quinta-feira, 31 de agosto de 2017

SANTO AGOSTINHO: SUAS RELAÇÕES ENTRE A FÉ E A RAZÃO

Santo Agostinho (354-430) foi um filósofo, escritor, bispo e importante teólogo cristão do norte da África, durante a dominação romana.

Suas concepções sobre as relações entre a fé e a razão, entre a Igreja e o Estado, dominaram toda a Idade Média.


Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste, na cidade da Numídia (hoje Argélia), no norte da África, região dominada pelo Império Romano, no dia 13 de novembro de 354. Sua infância e adolescência transcorreram principalmente em sua cidade natal, em um ambiente limitado por um povoado perdido entre montanhas. Seu pai era pagão e sua mãe uma cristã devota que exerceu grande influência sobre a conversão do filho.

Aurélio Agostinho destaca-se entre os Padres como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos. E como Tomás de Aquino se inspira na filosofia de Aristóteles, e será o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspira-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupam sejam sempre os problemas práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.

Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, começados na pátria, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, é uma das maiores conseqüências do pecado original; dominou-o longamente, moral e intelectualmente, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal, julgando achar neste dualismo maniqueu a solução do problema do mal e, por conseqüência, uma justificação da sua vida. Tendo terminado os estudos, abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão. Afastou-se definitivamente do ensino em 386, aos trinta e dois anos, por razões de saúde e, mais ainda, por razões de ordem espiritual.

Entrementes - depois de maduro exame crítico - abandonara o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que lhe ensinou a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Destarte chegara a uma concepção cristã da vida - no começo do ano 386. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, como por uma fulguração do céu, sobreveio a conversão moral e absoluta, no mês de setembro do ano 386. Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retira-se, durante alguns meses, para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e dalguns discípulos, perto de Milão. Aí escreveu seus diálogos filosóficos, e, na Páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão. Tinha trinta e três anos de idade.

Depois da conversão, Agostinho abandona Milão, e, falecida a mãe em Óstia, volta para Tagasta. Aí vendeu todos os haveres e, distribuído o dinheiro entre os pobres, funda um mosteiro numa das suas propriedades alienadas. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em 395, governou a igreja de Hipona até à morte, que se deu durante o assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430. Tinha setenta e cinco anos de idade.

Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas. As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são, sobretudo, os diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música . Interessam também à filosofia os escritos contra os maniqueus: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem .

Dada, porém, a mentalidade agostiniana, em que a filosofia e a teologia andam juntas, compreende-se que interessam à filosofia também as obras teológicas e religiosas, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira.

O Pensamento: A Gnosiologia

Agostinho considera a filosofia praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida.

O problema gnosiológico é profundamente sentido por Agostinho, que o resolve, superando o ceticismo acadêmico mediante o iluminismo platônico. Inicialmente, ele conquista uma certeza: a certeza da própria existência espiritual; daí tira uma verdade superior, imutável, condição e origem de toda verdade particular. Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto, são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, seria necessária uma luz espiritual. Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as idéias platônicas.

No Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias, as espécies, os princípios formais das coisas, e são os modelos dos seres criados; e conhecemos as verdades eternas e as idéias das coisas reais por meio da luz intelectual a nós participada pelo Verbo de Deus. Como se vê, é a transformação do inatismo, da reminiscência platônica, em sentido teísta e cristão. Permanece, porém, a característica fundamental, que distingue a gnosiologia platônica da aristotélica e tomista, pois, segundo a gnosiologia platônica-agostiniana, não bastam, para que se realize o conhecimento intelectual humano, as forças naturais do espírito, mas é mister uma particular e direta iluminação de Deus.

A Metafísica

Em relação com esta gnosiologia, e dependente dela, a existência de Deus é provada, fundamentalmente, a priori , enquanto no espírito humano haveria uma presença particular de Deus. Ao lado desta prova a priori , não nega Agostinho as provas a posteriori da existência de Deus, em especial a que se afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre criador. 

No pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no pensamento cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo pecado dos espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto, preferindo o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação, privação; moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de Deus. O problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus e o tempo. Deus não é no tempo, o qual é uma criatura de Deus: o tempo começa com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o tempo da existência de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas.

Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão. Por certo, o corpo não é mau por natureza, porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade metafísica, substancial, como na concepção aristotélico-tomista, em virtude da doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e, absolutamente, é uma específica criatura divina, como todas as demais. Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo, isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais. Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois, distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é divina em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade. No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores cego apetite.

