sexta-feira, 16 de junho de 2017

A RÚSSIA SERÁ CATÓLICA


“A Rússia será católica”: esta é a inscrição que foi colocada no túmulo do padre Gregório Agostinho Maria Šuvalov no cemitério de Montparnasse, em Paris. O barnabita russo se imolou como vítima por esta causa (Antonio Maria Gentili, Os barnabitas, Padres Barnabitas, Roma, 2012, pp. 395-403).

O conde Grigorij Petrovič Šuvalov nasceu no dia 25 de outubro de 1804 em Petersburgo, numa família da antiga nobreza. Um tio dele, general do exército, recebeu a missão de acompanhar Napoleão, derrotado, na ilha de Elba, e outro antepassado fundou a Universidade de Moscou. Ele estudou de 1808 a 1817 no colégio dos jesuítas de Petersburgo, até que, expulsos estes da Rússia, continuou seus estudos primeiro na Suíça e depois na Universidade de Pisa, onde aprendeu perfeitamente a língua italiana. No entanto, foi influenciado pelo materialismo e pelo niilismo então imperantes nos círculos liberais que frequentava. Nomeado pelo Czar Alexandre I oficial dos hussardos da Guarda, aos vinte anos, em 1824, desposou Sofia Soltikov, uma moça profundamente religiosa, ortodoxa, mas “católica na alma e no coração”, que morrerá em Veneza em 1841 e com a qual terá dois filhos: Pedro e Helena.

A morte de Sofia levou-o a estudar religião. Um dia, Šuvalov se deparou com o livro Confissões, de Santo Agostinho, que foi para ele uma revelação. “Eu o lia incessantemente, copiava páginas inteiras, extraía longos trechos. Sua filosofia enchia-me de bons desejos e amor. Com tais transportes de contentamento, eu encontrava naquele grande homem sentimentos e pensamentos que até então haviam dormido na [minha] alma e que a leitura despertava”.

Mudando-se para Paris, o conde Šuvalov passou a frequentar um grupo de aristocratas russos convertidos à Igreja Católica graças, sobretudo, ao conde Joseph de Maistre (1753-1821), que de 1802-1817 fora embaixador do Rei da Sardenha em Petersburgo.

Entre eles estavam Sofia Swetchine (1782-1857), o príncipe Ivan Gagarin (1814-1882) e o príncipe Teodoro Galitzin (1805-1848).

Este último, notando a profunda crise espiritual de seu amigo, ajudou-o a encontrar a verdade, recomendando-lhe a leitura e meditação de Du Pape, de Joseph de Maistre. Lendo a obra do conde saboiano, Šuvalov compreendeu que a primeira nota da Igreja é a unidade, a qual exige uma autoridade suprema, que não pode ser outra senão a do Romano Pontífice. “Senhor, tu dizes: a minha Igreja, e não as minhas igrejas. Por outro lado, a Igreja deve manter a verdade; mas a verdade é una; portanto, a Igreja só pode ser uma. (…) Quando conheci que não pode existir senão uma Igreja verdadeira, compreendi também que essa Igreja deve ser universal, isto é, católica.”

Šuvalov ia todas as noites a Notre-Dame para ouvir os sermões do padre Francisco Xavier de Ravignan (1795-1858), um jesuíta que se tornaria seu guia espiritual. Em 6 de janeiro de 1843, festa da Epifania, Šuvalov abjurou os erros da Igreja Ortodoxa russa e fez a profissão da fé católica na Chapelle des Oiseaux. Mas aspirava a uma dedicação mais profunda à causa católica.

Através de um jovem liberal italiano, Emilio Dandolo, encontrado por acaso no trem, ele conheceu o padre Alexandre Piantoni, reitor da faculdade Longone, dos Barnabitas em Milão, que em 1856 o recebeu no noviciado em Monza, com o nome de Agostinho Maria.

Na ordem fundada por Santo Antonio Maria Zaccaria (1502-1539), Šuvalov encontrou um ambiente profundamente espiritual. Ele escrevia ao padre Ravignan: “Acho que estou no Paraíso. Meus superiores são como santos, os noviços como anjos”. Entre os jovens irmãos confrades estava César Tondini de’ Quarenghi (1839-1907), que teria recolhido mais do que qualquer outro a sua herança espiritual. Em 19 de setembro de 1857, Agostinho Šuvalov foi ordenado sacerdote em Milão por monsenhor Angelo Ramazzotti, futuro Patriarca de Veneza.

No dia da ordenação, na elevação do cálice, ele fez esta súplica a Deus. “Meu Deus, tornai-me digno de dar a vida e o sangue em união com o vosso, para a glorificação da Bem-aventurada Virgem Imaculada e pela conversão da Rússia.” Este foi o sonho de sua vida, que ele confiou à Imaculada, de quem, em 8 de dezembro de 1858, Pio IX proclamou o dogma. Recebido em audiência pelo Papa, o padre Šuvalov lhe manifestou o desejo de dedicar sua vida ao retorno dos cismáticos à Igreja de Roma. No memorável encontro, “Pio IX falou-me da Rússia com aquela fé, aquela esperança e aquela convicção apoiadas na palavra de Jesus, e com aquela caridade ardente da qual era movido pensando em seus filhos extraviados, pobres órfãos voluntários. Estas suas palavras me inflamavam o coração”. O padre Šuvalov declarou-se pronto para fazer o sacrifício de sua vida pela conversão da Rússia. “Contudo, disse então o Santo Padre, repeti continuamente este propósito três vezes ao dia diante do crucifixo; estai certo de que vosso desejo se realizará”.

Paris foi o campo de seu apostolado e de sua imolação: ali ele se esforçou incansavelmente, conquistando inúmeras almas e dando vida à Associação de orações para o triunfo da Bem-aventurada Virgem Imaculada na conversão dos cismáticos orientais, e especialmente dos russos, à fé católica, chamada comumente de Obra do Padre Šuvalov. Pio IX a aprovou com um breve de 1862 e o padre César Tondini foi dela um incansável propagador. Mas o padre Šuvalov morreu em Paris no dia 2 de abril de 1859.

Ele acabava de escrever sua autobiografia Minha conversão e minha vocação (Paris 1859). Traduzido e reimpresso no século XIX, o livro foi apresentado em uma nova edição italiana pelos padres Enrico M. Sironi e Franco M. Ghilardotti (La mia conversione e la mia vocazione, Gráfica Dehoniane, Bolonha, 2004), da qual extraímos as nossas citações. O padre Ghilardotti também trabalhou para trazer de volta à Itália os restos do padre Šuvalov, que agora repousam na igreja de San Paolo Maggiore em Bolonha, construída em 1611 pelos padres barnabitas. Ao pé de um altar encimado por uma cópia da Santíssima Trindade feita por Andrei Rublev, o maior pintor russo de ícones, o padre Gregório Agostinho Maria Šuvalov aguarda a hora da ressurreição.

Em sua autobiografia, o barnabita russo escreveu: “Quando a heresia ameaça, quando a fé definha, quando os costumes se corrompem e as pessoas adormecem à beira do abismo, Deus, que tudo dispõe com peso, número e medida, para despertá-los, abre os tesouros de sua graça; e ora suscita em alguma obscura aldeia um santo escondido, cuja eficaz oração retém seu braço pronto para punir; ora faz aparecer na face da terra uma esplêndida luz, um Moisés, um Gregório VII, um Bernardo; ora inspira, pelo concurso de algum fato milagroso, passageiro ou permanente, a ideia de uma peregrinação ou de qualquer outra nova devoção, nova talvez pela forma, mas sempre antiga na essência, um culto comovente e salutar. Tal foi a origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Esse culto nascido no meio de muitas contradições, num pequeno claustro da aldeia de Paray-le-Monial…”.

