1 

“Surpreendemo-nos ao descobrir,” a carta destaca, “que, durante o terceiro ano do primeiro termo da administração Obama a sua antes oponente, Secretária de Estado Hillary Clinton, e outros oficiais do governo com quem ela se associou propuseram uma ‘revolução’ Católica na qual o fim do que restou da Igreja Católica na América chegaria.” 

A carta inclui links para documentos e notícias destacando as afirmações do grupo. Inicialmente a carta destaca os notórios e-mails de Soros-Clinton-Podesta divulgados no final do ano passado pela Wikileaks, onde Podesta e outros progressistas discutem uma mudança de regime para remover o que eles chamam de “ditadura da idade média” na Igreja Católica. 

Quanto aos e-mails de Podesta em questão, o New American informou em outubro passado: 

“Podesta, um antigo conselheiro/confidente de Clinton e ativista escolhido a dedo pelo financiador de esquerda George Soros, revelou em um e-mail de 2011 que ele e outros ativistas estavam trabalhando para efetuar uma revolução chamada “Primavera Católica” dentro da Igreja Católica, uma óbvia referência aos golpes de estado desastrosos da “Primavera Árabe”, organizados no mesmo ano pela equipe Obama-Clinton-Soros, que desestabilizou o Oriente Médio e trouxe regimes islâmicos radicais e grupos terroristas para o poder na região. O e-mail de Podesta é uma resposta a outro radical financiado por Soros – Sandy Newman, fundador do grupo progressista “Vozes Progressivas. Newman escreveu a Podesta buscando conselhos sobre a melhor maneira de “plantar as sementes da revolução” na Igreja Católica, que ele descreveu como uma “ditadura da Idade Média”. 

Em sua carta ao presidente Trump, o grupo de líderes Católicos escreve: 

“Aproximadamente um ano após esta discussão por e-mail, que nunca se pensou seria um dia publicada, achamos que o Papa Bento XVI abdicou em circunstâncias altamente incomuns e foi substituído por um Papa cuja missão aparente é fornecer um componente espiritual à agenda ideológica radical da esquerda internacional. O Pontificado do Papa Francisco, posteriormente, questionou sua própria legitimidade em inúmeras ocasiões”. 

“Continuamos intrigados com o comportamento desse Papa com bagagem ideológica, cuja missão parece ser avançar as agendas seculares da esquerda, em vez de orientar a Igreja Católica em Sua missão sagrada”, dizem eles, expressando os pensamentos de milhões de Católicos ao redor do mundo, chocados pela ideologia de esquerda do Papa Francisco. “Não é simplesmente o papel apropriado de um papa ser envolvido na política, a ponto de ser considerado o líder da esquerda internacional”. 

Eles continuam: 

“Com tudo isso em mente, e desejando o melhor para o nosso país e para os Católicos em todo o mundo, acreditamos que seja responsabilidade de Católicos leais e informados dos Estados Unidos solicitarem que você autorize uma investigação sobre as seguintes questões: 

– Para que fim a Agência Nacional de Segurança estava monitorando o conclave que elegeu o Papa Francisco? 

– Que outras operações secretas relacionadas com a renúncia do Papa Bento XVI ou com o conclave que elegeu o Papa Francisco foram realizadas por oficiais do governo dos EUA sobre? 

– Agentes do governo dos EUA entraram em contato com o “Cardeal Danneels Mafia”? 

– As transações monetárias internacionais com o Vaticano foram suspensas nos últimos dias antes da renúncia do Papa Bento XVI. Alguma agência governamental dos EUA esteve envolvida nisso? 

– Por que as transações monetárias internacionais foram retomadas em 12 de fevereiro de 2013, um dia depois de Bento XVI ter anunciado sua renúncia? Foi pura coincidência? 

– Quais ações, se houveram, foram realmente tomadas por John Podesta, Hillary Clinton e outros ligados ao governo Obama que participaram da discussão propondo o fomento de uma “Primavera Católica”? 

– Qual foi o propósito e a natureza do encontro secreto entre o vice-presidente Joseph Biden e o Papa Bento XVI no Vaticano em 3 de junho de 2011? 

– Quais os papéis desempenhados por George Soros e outros financiadores internacionais que podem estar atualmente residindo em território dos Estados Unidos?” 

