sábado, 23 de junho de 2012

O SOCIALISMO NA PRÁTICA - O LABORATÓRIO DA MORTE



the-death-of-communism-1366x768.jpgVocê sabe qual foi ou qual é o experimento socialista mais longevo da história do mundo?  Você sabe qual foi o sucesso deste experimento?
Se alguém lhe pedisse para defender a ideia de que o socialismo fracassou, qual exemplo você forneceria?
Onde o formato moderno de socialismo começou?
Nos Estados Unidos.
É isso mesmo: na "terra da liberdade".  Mais especificamente, nas reservas indígenas, sob o comando da Agência de Questões Indígenas, subordinada ao Ministério do Interior.
As reservas indígenas foram inventadas com o intuito de controlar combatentes adultos.  Elas tinham como objetivo manter a população nativa pobre e impotente.
O sistema funcionou?  Pode ter certeza.
O experimento tem se mostrado um fracasso?  Muito pelo contrário, tem sido um sucesso total.
Quando foi a última vez que se ouviu a respeito de alguma insurreição dos índios americanos?
Eles são pobres?  Os mais pobres dos EUA.
Eles recebem auxílios do governo americano?  É claro que sim.
No ano passado, o Ministério da Agricultura dos EUA destinou US$21 milhões para subsidiar eletricidade para os moradores daquelas reservas indígenas cujas casas são as mais isoladas de empregos e oportunidades de trabalho.  Você pode ler mais a respeito aqui.  Como toda e qualquer medida assistencialista, esta é apenas mais uma para mantê-los continuamente pobres.  Eletricidade tribal significa impotência tribal. 
As tribos são dependentes.  Elas permanecerão dependentes.  O programa foi criado exatamente para este objetivo.
Por alguma razão, os livros-textos de economia não oferecem sequer uma página relatando a corrupção, a burocratização e a pobreza multigeracional criadas por este socialismo tribal.  Temos aqui uma série de exemplos de laboratórios sociais gerenciados pelo governo.  Quão exitosos eles têm se mostrado?  Onde estão as reservas que de maneira sistemática tiraram pessoas da pobreza?
A próxima será a primeira.
O paraíso dos trabalhadores
A União Soviética foi o paraíso socialista dos trabalhadores de 1917 a 1991.  Como resultado direto deste experimento, pelo menos 30 milhões de russos morreram.  Os números verdadeiros podem ser o dobro desta cifra.  Já o experimento chinês foi mais curto: de 1949 a 1978.  Talvez 60 milhões de chineses tenham morrido. Há quem fale em 100 milhões.
O sistema foi incapaz de fornecer os bens prometidos.  Não consigo imaginar um tópico mais apropriado para se discutir em uma aula de economia do que o fracasso do socialismo.  O mesmo é válido para um curso sobre a história do mundo moderno.  Qualquer curso decente de ciência política deveria cobrir este fracasso em detalhes.
Mas isso não ocorre, é claro.  Nenhum curso menciona o mais fundamental desafio já proposto à teoria econômica socialista, o ensaio de Ludwig von Mises, escrito em 1920, O cálculo econômico sob o socialismo.  E por que não?  Porque a maioria dos cientistas sociais, economistas e historiadores nunca ouviu falar desta obra.  Entre aqueles com mais de 50 anos de idade, os poucos que já ouviram a respeito ouviram da boca de algum defensor do socialismo ou de algum entusiasta keynesiano, que apenas repetiu o que havia aprendido na sua pós-graduação: que tal ensaio havia sido totalmente refutado por Oskar Lange em 1936.
Mas o que eles nunca dizem é que, quando Lange, um devoto comunista, voltou à sua Polônia natal em 1947 para atuar no alto escalão da burocracia estatal, o governo comunista não pediu para que ele implementasse sua grande teoria do "socialismo de mercado".  Com efeito, nenhum país socialista jamais implementou sua teoria.
Durante 50 anos, poucos livros-textos de economia mencionavam Mises.  E, quando o faziam, era apenas para dizer que ele havia sido totalmente refutado por Lange.  Os acadêmicos do establishment simplesmente jogaram Mises no buraco orwelliano da memória.
No dia 10 de setembro de 1990, o multimilionário escritor, economista e socialista Robert Heilbroner publicou um artigo na revista The New Yorker intitulado "Após o Comunismo".  A URSS já estava em avançado processo de colapso.  Neste artigo, Heilbroner recontou a história da refutação de Mises.  Ele relata que, na pós-graduação, ele e seus pares foram ensinados que Lange havia refutado Mises.  Porém, agora, ele anunciava: "Mises estava certo".  No entanto, em seu best-seller, The Worldly Philosophers, um livro-texto sobre a história do pensamento econômico, ele em momento algum cita o nome de Mises.
Os fracassos visíveis
O fracasso universal do socialismo do século XX começou já nos primeiros meses após a tomada da Rússia por Lênin.  A produção caiu acentuadamente.  Ato contínuo, ele foi forçado a implementar um reforma marginalmente capitalista em 1920, a Nova Política Econômica (NEP).  Ela salvou o regime do colapso.  A NEP foi abolida por Stalin.