Tal, podemos acrescentar, é a origem da devoção ao Coração Imaculado de Maria, cuja propagação Nossa Senhora pediu cem anos atrás numa pequena aldeia de Portugal. Em Fátima, Nossa Senhora anunciou a realização do grande ideal do padre Šuvalov: a conversão da Rússia à fé católica. Um acontecimento extraordinário que pertence ao nosso futuro, e que fará ressoar em todo o mundo as misteriosas palavras da Escritura que o padre Šuvalov aplica à sua própria conversão: Surge qui Dormis, surge a mortuis et iluminabit te Christus – “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).
Por Roberto De Mattei Do site: http://www.catolicismoromano.com.br




sábado, 10 de junho de 2017

GEO-ESTRATEGIATA ITALIANO ALIMENTA DEBATE SOBRE A RENÚNCIA DO PAPA BENTO XVI


Um artigo publicado recentemente por um geo-estrategista e professor universitário italiano voltou a levantar questões sobre os motivos da surpreendente renúncia do Papa Bento XVI em 2013. Professor Germano Dottori, que é um professor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade LUISS-Guido Carli, em Roma, escreveu um artigo no número 4/2017 do Limes, um jornal geo-estratégico, e que mais tarde foi usado pelo jornalista italiano Alessandro Rico, pelo comentarista e autor italiano Antonio Socci, bem como por Giuseppe Nardi, da Katholisches.de, na Alemanha.

Ao discutir o papel da Igreja Católica em relação a considerações geo-estratégicas mais amplas – como a grande imigração para a Itália e os vínculos aparentemente crescentes com a Igreja Ortodoxa em Moscou – Dottori faz os seguintes comentários impressionantes e bem fundamentados (tradução gentilmente fornecida Por Andrew Guernsey):

Os conflitos entre a Igreja e os Estados Unidos não se tornaram menores, mesmo depois da morte de João Paulo II. Em vez disso, continuaram durante o pontificado do Papa Ratzinger, no decurso do qual, o que fez com que se tornassem exacerbados não foi apenas o investimento [político e estratégico] feito por Barack Obama e Hillary Clinton no islamismo político da Irmandade Muçulmana durante a chamada Primavera Árabe, mas também o firme desejo de Bento XVI de buscar uma reconciliação histórica com o Patriarcado de Moscou [sob o Patriarca Kirill], o que seria uma verdadeira coroação religiosa de um projeto geopolítico de integração euro-russa, que estava em suas intenções e era fortemente apoiado pela Alemanha e também pela Itália de Silvio Berlusconi – mas não por essa mais filo-americana [Itália], reconhecida por Giorgio Napolitano [Presidente italiano, 2006-2015].

A forma como isso terminou é bem conhecida por todos. Os governos Italiano e Papal foram simultaneamente atingidos por uma campanha escandalosa, coordenada e inusitadamente violenta e sem precedentes, envolvendo até mesmo manobras mais ou menos nubulosas no campo financeiro, com o efeito final sendo atingido em novembro de 2011 com a saída de Berlusconi do Palazzo Chigi e, em 10 de fevereiro [sic-11], 2013, com a abdicação de Ratzinger. No auge da crise, a Itália viu progressivamente seu acesso aos mercados financeiros internacionais fechados, enquanto o Instituto de Obras Religiosas (IOR) [Banco do Vaticano] foi temporariamente desligado do circuito Swift 4.

Apesar das consideráveis mudanças feitas tanto na política Italiana como no Vaticano, as dificuldades, no entanto, continuaram a persistir. Um fato que confirma a sua natureza estrutural e não permite na nossa previsão, nenhuma simplificação a curto ou médio prazo do contexto do qual nosso Governo terá que assumir no futuro as decisões mais importantes no campo de sua política externa.

Aqui, um especialista italiano em estudos geo-estratégicos afirma que tanto o governo Italiano sob Berlusconi quanto o papado de Bento XVI foram derrubados devido a manobras financeiras que colocaram os dois Estados em perigo. Alessandro Rico publicou, em 17 de maio, um artigo intitulado “Ratzinger costretto ad abdicare dal ricatto di Obama” (“Ratzinger forçado a abdicar devido à chantagem de Obama”), no jornal italiano La Verità – uma publicação que não tem nenhuma inclinação para o Catolicismo tradicional, mas, que, ao contrário, critica os católicos tradicionais e conservadores na mesma edição de 17 de maio (como observa Giuseppe Nardi). O próprio Rico coloca a declaração de Dottori em paralelo com a Carta Aberta de 20 de janeiro de 2017 ao Presidente Trump, publicada pelo jornal tradicionalista The Remnant, que pediu uma investigação sobre uma possível intervenção dos EUA contra o Papa Bento XVI. Como Rico aponta, o Papa Bento XVI, na época, se posicionou em oposição à colaboração do presidente Obama com a Irmandade Muçulmana, especialmente com o discurso do Papa em Regensburg, no qual criticou o fundamentalismo islâmico. Os Estados Unidos, como Rico juntamente com Dottori explicam, não eram favoráveis a uma aproximação papal com o Patriarcado de Moscou, o que poderia apoiar ainda mais uma aproximação européia com a Rússia. Uma base parcial para essa desejada aproximação poderia ser também uma rejeição do relativismo moral do Ocidente.

Ao falar sobre a pressão financeira que foi feita sobre o Vaticano em 2013, ao excluir o Estado Papal do sistema SWIFT – e que interrompeu as operações com cartão de crédito na Cidade do Vaticano e, portanto, nos museus do Vaticano – Rico também lembra: “Estranhamente, esta função [SWIFT] foi restabelecida imediatamente após a renúncia de Bento XVI”.

Recordamos, também, que, bem recentemente, em março de 2017, várias vozes influentes da Igreja Católica – entre elas o Arcebispo Luigi Negri e Ettore Gotti Tedeschi (ex-chefe do Banco do Vaticano) apoiaram o pedido e a suspeita do jornal The Remnant. Meu marido, o Dr. Robert Hickson, professor aposentado do Joint Military Intelligence College e da Joint Special Operations University, também aponta para a “importância da guerra financeira, especialmente no mundo cibernético, como parte da guerra fractal, em que uma pequena mudança (um “delta”) pode levar a um grande e desproporcional efeito”.