A investigação que o grupo de líderes Católicos está solicitando ao presidente Trump deve ser de interesse para mais do que apenas Católicos. A capacidade de George Soros de cooptar figuras líderes políticos para auxiliar seus planos radicais em estados-nação é bem conhecida; mas a sua capacidade de forçar a “mudança de regime” na Igreja Católica, uma instituição que parecia ser impenetrável do exterior, levanta sérias questões sobre o seu potencial para o caos global.1 A investigação – e punição – deve começar imediatamente. 

Por: Allan Dos Santos  Tradução livre de Eduardo Baldoino: para ver o artigo original aqui


segunda-feira, 12 de março de 2018

PAPO DE ADULTO - RESENHA DO NOVO LIVRO DE JORDAN PETERSON

O psicólogo canadense Jordan Peterson alcançou fama internacional após uma entrevista na televisão britânica em que, hostilizado por uma militante feminista disfarçada de entrevistadora, conseguiu manter a calma, o foco nos argumentos, e expôs o viés ideológico e os preconceitos daquela que tentava colar no entrevistado a imagem de conservador preconceituoso machista.

O motivo da entrevista era o lançamento do seu novo livro, 12 Rules for Life, um “antídoto contra o caos”. Trata-se de um livro que merece ser lido com certa urgência, pois sua mensagem nunca fez tanta falta ao mundo, dominado pelo relativismo pós-moderno, pela ditadura do politicamente correto e pela marcha das “minorias oprimidas”. É um papo de adulto, para quem quer falar a sério sobre a vida, não para quem busca fugas e ilusões nos “locais seguros” protegidos contra as “microagressões” e qualquer tipo de ofensa.

Os vídeos de Peterson têm feito tanto sucesso justamente porque tocam na ferida, falam aos jovens em busca de algum sentido para suas vidas, de uma estrutura mais ordenada em meio ao caos produzido pelo vale-tudo atual. Essa libertinagem hedonista mascarada de liberdade gera angústia e vazio, e Peterson tenta colocar um pouco de ordem no caos. A busca por um equilíbrio entre ordem e caos é, inclusive, um dos grandes temas do livro.

O vácuo será logo preenchido, e ninguém pode viver sem uma bússola moral. Até mesmo os relativistas acabam usando uma, ainda que inconsistente. Por trás do discurso de tolerância e de não julgamento, muitos mascaram seu próprio ódio, seus preconceitos, enquanto posam de virtuosos nas redes sociais em busca de curtidas e aprovação. Na prática, flertam com o destrutivo niilismo, com o desespero do vazio, aderindo a ideologias radicais que supostamente tampam o buraco.
PUBLICIDADE


Já com Freud entendemos que viver em sociedade, ao menos numa civilizada, significa criar freios para nossos apetites, criando regras morais que restringem nossa “liberdade” plena. Os pós-modernistas querem abolir esses freios, quebrar todos os tabus, gritar que “é proibido proibir”. O resultado dessa libertinagem, que vem num crescendo desde a década de 1960, tem sido preocupante, para dizer o mínimo. Tem sido caótico, para ser mais preciso.

Peterson bebe muito de fontes míticas, usando seus arquétipos para transmitir mensagens importantes incutidas na sabedoria dos antigos, enraizadas nas tradições que serviam, como ritos de passagem, para o amadurecimento. As normas sociais, as histórias de heróis, os mitos, tudo isso contribuía para a transformação de jovens em adultos, de meninos em homens, de meninas em mulheres. Havia uma estrutura social, um território mais familiar, que hoje se tornou uma grande mancha.

Onde os “progressistas” enxergam utopias e ilusões acerca da natureza humana, que seria infinitamente elástica e uma tábula rasa, Peterson vê, com mais realismo, bestas humanas que precisam justificar sua existência miserável, o que impõe a necessidade de rotina e tradição, de ordem. Vida é também sofrimento, especialmente para seres humanos com consciência da morte, das doenças, do fardo da existência. Fingir que isso não existe só agrava o problema.

Por outro lado, compreender melhor de onde o animal homem vem pode nos ajudar a suportar melhor o desafio. O livro foge do academicismo e traz exemplos curiosos do reino animal ou do cotidiano do próprio autor. Explicar a tendência natural de busca por status ou hierarquia, especialmente nos homens, com base nas lagostas é um típico exemplo dessa abordagem, que torna a leitura mais leve e divertida, apesar da seriedade do assunto.

Numa época de vitimização em que a maioria tenta colocar a culpa dos males em terceiros ou em abstrações, tais como o sistema ou a sociedade, Peterson nos lembra que o mal está em cada um de nós, sempre à espreita. Se somos monstros em potencial, e reconhecemos isso, então temos mais ferramentas para realmente lidar com tiranias opressoras. Se, por outro lado, vemos o homem como uma santa vítima de forças externas, um cordeirinho inocente, não teremos condições de resistir ao avanço dos lobos.

