terça-feira, 4 de agosto de 2015

INTRODUÇÃO À NOVA ORDEM MUNDIAL

Quer entender mais sobre os Globalistas e a Nova Ordem Mundial? Uma boa pedida é o livro “Introdução à Nova Ordem Mundial” de Alexandre Costa, que chega em sua segunda edição pela Vide Editorial. Nele, o autor se propõe a fazer uma introdução ao assunto sem entrar em teorias conspiratórias ou fatos que não podem ser comprovados. Afinal, se uma sociedade secreta (ou discreta) possui intenções ocultas, como poderíamos esmiuçar seus planos sem entrar em conspirações impossíveis de comprovação?


Por isso, podemos dizer que Alexandre Costa construiu seu livro em forma de guia, de modo que, tanto quem está familiarizado com o tema, quanto quem nunca leu sobre o assunto não encontra dificuldades em compreender cada tópico levantado.

“O livro (…) poderia levar o título de ‘O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota útil do globalismo” Olavo de Carvalho

Logo no primeiro capítulo, Alexandre Costa nos lembra que a ideia de um governo mundial é antiga. Desde Sargão da Acádia (Século XXIII a.C.) até os dias atuais, mentes vislumbram em um governo global a solução para os males da humanidade. E aí entra a questão: Com o fim dos Estados Nacionais e das legislações locais, quem assumiria o governo global? Os globalistas têm essa resposta: Eles mesmos! Ou seja, o globalismo antes de tudo é um projeto totalitário e autoritário de proporções mundiais.

No livro, a “Nova Ordem Mundial” é definida como um conjunto de ações que visam a implantação de um governo global. O autor compila três importantes movimentos globalistas distintos que ocorrem simultaneamente. Às vezes aliados de ocasião, os movimentos possuem como meta a destruição da civilização ocidental, para em seguida implantar uma Ditadura Mundial. São eles:

O Movimento Comunista Internacional

Liderado por Rússia e China (sob a nova face do Eurasianismo), o coletivismo conta com o Foro de São Paulo, os partidos comunistas/socialistas europeus e os regimes ditatoriais coletivistas da África como aliados naturais. Seus acordos de cooperação, suas jogadas no Conselho de Segurança da ONU, a movimentação financeira entre Estados desse eixo e suas votações nos organismos internacionais refletem essa parceria.

O Islamismo

“O Islã só estará completo quando o último homem da Terra for convertido.” Talvez a maior ameaça à moral judaico-cristã do ocidente, o avanço do Islamismo está sendo manipulado, pelo dinheiro do petróleo e dos globalistas, para a destruição do Estado de Israel e um futuro conflito com o Ocidente. Ao longo do livro vemos que várias crises são gestadas para acelerar os propósitos da Nova Ordem Mundial e que “uma grande crise” como um choque entre o “judaísmo-cristianismo” e o “islamismo” está sendo fomentada (a manipulação midiática do conflito entre Israel e as forças terroristas abrigadas dentro do futuro Estado Palestino é um exemplo).

Trecho do livro “David Rockfeller diz que a Nova Ordem Mundial irá emergir do caos. Pior: diz ele que para a população aceitar a Nova Ordem Mundial, falta apenas a crise certa.”

Os Globalistas

Apontados pelo autor como a “face mais conhecida daquilo que chamamos Nova Ordem Mundial”, os globalistas são compostos pelos grandes banqueiros e financistas internacionais, suas corporações, suas fundações que interferem na mudança das legislações locais e suas organizações políticas sem caráter oficial que atuam de forma decisiva na geopolítica global como: o Federal Reserve (que não é reserva e muito menos federal, e é de forma despropositada chamado de o Banco Central dos EUA), a Comissão Trilateral, o CFR, o Clube Bilderberg, o Diálogo Interamericano, o Clube de Roma, o Clube de Madrid, Bohemian Club, o Elders e diversas outras organizações.

A destruição da civilização ocidental passa por implodir nossos pilares, identificados pelo autor como: a moral judaico-cristã, o pensamento grego e o direito romano.

Corrompendo a alta cultura, enfraquecendo a ordem jurídica e combatendo a moral judaico-cristã o caminho para o globalismo é pavimentado aos poucos.

No curto prazo, os objetivos das três forças globalistas coincidem. Os financiamentos e as cooperações mútuas são reflexos disso. É fácil identificar no atual governo brasileiro (e em grande parte da oposição parlamentar) uma cumplicidade com essa agenda.

O autor aponta que o fim do indivíduo com a ascensão da mentalidade coletivista segue a “estratégia gramsciana” de Revolução Cultural “com a paciência dos Socialistas Fabianos”. A destruição da capacidade cognitiva, através de “filosofias” que “afastam as pessoas da realidade” é parte importante do projeto. Quem acompanha as vergonhosas políticas do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura não tem maiores problemas em compreender o verdadeiro PAC nacional: Plano de Auto-sabotagem Cognitiva.

Controle da imprensa e da informação

Você já ouviu falar na Open Society? Fundada por George Soros, a Open Society coordena no mundo a alteração de legislações locais, políticas públicas globalistas e o maior projeto da história humana de uniformização da informação através do Project Syndicate. O Projetc Syndicate distribui artigos de opinião para 59 línguas diferentes, em 154 países e nos 492 jornais e revistas mais influentes do mundo. Seu poder é tão vasto, que em tiragens impressas chega a 78 milhões de exemplares, atingindo no total (impresso e online) mais de 330 milhões de pessoas! É a maior rede de homogeneização de opinião do mundo! No Brasil, Fernando Henrique Cardoso e Antônio Patriota são colunistas afiliados do Project Syndicate.

“Minha conclusão é que, para serem adequadas, as opiniões precisam ser organizadas para a imprensa e não pela imprensa como é o caso hoje.” Walter Lippman, idealizador do CFR, em 1992.


Controle populacional, destruição da democracia, destruição da noção de indivíduo, implantação da mentalidade coletivista, controle de alimentos, controle da informação, fim da liberdade de expressão, fim da presunção de inocência, fim da igualdade perante a lei e criação de “categorias de pessoas”, o fim da família, o fim do Estado nacional, a educação infantil a cargo total do globalismo sem interferência da família, o fim da privacidade, o fim da liberdade religiosa; enfim, tudo isso está nos planos da Nova Ordem Mundial. Para saber mais sobre o assunto não deixe de ler Introdução à Nova Ordem Mundial de Alexandre Costa. Afinal, como é lembrado no livro “diante de novos fatos, só os idiotas não mudam de ideia” (Winston Churchill).

Introdução à Nova Ordem Mundial – Alexandre Costa

Título: Introdução à Nova Ordem Mundial

Autor: Alexandre Costa

Editora: Vide Editorial  Do site: http://reaconaria.org/

domingo, 2 de agosto de 2015

UMA SOLUÇÃO DE MERCADO PARA A BRIGA ENTRE TAXISTAS E UBER

O intervencionismo é um conjunto de políticas que visam a estender os poderes coercivos do governo para a esfera das atividades econômicas; é a interferência política sobre o funcionamento dos mercados por meio de decretos administrativos e proibições.

A natureza desse processo é essencialmente redistributiva: os privilégios legais procuram concentrar benefícios e diluir os custos associados à norma imposta.

As licenças de táxi conferem a uma categoria de indivíduos a exclusividade para atuar em um segmento de transporte de passageiros nas grandes cidades. Elas são apenas uma amostra do que ocorre cada vez que o governo — por meio das subvenções, do tabelamento de preços e da proibição da concorrência — intervém na economia.

Licenças restritivas são um tipo de quase-monopólio conferido pelo estado aos produtores.

Se a regulamentação for do interesse de determinados agentes privados, então ela, uma vez implantada, alimentará naturalmente esses próprios interesses privados em favor de sua manutenção. A busca por privilégios legais culminará na edição de normas que extrapolarão diversos campos da vida econômica. Uma vez consolidadas as normas, os grupos beneficiados serão estimulados a se esforçar para conservar os privilégios adquiridos: os privilégios são doravante "direitos" e, no caso dos táxis, o próprio ingresso no grupo de privilegiados representará custos não-negligenciáveis aos novos detentores de licenças.

O caso Uber e a racionalidade da pressão

Qualquer inovação nos processos produtivos, nas tecnologias, nos modos organizacionais ou nos bens de consumo tem impacto similar à desregulamentação: a inovação implica um aumento da concorrência e representa uma ameaça à proteção conferida pelo privilégio legal.

A desregulamentação e a inovação significam — ou têm por consequência direta — o aumento da oferta sobre o segmento de mercado que é protegido pela norma. Ambas enfraquecem a proteção conferida por um privilégio legal que, até então, imunizava parcialmente contra a rivalidade empresarial.

A razão da pressão política exercida é a busca pela manutenção do privilégio, e o sucesso da empreitada política está nas discrepâncias entre os custos e benefícios econômicos e políticos. Por um lado, na margem, os benefícios concentrados individualmente pelos taxistas serão maiores do que os custos acrescidos aos usuários em decorrência da diminuição da concorrência. Por outro lado, e como uma consequência lógica, o custo relativo da ação política será menor — na margem — para os privilegiados pela restrição. Isto quer dizer que, na margem, dados os ganhos econômicos e os custos despendidos na empreitada política, a vantagem relativa está claramente em favor dos privilegiados pela norma.