Antonio Socci, em sua própria publicação sobre esta nova revelação de Dottori, nos remete para outra entrevista que Dottori já havia dado à Zenit, em 13 de novembro de 2016. Dottori respondeu, então, quando perguntado sobre o recente escândalo do Wikileaks envolvendo a equipe de Hilary Clinton e sua influência sobre a Igreja Católica, como se segue (e, novamente, gentilmente traduzida por Andrew Guernsey):

Apareceram documentos dos quais emerge uma forte intenção da parte equipe de Hillary de provocar uma revolta no interior da Igreja para enfraquecer sua hierarquia. Eles usaram grupos de pressão e movimentos de base, seguindo um consolidado esquema usado pelas experientes revoluções das minorias. Ainda não chegamos na arma do crime, mas estamos perto. Embora eu não tenha provas, sempre pensei que Bento XVI foi levado à abdicação por um complô complexo, ordenado por aqueles que tinham interesse em bloquear a reconciliação com os Ortodoxos Russos, o pilar religioso de um projeto de convergência progressiva entre a Europa Continental e Moscou. Por razões semelhantes, acredito que a candidatura do Cardeal [Angelo] Scola para a sucessão de Bento XVI também foi interrompida, pois como o Patriarca de Veneza, ele havia conduzido as negociações com Moscou. Para ter certeza, no entanto, teremos que obter mais evidências. Através do Wikileaks também nos tornamos conscientes das operações de condicionamento psicológico recentemente exercidas contra o Papa Francisco. Mas ali também eles falharam miseravelmente, pois Bergoglio está renovando a Igreja, para fortalecê-la e, certamente, não para enfraquecê-la, como alguns queriam, e ele assinou um verdadeiro e próprio armistício com Kirill [de Moscou], em meio a tantas divisões tanto dentro das recíprocas esferas de influência. Logo abaixo da costa dos Estados Unidos, em Cuba [onde papa Francisco e o Patriarca Kirill assinaram um documento].

Enquanto Antonio Socci cita algumas dessas palavras do professor Dottori, ele explica que isso não significa que a súbita demissão do papa Bento XVI foi forçada. Aos olhos de Socci, o que nos mostra é que existe um “mistério colossal” que, em meio a muitas pressões, envolve a decisão do Papa Bento XVI, de finalmente, renunciar.
Por Maike Hickson – OnePeterFive, 23 de maio de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com:
Do site: https://fratresinunum.com

quarta-feira, 7 de junho de 2017

EXISTE UM "MINISTÉRIO EXPANDIDO" E BENTO XVI AINDA É PAPA. COMO É POSSÍVEL?

O mistério continua e – na bandeira do Vaticano – o branco agora está sobressaindo. Na verdade, as declarações feitas por Dom Georg Gäenswein, sobre o “status” de Bento XVI e Francisco, são perturbadoras (Dom Georg é secretário de um e prefeito da Casa Pontifícia do outro).

A essa altura, não dá para entender mais o que aconteceu no Vaticano em fevereiro de 2013 e o que está acontecendo hoje.

Antes de ver essas declarações, vou resumir a história que colocou a Igreja em uma situação jamais vista.

ESTRANHA RENÚNCIA

Depois de anos de ataques duríssimos, no dia 11 de fevereiro de 2013 Bento XVI anunciou sua clamorosa “renúncia”, sobre a qual as verdadeiras razões são ainda motivo de muitas perguntas legítimas (pois ele deu início ao seu pontificado com uma frase retumbante: “Ore por mim, para que eu não fuja para medo dos lobos”).

Além disso, depois de três anos e meio de renúncia, ficou claro que não haviam problemas de saúde iminentes, nem de lucidez.

Sua “renúncia” foi formalizada com uma “Declaração Final”, em um latim um pouco “frágil” (não escrito por ele) e sem fazer referência- como seria óbvio – ao cânon do Código de Direito Canônico que regula a própria renúncia do Papado.

Um descuido? Uma escolha? Não sabemos. Em qualquer caso, a renúncia ao papado não era uma novidade absoluta. Houve outras, em dois mil anos, embora muito raras. O que nunca existiu foi um “papa emérito” porque todos aqueles que saíram regressaram ao seu status precedente.

Em vez disso, Bento, cerca de dez dias depois da renúncia, e antes do início da sede vacante, fez saber – desmentindo até mesmo o porta-voz – de que ele se tornaria “papa emérito” e permaneceria no Vaticano.

UM ESCRITO CONFIDENCIAL?

Tal escolha inédita não foi acompanhada por um ato que definisse e formalizasse o “papado emérito” do ponto de vista do direito canônico e teológico.

E isso é muito estranho. Assim, permaneceu como indefinida uma situação delicadíssima e perturbadora. A menos que haja alguma coisa escrita, que, no entanto, permaneceu confidencial …

De resto, de acordo com os especialistas, a figura do “papado emérito” não tem nada a ver com os bispos aposentados, criados após o Concílio, uma vez que o episcopado é o terceiro grau do sacramento da Ordem, e – quando um bispo de 75 anos renuncia à jurisdição sobre uma diocese – permanece para sempre como bispo (a Igreja codificou precisamente, em um ato oficial, todas as prerrogativas do Episcopado emérito).

O papado, por sua vez, não é um quarto grau no sacramento da Ordem e os canonistas sempre defenderam que, ao renunciá-lo, o seu sujeito poderia apenas voltar a ser bispo. (assim tem sido há dois mil anos).

Em vez disso, Papa Ratzinger – refinado homem de doutrina – se tornou “papa emérito” e preservou o nome de Bento XVI do qual se segue o título de “Santo Padre” e até mesmo a insígnia papal no emblema (algo que surpreendeu, porque os símbolos são muito importantes no Vaticano) .

E tudo isso não por vaidade pessoal, pois Ratzinger é famoso pelo oposto: ele sempre viveu o cargo como um fardo e fez todo o possível para não ser eleito papa.

A questão, portanto, que rola há três anos, no Palácio do Vaticano, é esta: se demitiu ou realmente – por razões desconhecidas — ainda é Papa, mesmo que de uma forma nova?

Alimentando o mistério, há também o discurso de despedida que ele fez na audiência, em 27 de fevereiro de 2013, em que – recordando o seu “sim” na “eleição em 2005 – disse que era “para sempre ” e explicou:

“O ‘sempre’ também é um “para sempre”- já não há um retorno ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não o revoga. “

Eram palavras que deveriam colocar todos a questionar o que estava havendo (se tratava de uma renúncia unicamente ao “exercício ativo” do ministério petrino? Era plausível?).

Mas, naquele período de fevereiro a março de 2013, todos evitaram perguntar ao papa o porquê de sua renúncia, o sentido daquelas palavras de 27 de Fevereiro e a definição do cargo de “papa emérito”.

DOIS PAPAS?

O mesmo Papa Francisco – eleito no dia 13 de março de 2013 – encontrou-se em uma nova situação que, em seguida, ajudou a tornar ainda mais enigmática, desde que na noite da sua eleição, apareceu no balcão da Basílica de São Pedro, sem vestes papais e definindo-se seis vezes como “Bispo de Roma”, mas nunca como Papa (além do mais, não usou o pálio – símbolo coroação papal – no brasão de armas).

Como se não bastasse, o próprio Francisco continua a chamar Joseph Ratzinger de “Sua Santidade Bento XVI”

Em suma, havia um papa reinante que não se definia como papa, mas bispo, e que chamava papa aquele que – de acordo com a oficialidade – já não era mais papa, mas havia voltado a ser bispo. Um emaranhado incompreensível.

A Igreja, pela primeira vez na história, se encontrava com dois papas: e quem disse isso foi o próprio Bergoglio, em julho de 2013, em um vôo do Brasil que o trouxe de volta para a Itália.

Mais tarde, alguém deve tê-lo explicado que – pela constituição divina da Igreja – não pode haver dois papas simultaneamente e, então, ele passou a explicar em ocasiões posteriores, sua analogia com os “bispos eméritos”. Mas, ele mesmo sabe que não há nenhuma analogia, pelas razões que eu mencionei acima, e porque não há nenhum ato formal de criação do “papado emérito”.

HIPÓTESES

lguns canonistas tentaram decifrar – do ponto de vista legal e teológico – a nova e inédita situação.