A fraqueza humana, sua fragilidade, já está representada no mito de Adão e Eva. Quando eles se dão conta de que estão nus, após se tornarem autoconscientes, ficam com vergonha, percebem o quão desprotegidos estão na natureza. Ao ver as diferenças, alimentamos o ressentimento também: a beleza ofusca o feio, a força envergonha o fraco. Isso pode levar ao medo, à inveja, com consequências trágicas, como a história de Caim e Abel nos revela. Eis aí o “pecado original” que está tão fora de moda nos círculos modernos, uma lembrança saudável do que somos capazes de fazer quando movidos por certas paixões ou instintos.

Daí a importância de se ter uma visão construtiva, uma direção, uma vida com propósito. Não é o vício que precisa de explicação, mas a virtude. Para fracassar na vida, basta cultivar alguns hábitos ruins. É o sucesso que exige explicação, sacrifício constante, determinação, força de vontade. E nesse processo haverá todo tipo de tentação, especialmente do que Peterson chama de “Trindade do submundo”: arrogância, engano e ressentimento.

Muitos de nós estamos constantemente em busca da felicidade, como algum ideal a ser atingido. Peterson não considera isso uma boa receita. Ao perseguir tanto a felicidade, ela acaba sempre nos escapando, gerando seu oposto: mais angústia e frustração. Em vez disso, Peterson recomenda buscar a virtude, uma vida boa, sempre com a gratidão pela própria existência e com a noção de que a dor e o sofrimento estarão ali na esquina, pois são parte inexorável de nossas vidas.

E quanto aos nossos filhos, Peterson recomenda que os eduquemos de verdade, transmitindo responsabilidade, ajudando-os a se tornarem adultos, em vez de tentar protegê-los para sempre dos riscos da vida. Impor limites, saber lidar com sua agressão inata, criar regras claras, estimular o sacrifício presente para ganhos futuros, procurar manter um ambiente familiar saudável em casa, eis algumas dicas óbvias.

Há muito mais no livro, e recomendo a leitura na íntegra. Em tempos de infantilização geral, com tantos “adultescentes” por aí, e com a perversa ideologia de gênero repetindo que homem e mulher são construções sociais, é um bálsamo travar uma conversa com um pensador sério e adulto.
Por: Rodrigo Constantino  Artigo originalmente publicado pela Gazeta impressa.
Do site: http://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/

terça-feira, 6 de março de 2018

O BEM E O MAL SEGUNDO OLÍVIO DUTRA

Um empresário é um sujeito que ganha a vida organizando a atividade econômica. Ele acumula um capital, investe, ganha, paga suas dívidas para com os fornecedores, os empregados e o Estado, e no fim, se todo dá certo, tem um lucro. A quase totalidade do lucro é reinvestida no mesmo ou em outros negócios. Uma parte ínfima ele pode gastar em benefício próprio e da família. Se seu negócio é muito, muito próspero, mesmo essa parte ínfima basta para que ele compre mansões, iates, jatinhos e jatões, carros de luxo, cavalos de raça, e tenha, se é do seu gosto, múltiplas amantes. Em geral ele se contenta com muito menos.

Um político de esquerda é um sujeito que ganha a vida tentando jogar os empregados contra os empregadores. Ele mostra aos operários os aviões, os cavalos de raça e os carros de luxo do patrão e grita: “É roubo!” No começo ele faz isso de graça. É um investimento. Assim como o empresário investe dinheiro, ele investe insultos, gestos, caretas de indignação, apelos à guilhotina. Em troca, dão-lhe dinheiro. Ele vive disso. Quando alcança o sucesso, pode dispor de mansões, iates, jatinhos e jatões, carros de luxo, cavalos de raça e amantes em quantidade não inferior às do mais próspero capitalista.

Tanto a atividade do empresário quanto a do político de esquerda pode ser exercida de maneira honesta ou desonesta. O empresário pode dar golpes em seus fornecedores, vender produtos fraudados, sonegar o pagamento devido aos operários, ou então pode pagar tudo direitinho e vender produtos bons. Do mesmo modo, o político de esquerda pode desviar dinheiro público, utilizar-se indevidamente de imóveis do Estado, possuir sob ameaça aterrorizadas empregadinhas domésticas como o fazia Mao-tsé-tung. Ou então pode fazer tudo dentro da lei que ele próprio instaurou e ser incorruptível como Robespierre.