Quanto à cosmologia, pouco temos a dizer. Como já mais acima se salientou, a natureza não entra nos interesses filosóficos de Agostinho, preso pelos problemas éticos, religiosos, Deus e a alma. Mencionaremos a sua famosa doutrina dos germes específicos dos seres - rationes seminales . Deus, a princípio, criou alguns seres já completamente realizados; de outros criou as causas que, mais tarde, desenvolvendo-se, deram origem às existências dos seres específicos. Esta concepção nada tem que ver com o moderno evolucionismo , como alguns erroneamente pensaram, porquanto Agostinho admite a imutabilidade das espécies, negada pelo moderno evolucionismo. 

A Moral

Evidentemente, a moral agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente e ascética. Nota característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia do prático, da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado do teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de razão, hábito conforme à razão, como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor.

Entretanto a vontade é livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica a si mesma, determinando a dilaceração da sua natureza. A fórmula agostiniana em torno da liberdade em Adão - antes do pecado original - é: poder não pecar ; depois do pecado original é: não poder não pecar ; nos bem-aventurados será: não poder pecar . A vontade humana, portanto, já é impotente sem a graça. O problema da graça - que tanto preocupa Agostinho - tem, além de um interesse teológico, também um interesse filosófico, porquanto se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem. Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo.

Quanto à família , Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato superior ao matrimônio; se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade. Quanto à política , ele tem uma concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade seria de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente, mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.

O Mal

Agostinho foi profundamente impressionado pelo problema do mal - de que dá uma vasta e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela solução dualista dos maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito de Deus e da possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão.

Antes de tudo, nega a realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação de ser, como a obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado mal metafísico , que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o lhes é devido por natureza.

Quanto ao mal físico , que atinge também a perfeição natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho argumento, digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a harmonia do conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina agostiniana do mal.

Quanto ao mal moral, finalmente existe realmente a má vontade que livremente faz o mal; ela, porém, não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser. Este não-ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento, físico e moral, além de o ter sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se vê, o mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda. 

Remediou este mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação. E a explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas conseqüências - estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não permitir o mal. Resumindo a doutrina agostiniana a respeito do mal, diremos: o mal é, fundamentalmente, privação de bem (de ser); este bem pode ser não devido (mal metafísico) ou devido (mal físico e moral) a uma determinada natureza; se o bem é devido nasce o verdadeiro problema do mal; a solução deste problema é estética para o mal físico, moral (pecado original e Redenção) para o mal moral (e físico).

A História

Como é notório, Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus , e resolve-o ainda com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A Cidade de Deus representa, talvez, o maior monumento da antigüidade cristã e, certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que é o governo divino do mundo; este conceito de providência é, por sua vez, necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade. O conceito de providência era impossível no pensamento clássico, por causa do basilar dualismo metafísico. Entretanto, para entender realmente, plenamente, o plano da história, é mister a Redenção, graças aos quais é explicado o enigma da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornara-se o centro sobrenatural da história: o seu reino, a cidade de Deus , é representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena , mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos fins dos tempos.

Agostinho distingue em três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história das duas cidades , após o pecado original, até que ficaram confundidas em um único caos humano, e chega até a Abraão, época em que começou a separação. Na Segunda descreve Agostinho a história da cidade de Deus , recolhida e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado, a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, isto é, desde Abraão, para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que culmina no império romano. 

Esta história, pois, fragmentária e dividida, onde parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa, no fundo, uma unidade e um progresso. É o progresso para Cristo, sempre mais claramente, conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel; e profetizado também, a seu modo, pelos povos pagãos, que, consciente ou inconscientemente, lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo cessa a divisão política entre as duas cidades ; elas se confundem como nos primeiros tempos da humanidade, com a diferença, porém, de que já não é mais união caótica, mas configurada na unidade da Igreja.

Esta não é limitada por nenhuma divisão política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, pois, é acessível, invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente, dela não podem participar. A Igreja transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além do qual está a pátria verdadeira. Entretanto, visto que todos, predestinados e ímpios, se encontram empiricamente confundidos na Igreja - ainda que só na unidade dialética das duas cidades , para o triunfo da Cidade de Deus - a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no inferno. É uma grande visão unitária da história, não é uma visão filosófica, mas teológica: é uma teologia, não uma filosofia da história.
Do site: http://www.catolicismoromano.com.br









quarta-feira, 23 de agosto de 2017

CIDADES EUROPEIAS ASSIMILAM A LEI DA SHARIA

-  O prefeito de Londres, Sadiq Khan, proibiu anúncios que promovam "expectativas não realistas no tocante à imagem do corpo e da saúde das mulheres". Agora Berlim está planejando proibir imagens onde as mulheres são retratadas como "lindas mas fracas, histéricas, idiotas, loucas, ingênuas ou governadas pelas emoções". O escritor e jornalista do jornal Der Tagesspiegel, Harald Martenstein, afirmou que é possível que a orientação "tenha sido incorporada do manifesto do Talibã".