Stefano Violi, estudando a declaração do Papa Bento, conclui:

“(Bento XVI) renuncia ao” ministerium”. Não ao Papado, de acordo com o texto da regra de Bonifácio VIII; não ao “munus”segundo o que consta no canon 332 § 2, mas ao ‘ministerium”, ou como ele deixou especificado em sua última audiência, exercício ativo do ministério…”.

Violi então continua:

“O serviço na Igreja continua com o mesmo amor e a mesma dedicação, mesmo fora do exercício do poder. Objeto de renuncia, irrevogável, é de fato o “executio Muneris” mediante a ação e a palavra (agendo et loquendo), não o “munus” que lhe foi confiado de uma vez por todas”.

As consequências de tal fato, no entanto, seriam perturbadoras.

Um outra canonista, Valerio Gigliotti, escreveu que a situação de Bento XVI abre uma nova fase, que define “místico-pastoral”, uma “nova configuração da instituição do papado que está atualmente à mercê de uma reflexão canônica”. Isso também é perturbador.

A BOMBA DE DOM GEORG

Então ontem, Dom Gaenswein, durante a apresentação de um livro sobre Bento XVI, explicou que seu pontificado deve ser lido a partir de sua batalha contra a “ditadura do relativismo”.

Depois ele disse literalmente:

“Desde a eleição de seu sucessor, Papa Francisco – no dia 13 de março de 2013 -, não há, portanto, dois Papas, mas na verdade um ministério expandido com um membro ativo e um outro contemplativo. Por este motivo, Bento não renunciou nem ao seu nome e nem à sua batina branca. Por isso, o título próprio pelo qual devemos nos dirigir a ele ainda é “santidade”. Além disso, ele não se retirou para um mosteiro isolado, mas continua dentro do Vaticano, como se tivesse apenas se afastado de lado para dar espaço para seu sucessor e para uma nova etapa na história do Papado que ele, com esse passo, enriqueceu com a centralidade da oração e da compaixão feitas nos jardins do Vaticano”.

Trata-se de declarações explosivas, cujo significado dá muito o que entender. Quer dizer que, de fato, desde o dia 13 de março de 2013, há “um ministério (petrino) expandido com um membro ativo e outro contemplativo”?

E dizer que Bento XVI “apenas” (enfatizo o “apenas”) deu um passo para o lado para dar espaço ao Sucessor? Chegam mesmo a falar de “uma nova etapa na história do Papado”.

E tudo isso – diz Gaenswein – faz entender por que Bento XVI “não desistiu de seu título e nem da batina branca” e por que o título pelo qual devemos nos dirigir a ele ainda é “Santidade”.

Uma coisa é certa: é uma situação anormal e misteriosa. E há algo importante que não estão dizendo
Por: Antonio Socci “Libero”, 22 de maio de 2016
Tradução: Frates in Unum. Do site: http://www.catolicismoromano.com.br




► A FALTA DE AMBIÇÃO DOS BRASILEIROS

segunda-feira, 5 de junho de 2017

O IMBECIL JUVENIL

Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.

O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer. 


Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria - a supressão, em suma, da personalidade.

É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação - literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo miméticode que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.

Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que o rejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.

Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.

Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.

Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum. 
Por: Olavo de Carvalho Publicado originalmente no Jornal da Tarde, São Paulo, 3 abr. 1998 Do site: http://www.olavodecarvalho.org


Olavo de Carvalho | Onde e quando surgiu o racismo?

domingo, 4 de junho de 2017

MANCHESTER: A EUROPA AINDA ESTÁ "CHOCADA, CHOCADA"

- Depois de tomarem conhecimento do ataque terrorista em Manchester, os políticos mais uma vez emitiram comunicados, conforme a já antiga rotina de estarem "chocados" e "abalados" com o resultado previsível de suas próprias políticas.


- A manifestação mais assombrosa de todas foi a da chanceler alemã Angela Merkel que disse estar assistindo os acontecimentos em Manchester "com tristeza e horror" e que achava o ataque "incompreensível".

- Toda vez que um líder europeu endossa publicamente o Islã como uma grande religião, a "religião da paz" ou afirma que a violência no Islã é uma "perversão de uma grande fé", apesar de incalculáveis provas em contrário, eles sinalizam de forma claríssima que a cada ataque devastador, o Ocidente está pronto para tomar mais uma pancada.
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Quando o ISIS atacou a Casa Noturna Bataclan em Paris em novembro de 2015, segundo suas próprias palavras, foi porque "centenas de pagãos se aglomeravam em um concerto de prostituição e imoralidade". Um ano antes, o ISIS havia banido todo e qualquer tipo de música por ela ser Haram (proibida). Inúmeros estudiosos do Islã defendem a ideia segundo a qual o Islã proíbe a música pecaminosa do Ocidente.

Dito isto, não deveria ter causado nenhuma surpresa os terroristas islâmicos terem atacado um concerto da cantora pop americana Ariana Grande em Manchester em 22 de maio. Além disso, o Departamento de Segurança Nacional dos EUA já havia alertado em setembro passado, que os terroristas estavam dirigindo o foco para concertos, eventos esportivos e passeios ao ar livre, porque esses lugares "frequentemente facilitam a realização de atentados, são simples de cometer com ênfase ao impacto econômico e causam um número enorme de baixas".

O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado suicida em Manchester, no qual foi detonado um dispositivo atado ao corpo do terrorista, repleto de parafusos e pregos. Vinte e duas pessoas, crianças e adultos, foram assassinadas na explosão detonada na área do concerto em Manchester. Mais de 50 pessoas ficaram feridas. A mídia descreve o uso de bombas recheadas de pregos em salas de espetáculos como uma tática nova e surpreendente, na verdade ela é bem antiga, usada durante décadas por terroristas árabes contra os israelenses.

Um policial monta guarda nos arredores da Manchester Arena em 23 de maio de 2017, após o atentado suicida perpetrado por um terrorista islâmico que matou 22 pessoas que haviam ido ao show. (Foto: Dave Thompson/Getty Images)


No entanto, depois de tomarem conhecimento do ataque terrorista em Manchester, os políticos mais uma vez emitiram comunicados, conforme a já antiga rotina de estarem "chocados" e "abalados" com o resultado previsível de suas próprias políticas. Os velhos chavões de "corações e mentes" estarem com as vítimas do ataque, vieram juntamente com as manifestações de choque.

O presidente da Comissão Europeia Donald Tusk, tuitou: "meu coração está em Manchester esta noite, nossas reflexões estão com as vítimas". O líder do partido britânico Liberal Democrats, Tim Farron condenou o ataque "chocante e horrível". A Secretária do Interior britânico Amber Rudd disse que foi um "incidente trágico", enquanto o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que foi um "terrível incidente". O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau disse que os cidadãos de seu país ficaram "chocados com a notícia do terrível ataque em Manchester esta noite". A manifestação mais assombrosa de todas foi a da chanceler alemã Angela Merkel que disse estar assistindo os acontecimentos em Manchester "com tristeza e horror" e que achava o ataque "incompreensível".