Durante as décadas seguintes, Stalin se entregou ao corriqueiro hábito de assassinar pessoas.  A estimativa mínima é de 20 milhões de mortos.  Tal prática era peremptoriamente negada por quase toda a intelligentsia do Ocidente.  Foi somente em 1960 que Robert Conquest publicou seu monumental livro O Grande Terror — Os Expurgos de Stalin.  Sua estimativa atual: algo em torno de 30 milhões.  O livro foi escarnecido à época.  O verbeteda Wikipédia sobre o livro é bem acurado.
Publicado durante a Guerra do Vietnã e durante um surto de marxismo revolucionário nas universidades ocidentais e nos círculos intelectuais, O Grande Terror foi agraciado com uma recepção extremamente hostil.
A hostilidade direcionada a Conquest por causa de seus relatos sobre os expurgos foi intensificada por mais dois fatores.  O primeiro foi que ele se recusou a aceitar a versão apresentada pelo líder soviético Nikita Khrushchev, e apoiada por vários esquerdistas do Ocidente, de que Stalin e seus expurgos foram apenas uma "aberração", um desvio dos ideais da Revolução, e totalmente contrários aos princípios do leninismo. Conquest, por sua vez, argumentou que o stalinismo era uma "consequência natural" do sistema político totalitário criado por Lênin, embora reconhecesse que foram os traços característicos da personalidade de Stalin que haviam causado os horrores específicos do final da década de 1930.  Sobre isso, Neal Ascherson observou: "Àquela altura, todos nós concordávamos que Stalin era um sujeito muito perverso e extremamente diabólico, mas ainda assim queríamos acreditar em Lênin; e Conquest disse que Lênin era tão mau quanto Stalin, e Stalin estava simplesmente levando adiante o programa de Lênin".
O segundo fator foi a ácida crítica de Conquest aos intelectuais ocidentais, os quais ele dizia sofrerem de cegueira ideológica quanto às realidades da União Soviética tanto durante a década de 1930 quanto, em alguns casos, até mesmo ainda durante a década de 1960.  Personalidades da intelectualidade e da cultura da esquerda, como Sidney e Beatrice Webb, George Bernard Shaw, Jean-Paul Sartre, Walter Duranty, Sir Bernard Pares, Harold Laski, D.N. Pritt, Theodore Dreiser e Romain Rolland foram acusados de estúpidos a serviço de Stalin e apologistas de seu regime totalitário devido a vários comentários que fizeram negando, desculpando ou justificando vários aspectos dos expurgos.
A esquerda ainda odeia o livro, e continua até hoje tentando dizer que ele exagerou nos números e nos relatos.
E então veio o Livro Negro do Comunismo (1999), que coloca em 85 milhões a estimativa mínima de cidadãos executados pelos comunistas, deixando claro que cifras como 100 milhões ou mais são as mais prováveis.  O livro foi escrito por esquerdistas franceses e publicado pela Harvard University Press, de modo que ele não pôde simplesmente ser repudiado como sendo apenas mais um panfleto direitista.
A esquerda até hoje tenta ignorá-lo.
O blefe dos cegos
A resposta da academia tem sido, até hoje, a de considerar todo o experimento soviético como algo que foi meramente mal orientado, algo que se desencaminhou, e não como algo inerentemente diabólico.  O custo em termos de vidas humanas raramente é mencionado.  Antes de 1991, era algo ainda mais raramente mencionado.  Antes de Arquipélago Gulag (1973), de Solzhenitsyn, era considerado uma imperdoável falta de etiqueta um acadêmico fazer mais do que apenas mencionar muito discretamente e só de passagem toda a carnificina, devendo limitar qualquer crítica apenas aos expurgos do Partido Comunista comandados por Stalin no final da década de 1930, e praticamente quase nunca mencionar que a fome em massa havia sido adotada como uma política pública.  "Ucrânia?  Nunca ouvi falar."  "Kulaks?  O que são kulaks?"
A situação decrépita de todas as economias socialistas, do início ao fim, não é mencionado.  Acima de tudo, não há nenhuma referência aos críticos do Ocidente que alertaram que estas economias eram vilarejos Potemkins em grande escala — cidades falsas criadas pelo governo para ludibriar os leais e românticos esquerdistas que iam à URSS ver o futuro.  E eles voltavam para seus países com relatos entusiásticos e incandescentes.
Há um livro sobre estas ingênuas e crédulas almas, que foram totalmente trapaceadas: Political Pilgrims: Travels of Western Intellectuals to the Soviet Union, China, and Cuba, 1928-1978 de Paul Hollander.  Foi publicado pela Oxford University Press em 1981.  Foi ignorado pela intelligentsia por uma década.
A melhor descrição que já li sobre estas pessoas foi fornecida por Malcolm Muggeridge, que trabalhou no início da década de 1930 como repórter do The Guardian em Moscou.  Tudo o que ele escrevia era censurado antes de ser enviado para a Inglaterra.  E ele sabia disso.  Ele não podia relatar a verdade, e o The Guardian não publicaria caso ele relatasse.  Eis um trecho do volume 1 de sua autobiografia, Chronicles of Wasted Time.