-  A ironia é que esta onda de moralidade e "virtude" vem de cidades governadas por políticos esquerdistas desinibidos, que durante anos fizeram campanha a favor da liberação sexual. Virou tema de discussão "feminista" defender a conduta da sharia.

-  Parafraseando o escritor americano Daniel Greenfield: a ironia das mulheres celebrarem sua própria opressão é tanto de cortar o coração como de estupefazer.
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Dias após o Estado Islâmico ter conquistado a cidade de Sirte na Líbia há dois anos, apareceram gigantescos outdoors na fortaleza islamista, alertando as mulheres que elas deveriam usar hijabs para esconderem o corpo todo e nada de perfume. Entre outras coisas esses "mandamentos da sharia em relação à hijab" incluíam o uso de tecido grosso e opaco e que a hijab não "lembrasse trajes de infiéis".

Dois anos mais tarde, as três cidades mais importantes da Europa - Londres, Paris e Berlim - estão seguindo a mesma moda da sharia.

Paris disse Au revoir aos anúncios "machistas" em outdoors. A Câmara Municipal de Parisanunciou a proibição depois que a prefeita socialista Anne Hidalgo salientou que a medida denotava que Paris estava "mostrando o caminho" na luta contra o machismo. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, também proibiu anúncios que promovam "expectativas não realistas no tocante à imagem do corpo e da saúde das mulheres". Agora Berlim está planejando proibir imagens onde as mulheres são retratadas como "lindas mas fracas, histéricas, idiotas, loucas, ingênuas ou governadas pelas emoções". O escritor e jornalista do jornal Der Tagesspiegel, Harald Martenstein, afirmou que é possível que a orientação "tenha sido incorporada do manifesto do Talibã".

A ironia é que esta onda de moralidade e "virtude" vem de cidades governadas por políticos esquerdistas desinibidos, que durante anos fizeram campanha a favor da liberação sexual.

Há uma razão para esta campanha grotesca que proíbe essas imagens. Essas cidades possuem consideráveis populações muçulmanas e classe política - a mesma que promove freneticamente o multiculturalismo obrigatório - que deseja agradar o "Islã". Virou tema de discussão "feminista" defender a conduta da sharia, como faz Linda Sarsour. A consequência é que hoje em dia pouquíssimas feministas se atrevem a criticar o Islã.

Isso está acontecendo em todos os lugares. Cidades holandesas estão "orientando" suas funcionárias a não usarem mini saias. Foi implantado horários somente para mulheres nas piscinas públicas suecas. Escolas alemãs estão enviando cartas aos pais pedindo que as crianças evitem usar "trajes vistosos".

O primeiro a sugerir a proibição de cartazes e propaganda que "reduzam mulheres ou homens a objetos sexuais" foi o Ministro da Justiça da Alemanha Heiko Maas, social-democrata.

"A exigência de cobrir o corpo das mulheres ou domesticar os homens", enfatizou o líder do Partido Liberal Democrata Christian Lindner, "é algo comum nos círculos de líderes religiosos islâmicos radicais, mas não vindo do Ministro da Justiça da Alemanha".

Em 1969 a Alemanha estava sufocada devido a uma celeuma sobre a introdução nas escolas do "Sexualkundeatlas", um "atlas" sobre a ciência sexual. Agora, a meta é dessexualizar a sociedade alemã. O jornal Die Welt comenta:

"Graças ao ministro da Justiça, Heiko Maas, finalmente ficamos sabendo porque, na Passagem do Ano Novo, na Estação Central de Trens de Colônia, cerca de mil mulheres foram vítimas de violência sexual: por causa da publicidade machista. Muitas modelos erotizadas, muita pele nua em nossos outdoors, muitas bocas eróticas, muitas mini saias em revistas de moda, muitos traseiros rebolantes e seios volumosos na publicidade televisiva. Mais um passo na direção da "submissão".

Em vez de mamilos e nádegas, Die Welt conclui: "devemos exortar o uso da burca ou do véu como faz a Sra. Erdogan?"