Após o ataque do 11 de setembro nos Estados Unidos, os atentados ao trem de Madri de 2004 que mataram cerca de 200 pessoas e feriram outras 2000, os ataques de 2005 ao sistema de transportes de Londres onde 56 pessoas foram mortas e 700 ficaram feridas, os ataques de 2015 em Paris onde o ISIS matou 130 pessoas e feriu cerca de 400, os ataques de março de 2016 ao aeroporto de Bruxelas e à estação de metro onde 31 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas, o atentado de julho de 2016 em Nice onde 86 pessoas, incluindo dez crianças, foram mortas e mais de 200 ficaram feridas, o ataque de dezembro de 2016 em Berlim onde 12 pessoas foram mortas e quase 50 ficaram feridas, o ataque de março de 2017 contra Westminster que matou três pessoas e feriu mais de 20, o ataque de abril de 2017 em Estocolmo onde foram mortas 5 pessoas, incluindo uma menina de 11 anos de idade, isso sem falar dos incontáveis ataques desferidos em Israel, os líderes ocidentais não têm mais desculpas cabíveis para ficarem chocados e surpresos com o terrorismo islâmico que ocorre em suas cidades, cada vez com maior frequência.

Todos os ataques acima mencionados são apenas os espetaculares. Houve inúmeros outros, às vezes à razão de vários ataques ao mês, que mal fizeram manchetes, como o muçulmano que, há pouco mais de um mês, torturou e esfaqueou uma judia de 66 anos em Paris gritando "Allahu Akbar" jogando-a pela janela, ou o carnífice do aeroporto de Paris em março, que veio "morrer por Alá" e cumpriu seu objetivo sem, milagrosamente, ter levado nenhum transeunte inocente consigo.

Após a gritante e estarrecedora atrocidade terrorista ocorrida no Reino Unido, que visava flagrantemente o coração da civilização democrática europeia, visando as Casas do Parlamento e a Ponte de Westminster, a primeira-ministra britânica Theresa May ressaltou: "é equivocado descrever isso como terrorismo islâmico. Trata-se de terrorismo islamista e a perversão de uma grande fé".

É impossível lutar contra o que você se recusa a entender ou a reconhecer, mas, de novo, os líderes europeus parecem não ter a menor intenção de lutar, pois evidentemente escolheram uma tática totalmente diferente, a do apaziguamento.

Toda vez que um líder europeu endossa publicamente o Islã como uma grande religião, uma "religião da paz" ou afirma que a violência no Islã é uma "perversão de uma grande fé", apesar de incalculáveis provas em contrário - os verdadeiros conteúdos violentos do Alcorão e dos hádices, que exortam recorrentemente a luta contra os "infiéis" - eles sinalizam de forma claríssima para organizações como o ISIS, Al Qaeda, Boko Haram, Hisbolál e Hamas, que a cada ataque devastador, o Ocidente está pronto para tomar mais uma pancada. As organizações terroristas e seus apoiadores veem o medo dos líderes europeus de causarem a mínima ofensa, apesar de protestos em contrário de líderes como Theresa May.

O medo vem acompanhado de persistente determinação de fazer de conta, a qualquer custo - ainda que seja às custas das vidas de seus cidadãos - que a Europa não está em guerra, muito embora esteja indubitavelmente claro que outros estão em guerra com ela.

Estas organizações terroristas se dão conta disso quando ministros em países como a Suécia, onde segundo boletins notícias, 150 combatentes do ISIS voltaram ao país, andam livremente, propõem a integração dos jihadistas do Estado Islâmico na sociedade sueca - como solução para o terrorismo! -- não vai requerer muito esforço para que esses líderes sucumbam completamente, como a Suécia praticamente já sucumbiu. Esta "solução" só pode funcionar para incentivar os terroristas a levarem a cabo ainda mais atos terroristas - como é contundentemente evidente pela crescente frequência de ataques terroristas em solo europeu.

Enquanto políticos europeus, inacreditavelmente, acreditam que as suas táticas estão impedindo o terrorismo, eles estão na realidade fortalecendo-os o máximo possível: os terroristas não reagem de forma positiva à genuína compreensão, ursos de pelúcia e vigílias à luz de velas. Na realidade, sem dúvida, os torna mais enojados com a sociedade ocidental, que eles querem transformar em um califado regido pela Lei Islâmica (Sharia).

Parece que os políticos negligenciam o tempo todo o objetivo islamista de instituir o califado. O terrorismo islâmico não é uma "violência insensata" e sim um terrorismo inequivocamente calculado para forçar a derradeira submissão da sociedade alvo. Até agora, com o Ocidente inerte e em estado de negação, os terroristas, ao que tudo indica, estão vencendo.Por Judith Bergman escritora, colunista, advogada e analista política.29 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org


sábado, 3 de junho de 2017

O Que é MATRIX ?

O que é Fascismo

O OCIDENTE OBCECADO PELO GÊNERO SE PREPARA PARA A ASCENSÃO DO ISLÃ

- Autoridades francesas impuseram aos alunos livros ridículos como Papai Usa Vestido. Seria engraçado se os anos seguintes não tivessem sido tão trágicos. O que de fato acabou com essas ilusões francesas foi o terrorismo islâmico.


- O único inimigo que essas elites francesas conheciam eram os privilégios patriarcais, uma vez que para elas o "domínio" era empreendido somente pelos homens brancos europeus.

- A obsessão com gênero é uma forma conveniente de desviar a atenção para evitar ter que enfrentar problemas mais complicados e menos agradáveis. Se o Ocidente não se comprometer em preservar as sociedades e os valores ocidentais, ele cairá. E seu progresso extraordinário será coberto pela escuridão, junto com todos os direitos de gênero.
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Bem-vindo à "próxima fronteira da libertação" progressista, onde o problema mais urgente nas democracias ocidentais é o "machismo".

A Carolina do Norte sofreu um ano de boicotes, até vetar a lei do banheiro transgênero. No mês passado, a União Nacional dos Professores da Grã-Bretanha pediu ao governo para ensinar as crianças, a partir de dois anos de idade, as novas teorias dos transgêneros. Nova York apresentou recentemente a primeira "boneca trans As universidades americanas estão atormentadas com a histeria dos pronomes neutros. Até a National Geographic, em vez de escrever sobre leões e elefantes, começou a cobrir a "Revolução do Gênero". Uma das primeiras medidas anunciadas por Emmanuel Macron, já como presidente eleito da França, foi a de que ele nomearia funcionários de uma lista para que houvesse um número "igual de homens e mulheres".


(Imagem: Sara D. Davis/Getty Images)


Qual o significado dessa mania de gênero que está permeando todos os cantos da cultura e das sociedades ocidentais? Segundo Camille Paglia, crítica ao feminismo, trata-se de um sinal do declínio da civilização ocidental. Em seu novo livro, Free Women, Free Men (Mulheres Livres, Homens Livres), ela assinala:

"As civilizações passaram por ciclos recorrentes. Experimentação extravagante de gênero às vezes precede o colapso cultural, como certamente ocorreu na República de Weimar (Alemanha). Hoje como ontem, há forças se alinhando nas fronteiras, multidões de fanáticos dispersos onde o culto da masculinidade heroica ainda tem apelo gigantesco".

Ela então pergunta:

"Como é possível que tantos dos jovens mais ousados e radicais de hoje se definem apenas segundo a sua identidade sexual? Estamos diante de um colapso de perspectiva que certamente terá consequências destoantes na nossa arte e cultura, que talvez venha minar a capacidade das sociedades ocidentais de compreenderem ou reagirem às crenças veementemente contrárias de outros que não nos querem bem. Os fenômenos transgêneros se multiplicam e se espalham em fases 'tardias' da cultura, à medida que as tradições religiosas, políticas e familiares enfraquecem e as civilizações entram em declínio".