Uma vez votada e implantada a norma, as novas gerações de taxistas deverão despender um gasto importante para obter as licenças e placas, além de estarem agora submetidos às mesmas regras de tarifas (buscando limitar o escopo de liberdade de preços) e de conformidade (implicando investimentos suplementares para adaptação dos veículos, aprendizado de uma língua estrangeira etc.). Estarão também sujeitos a regras que estipulam a quantidade de horas de trabalho, o limite de corridas diárias e as zonas geográficas de atuação. 

O mercado está, doravante, inteiramente cartelizado. A pressão resulta na cartelização e busca a manutenção do cartel. Embora haja gastos para aquiescerem às regulamentações, não há concorrência para atormentá-los.

O paradoxo que envolve tal cartelização muitas vezes escapa a muitos economistas, que dizem que o taxista que pagou pela obtenção de uma licença não se beneficia, ele mesmo, de uma renda de monopólio. Na verdade, a renda que ele ganha não é, na maioria dos casos, demasiadamente exorbitante. O motivo é que a renda de monopólio é afetada pelos valores da licença e não pela renda mensal obtida na atividade de taxista.

Caso não houvessem pago nada pela licença, os novos taxistas poderiam gozar integralmente da renda conferida pela cartelização do mercado; mas como o valor da licença é relativamente elevado, se repartirmos esse valor sobre todos os meses do período de validade da licença, veremos que boa parte da renda propriamente considerada de cartel se dissipa.

Caso o taxista tenha incorrido um empréstimo e seja obrigado a reembolsar juros, a renda efetivamente associada ao cartel tenderá a zero: o taxista operará por uma remuneração próxima a essa da concorrência ou até mesmo tendendo a valores menores.

Os únicos e verdadeiros beneficiados da norma são os primeiros produtores que obtiveram a licença por um valor pequeno comparativamente ao custo da ação política e, obviamente, os políticos e administradores da máquina pública que foram eleitos graças à contribuições de sindicatos de taxistas ou que obtiveram um emprego nos diversos secretariados graças à regulamentação da atividade.

Além dos custos para obtenção da licença, em cidades como Belo Horizonte ou São Paulo a placa de taxista chega a custar legalmente valores entre 90 e 120 mil reais, além dos custos de transação incorridos. No mercado negro, os valores podem variar significativamente e de cidade pra cidade, em municípios como São Paulo uma licença para atuar em local privilegiado pode alcançar no mercado negro valores de até 150 mil reais, e uma placa em Porto Alegre pode custar mais de 400 mil reais.

Consequentemente, um aumento da concorrência nessas condições — como no caso das novas tecnologias de aplicativos como o Uber — gerará perdas líquidas aos taxistas e afetará seu padrão de vida.

Tal efeito é o mesmo que encontraríamos em casos de total desregulamentação do setor: isto destruiria o valor em capital das licenças, por mais que as mesmas tivessem sido adquiridas por valores altos junto aos poderes públicos.

O comportamento dos taxistas é, deste ponto de vista, perfeitamente racional. Como apontou muito bem oprofessor Lemennicier, a razão pela qual os taxistas se opõem duramente à desregulamentação lembra muito a posição de uma pessoa que adquiriu em boa fé uma obra de arte roubada.

A questão moral envolvendo o privilégio é que os taxistas das novas gerações não deveriam ser obrigados a pagar pelas licenças caso os mercados fossem completamente livres. E, como consequência, sequer deveriam sofrer as perdas que uma desregulamentação causaria uma vez que não propuseram a instauração do cartel.

Em contrapartida, e também do ponto de vista estritamente ético, os usuários e novos empreendedores não deveriam ser obrigados a ter de arcar com custos inventados pelas gerações passadas mediante pressão política — por meio da edificação de normas restringindo a entrada e a competição —, o que lhes impossibilita hoje de gozar dos benefícios da competição e da liberdade de entrada.

Os usuários querem exercer sua liberdade de escolher os bens e serviços que consomem, os produtores responsáveis pelas inovações tecnológicas querem poder exercer o direito de operar suas atividades, e os taxistas querem a manutenção do privilégio tendo em vista as perdas e custos despendidos para exercer a profissão.

Essa situação vem conduzindo objetivamente a diversos conflitos. Temos visto na mídia nacional e internacionalmanifestações de hostilidade de ambas as partes em decorrência da chegada das novas alternativas e soluções em matéria de transporte urbano. Dado o conflito direto que coloca em oposição, de um lado, os interesses dos usuários e dos empreendedores, e de outro, os interesses dos taxistas, temos um imbróglio desafiador cuja solução não necessariamente deveria pender para alguns dos lados.

É possível pensar em soluções melhores do que a proibição?

A imoralidade do privilégio, a desnecessidade de compensação, e a Liberalização

O mecanismo que busca cercear politicamente os mercados e restringir a concorrência mediante restrição legal é regido pelo mesmo princípio que o protecionismo. A restrição legal é, na verdade, um mero dispositivo de protecionismo regulatório.

Como qualquer violação dos direitos de propriedade, a consequência direta da restrição é que os proprietários de recursos — neste caso, os usuários dos aplicativos Uber e os potenciais taxistas e transportadores das regiões urbanas — não podem produzir e vender seus serviços livremente.

O privilégio legal viola um direito reconhecidamente natural: o direito do indivíduo sobre si e a livre disposição sobre os bens que produziu ou adquiriu legitimamente. O mercado não é nada além de uma extensão desse direito natural; as trocas de mercado representam, efetivamente, uma aplicação desse direito.

Do ponto de vista ético, estritamente, temos um mecanismo essencialmente perverso e profundamente imoral.

A imoralidade do privilégio é comparável ao pleito por uma indenização que busca ressarcir os taxistas que já tenham adquirido e pago por sua licença. A compensação monetária das perdas significa simplesmente um estímulo a esse mecanismo de busca desenfreada por privilégios legais mediante processos regulatórios (rent-seeking): trata-se de um estímulo à corrupção e ao roubo generalizado.

O fato é que não deveria existir qualquer imperativo moral para se recorrer ao dinheiro dos pagadores de impostos para auferir alguma compensação. O imperativo moral é ainda menor se imaginarmos que os taxistas já se beneficiam de diversos abatimentos fiscais (IPVA, IPI, ICMS, ISS) e descontos em veículos automotivos que viabilizam ainda mais sua atividade.

Não obstante, e mesmo não havendo qualquer imperativo moral, é perfeitamente possível combinar a liberalização do setor a uma indenização parcial aos taxistas via maiores abatimentos fiscais. Esta é, na verdade, a proposição que sugiro em detrimento da simples proibição e restrição à entrada: é uma solução que aponta na direção do desejável e se fundamenta em medidas simples.

A primeira proposição visando a introduzir maior concorrência é a total liberalização do mercado secundário de licenças e placas. Um simples dispositivo de controle a cada mudança de proprietário poderia ser utilizado como garantia de que a conformidade seria mantida para as licenças do governo. Isto pressionaria os preços a oscilar segundo as forças do mercado e alinharia os valores das licenças e das placas a patamares mais baixos do que os preços do atual mercado negro.

A segunda proposição sugere a irrestrita liberdade para entrada ou a total desregulamentação da atividade cartelizada, permitindo que os concorrentes potenciais possam exercer livremente a atividade, o que inclui os novos aplicativos. No entanto, de forma a garantir que os taxistas não saiam tão prejudicados neste cenário de irrestrita desregulamentação, a proposta associa a fixação de uma data (por exemplo, a data de expiração da licença) para a transformação das licenças em simples certificados de qualidade cuja gestão possa ser ulteriormente privatizada.

As licenças passarão a ser, a partir dessa data, um simples produto de referência de qualidade, um critério conferindo reconhecimento de excelência nos serviços prestados ou algo comparável aos certificados de conformidade, qualidade, e rótulos de garantia (labels). Mesmo com a liberação dos mercados e com a possibilidade de fornecimento privado e concorrencial de labels de qualidade, os taxistas não perderão, a médio prazo, esse valor que o rótulo de garantia confere à licença.

Concomitantemente, em terceiro lugar, e por mais que os contribuintes não tenham nenhuma obrigação moral de indenizar os taxistas, poderíamos imaginar que, até a data de expiração da licença, antes de serem simples rótulos de qualidade, o valor residual de cada uma fosse, em dada porcentagem, deduzido em um dos componentes da vasta lista de impostos cobrados aos seus detentores (obviamente, os impostos que eles ainda pagam).

Poderíamos incluir descontos maiores no preço final da gasolina, abatimento direto no IR, aumento da extensão da redução do valor abatido no IPVA ou redução das alíquotas de impostos sobre veículos importados ou de luxo: existe muita margem para a criatividade nessa proposição.

O importante é que o montante de benefícios fiscais seja atrelado e alinhado ao valor residual da licença (sua taxa de desconto).

Esta seria uma direção conciliadora entre o interesse pela imediata liberalização dos serviços alternativos de transporte (aplicativos Uber, moto-taxis, vans-piratas ou partilha de carros) e a necessidade de parcial indenização dos valores e dos dispêndios com as licenças e placas.

Considerações Conclusivas

Conclusivamente, é curioso notar que uma das localidades onde a norma restritiva se impôs tenha sido o Distrito Federal, ao lado do município de São Paulo. Brasília talvez esteja entre os exemplos mais notórios de cidades com acúmulo de políticas fracassadas em matéria de transporte: uma mistura de corrupção ([1]; [2]), tarifas elevadas — exceção feita ao serviços de ônibus do Plano Piloto, que estão na média nacional ([1]; [2]) —, greves ([1]; [2]; [3]), ineficiência no fornecimento dos serviços e precariedade ([1]; [2]).