As mesmas elites alemãs que sugerem a proibição de outdoors "machistas" censuraram os detalhes aterrorizantes dos ataques sexuais em massa em Colônia. Enquanto isso, uma mesquita liberal em Berlim, que proibiu as burcas e abriu as portas aos homossexuais e às mulheres sem véus, encontra-se agora sob proteção da polícia devido às ameaças dos supremacistas muçulmanos.

As elites europeias estão adotando o padrão de dois pesos e duas medidas: eles se orgulham em organizar uma exposição de um crucifixo cristão mergulhado em urina e mais que depressa capitulam às demandas muçulmanas de censurar caricaturas do Profeta Maomé. As autoridades italianas fizeram esforços hercúleos a fim de evitar que o presidente do Irã, Hassan Rouhani, tivesse um vislumbre da nudez de esculturas milenares dos Museus Capitolinos de Roma.

Parece que o Ocidente está fascinado pelos véus islâmicos. Ismail Sacranie, fundador da Modestly Active, fabricante e designer de burquínis, disse ao jornal New York Times que 35% de suas clientes não são muçulmanas. Aheda Zanetti, libanesa que reside na Austrália, que inventou o burquíni, afirma que 40% das suas vendas são para mulheres não muçulmanas. O público ocidental, que romanceia o islã, está, ao que tudo indica, absorvendo a devoção à Lei Islâmica (Sharia). The Spectator disse que isso é "um novo puritanismo" e "o porquê de certas feministas serem solidárias com o Islã".

Parafraseando o escritor americano Daniel Greenfield: a ironia das mulheres celebrarem sua própria opressão é tanto de cortar o coração como de estupefazer.

A Europa poderá logo logo ter que se retratar diante da prefeita de Colônia, Henriette Reker. Ela foi duramente criticada -- vituperada até -- por aconselhar mulheres a "manterem distância" de estranhos para evitarem ataques sexuais.

Se o Ocidente continuar traindo os valores democráticos de liberdade individual no qual se baseia a civilização ocidental, os fundamentalistas islâmicos, como aqueles que impuseram o uso de burcas às mulheres líbias, começarão a impô-las às mulheres do Ocidente. Eles podem até começar com as elites feministas que primeiramente fizeram a revolução sexual para emancipar as mulheres na década de 1960 e que agora estão apaixonadas por uma roupa obscurantista que esconde as mulheres em uma prisão portátil.

Se o Ocidente continuar traindo o valor democrático da liberdade individual, os fundamentalistas islâmicos, como aqueles que impuseram burcas às mulheres líbias, farão o mesmo com as mulheres do Ocidente. (Foto Alexander Hassenstein/Getty Images)







Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano. 20 de Agosto de 2017
Original em inglês: Europe's Cities Absorb Sharia Law
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A revolução iraniana (parte 1 de 3)

A SUPREMACIA DOS CELERADOS

Quando a imagem de uma foto resume todas as respostas...

Para quem não entende o porquê do Rio estar no atoleiro em que se encontra, basta ver a imagem...

Não se trata apenas da corrupção, da violência urbana, do tráfico de drogas. Trata-se da lassidão moral de todos os personagens da paisagem carioca. Trata-se da desconexão ética, social e familiar de gerações de tolos levianos criados na cultura do hedonismo. Trata-se da estética da malandragem e do ódio militante contra o trabalho, a humildade e a honestidade.

A imagem é atemporal. Vale para ontem e vale para hoje. A crítica não faz qualquer diferenciação social. Vale para o celerado da foto, vale para o playboy do posto 9, que costuma fazer o mesmo gesto para a mesma autoridade. Afinal, essa estética da malandragem está disseminada em todas as classes sociais. Ela não discrimina..

O cinismo é a regra na sociedade carioca e o preço dessa escolha está aí, no gesto e nas expressões contidas na imagem da foto.

Mas não é mais um problema regional. Esse cancro já ganhou escala nacional. 

A podridão é retroalimentada pela criminalidade em simbiose com uma larga cepa de agentes culturais ideologicamente contaminados, que replicam o modelo fétido Brasil afora, por meio da radiodifusão, da arte, da educação e da política.

Há razões históricas, antropológicas, e sociais que até explicam a escolha dos celerados. Aliás, todos os malefícios decorrem dessas escolhas.

Há hipócritas que justificam as escolhas vitimizando os celerados. Aliás, há toda uma imensa burocracia que incentiva a hipocrisia a partir do Poder Público, desmotivando o civismo, ridicularizando o patriotismo e substituindo a educação pela cultura torta das incorreções "politicamente corretas". 