Não é coincidência que essa obsessão com gênero tenha surgido na cultura ocidental na década de 1990, década de paz e prosperidade antes do 11 de setembro. A década estava livre de angústias existenciais, consumida pelo escândalo de Monica Lewinski e embevecida pelo "Fim da História" de Francis Fukuyama. De acordo com Rusty Reno, editor de First Things, a ideologia de gênero é um símbolo da nossa época de "enfraquecimento", apontando para um futuro globalizado "governado pelos deuses do bem-estar da saúde, riqueza e do prazer". Os sumos sacerdotes desta ideologia, no entanto, não levaram em conta a ascensão do Islã radical.

Antes das cidades francesas de Paris, Nice e Rouen serem atacadas por grupos jihadistas, o governo socialista francês tinha apenas uma prioridade cultural: o "ABC da igualdade de gênero". O nome foi tirado de um programa polêmico que a ministra dos direitos da mulher da França, Najat Vallaud-Belkacem, havia lançado em 500 escolas.

Depois de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o governo francês, ao que tudo indica, também achou por bem que deveria promover uma revolução cultural. De acordo com o Ministro da Educação, Benoît Hamon, que perdeu de forma humilhante as últimas eleições presidenciais, as escolas são "um campo de batalha. Metade dos alunos boicotaram as aulas de "teoria de gênero". Na sequência as autoridades francesas impuseram aos alunos livros ridículos como Papai Usa Vestido. Seria engraçado se os anos seguintes não tivessem sido tão trágicos. O que de fato acabou com essas ilusões francesas foi o terrorismo islâmico.

O efeito sobre a cultura ocidental desta ideologia de gênero é o repúdio ao espírito crítico somado a um "apelo chinfrim ao sentimento contra a razão". Essa é a cultura obcecada pelo gênero que se recusa a ver o burquíni como ferramenta islâmica e não só isso, ainda o transforma num símbolo dos direitos humanos. A consequência é que a ameaça jihadista é vista apenas como um transtorno inaceitável ao estilo de vida ocidental. A Europa corre o risco de perder todas as suas dádivas históricas: dignidade humana, livre arbítrio, liberdade de religião, liberdade de expressão e a sua colossal cultura.

As elites erotocráticas francesas não estavam preparadas para o que se mostrou ser o ataque terrorista mais violento desde o 11 de setembro. A França, obcecada com o "ABC da igualdade", pronta para se desarmar, foi pega de surpresa quando terroristas a atacaram no dia em que ela comemorava a igualdade. Na França, simplesmente não havia resistência popular à Lei Islâmica (Sharia) e à ideologia jihadista. Intoxicados pela obsolescência da identidade, o único inimigo que essas elites francesas conheciam eram os privilégios patriarcais, uma vez que para elas o "domínio" era empreendido somente pelos homens brancos europeus.

A presidência de Emmanuel Macron já foi festejada por ativistas do gênero. "Macron é um sopro de ar fresco neste país", ressaltou Natacha Henry, escritora de obras sobre o gênero, no New York Times. "Acho que ele venceu as eleições porque não fez nenhum tipo de comentário machista e é disso que precisamos".

A anestesia oriunda de uma obsessão pelos direitos de gênero parece ter se tornado uma fixação de certos países quando ocorrem ataques terroristas. Logo depois que os jihadistas atacaram a Espanha em 2004 e a obrigaram a retirar suas tropas do Iraque, o governo socialista de José Luis Zapatero abraçou o estímulo da ideologia de gênero, incluindo-a nas aulas de "diversidade" benévolas aos gays nas escolas de ensino fundamental. O "Projeto Zapatero" baseava-se no desprezo da natureza, reinvenção do que é humano, exaltação do desejo. Os anos do ex-presidente dos EUA Barack Obama também foram marcados por uma "obsessão" com os direitos dos transgêneros. A obsessão com gênero é uma forma conveniente de desviar a atenção para evitar ter que enfrentar problemas mais complicados e menos agradáveis.

Há um ditado popular que diz que as civilizações podem ser destruídas de dentro em vez de serem destruídas por exércitos de fora. Se o Ocidente não se comprometer em preservar as sociedades e os valores ocidentais, ele cairá. E seu progresso extraordinário será coberto pela escuridão, junto com todos os direitos de gênero.

Segundo Camille Paglia, "uma cultura puramente secular corre o risco de cair no vazio e, paradoxalmente, se sujeitar à ascensão de movimentos fundamentalistas que ameaçam garantir purificar e disciplinar". Tais como - digamos - o Islã radical.

Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
24 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

sexta-feira, 2 de junho de 2017

LÍDERES EUROPEUS ESTÃO ANDANDO COMO SONÂMBULOS PARA O DESASTRE

- Uma vez que os líderes da Europa não têm filhos, parece que eles não têm porque se preocupar com o futuro do continente.


- "Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão". — Douglas Murray, no jornal The Times.

- "Nos encontrarmos a nós mesmos se torna mais importante do que construir um mundo" — Joshua Mitchell.
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Nunca houve tantos políticos sem filhos governando a Europa como nos dias de hoje. Eles são modernos, de mente aberta, multiculturais e sabem que "tudo termina com eles". No curto prazo não ter filhos é um alívio, já que significa não gastar dinheiro com a família, sem sacrifícios e ninguém para se queixar sobre as consequências futuras. Conforme consta em uma pesquisa investigativa financiada pela União Europeia: "sem filhos, sem problemas!".

Ser mãe ou pai, no entanto, significa que se aposta, de forma legítima, no futuro do país que se governa. Os líderes mais importantes da Europa não estão deixando filhos.

Os líderes mais importantes da Europa não têm filhos: a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte e o candidato francês à presidência Emmanuel Macron. A lista continua com o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven, o primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel e o primeiro-ministro escocês Nicola Sturgeon.

Uma vez que os líderes da Europa não têm filhos, parece que eles não têm porque se preocupar com o futuro do continente. O filósofo alemão Rüdiger Safranski assinala:


"para aqueles que não têm filhos, pensar em termos das gerações vindouras perde a relevância. Portanto eles se comportam cada vez mais como se fossem os últimos e se consideram como se estivessem no fim da cadeia".

Viver o aqui e agora: os líderes mais importantes da Europa não têm filhos, entre eles estão a chanceler alemã Angela Merkel (à esquerda) e Mark Rutte (à direita), primeiro-ministro da Holanda. (Imagem: Ministro-presidente Rutte/Flickr)


"A Europa está cometendo suicídio ou no mínimo os líderes europeus decidiram se suicidar", ressaltou Douglas Murray no jornal The Times. "Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão". Em seu último livro que leva o título de A Estranha Morte da Europa, Murray chamou isso de "um cansaço civilizatório existencial".

Angela Merkel tomou a decisão fatal de abrir as portas da Alemanha para um milhão e meio de migrantes para conter o inverno demográfico de seu país. Não é nenhuma coincidência que Merkel, que não tem filhos, seja chamada de "Mãe Misericordiosa dos migrantes. Merkel evidentemente não deu a mínima se o influxo massivo desses migrantes iria mudar a sociedade alemã, provavelmente para sempre.

Dennis Sewell recentemente escreveu no Catholic Herald:

"é a tal concepção de que é a 'civilização ocidental' que aumenta enormemente o pânico demográfico. Sem ela a solução seria fácil: a Europa não precisa se preocupar em encontrar jovens para sustentar os idosos em sua decadência. Há muitos migrantes batendo na porta, tentando escalar o arame farpado ou se aventurar em embarcações precárias para chegar às nossas costas. Basta deixá-los entrar".