Um verdadeiro absurdo se considerarmos que se trata de uma cidade que possui os maiores níveis de renda per capita e onde houve amplo planejamento prévio para a mobilidade urbana.

O mais instigante é que, não satisfeitos em não fornecer serviços de transporte de qualidade, os administradores impedem e atrapalham vigorosamente o empreendedorismo no setor, o caso Uber sendo apenas mais uma ação punitiva entre tantas demonstrações dos resultados do intervencionismo ([1]; [2]; [3]).

Visando proteger sindicatos e grupos de transportadoras que adquiriram o privilégio legal, as ações públicas não medem esforços para expropriar e limitar as oportunidades de trabalho dos cidadãos que vivem nas regiões do entorno, ou seja, justamente os que têm menos oportunidades e menor nível de renda.

Se o comportamento dos taxistas é perfeitamente racional dadas as despesas incorridas para obtenção de licenças, completamente irresponsável é a tomada de decisões políticas pouco inteligentes e respondendo apenas aos anseios de um determinado grupo de pressão. Ao insistirem em um aparato organizacional centralizador que já mostrou seus limites, os parlamentares demonstraram completa indiferença para com as reais necessidades dos usuários de transporte.

Os parlamentares apenas satisfazem seu papel de distribuidores de privilégios privados sob forma de restrições regulamentárias. Em contrapartida, recebem o apoio sindical e eleitoreiro de uma entidade de classe, em um ambiente de corruptível democracia representativa.

Esse sistema político, quando não restringe seu campo de atuação, é simplesmente a representação de uma estrutura normativa em que uns buscam viver à custa dos outros, ao mesmo tempo em que esquecem que o próprio regulamentador vive à custa de todos.

Obviamente que todos os parlamentares que votaram pela proibição do aplicativo Uber têm suas despesas de transporte pagas pelos próprios contribuintes e usuários dos transportes públicos. Em vez de serem proibidas, soluções alternativas como a partilha de carros e os aplicativos tipo Uber deveriam justamente ser estimuladas, dados os problemas de tráfego e necessidade de concorrência e maior eficiência para os transportes nas grandes cidades.
Mateus Bernardino fez mestrado em Economia Pública na Université de Paris I Panthéon-Sorbonne.

sábado, 1 de agosto de 2015

O VERDE É O NOVO VERMELHO

“A devoção do IPCC e do governo dos EUA à teoria das mudanças climáticas dos gases efeito estufa é particularmente problemática devido à teoria estar se mostrando uma falha abjeta de proporções históricas. Infelizmente, através dos e-mails do “Climagate” e muitas outras revelações de improbidade científica, agora sabemos que a ciência “estabelecida” nunca foi sobre ciência em primeiro lugar”.

John L. Casey, Dark Winter

“As causas profundas do aquecimento global não são tratadas como deveriam. A origem do aquecimento global assenta-se no capitalismo. Se pudéssemos acabar com o capitalismo, então teríamos uma solução”.
Evo Morales, presidente da Bolívia


Evo Morales é um socialista radical cujo herói é Che Guevara. Ele deseja acabar com o capitalismo, e oferece um argumento para fazê-lo. Há muitos outros que secretamente desejam o que Morales deseja. Mas eles não querem levantar uma bandeira vermelha como ele faz. Ao invés disso, eles levantam uma bandeira verde. É claro, eles não se preocupam verdadeiramente com o meio ambiente. A teoria do aquecimento global antropogênico é uma arma ideológica utilizada por anticapitalistas. Uma vez que uma decisiva maioria acredite no aquecimento global, o capitalismo está acabado. Esta é, antes de tudo, a razão para a teoria do aquecimento global antropogênico.


Vivemos numa época de falsificações. Há um mecanismo de desinformação por trás desta falsificação. Ele é muito poderoso, e esmaga seus inimigos. Alguém pode dizer, com propriedade, que este mecanismo é comunista (porque não possuímos outra palavra para isto). Antes de tratar do objeto em mãos, o leitor deveria primeiro considerar a mentira ultrajante que é a teoria do aquecimento global antropogênico. Quando nos é dito por líderes oficiais do governo que 97% dos cientistas acreditam no aquecimento global antropogênico, e descobrimos que isto não é verdade, é um caso claro de mentira organizada e coordenada. Quando dados científicos são falsificados, e carreiras científicas são ameaçadas, vemos a evidência de uma conspiração impiedosa que não vai parar por nada. Quando vemos que as temperaturas estão decaindo, e os invernos estão tornando-se mais frios ao invés de quentes, e vemos também que a propaganda dos gases estufa continua a intensificar-se, somos levados a concluir que estamos confrontando a atual encarnação da grande mentira. Adolf Hitler descreveu a grande mentira em Mein Kampf, no capítulo 10 (tradução para o inglês de James Murphy):

“... na grande mentira há sempre uma certa força de credibilidade; porque as grandes massas de uma nação sempre são mais facilmente corrompidas nos estratos profundos de sua natureza emocional do que conscientemente ou voluntariamente; então, na simplicidade primitiva de suas mentes, mais prontamente caem vítimas da grande mentira do que de pequenas mentiras, visto que eles quase sempre dizem pequenas mentiras em questões menores mas se envergonhariam de utilizar-se de falsificação em larga escala. Nunca ocorreria a suas mentes fabricar inverdades colossais, e não acreditariam que outros pudessem cometer a imprudência de distorcer a verdade tão infamemente. Apesar de fatos que provem que as coisas são assim possam ser trazidos claramente a suas mentes, eles ainda duvidarão e hesitarão, e continuarão a pensar que pode haver alguma outra explicação. Pois a mentira grosseira e imprudente sempre deixa rastros atrás de si, mesmo após ter sido precisamente esclarecida, um fato que é conhecido por todos os mentirosos especialistas do mundo que conspiram juntos na arte de mentir”.

O comunismo e todos os movimentos totalitários correspondentes dependem da grande mentira. E se a teoria dos gases estufa do aquecimento global participa desta técnica, então devemos confirmar que se trata de uma arma de propaganda – utilizada num ataque coordenado e organizado ao capitalismo (como indicou Morales).

John L. Casey é um antigo engenheiro da NASA. Seu livro, Dark Winter, discute a ciência climática em termos de ciclos solares. De acordo com Casey “as principais mudanças que estão ocorrendo no clima já têm abalado as bases da ideia de que a espécie humana controla o clima”. A evidência científica, se adequadamente observada, mostra que não tem havido aquecimento global nos últimos dezessete anos. Casey também diz que “o verdadeiro registro da tendência da temperatura global mostra que os oceanos e a atmosfera têm, na verdade, resfriado na maioria dos últimos onze anos”. O sol passa por ciclos, e de acordo com Casey, passamos por um ciclo de resfriamento, com as temperaturas mais baixas previstas para ocorrer entre 2031 e 2037. “É importante observar”, diz Casey, “que o período de aquecimento entre 1990-2010 será o último registro de aquecimento pelos próximos 206 anos...”

Em novembro de 2008, o Professor Don J. Eastbrook da Western Washington University escreveu um artigo intitulado Global Cooling is Here. Neste artigo ele declarou categoricamente: “O aquecimento global terminou”. O incremento momentâneo de CO2 antropogênico na atmosfera não foi a causa do aquecimento, foi a continuação de ciclos naturais que ocorreram nos últimos 500 anos”. Recentemente Michael Bastach publicou um artigo no Daily Caller sobre Jürgen Langeheine, um físico do European Institute for Climate baseado na Alemanha, que diz que a irradiação solar tem diminuído desde 1998, “e poderia alcançar valores similares àqueles do início do século XX. É prevista uma queda nas temperaturas globais nos próximos anos. Bastasch esceveu um outro artigo em 2013 intitulado “Scientits predict a century of global cooling” (Cientistas preveem um século de resfriamento global) no qual declarou: “ Os cientistas … têm cada vez mais se voltado contra o consenso do aquecimento global e argumentado que o mundo está na verdade em direção a um século mais frio”.

Dois anos atrás 125 cientistas enviaram uma carta aberta ao Secretário Geral da ONU Ban Ki-Moon declarando que: “Nós, abaixo assinados, qualificados em questões relacionadas ao clima, gostaríamos de declarar que o conhecimento científico atual não comprova suas afirmações (de que o aquecimento global está provado)”. Estes cientistas vão além e declaram que não houve nenhum aquecimento global durante os últimos 16 anos. Na verdade, a carta diz que os oficiais da ONU deveriam estar mais preocupados a respeito do resfriamento do que do aquecimento global.

Como a teoria do aquecimento global antropogênico tornou-se tão poderosa a ponto de que 125 cientistas climáticos tenham escrito uma carta ao Secretário Geral da ONU para reclamar? E por quê a carta foi ignorada pelo Secretário Geral e pelo Presidente dos EUA? Alguém poderia dizer que a carta dos cientistas foi completamente inútil. Claramente, há um poder trabalhando. Um poder que deseja triturar a verdade, a ciência e a razão em poeira. Este poder, na verdade, suplantaria a própria ciência com um novo conjunto de superstições, apenas para garantir sua supremacia. Não possui respeito pela verdade, a qual ele informalmente transforma em pó. Este poder não possui nenhum respeito pela civilização. É um poder originado dos descontentes que têm existido em cada país, e que governam em alguns países chamados de “comunistas”. Estas pessoas têm características especiais, e operam através de redes ocultas e organizações de fachada. Ao longo dos últimos 90 anos eles têm sido responsáveis por muitas falsificações e mentiras escandalosas. O aquecimento global antropogênico não é sua única nem primeira mentira.