A diferença é a seguinte: da atividade do empresário, mesmo o mais desonesto, resultam sempre uma ativação da economia, uma elevação da produtividade, a expansão dos empregos. Esses resultados podem vir em quantidade grande ou pequena, mas têm de vir necessariamente, pela simples razão de que “empresa” consiste em produzi-los e em nada mais.

Da atividade do político de esquerda, mesmo o mais honesto, resultam sempre um aumento do ódio entre as classes, o crescimento do aparato estatal que terá de ser sustentado pelos padrões com dinheiro extraído aos empregados e consumidores, a politização geral da linguagem que transformará todos os debates em confrontos de força e, em última instância, desembocará num morticínio redentor. Esses resultados também podem vir em quantidades grandes ou pequenas, mas virão necessariamente, pois “política de esquerda” consiste em produzi-los e em nada mais.

Um empresário, honesto ou desonesto, está no auge do sucesso quando pode, sem prejuízo de seus investimentos, comprar mansões, iates, carros de luxo, jatinhos, jatões etc. Ele alcança isso quando se torna um mega-empresário. Para chegar a esse ponto, ele tem de deixar em seu rastro fábricas, bancos, plantações, jornais, canais de TV e mil e um outros negócios dos quais vivem e prosperam milhares de pessoas.

Em político de esquerda, honesto ou desonesto, está no auge do sucesso quando destruiu toda oposição às suas idéias e comanda uma sociedade fielmente disposta a realizá-las. Ele alcança isso quando se torna o chefe de uma revolução vitoriosa. Para chegar a esse ponto, ele tem de deixar em seu rastro milhares ou milhões de cadáveres, edifícios destruídos, plantações queimadas, órfãos e viúvas vagando pelas ruas, fome, miséria e desespero.

O governador Olívio Dutra acha que é imoral ser empresário e que é lindo ser um político de esquerda.

Ele não tem maturidade intelectual suficiente para perceber que o sucesso final de um empresário, mesmo desonesto, traz sempre mais bem do que mal, e que o sucesso final de um político de esquerda, mesmo inflexivelmente honesto como ele, produz uma quantidade de mal acima do que qualquer bem poderá jamais reparar.

O governador Olívio Dutra, como qualquer outro político de esquerda, tem uma consciência moral deformada por um uso falso da linguagem. Ele ouviu dizer na infância: “Lucro egoísta”, “justiça social”, e impregnou-se de tal modo desses símbolos verbais do mal e do bem, que pôs sua vida a serviço do que lhe parece uma nobre causa: combater as coisas que têm nomes feios e louvar as que têm nomes bonitos. Uma coisa que criou as nações mais prósperas e livres da Terra deve ser muito má, pois tem o nome hediondo de “lucro egoísta”. Uma coisa que matou cem milhões de bodes expiatórios e reduziu à escravidão e à miséria um bilhão e meio de outros inocentes deve ser ótima, pois leva o belo nome de “justiça social”.

Romper a unidade mágica de nomes e coisas é uma operação dolorosa. Custa vergonhas e humilhações à mente altiva. Mas é o preço da maturidade. No julgamento são do homem maduro – o “spoudaios” –, via Aristóteles a única esperança de um governo justo, do predomínio, ainda que relativo e precário, do bem sobre o mal. Não existe bem onde não existe amor à verdade, e não existe amor à verdade onde uma mente obstinada se apega ao instinto pueril de julgar as coisas pelos nomes que ostentam.

O problema do governador Olívio Dutra, assim como de milhares que pensam como ele, já foi diagnosticado por Jesus Cristo dois milênios atrás: “Na verdade, amais o que devíeis odiar e odiais o que devíeis amar.” Eles pecaram contra o Espírito, protegendo-se por trás da belas palavras contra a visão das realidades feias, e receberam como castigo exatamente aquilo que pediam: a cegueira forçada tornou-se espontânea, e hoje a sua moralidade invertida lhes parece a atitude mais natural do mundo, a única maneira possível de julgar as coisas — o caminho do bem, fora do qual tudo é perdição e “lucro egoísta”.

Não creio sequer que valha a pena rezar para que despertem. Eles não despertarão enquanto não enviarem milhões de seres humanos para o sono eterno.
Por: Olavo de Carvalho   7 de abril de 2000  Do site: http://www.olavodecarvalho.org