O status de não ter filhos de Merkel é um reflexo da sociedade alemã: de acordo com estatísticas da União Europeia 30% das alemãs não têm filhos, sendo que essa percentagem salta para 40% entre as universitárias. A ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen salientou que, a menos que a taxa de natalidade volte a crescer, o país terá que "apagar as luzes".

Segundo um novo estudo publicado pelo Institut national d'études démographiques, um quarto das mulheres europeias nascidas na década de 1970 poderá permanecer sem ter filhos. Os líderes europeus não são diferentes. Uma em cada nove mulheres nascidas na Inglaterra e no País de Gales em 1940 não tiveram filhos ao atingirem a idade de 45 anos, em comparação com uma em cada cinco das que nasceram em 1967.

O político francês Emmanuel Macron rejeitou a afirmação do presidente francês François Hollande segundo a qual "a França tem um problema com o Islã". Ele é contra a suspensão da cidadania dos jihadistas e continua insistindo, apesar de todas as evidências em contrário, que o Estado Islâmico não é islâmico: "o que representa um problema não é o Islã, mas certos comportamentos tachados de religiosos e depois impostos àqueles que praticam aquela religião".

Macron prega uma espécie de buffet multicultural. Ele fala do colonialismo como "crime contra a humanidade". Ele é a favor de "fronteiras abertas", e para ele, novamente, apesar de todas as evidências em contrário, não existe nenhuma "cultura francesa".

Segundo o filósofo Mathieu Bock-Coté, Macron, de 39 anos, casado com sua ex-professora de 64 anos, é o símbolo da "feliz globalização, livre da memória da glória francesa perdida". Não é nenhuma coincidência que "Manif Pour Tous", um movimento que lutou contra a legalização do casamento gay na França, urgiu para que se votasse contra Macron como sendo o "candidato antifamília". O slogan de Macron, "En Marche!", (Em Marcha!) encarna as elites globalizadas que reduzem a política a um exercício, a uma performance.

É por isso que o líder turco Erdogan incentiva os muçulmanos a terem "cinco filhos" e os imãs islâmicos exortam os fiéis a"terem filhos": para conquistar a Europa. Os supremacistas islâmicos estão trabalhando incessantemente para criar um choque de civilizações no coração da Europa, e eles retratam os países anfitriões ocidentais colapsando: sem população, sem valores, abandonando sua própria cultura.

Olhando para Merkel, Rutte, Macron e outros, será que esses supremacistas islâmicos estão tão errados? Nossos líderes europeus estão andando como sonâmbulos para o desastre. Por que eles deveriam se preocupar, se no final da vida deles a Europa não será mais a Europa? Conforme esclarece Joshua Mitchell em um ensaio "nos encontrarmos a nós mesmos se torna mais importante do que construir um mundo. A longa cadeia de gerações já fez isso por nós. É hora de nos divertirmos".
Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
22 de Maio de 2017
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

Aprenda a sair da Matrix

quarta-feira, 31 de maio de 2017

DESCOBERTA EXORCIZA PÂNICO DE FALTA DE ÁGUA DOCE


Filtro de grafeno é tão fino que deixa passar as moléculas de água mas bloqueia os sais

Felizmente, mais um pesadelo maquinado nos laboratórios do ambientalismo neocomunista parece ter-se desfeito como um pesadelo à luz do sol. E isso em virtude do talento humano aplicado, da ciência e da tecnologia bem ordenadas a seus fins.

“Verdes”, mas também alumbrados das esquerdas e Campanhas da Fraternidade, entre outros, ficavam martelando que a água doce escasseia, é rara e cara. E jogavam a culpa na civilização moderna, que a usaria inescrupulosamente.

A ficção vem acompanhada de ilustrações propagandisticamente aterradoras e projeções para um futuro que nenhum dos homens hoje vivos poderá conferir.

Porém, o bom senso e a ciência objetiva falavam outra linguagem: água há à vontade no planeta. E se ela vier a faltar, a inteligência que Deus deu ao homem aí está para resolver os problemas até nas regiões naturalmente mais secas.

Mais de 70% da superfície do planeta está coberta pela água salgada dos mares. Ela não poderia ser dessalinizada e aproveitada?

A dificuldade consistia em que as técnicas para dessalinizar em grande escala são caras.

Agora, pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, excogitaram uma ‘peneira’ de grafeno que remove o sal da água do mar a baixo custo. A invenção, segundo a BBC, tem o potencial de ajudar milhões de pessoas sem acesso direto à água potável.

Os resultados da pesquisa foram divulgados na renomeada publicação científica Nature Nanotechnology.

O grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, como o diamante e o grafite, mas muito fácil e barato de produzir.

Seu derivado químico, o óxido de grafeno, é altamente eficiente na filtragem do sal, muito melhor que as membranas de dessalinização existentes.

O grafeno, descoberto em 1962, foi pouco estudado até que pesquisadores da Universidade de Manchester, analisando em 2004 sua estrutura, verificaram que consiste em uma camada fina de átomos de carbono organizada em uma espécie de treliça hexagonal.

Sua força elástica e condutividade elétrica tornaram-no um dos metais mais promissores para futuras aplicações.

Rahul Nair, que liderou a pesquisa, revelou, no entanto, que o óxido de grafeno pode ser feito facilmente em laboratório, informou “La Nación” de Buenos Aires.

Nair e seus colegas puderam ajustar as membranas de grafeno para deixar passar mais ou menos sal de modo mais eficiente e muito mais econômico que os filtros conhecidos até agora.

O grafeno já começava a ser considerado o material do futuro quando a equipe criou o filtro que resolveria a escassez de água potável e que é capaz de ser produzido em escala industrial.

“O óxido de grafeno pode ser produzido por simples oxidação em laboratório”, explicou à BBC Rahul Nair, chefe da equipe. “Para produzi-lo em grande volume e pelo custo, o óxido de grafeno tem uma vantagem potencial”.

“Nós conseguimos controlar a dimensão dos poros na membrana e efetivar a dessalinização que antes não era possível”, sublinhou Nair.

A descoberta deverá ainda passar pelo crivo da indústria de baixo custo e da resistência ao contato com a água do mar. Mas seu desenvolvimento é promissor.
17 de maio de 2017 - 6:13:55

Luis Dufaur



segunda-feira, 29 de maio de 2017

O FUTURO DA FUNÇÃO DE PAI

Hoje, os filhos não aprendem quase nada do pai, ao contrário de antigamente.

Em 1929, o filósofo Bertrand Russell fez uma previsão surpreendente que de fato ocorreu 100 anos depois.

A previsão de Bertrand Russell foi esta:


“A função de Pai de Família está sendo lentamente usurpada pelo Estado, e acredito que um dia o pai deixará de ser um ente biológico para os filhos, pelo menos entre a classe de trabalhadores. 

Se isto ocorrer, é de se esperar o fim da família, casamento, dos valores morais, uma vez que não haverá razão para uma mulher desejar que seu filho tenha um pai presente.” 

Tudo isto previsto em 1929, tempo suficiente para a Igreja, a classe média, os intelectuais, os formadores de opinião, os pais de família tomarem uma atitude e impedir o fim da família como base da sociedade.

E nossa Constituição é bem clara quanto a isto:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Mas esta família foi sendo minada, especialmente começando pelo papel do homem.

Nos Estados Unidos, 90% das Mães Negras vivem solteiras, com uma ajuda de custo generoso do Estado.

Obama perdeu as eleições para Mitt Romney, se não computarmos os 99% de votos que ele obteve de 4% da população, que eram as mães solteiras.