No livro de Pete Earley, Comrade J, aprendemos que a teoria “científica” do inverno nuclear originou-se por ordens dadas pelo chefe da KGB Yuri Andropov. Carl Sagan, uma figura popular na TV Americana, foi o principal patrocinador público da tese do inverno nuclear, especialmente em relação ao famoso estudo TTAPS (que supostamente validava a teoria). O antigo oficial da KGB Sergei Tretyakov disse a Earley: “Não sou um cientista, nem nunca encontrei o Sr Sagan... O que tive foram diversas conversas com os antigos oficiais da KGB responsáveis pela propaganda científica durante aquele período, e me foi dito, repetidas vezes, que a KGB foi a responsável pela criação da estória inteira do inverno nuclear, para impedir os misseis balísticos fossem implementados por Reagan”. Tretyakov posteriormente declarou: “Não sei se o Sr Sagan soube algum dia que a KGB estava por trás deste esforço, mas dentro da KGB a propaganda do inverno nuclear era considerada o exemplo máximo de como a KGB tinha alarmado o Ocidente pela ciência...”

Novamente, a técnica da grande mentira, sustentada por agentes da KGB, pôde ser espetacularmente bem sucedida. Seres humanos são animais de “bando”, e aceitam facilmente ideias errôneas que são apresentadas como populares e amplamente aceitas. Tais ideias tornam-se então aceitas através de um processo de hipnose e autossugestão em massa. Quando estudamos a Alemanha nazista e vemos quão rapidamente a opinião profissional foi influenciada por Hitler, e o calibre das pessoas que aderiram ao nazismo, ficamos chocados. Mas não deveríamos ficar chocados. Farsas espetaculares e ideologias falsas estão continuamente infectando a opinião pública nos tempos modernos. Conosco, é um desvario após o outro. Se usarmos nossa intuição, e consultarmos nosso sentido de reconhecimento de padrão, a farsa do aquecimento global se parece muito com a farsa do inverno nuclear. Ambas envolvem o uso de modelos de computador – que não são científicos de maneira alguma. Ambas envolvem a politização da ciência.

Rastrear a origem da grande mentira naturalmente nos leva a questões a respeito dos grandes mentirosos. O vice-presidente Al Gore, o propagandista em chefe do aquecimento global, começou como criatura política do empresário Armand Hammer, que era ligado aos soviéticos. Saber quem era Hammer é saber algo a respeito de Al Gore. Encorajo os leitores a obterem um livro, Dossier: The Secret History of Armand Hammer, escrito por Edward Jay Epstein. Ele demonstra que Hammer trabalhou para inteligência soviética. Isto é clara e cuidadosamente documentado por Epstein. E então a genealogia do aquecimento global fica assim: (1) O agente soviético Armand Hammer patrocinou a família Gore; (2) Albert Gore Jr. patrocinou a teoria do aquecimento global antropogênica; (3) esta teoria tem tido poderoso impacto negativo sobre a economia dos EUA; (4) a teoria é promovida a despeito das evidências científicas em contrário; (5) cientistas que se opõem à teoria são, quase sempre, excluídos.

Al Gore é um homem com uma mente medíocre, dificilmente distinguido por quaisquer realizações ou virtudes. Se ele realmente escreveu os livros que carregam seu nome, não podemos dizer que sejam trabalhos de literatura. E por seu valor científico, bem, não há ciência real neles também. Ainda, neste mundo de falsas aparências com suas fraudes políticas, Al Gore recebeu um Prêmio Nobel da Paz. E quando esteve no Norwegian Nobel Institute, em dezembro de 2007, Gore fez as seguintes observações:

“Nós, a espécie humana, estamos enfrentando uma emergência planetária – uma ameaça à sobrevivência de nossa civilização que está acumulando assustador potencial destrutivo mesmo enquanto nos reunimos aqui. Mas há notícias promissoras também: possuímos a capacidade de resolver a crise e evitar o pior – embora não todas – de suas consequências. Se agirmos corajosamente, decidida e rapidamente”.

Esta ação corajosa e decisiva que Gore defende já está envolvida em bilhões em perdas para empresários e pagadores de impostos americanos. E com o enfraquecimento econômico vem o enfraquecimento militar. Aqui está o verdadeiro propósito da farsa do aquecimento global. Como relatado pelo The Guardian UK, Gore recentemente desistiu da oferta por um novo domínio web “verde” em favor de uma organização apoiada por Mikhail Gorbachev. Bem, é claro, há uma hierarquia entre estas pessoas.

Em tudo isso temos apenas, e mal, arranhado a superfície. Um pesquisador na Alemanha recentemente enviou-me um ensaio do acadêmico soviético Ivan Frolov, escrito em 1982. Neste ensaio, “Global Problems and the Future of Mankind”, Frolov destaca que “a poluição do ambiente, a destruição de ecossistemas, a extinção de muitas espécies... têm agora alcançado proporções ameaçadoras”. Estas “perigosas desarmonias nas interações do homem com a natureza estão associadas com … a formação socioeconômica capitalista...” Portanto, estas desarmonias requerem um “transformação social fundamental” para serem resolvidas. Em outras palavras, como Evo Morales deixou perfeitamente claro, o ambientalismo é o caminho para o socialismo. “Como resultado da formação de uma camada de dióxido de carbono ao redor da Terra, que a envolve como uma cobertura de vidro”, escreveu Folov, “a ameaça de mudanças desfavoráveis no clima têm crescido a ponto de transformar nosso planeta azul numa enorme estufa... com possíveis efeitos catastróficos”.

Como um oficial comunista e futuro membro do Politburo, Frolov estava colocando o aquecimento global antropogênico num contexto político – anos antes de se tornar tema dominante no Ocidente. O fato de que Al Gore tenha seguido a fórmula de Frolov, do usar o ambientalismo como arma política, e o fato de que a família Gore foi patrocinada por Armand Hammer, deveria dar ao leitor alguma indicação do que se trata o aquecimento global. Com a declaração do presidente Evo Morales da Bolívia, encontramos no aquecimento global a justificação para a substituição do capitalismo pelo socialismo. Em 1996 Mikhail Gorbachev admitiu que as “ameaças da crise ambiental serão o desastre internacional chave para a abertura da Nova Ordem Mundial”. Como Frolov observou em 1982, “o efeito de tal abordagem poderia ser enorme se ela também puder ser aplicada em ampla escala internacional, em situações nas quais os interesses da humanidade em geral estejam prejudicados pelas atividades de pessoas individuais ou organizações perseguindo interesses privados” (Grifos meus).

As operações de desinformação da KGB/SVR não são ficção. Estão acontecendo em torno de nós. A desinformação de amanhã ainda não é conhecida, mas o que quer que ela venha a ser, acreditaremos nela. Em 1959, durante uma visita aos EUA, Khrushchev disse ao secretário de Agricultura Ezra Taft Benson: “Seus netos viverão sob o comunismo”. Quando Benson tentou argumentar a questão, Khrushchev supostamente disse: “Vocês americanos são tão ingênuos. Não, vocês não aceitarão o comunismo completo, mas alimentaremos vocês com pequenas doses de socialismo até que vocês finalmente despertem e descubram que já estão sob o comunismo”. Este tipo de ostentação, que é tão cheio de confiança, poderia ter sido feito apenas por um homem que já tivesse visto muitas operações bem sucedidas.

Segundo pesquisa Gallup realizada em 2014, aproximadamente 40% dos americanos são “crentes preocupados” com o aquecimento global, enquanto que apenas 25% são solidamente céticos. Como informado pelo New York Times, “Uma esmagadora maioria do público americano, incluindo metade dos Republicanos, apoiam as ações governamentais para reduzir o aquecimento global, de acordo com uma pesquisa realizada pelo NYT, a Stanford University e o grupo pesquisa ambiental apartidário Resoucers for the Future”. Foi dito que esta pesquisa terá “implicações para a campanha eleitoral de 2016”. De acordo com a pesquisa, é improvável que os eleitores votem num candidato que questione ou negue a ciência por trás do aquecimento global.

A pesquisa acima sugere que o próximo presidente dos EUA estará pronto para assinar uma legislação de gases estufa. A única coisa que precisamos, para a paralisação de nossa economia, é dos Democratas no controle de ambas as casas do Congresso. De acordo com a Heritage Foundation em 2008, os regulamentos propostos pela Agência de Proteção Ambiental a fim de cooperar com o aquecimento global foram tão loucas que, efetivamente, teriam custado trilhões de dólares e milhões de empregos. Não sabemos quão estreitamente temos escapado dessas regulamentações. O fato de que alguns oficiais do governo estejam literalmente insanos, e que a referida insanidade tenha sido induzida neles por agentes de influência trabalhando para um poder estrangeiro hostil, não é discutido ou suspeitado em lugar nenhum. As pessoas são tão ignorantes com respeito à existência de agentes de influência e do trabalho que executam, que o assunto raramente vem à tona em qualquer contexto. É apenas quando percebemos a escala colossal do esquema do aquecimento global que uma explicação para seu propósito grita ao nosso senso comum.