O povo brasileiro, em sua imensa, mansa e tristemente pacífica maioria, não escolheu o atoleiro moral. Porém, vota e contribui para a manutenção dos cartórios que legitimam a podridão. Contribui para o atoleiro por não ter alternativas na conjuntura - mas pouco faz para alterar a conjuntura. 

Em verdade, a questão sempre foi, é e será conjuntural. Vivemos uma espiral viciosa em direção à entropia - inefável e carregada de "ismos" salvacionistas.

A conclusão é inevitável. Somos todos vítimas da supremacia cultural dos celerados morais, sobretudo porque somos dóceis... e só resolveremos isso se reagirmos, de forma dura e eficaz.

Não há outra saída. Só haverá algum conserto se o aprendizado ocorrer pela dor... pelo sangue e pelo resgate da Justiça.
Por: Antonio Fernando Pinheiro Pedro, advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e das Comissões de Política Criminal e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de imprensa - API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Do site: http://www.theeagleview.com.br


POR QUE DEVEMOS CALAR O AIATOLÁ?


O sábio liberal Karl Popper (1902-1994) – austríaco que testemunhou de perto os males do totalitarismo – deixou aos defensores da liberdade uma lição valiosíssima, que ficou conhecida como “Paradoxo da Tolerância”.

Popper ensinou que se formos de uma tolerância desmedida para com todos, paradoxalmente, estaremos sabotando nossos próprios esforços em manter o Ocidente livre e tolerante.

Porque a tolerância ilimitada permitirá (e, na verdade, incentivará) o florescimento descontrolado dos intolerantes. E os intolerantes, por sua vez, erradicarão os tolerantes e, com eles, a própria tolerância.

“Devemos, portanto, em nome da tolerância, reivindicar o direito de não tolerar os intolerantes”, advogou Popper. O alerta foi dado em 1945, ano da publicação da sua obra magistral: “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”.

Hoje a Europa é a realização da profecia de Popper: ameaçada pelos bárbaros intramuros do fascismo islâmico que se aproveitaram das portas abertas e da permissão para manter a Sharia em seus guetos intocáveis.

Porque devemos calar o aiatolá
São Paulo recebeu nesta quinta-feira (28) o aiatolá Mohsen Araki, que tem fortes e conhecidas ligações com o Hezbollah, organização terrorista que prega a destruição do Estado de Israel.

O aiatolá é um antissemita sujo que tenta camuflar seu antissemitismo com um discurso falso de luta pelos direitos dos palestinos. Ele não se importa com os palestinos! Ele os usa para pregar o ódio contra os judeus e Israel.

Além disso, de acordo com o jornalista Claudio Tognolli, Mohsen Araki está ligado a atentados contra alvos judaicos no início dos anos 90, na Argentina:

Araki está conectado, segundo a PF, aos atentados na Argentina contra a embaixada de Israel – ocorrido em 1992 e que deixou 29 mortos – e a associação judia AMIA – de 1994, com 85 mortos – que continuam sem esclarecimento.

Os dois ataques ocorridos em Buenos Aires contra a comunidade judia, a maior da América Latina, e registrados durante o mandato do presidente Carlos Menem (1989-1999), ressurgiram na mídia com o assassinato do promotor encarregado, Alberto Nisman.

Esse rato sujo do antissemitismo entrou em nosso País sem nenhuma restrição e agora está aqui em São Paulo, à convite do Centro Islâmico no Brasil, para irradiar seu discurso de ódio sem nenhum receio.

Pois o aiatolá deve ser IMPEDIDO de falar. Se não pelos meios legais, que parecem ter falhado, por meio de atos de desobediência civil daqueles que sabem os riscos que estamos correndo ao abrir tal precedente.

Como bem escreveu Claudia Wild, “a visita da pústula em questão será monitorada pela Polícia Federal a pedido do Ministério da Justiça, depois dos mais variados protestos”.


“Entretanto, esta figura nefasta não deveria ser aceita nem para colocar os pés no país. Se observarem o disposto na lei de Segurança Nacional, esta seria a atitude do governo; impedir sua entrada no território nacional.”

O velho Popper sempre esteve certo. Agora o Brasil será cada vez mais submetido ao teste no qual a Europa tragicamente fracassou, resultando em ondas de mortes e terror.

Os intolerantes não podem ser tolerados ou bem vindos!
Por: Thiago Cortês, jornalista. Do site: midiasemmascara.org