Tão generoso é este subsídio, que muitos homens negros se sentem compelidos a abandonar sua família, para que estes possam melhorar seu padrão de vida.

E hoje o homem negro é visto como sendo insensível e irresponsável com relação a família. Totalmente diferente do negro escravo, que quando liberto fazia tudo para reencontrar a sua própria família.

O negro é muito mais família que o branco, mas não é isto que ocorre nos Estados Unidos de hoje.

No governo Fernando Henrique Cardoso, por inspiração de Ruth Cardoso, o PSDB implantou o Bolsa Família, que o PT ampliou com sucesso.

Até aí tudo bem. Famílias abaixo da linha de pobreza precisam de um empurrão para se tornarem autossustentáveis, objetivo de todo governo ou sociedade que procura igualdade e justiça social.

Mas notem um detalhe sutil.

O dinheiro é distribuído para a mulher, sob o pretexto de que homem é um bêbado e irá torrar tudo em mulheres e bebidas.

O detalhe pode ser bem intencionado, as mulheres de fato cuidam melhor do dinheiro, mas que recado isto traz para o marido pobre e fracassado?

Nem como provedor mais ele serve, um recado que não irá melhorar a sua autoestima, bem como suas chances de sair da miséria e da dependência do Bolsa Família.

Exatamente como previu Russell, o estado iria lentamente minar a função do pai.

Ao contrário da Idade Média, pai hoje não ensina sua profissão para o seu filho.

Ele não tem o raro prazer de mostrar “os segredos da profissão”, as inovações que o pai inventou, o prazer de ver o seu filho crescer e seguir o seu exemplo.

Hoje o ensino é terceirizado, para as Universidades públicas e privadas, e filho que segue a profissão do pai é muitas vezes ridicularizado.

Mas não são somente os pais de pobres que estão perdendo a sua função.

São pais de ricos e da classe média que estão perdendo a sua essência de provedor da família.

Hoje, um pai de classe média perde 60% de sua renda que vai direto para o Patrimonialismo de Estado, via descontos na folha e impostos sobre o consumo e renda. Hoje homem é provedor do patrimonialismo do Estado, sustentando a cidade com a maior renda per capita do Brasil, que é Brasília.

Hoje a sua mulher tem que trabalhar também, porque o homem não consegue pagar estes impostos sozinhos.

De 1914, quando os impostos eram 10% do PIB, e hoje são 40%, quase todo o rendimento trazido pela mulher casada que trabalha, vai para sustentar o patrimonialismo de estado, ela sequer está ajudando a sustentar a família, como ela acredita.

Não é à toa que a mulher brasileira está cada vez mais insatisfeita com a vida, com o trabalho e com o seu próprio marido.

Todo trabalho da mulher feminista parece ser em vão, as finanças de sua família não melhoraram, o padrão de vida de seus filhos não melhoraram, apesar do seu enorme sacrifício.

Por isto também, hoje em dia filhos e filhas acham, com razão, que nada devem aos pais e sim ao Estado generoso e protetor.

Estas ideias, devo repetir, não são minhas, mas uma previsão de Bertrand Russell, um dos grandes filósofos de seu tempo.

Algo para se pensar.Por: Stephen Kanitz  Do site: http://blog.kanitz.com.br


Bento XVI - o papa dos Illuminatis

sexta-feira, 26 de maio de 2017

PAI DA "HIPÓTESE GAIA" SE ARREPENDE DO SEU ALARMISMO

A grande mídia martela incessantemente no mito do “aquecimento global”. E agora que a nova administração americana afasta ideólogos de esquerda que defendiam esse mito na EPA (Environmental Protection Agency), espécie de Ministério de Meio Ambiente, a gritaria midiática ficou mais forte.

Mas essa mídia não informa que até o glorificado ambientalista inventor da ainda mais fantasiosa “hipótese Gaia” há alguns anos havia se afastado do “alarmismo” em matéria de “mudança climática”.

James Lovelock, criador da hipótese ambientalista segundo a qual a Terra formaria um só organismo “vivo” apelidado “Gaia”, admitiu em entrevista à MSNBC que foi “alarmista” a respeito de “mudança climática”.

À guisa de desencargo de consciência, comentou que também outros ambientalistas famosos, como Al Gore, caíram no mesmo erro.

Um dos pais fundadores do ambientalismo hodierno, Lovelock tem esperança de que a suspirada “mudança climática” ainda aconteça, mas lamentou que não virá tão rápido quanto ele anunciava.

Em 2006, em artigo no jornal inglês “The Independent”, Lovelock escreveu que “antes do fim deste século bilhões de homens terão morrido e os poucos casais que sobrevivam ficarão no Ártico, onde o clima ainda será tolerável”.

Agora, em entrevista telefônica à MSNBC, reconheceu que estava “extrapolando demais”.

Parafraseando os argumentos dos cientistas objetivos, explicou:

“O problema é que não sabemos o que é que o clima vai fazer. Há 20 anos nós achávamos que sabíamos. Isso nos levou a escrever alguns livros alarmistas – o meu inclusive – porque parecia evidente, porém não aconteceu”.

– “O clima está fazendo suas trapaças habituais. Em verdade, não há muita coisa acontecendo ainda, quando nós deveríamos estar num mundo a meio caminho da fritura”.

– “O mundo não se aqueceu muito desde o milênio. Doze anos é um tempo razoável … ela [a temperatura] manteve-se praticamente constante, quando deveria ter ido aumentando”.

Em 2007, a revista “Time” incluiu Lovelock na lista dos 13 líderes e visionários “Heróis do Meio Ambiente”, onde também figuravam Al Gore, Mikhail Gorbachev e Robert Redford.

Interrogado se agora tinha virado um “cético” do aquecimento global, Lovelock respondeu à MSNBC: “Depende do que o Sr. entende por “cético”. Eu não sou um negacionista”.

Ele explicou que ainda acredita que a mudança climática esteja acontecendo, mas que seus efeitos serão sentidos num futuro mais longínquo do que se acreditava. “Teremos o aquecimento global, mas ficou adiado um pouco”, explicou.

“Eu cometi um erro”
Lovelock esclareceu que não se importava em dizer: “Tudo bem, eu cometi um erro”.

Na entrevista, ele insistiu que não tirava uma só palavra de seu livro base “Gaia: um novo olhar dobre a vida na Terra”, publicado em 1979. Mas reconheceu que no livro “A vingança de Gaia”, de 2006, ele tinha ido longe demais falando da Terra superaquecida no fim do século.

– “Eu deveria ter sido um pouco mais cauteloso, porém, teria estragado o livro”, brincou cinicamente.

Militantes ambientalistas só puderam concordar, embora desanimados, com o mea culpa de Lovelock.

Peter Stott, chefe do monitoramento do clima no Met Office Hadley Centre, da Inglaterra, disse que o guru foi alarmista demais prevendo que os homens seriam obrigados a viver no Ártico por causa do “aquecimento global”. Também concordou que o aquecimento dos últimos anos foi menor do que o previsto pelos modelos climáticos.

Keya Chatterjee, diretor internacional de política climática do grupo ambientalista WWF-EUA, disse em comunicado que estava “difícil não se sentir esmagado e ficar derrotista”, e sublinhou que a conversa alarmista não ajuda a convencer as pessoas.

A credibilidade das hipóteses ambientalistas está efetivamente caindo cada vez mais baixo.
Por: Luis Dufaur edita o blog ‘Verde, a cor nova do comunismo’ – http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com  Do site: midiasemmascara.org