Um poder está trabalhando. De que modo uma ideia falsa poderia prevalecer sobre os fatos, a razão, o senso comum e nossa experiência diária do clima? Milhões de pessoas em ambos os Hemisférios têm experimentado agora invernos mais rigorosos e verões menos rigorosos. Como isto pode ser explicado pelo público do aquecimento global? Eles afirmam que é devido ao “vórtice polar”. Sim, é isto mesmo. Os invernos estão mais frios porque o planeta está aquecendo. E se você acredita que este vórtice é nonsense, então, provavelmente, poderia ser negado a você permissão para votar ou operar maquinário pesado. Como disse memoravelmente um cidadão soviético, o indivíduo não é meramente oprimido pela grande mentira. Ele é efetivamente humilhado por sua estupidez. Quanto mais ultrajante a mentira, mais desvalorizado o indivíduo, provando a ele que sua razão não importa.

Há também a destruição de carreiras de muitos que têm argumentado ativamente contra o aquecimento global. O fato de que isto também faz parte do estilo soviético não deveria ser negligenciado. A destruição dos dissidentes, não por argumentos, mas por punição administrativa, é típica do totalitarismo. Os cientistas que discordam do aquecimento global são numerosos, ainda que estejam efetivamente intimidados por pessoas que não possuem ética ou integridade. Cada vez menos cientistas desejam falar, visto que eles podem facilmente adivinhar quais serão as consequências. Exemplos de cientistas perseguidos por discordância ao aquecimento global incluiriam o professor Murry Salby na Austrália, e o Dr Robert Carter. Há também o caso do Dr Caleb Rossiter, professor adjunto na American University, que foi demitido ano passado por um think tank progressista após expressar publicamente dúvidas a respeito do aquecimento global. Lennart Bengtsson da University of Reading na Inglaterra disse temer por sua segurança por conta de uma caça às bruxas na academia levada a cabo por ativistas americanos do aquecimento global. Estas e outras estórias apenas arranham a superfície. Infelizmente, em relação a tudo isso, vemos a utilização do termo “MacCartismo do aquecimento global”. Mesmo aqui, na tentativa de expor as táticas perversas de intimidação e censura, caímos na armadilha de adotar o chavão do inimigo – a coisa real que tornou tudo isso possível; que foi a destruição do senador Joseph McCarthy, e aquela velha inversão de propaganda, nas quais as táticas dos inimigos de McCarthy eram atribuídas à McCarthy! Na medida em que somos condicionados por uma falsa história, não vejo como podemos nos defender contra as táticas subversivas a menos que primeiro entendamos a história destas táticas, e aquelas pessoas já vitimizadas por elas. (Veja o recente ensaio de Diana West).

Concluindo, deve ser admitido que o verde é o novo vermelho. Oh sim, sem nenhuma dúvida. E que é por isso que o secretário-geral do Partido Comunista Soviético, Mikhail Gorbachev, tornou-se o líder da Cruz Verde Internacional. É por isso que os mais altos agentes do Kremlin na América apoiam o aquecimento global. Aqui está o testemunho do poder do comunismo nos EUA. É claro, muitos leitores acharão que esta análise é paranoica. Bem, paramos de lutar contra a subversão comunista há muito tempo. Dado este fato, devemos esperar ver comunistas na Casa Branca, no Congresso, na Burocracia Federal. Devemos esperar encontrá-los no Partido Republicano, e escrevendo artigos nas páginas do National Review. Hoje o governo nos diz que os invernos são mais frios devido ao aquecimento global, e que o programa nuclear Iraniano nos deixará mais seguros. Procurar pela origem destes contos de fadas, e extrair uma conclusão apropriada, não é paranoia. É o caminho para a sanidade.

[Nota: Para aqueles interessados, vejam o documentário da BBC, The Great Global Warming Swindle]



Tradução: Flávio Ghetti Do site: www.midiasemmascara.org 


sexta-feira, 31 de julho de 2015

A VIOLAÇÃO DA LINGUAGEM

Não pode haver justiça quando as palavras são usadas em sentido perverso. Quando os significados podem ser invertidos e o mundo virado de ponta cabeça. Nenhuma ideologia pode transformar uma mentira em verdade. Nenhuma alegação especial vai abalar o eixo da terra. As Leis Universais prevalecem.


Em sua obra 'A Quarta Teoria Política', Alexander Dugin diz algumas coisas profundas, que precisam ser conhecidas (mesmo por alguém que se opõe a sua convocação pela destruição dos EUA). “Na política pós-antropológica”, ele escreve, “tudo é invertido: lazer e trabalho (a ocupação mais séria, verdadeiro trabalho, é assistir televisão), conhecimento e ignorância... Os papéis tradicionais macho e fêmea estão invertidos. Ao invés de serem anciãos estimados e experientes, os políticos são escolhidos por sua juventude, glamour, aparência e inexperiência. Vítimas se tornam criminosos e vice versa...”

Dugin vê corretamente que um tipo de inversão tem acontecido. E esta inversão é fundamental. É um sintoma de enorme transformação dentro da alma. A humanidade, como era, tinha dois polos. E estes polos estão sendo desorganizados, negados e invertidos. Tão estranho como possa parecer, ao escrever sobre o equilíbrio de poder entre os dois grandes atores bipolares (Rússia e América), estamos agora acostumados a negar a bipolaridade que simplesmente promete o inverso da mesma polaridade. Isto pode ter a ver com neurose em massa e a negação da morte, ou é o resultado de algum processo alquímico sinistro.

Na semana passada a Suprema Corte dos EUA validou o casamento gay como direito a nível nacional. Deixando de lado o nonsense que perpassa o debate em ambos os lados desta questão, a coisa mais perturbadora é que o casamento é agora definido sem considerar o masculino e o feminino. De acordo com os ensinamentos da maioria das tradições espirituais, gênero é um princípio universal que tem a ver com regeneração. Apenas a união de masculino e feminino tem significado regenerativo. O juiz Kennedy rejeitou esta ideia quando escreveu: “Na formação de uma união matrimonial, duas pessoas tornam-se algo maior do que foram certa vez. Como alguns requerentes nestes casos demonstraram, o casamento personifica um amor que pode resistir até mesmo além da morte. Seria interpretar mal estes homens e mulheres dizer que eles desrespeitam o casamento. Seu apelo é que de fato o respeitam, respeitam tão profundamente que buscam encontrar sua realização para eles próprios”.

Mas meritíssimo juiz Kennedy, a realização do casamento se efetiva em crianças. E tal como o juiz Roberts, que argumentou que a decisão da Corte era um curto-circuito no processo democrático, receio que mesmo que a maioria vote a favor do casamento gay isto não tornará possível que homens produzam descendência sem mulheres. Tudo o que tais decisões ou votos podem fazer é eliminar a definição prévia da palavra “casamento”, que o dicionário de meu avô, o Webster's International Dictionary de 1943, define assim:

“casamento, n.1 Estado de estar casado, ou estar unido a uma pessoa do sexo oposto como marido ou esposa; também a relação mútua entre marido e esposa; abstratamente, a instituição pela qual homens e mulheres são unidos num tipo especial de dependência legal, para o propósito de fundar e manter uma família”.

Como você pode ver, a Suprema Corte violou a língua inglesa, isto é, a Corte assumiu um poder que nenhuma autoridade governamental pode, com prudência, assumir. É o poder mais arbitrário imaginável; pois a Suprema Corte pode agora dizer que “em cima” é “em baixo”, e que “preto” é “branco”. Não podemos dizer o que tal Corte fará a seguir, pois agora é certo que nenhuma propriedade está segura, nenhum contrato está protegido. Qualquer coisa pode acontecer. Não somos mais governados por leis, pois leis são feitas de palavras e agora, a partir deste momento, as palavras são feitas de nada, não possuindo significado intrínseco. São apenas sons, com significados que podem ser atribuídos e reatribuídos politicamente. Foi isto que nossa Suprema Corte fez, e ao fazê-lo, transformou toda a lei em algaravia. E isto, sustento, é a coisa mais perigosa de todas. Não é apenas o casamento que tem sido debilitado. É o estado, a Constituição, a língua inglesa e a sensatez pública. Esta, na verdade, é a mesma prática que aparece na neutralização de nosso poder militar e econômico. É um sintoma de uma dissolução interna, um colapso do instinto e um declínio na anarquia. O que tenho escrito estes muitos anos nunca foi primariamente a respeito da ameaça de Rússia ou China. Meus textos têm sido a respeito da progressiva falsificação da realidade, auto engano nacional e corrupção que servem ao nosso declínio social. Simplesmente selecionei os elementos mais claramente suicidas em nosso auto engano nacional como temas principais. A mesma linguagem distorcida que usamos para referirmo-nos a inimigos como “parceiros” é aqui replicada em nosso uso do termo “casamento homossexual”.

Os inimigos da América podem ver isto. Eles o revelam, apesar de suas sociedades estarem repletas de perversão. Os russos foram os primeiros a serem vitimizados por líderes insanos. Lênin e Stalin foram psicopatas que modelaram o estado russo de acordo com seu próprio distúrbio mental. Porém, os americanos nunca foram governados por Lênin ou Stalin. Então, qual a nossa desculpa? Como chegamos a algo que é pior que o leninismo ou o stalinismo? Pois a maldade de ditadores é algo que podemos relatar. É uma velha história, remontando aos césares. Mas um mal que inverte a realidade, que viola a linguagem e falsifica conceitos fundamentais, não é um mal que possa ser entendido da mesma maneira. Trata-se uma perversão espiritual que nos conduz às portas do oculto; a algo não visto, a algo conectado com as artes sombrias.

No dia da decisão fatídica o juiz Scalia observou: “O que realmente surpreende é a arrogância do golpe judicial de hoje. Estes juízes sabem que limitar o casamento a um homem e uma mulher é contrário à razão; eles sabem que uma instituição tão antiga como o próprio governo, e aceita por cada nação na história até quinze anos atrás, não pode ser apoiada por outra coisa a não ser ignorância e intolerância. E eles estão querendo dizer que cada cidadão que não concorda com isso, que adere ao que era, até quinze anos atrás, o juízo unânime de todas as gerações e todas as sociedades, fica contra a Constituição”.

Este novo conhecimento, que ataca o dicionário inglês, que ataca o próprio fundamento da legalidade, significa a destruição de toda lei. A Suprema Corte dos EUA cometeu um ato de desconsideração, de desagregação, de auto eliminação. Esta decisão não diz respeito realmente à questão da tolerância e intolerância a determinada minoria. Esta questão apenas nominalmente diz respeito a homossexuais. Na verdade, a comunidade gay tem sido usada como um joguete político para realizar um tipo de alquimia sinistra. Agora, a partir deste ponto, qualquer violência poderá ser cometida a qualquer um. Cada uma das várias causas pode ser ativada contra as outras; pois que reservas tem a lei agora? Que reverência? Que credibilidade? Perdeu o senso de suas próprias palavras, decaindo em insanidade por si.

Não pode haver justiça quando as palavras são usadas em sentido perverso. Quando os significados podem ser invertidos e o mundo virado de ponta cabeça. Nenhuma ideologia pode transformar uma mentira em verdade. Nenhuma alegação especial vai abalar o eixo da terra. As Leis Universais prevalecem. O niilista que nega esta lei é o arauto de sua própria destruição. A sociedade que saúda este niilista, que o eleva à Suprema Corte, que elege congressistas e presidentes deste tipo, não pode ser salva.





Tradução: Flávio Ghetti Do site: http://www.midiasemmascara.org/

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A IGREJA HUMILHADA ( 1 )

Talvez o traço mais característico da modernidade seja precisamente a coexistência enervante entre uma ciência sem espiritualidade e uma espiritualidade sem base natural.


Por que o Papa Francisco, ao falar do simbolismo sagrado da natureza, preferiu citar um místico muçulmano em vez de colher alguma frase na imensa literatura cristã sobre o assunto? Os cérebros iluminados da mídia nacional e internacional enxergaram aí toda sorte de intenções ecumênicas e diplomáticas, mas não creio que esse simples detalhe de um discurso papal possa ser compreendido sem um recuo histórico de muitos séculos.

“Nós falamos com palavras, mas Deus fala com palavras e coisas”, dizia Sto. Tomás de Aquino. Na época dele, e de fato desde o começo do cristianismo, isso era uma obviedade de domínio público. Muito antes de ditar aos profetas as palavras da Bíblia, Deus havia criado o universo, sendo inconcebível que não deixasse aí as marcas da sua Inteligência, do Logos divino que contém em si a chave de todas as coisas, fatos e conhecimentos.

Nada mais lógico, portanto – assim pensavam os santos e místicos -- , do que buscar nas formas e aparências do universo físico os sinais da intenção divina que tudo havia criado. O próprio texto da Bíblia está tão repleto de referências a animais, plantas, minerais, partes do corpo humano, acidentes geográficos, fenômenos astrais e climáticos, etc., que sem algum conhecimento da natureza física sua leitura se torna completamente opaca. Não havia e não há como fugir desta constatação elementar: o universo era a primeira das Revelações.

Essa intuição não havia escapado aos povos pagãos da Antiguidade, cujas culturas se erguem inteiramente em cima de prodigiosos esforços para apreender alguma mensagem divina por trás dos fenômenos da natureza terrestre e celeste e fazer da sociedade inteira um modelo cósmico em miniatura (a bibliografia sobre isso é tão abundante que não vou nem começar a citá-la).

Apesar da imensa variedade das linguagens simbólicas que se desenvolveram nas mais diversas épocas e lugares, elas todas obedecem a um conjunto de princípios que permitem estabelecer correspondências entre as concepções cosmológicas e antropológicas dessas civilizações.

Essas concepções foram absorvidas e apenas ligeiramente remodeladas pela Europa cristã para tornar-se veículos de uma cosmovisão bíblica. A principal modificação foi um senso mais apurado da índole dialética do simbolismo natural, onde os fatos da natureza física já não apareciam como expressões diretas da presença divina, como no antigo culto dos astros, mas como indícios analógicos que ao mesmo tempo revelavam e ocultavam essa presença (expliquei um pouco disso no meu livro A Dialética Simbólica, São Paulo, É-Realizações, 2007).

A cosmologia medieval incorporava o velho mapa planetário ptolemaico, com a Terra no centro e as várias esferas planetárias – correspondentes a distintas dimensões da existência – afastando-se até o último céu, morada de Deus. Que esse mapa não devesse ser interpretado como um simples retrato material do mundo celeste, prova-o o fato de que ele era compensado dialeticamente por uma concepção oposta, na qual Deus estava no centro e a Terra na extrema periferia. A tensão entre as duas esferas condensava de uma maneira abrangente os paradoxos da existência humana num ambiente natural que era ao mesmo tempo um templo e uma prisão. A visão medieval do céu não era uma cosmografia, mas uma cosmologia – uma ciência integral do significado da existência do homem no cosmos.

A eclosão do debate heliocentrismo versus geocentrismo baixou o nível da imaginação pública para um confronto entre duas concepções puramente materiais, rompendo a tensão dialética entre as duas esferas e rebaixando a cosmologia ao estado de mera cosmografia. Os progressos extraordinários desta última serviram para mascarar o fato de que a modernidade assim inaugurada ficou totalmente desprovida de uma cosmologia simbólica, não havendo até hoje nenhum meio de articular a visão material-científica do universo com os conhecimentos de ordem espiritual: essas duas dimensões pairam uma sobre a outra sem jamais interpenetrar-se, como água e óleo num copo, de tempos em tempos ressurgindo, sob formas variadas, o “conflito entre ciência e religião”, ou “entre razão e fé”, o qual, nesses termos, só pode ser apaziguado mediante arranjos convencionais de fronteiras, tão artificiais e instáveis quanto qualquer tratado diplomático. O que era tensão dialética tornou-se um dualismo estático, como numa guerra de posições entre exércitos imobilizados cada um na sua trincheira. Talvez o traço mais característico da modernidade seja precisamente a coexistência enervante entre uma ciência sem espiritualidade e uma espiritualidade sem base natural. 

Para piorar ainda mais as coisas, a ruptura entre as duas dimensões não se deu só no domínio da cosmologia, mas também na metafísica e na gnoseologia, onde René Descartes, rompendo com a antiga visão aristotélico-escolástica do ser humano como síntese indissolúvel de corpo e alma, ergueu um muro de separação entre matéria e espírito, fazendo deles substâncias heterogêneas e incomunicáveis.

Malgrado as inúmeras contestações e correções que sofreu, o dualismo cartesiano acabou por deitar raízes tão fundas na mentalidade ocidental, que suas conseqüências nefastas ainda se fazem sentir até mesmo no domínio das ciências físicas (v. Wolfgang Smith, O Enigma Quântico, trad. Raphael de Paola, Campinas, Vide, 2011).

Na esfera cultural, isso resultava em dividir o universo inteiro da experiência em duas categorias: os objetos reais, isto é, materiais e mensuráveis, conhecidos pela ciência física, e os puramente pensados, para não dizer imaginários – leis, instituições, valores, obras de arte, o mundo propriamente humano. Dos primeiros, só o que se podia saber eram as suas propriedades mensuráveis, sendo proibido querer descobrir neles algum significado ou intenção. Os segundos eram repletos de significado, mas só existiam como pensamentos, como “construções culturais” sem nenhum fundamento na realidade.

Por mais obviamente danosa à cosmovisão cristã que fossem essas idéias, elas foram rapidamente assimiladas pela intelectualidade católica. Durante todo o século XVIII o cartesianismo foi a doutrina dominante nos seminários da França. As chamadas “heresias modernistas” ainda não haviam surgido, mas a hegemonia intelectual cristã estava perdida. Rendeu-se praticamente sem luta. Começava uma era na qual uma alma cristã não teria alternativa exceto amoldar-se à mentalidade moderna ou esbravejar em vão contra o que não podia vencer – as duas atitudes que até hoje caracterizam respectivamente os “modernistas” e os “tradicionalistas”.

A pá de cal foi lançada por Immanuel Kant, quando cavou um abismo intransponível entre “conhecimento” e “fé”, enfatizando a autoridade universal do primeiro e trancafiando a segunda no recinto fechado das meras preferências e fantasias particulares – uma doutrina que se tornou a base não só do positivismo científico ainda imperante nas universidades em geral, mas também de todo o “Estado laico” moderno, onde não há diferença legal entre crer em Deus, em duendes, em extraterrestres, nas virtudes espirituais das drogas alucinógenas ou na bondade de Satanás.

Continuo a narrativa no próximo artigo.


Por: Olavo de Carvalho Publicado no Diário do Comércio.

http://olavodecarvalho.org  do site: www.midiasemmascara.org




TRÊS COMENTÁRIOS SOBRE O DESARMAMENTO NO BRASIL


Ouvi com muita atenção os comentários proferidos pelo historiador Marco Antônio Villa na rádio Jovem Pan, no último dia 22, sobre o fato de mulheres estarem comprando armas de eletrochoque para sua defesa.

O historiador se mostrou indignado — com razão! — por vivermos em um país com tamanha e crescente criminalidade, e afirmou que é inimaginável ver uma cena dessas na França ou na Itália, onde o estado cuida da segurança pública. Acrescentou que é um verdadeiro absurdo transferir ao cidadão a responsabilidade pela segurança pública, e complementou dizendo que a busca de meios de defesa pelo cidadão é um retrocesso, uma ameaça ao estado democrático de direito.

Opa! Sinal vermelho aceso!

Não sei qual a posição dele sobre a posse e o porte de armas, mas desconfio. No entanto, o que importa neste momento é que o historiador erra feio ao correlacionar legítima defesa com a falência do estado de direito. Todos os países sérios do mundo preveem o direito à legítima defesa e garantem a possibilidade de meios para exercê-la, entre elas a França e a Itália, exemplos citados por ele. 

Na França, é permitido o uso de sprays de defesa e armas de choque para qualquer cidadão com mais de 18 anos. Na Itália, anos atrás, o porte de armas de fogo foi bastante facilitado e não é nada raro.

Agora, se um francês precisa andar com objetos para se defender são outros quinhentos, e tal necessidade não se pode ser confundida com a liberdade de fazê-lo.

A lógica de que a necessidade deve pautar a liberdade é perigosíssima e tem seu nascedouro e acalanto nos braços do marxismo. Uma lógica perversa que não raramente é usada para projetos liberticidas.

Utilizando-se essa lógica, se eu não tenho a necessidade de ter dois carros, então o estado pode me tolher desta liberdade. Se um relógio de poucos reais faz o mesmo que outro de muitos milhares de reais, então eu não preciso da liberdade de comprar o mais caro. Entenderam o perigo dessa relação?

Vejamos um exemplo genuinamente brasileiro: o Estatuto do Desarmamento. Seu objetivo é desarmar o cidadão e garantir o monopólio das armas nas mãos do estado. Nasceu da "necessidade" de impedir milhares de assassinatos todos os anos.

No que resultou? Como mostrarei na parte final deste artigo, recordes de homicídios e a supressão da liberdade de possuir e portar armas.

Mas não parou por aí o uso da tal "necessidade". Entre muitos subterfúgios para perseguir seus objetivos reais ou proclamados, o estatuto criou a tal exigência de declaração ou comprovação de efetiva necessidade. Alguém acredita que vivendo em um país com 60 mil assassinatos por ano, 150 mil estupros, milhões de roubos, sequestros e agressões perpetradas por criminosos, essa necessidade não exista?

Existe, claro que existe! Então por que diariamente a compra e porte de armas são negados aos cidadãos exatamente com base nesta necessidade? Porque o estado recorre a outra necessidade como fiel da balança. Explico.

Com o discurso de que é necessário ter um estado que garanta a segurança ao cidadão, nega-se a necessidade do cidadão de se autodefender. É a necessidade como pautadora da liberdade.

A verdade é que não interessa para mim se o estado é ou não competente em me defender e em defender a minha família; eu tenho a liberdade de exercer o meu direito de defesa e ponto final.

Vejamos um último caso em que uma suposta ausência de necessidade foi usada para tentar suprimir uma liberdade: o referendo na Suíça em 2011.

Grupos desarmamentistas, alegando que a Suíça, por ser um dos países mais pacíficos do mundo, com quase inexistentes taxas de homicídios e crimes violentos, tentou por meio de um plebiscito proibir a posse de armas e munições nas residências suíças. O resultado foi a derrota da proposta. Os suíços entenderam que a única necessidade real é a liberdade, e foram respeitados.

Enquanto isso, no Brasil, as supostas necessidades continuam pautando nossas liberdades.

Os desarmamentistas e seu exercício de futurologia

Ao final do ano passado, voltou ao noticiário a triste notícia de que o Brasil é líder mundial em números absolutos de homicídios e ocupa o 11º lugar do ranking considerando o índice de assassinatos a cada 100 mil habitantes.

Com 56.337 homicídios ocorridos em 2012, o país registrou 29 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, número quase cinco vezes maior do que o índice mundial (6,2).

As estatísticas foram contabilizadas pelo Observatório de Homicídios pertencente ao Instituto Igarapé, do Rio de Janeiro. Não se trata de nenhuma novidade, uma vez que, ano após ano, o Brasil quebra consecutivos recordes de criminalidade violenta, entre elas os homicídios.

Concomitantemente, continua circulando a informação de que 120 mil vidas teriam sido "salvas" pelo advento do chamado Estatuto do Desarmamento, o qual foi aprovado em dezembro de 2003 em uma conturbada votação que ocorreu em plena vigência do "mensalão", recurso por meio do qual o poder executivo pagava propina ao Congresso em troca da aprovação de projetos de lei de seu interesse.

De acordo com essa tese, graças ao Estatuto do Desarmamento a crescente "epidemia" de homicídios teria sido reduzida, o que na prática resultaria em vidas poupadas.

Seria mesmo esse o caso? Como "prever" taxas de homicídios? Essa metodologia de projeção de crimes é utilizada em mais algum lugar do mundo para se medir eficiência em Segurança Pública? Seria possível comprovar a causalidade entre a restrição de armas legais e a queda dos homicídios? 

Com essas e outras perguntas iniciamos um estudo sobre a tal eficácia do desarmamento no Brasil e, pegando o gancho do termo "epidemia" tão usado por aqueles que advogam pelo desarmamento, recebi de muito bom grado a ajuda do Dr. Luís Fernando Waib, epidemiologista, que possui grande conhecimento na análise de dados e estatísticas.

Em suas palavras:



Após ter me deparado com dados de mortalidade por arma de fogo, divulgados na mídia e em redes sociais recentemente, me incomodei com a análise dos dados divulgados e desconfiei da consistência dos números. Particularmente, me causou estranhamento a inclinação da curva de homicídios, a falta de clareza na apresentação dos dados e as conclusões depreendidas deste conjunto.

Em resumo: algo não estava certo.

O gráfico abaixo mostra três indicadores. A linha azul mostra o total de homicídios para cada 100 mil habitantes (eixo da esquerda). A linha vermelha mostra o total de homicídios para cada 100 mil habitantes cometidos com armas de fogo (eixo da esquerda). E a linha verde mostra a porcentagem total dos homicídios cometidos por armas de fogo (eixo da direita; os números devem ser multiplicados por 100 para se obter o valor inteiro).



Foram utilizados os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS) para prospecção dos dados de mortalidade por causas externas (a mesma fonte utilizada para confecção do Mapa da Violência) e os dados do IBGE para a prospecção dos dados populacionais. Os dados utilizados nesta análise são de 1996 a 2012 — último ano com dados disponíveis no SIM/SUS.

A partir dos dados obtidos nas fontes oficiais — que, repito, são as mesmas utilizadas para a confecção do Mapa da Violência — , não chegamos à mesma conclusão veiculada pela imprensa pelos motivos abaixo elencados:

1. De 1996 a 1999 há uma tendência de elevação na violência geral (traduzida pela crescente taxa de homicídios por 100.000 habitantes, linha azul), em paralelo à tendência de elevação da taxa de homicídios por armas de fogo (linha vermelha).

2. Entre 1999 e 2004 há um desvio desta curva, que sugere uma incidência anormal de homicídios por arma de fogo (linha vermelha). É necessário examinar com mais profundidade o que houve ("quebrar" os dados e contextualizar com os demais fatores que interferem nos índices) para poder determinar causas prováveis.

3. No entanto, como todo "surto", este também mostrou sua tendência do retorno à média. Neste caso, não exatamente à média, mas à tendência histórica. Isso ocorreu em 2005, linha vermelha.

4. A partir de 2005, no entanto, a curva vermelha retoma o crescimento anterior, até 2011, quando vemos nova inflexão para cima (2012). Não há dados disponíveis nos sistemas consultados para avaliar este novo fenômeno, mas o foco prioritário desta análise é o primeiro.

5. Em nenhuma hipótese observa-se queda da taxa de homicídios por arma de fogo (linha verde) após o advento do desarmamento. Caso existisse, teria de haver uma queda progressiva da violência a partir de 2004, mantendo-se assim até hoje. O estatuto do desarmamento se encontra em plena vigência e, como dito, a partir de 2005 os homicídios (linhas azul e vermelha) voltaram a crescer.

6. É falsa, portanto, a afirmação de que mortes foram prevenidas pelo advento do desarmamento. Em primeiro lugar porque a curva de incidência iniciou seu retorno à média antes dos efeitos do desarmamento, mas principalmente porque a projeção da curva não pode ser feita a partir de um período de "surto", mas sim do período endêmico da série histórica.

7. Outro dado relevante para a análise é que a curva da taxa de homicídios (linha azul) é, durante toda a série histórica, paralela à curva de homicídios por arma de fogo (linha vermelha).

Se tivesse havido uma inflexão para baixo da curva da taxa de homicídios a partir de 2004 (quando efetivamente se iniciou o recolhimento de armas de fogo), poderíamos depreender que o desarmamento provocou uma redução gradual e constante da violência. Tivesse havido manutenção da curva de homicídios, mas redução da curva de homicídios por arma de fogo, poderíamos depreender que a violência se manteve, mas mudou de método.

A conclusão aqui é que o desarmamento foi ineficaz, seja para reduzir a violência, seja para mudar a participação das armas de fogo nestes eventos.

8. Por fim, o crescimento constante da participação das armas de fogo nos homicídios (de 59% em 1996 para 71% em 2012, linha verde) mostra que não só o poder público impediu o uso legítimo de armas de fogo pelo cidadão, mas falhou na redução da disponibilidade destas armas para os criminosos.

Nenhum estudo sério no mundo projeta "taxas de homicídios que não ocorreram" como ferramenta de medição de eficácia de políticas de segurança pública. Esse tipo de futurologia é mais uma jabuticaba brasileira.

A queda pontual dos homicídios com utilização de armas de fogo foi acompanhada na mesma proporção pela queda dos homicídios com a utilização de outros instrumentos, ficando assim comprovado que não existe relação com as restrições trazidas pelo estatuto do desarmamento. 

Por mais que tentem, forcem, espremam e torturem os dados, não há o menor indício que aponte para uma possível eficácia do desarmamento na redução da criminalidade violenta simplesmente porque isso não aconteceu. Quem assim o faz, mente desesperadamente na tentativa de não ver aprovado o PL 3722/2012, de autoria do deputado federal Rogério Peninha Mendonça, que devolve ao cidadão o direito de se defender autonomamente, uma vez que já está constatada a total ineficácia do estado de fazê-lo minimamente. 

O desarmamento fracassou, continuará fracassando, e o Brasil, de mentiras em mentiras, vai se consolidando como o país do faz-de-conta.

Mais armas = menos crimes e mais educação

Quase 5 anos atrás, os shoppings começaram adotar seguranças armados depois de um surto de roubos à lojas, em especial joalherias. Como não poderia deixar de ser, os desarmamentistas, profetas do caos, começaram a gritaria de que isso geraria tiroteios e mortes.

Um desses profetas de araque foi o "especialista" em segurança pública José Vicente, que inclusive participa das audiências públicas sobre o PL 3722. Disse ele ao jornal Folha de São Paulo de 16 de agosto de 2010:




Para o consultor em segurança pública José Vicente da Silva, coronel da reserva da PM paulista, esse tipo de medida só aumenta o risco aos usuários dos lugares. "Os shoppings estão optando para aumentar os riscos aos seus frequentadores", disse. Isso porque, para ele, os bandidos não vão deixar de roubar os shoppings porque há homens armados e os vigilantes não têm treinamento suficiente para isso.Passados 5 anos, o que aconteceu? Alguém se lembra da última vez que houve um roubo em shopping? Houve alguma morte? Tiroteio? Algum segurança armado matou algum cliente em uma discussão? Zero! Nada! Nem roubos, nem mortes. Mais armas e menos crimes.

Neste ano, fui entrevistado pela mesma Folha de São Paulo e entre outras coisas afirmei: "Cidadão armado faz criminoso evitar contato com a vítima". Isso não é teoria, não. É empiria.

Dias atrás conversei com um segurança em um Shopping perto da minha casa, um dos que ficam armados. Disse ele que nunca mais houve qualquer tentativa de roubo e nem mesmo de furto de veículos, coisas corriqueiras ali antes do armamento da segurança.



Adicionalmente, ele também disse que os seguranças nunca mais foram ameaçados ou enfrentados por bandos de moleques que gostavam de fazer arruaça nas dependências. E sentenciou: "É engraçado, doutor, o pessoal ficou mais educado com nóis (sic)"!

De forma empírica, ele chegou à mesma conclusão que o cidadão que escreveu o excelente artigo "A arma de fogo é a civilização", do qual cito o trecho final:



Quando estou portando uma arma, eu não o faço porque estou procurando confusão, mas sim porque quero ser deixado em paz. A arma em minha cintura significa que não posso ser coagido e nem violentado; posso apenas ser persuadido por meio de argumentos racionais. Eu não porto uma arma porque tenho medo, mas sim porque ela me permite não ter medo. A arma não limita em nada as ações daqueles que querem interagir comigo por meio de argumentos; ela limita apenas as ações daqueles que querem interagir comigo por meio da força.

A arma remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado. 

Neste caso, muito especificamente, o nexo causal da variante arma é claro e inequívoco. Os seguranças, desarmados, sempre estiveram lá; bastou armá-los para que imediatamente acabassem as ocorrências de roubo.

A conclusão é mais do que óbvia: armas nas mãos certas e minimamente treinadas não significam mais mortes e crimes. Significam menos crimes e até mesmo mais educação.



Bene Barbosa é especialista em segurança pública e presidente do Movimento Viva Brasil.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

A ARMA DE FOGO É A CIVILIZAÇÃO


Os seres humanos têm apenas duas maneiras de lidar uns com os outros: por meio da razão e por meio da força.

Se você quer que eu faça algo por você, há duas opções: ou você me convence por meio de um argumento racional ou você recorre à ameaça de violência.

Toda e qualquer interação humana necessariamente recai em uma dessas duas categorias. Sem exceção. Razão ou força. E só.

Em uma sociedade genuinamente moral e civilizada, as pessoas interagem exclusivamente por meio da persuasão. A força não é um método válido de interação social. 

Sendo assim, e por mais paradoxal que isso possa parecer para alguns, a única ferramenta que pode remover a força dessa lista de opções é uma arma de fogo pessoal.

E o motivo é simples: quando estou portando uma arma de fogo, você não pode lidar comigo por meio da força. Você terá de utilizar apenas a sua razão e a sua inteligência para tentar me persuadir. Portando uma arma de fogo, eu tenho uma maneira de neutralizar a sua ameaça ou o seu uso da força.

A arma de fogo é o único objeto de uso pessoal capaz de fazer com que uma mulher de 50 kg esteja em pé de igualdade com um agressor de 100 kg; com que um aposentado de 75 anos esteja em pé de igualdade com um marginal de 19 anos; e com que um cidadão sozinho esteja em pé de igualdade com 5 homens carregando porretes. 

A arma de fogo é o único objeto físico que pode anular a disparidade de força, de tamanho e de quantidade entre um potencial agressor e sua potencial vítima.

Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como sendo o lado ruim da equação, a fonte de todas as coisas repreensíveis que acontecem em uma sociedade. Tais pessoas acreditam que seríamos mais civilizados caso todas as armas fossem proibidas: segundo elas, uma arma de fogo facilita o "trabalho" de um agressor. 

Mas esse raciocínio só é válido, obviamente, se as potenciais vítimas desse agressor estiverem desarmadas, seja por opção ou por decreto estatal. Tal raciocínio, porém, perde sua validade quando as potenciais vítimas também estão armadas.

Essas pessoas que defendem a proibição das armas estão, na prática, clamando para que os mais fortes, os mais agressivos e os mais fisicamente capacitados se tornem os seres dominantes em uma sociedade — e isso é exatamente o oposto de como funciona uma sociedade civilizada. Um bandido, mesmo um bandido armado, só terá uma vida bem-sucedida caso viva em uma sociedade na qual o estado, ao desarmar os cidadãos pacíficos, concedeu a ele o monopólio da força.

E há também o argumento de que uma arma faz com que aquelas brigas mais corriqueiras, as quais em outras circunstâncias resultariam apenas em pessoas superficialmente machucadas, se tornem letais. Mas esse argumento é multiplamente falacioso. 

Em primeiro lugar, se não houver armas envolvidas, todos os confrontos serão sempre vencidos pelo lado fisicamente superior, o qual irá infligir lesões e ferimentos avassaladores ao mais fraco. Sempre.

No que mais, pessoas que acreditam que punhos cerrados, porretes, pedras, garrafas e cacos de vidro não constituem força letal provavelmente são do tipo que acreditam naquelas cenas fantasiosas que vêem nos filmes, em que pessoas tomam variados socos, pauladas e garrafadas na cabeça e ainda continuam brigando impavidamente, no máximo com um pouco de sangue nos lábios.

O fato de que uma arma de fogo facilita o uso de força letal é algo que funciona unicamente em prol da vítima mais fraca, e não em prol do agressor mais forte. O agressor mais forte não precisa de uma arma de fogo para aniquilar sua vítima mais fraca. Já a vítima mais fraca precisa de uma arma de fogo para sobrepujar seu agressor mais forte. Se ambos estiverem armados, então estão em pé de igualdade.

A arma de fogo é o único objeto que é tão letal nas mãos de um octogenário em uma cadeira de rodas quanto nas mãos de um halterofilista. Se ela não fosse nem letal e nem de fácil manipulação, então ela simplesmente não funcionaria como instrumento equalizador de forças, que é a sua principal função.

Quando estou portando uma arma, eu não o faço porque estou procurando confusão, mas sim porque quero ser deixado em paz. A arma em minha cintura significa que não posso ser coagido e nem violentado; posso apenas ser persuadido por meio de argumentos racionais. Eu não porto uma arma porque tenho medo, mas sim porque ela me permite não ter medo. A arma não limita em nada as ações daqueles que querem interagir comigo por meio de argumentos; ela limita apenas as ações daqueles que querem interagir comigo por meio da força.

A arma remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado. 

Uma grande civilização é aquela em que todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos, jamais coagidos.



Marko Kloos é escritor de livros de ficção científica de cunho militar.  Nasceu na Alemanha, mas atualmente mora e trabalha nos EUA.  Seu website.