Para os jornalistas estrangeiros que residiam em Moscou, a chegada de ilustres visitantes era também uma ocasião de gala, mas por uma razão diferente.  Eles nos propiciavam nosso melhor — praticamente nosso único — momento de alívio cômico.  Por exemplo, ouvir [George Bernard] Shaw, acompanhado de Lady Astor (que havia sido fotografada cortando o cabelo de Shaw), declarar que estava encantado por descobrir, em meio a um banquete fornecido pelo Partido Comunista, que não havia escassez de comida na URSS, era algo de imbatível efeito humorístico.  Ou ouvir [Harold] Laski cantar glórias à nova Constituição Soviética de Stalin.
Jamais me esquecerei destes visitantes, e jamais deixarei de me assombrar com eles; de como eles discursavam pomposamente sobre as maravilhas do regime, de como eles iluminavam continuamente nossa escuridão, guiando, aconselhando e nos instruindo; em algumas ocasiões, momentaneamente confusos e envergonhados; mas sempre prontos para se reerguer, colocar seus capacetes de papelão, montar em seusRocinantes, e sair galopando mundo afora em novas incursões em nome dos pobres e oprimidos.
Eles são inquestionavelmente uma das maravilhas de nossa época, e irei guardar para sempre na memória, com grande estima, o espetáculo que era vê-los viajando com radiante otimismo até as regiões famintas do país, vagueando em bandos alegres por cidades esquálidas e sobrepovoadas, ouvindo com inabalável fé as insensatezes balbuciadas por guias cuidadosamente treinados e doutrinados, repetindo, assim como crianças de colégio repetem a tabuada, as falsas estatísticas e os estúpidos slogans que eram incessantemente entoados para eles.
Eis ali, pensava eu ao ver estas celebridades, um ardoroso burocrata de alguma repartição local da Liga das Nações, eis ali um devoto Quaker que já havia tomado chá com Gandhi, eis ali um feroz crítico das exigências de comprovação de renda para se tornar apto a receber programas assistenciais do governo, eis ali um ferrenho defensor da liberdade de expressão e dos direitos humanos, eis ali um indômito combatente da crueldade contra animais; eis ali meritórios e cicatrizados veteranos de centenas de batalhas em prol da verdade, da liberdade e da justiça — todos, todos eles cantando glórias a Stalin e à sua Ditadura do Proletariado.  Era como se uma sociedade vegetariana se manifestasse apaixonadamente em defesa do canibalismo, ou como se Hitler houvesse sido indicado postumamente para o Prêmio Nobel da Paz.
Este fenômeno não acabou junto com a década de 1930.  Ele perdurou até o último suspiro da farsa econômica criada pelos soviéticos.  A falência intelectual e moral dos líderes intelectuais do Ocidente, algo que vinha sendo encoberto pela própria durabilidade do regime soviético, foi finalmente exposta em 1991, quando houve o reconhecimento mundial de que os regimes marxistas não apenas haviam falido economicamente, como também eram tiranias que o Ocidente havia aceitado como sendo uma alternativa válida para o capitalismo.
Não há exemplo melhor deste auto-engano intelectual do que o de Paul Samuelson, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o primeiro americano a ganhar o Prêmio Nobel de economia (1970), ex-colunista da revista Newsweek, e autor daquele que é, de longe, o mais influente livro-texto de economia do mundo pós-guerra (1948 — presente): pelo menos 3 milhões de cópias vendidas em 31 idiomas distintos.  Ele escreveu na edição de 1989 de seu livro-texto: "A economia soviética é a prova cabal de que, contrariamente àquilo em que muitos céticos haviam prematuramente acreditado, uma economia planificada socialista pode não apenas funcionar, como também prosperar."
Foi o economista Mark Skousen quem encontrou esta pérola.  E ele também descobriu esta outra, ainda mais condenatória.
O experimento soviético
Em sua autobiografia, Felix Somary recorda uma discussão que ele havia tido com o economista Joseph Schumpeter e com o sociólogo Max Weber em 1918.  Schumpeter foi um economista nascido na Áustria mas que não era da Escola Austríaca de economia.  Mais tarde, ele viria a escrever a mais influente monografia sobre a história do pensamento econômico.  Já Weber foi o mais prestigioso cientista social acadêmico do mundo até morrer em 1920.
Naquela ocasião, Schumpeter havia expressado alegria em relação à Revolução Russa.  A URSS seria o primeiro exemplo prático de socialismo.  Weber, por sua vez, alertou que o experimento geraria uma miséria incalculável.  Schumpeter retrucou dizendo que "Pode ser que sim, mas seria um bom laboratório."  E Weber respondeu: "Um laboratório entulhado de cadáveres humanos!".  E Schumpeter retrucou: "Exatamente igual a qualquer sala de aula de anatomia".[1]
Schumpeter era um monstro em termos morais.  Não vamos medir as palavras.  Ele foi um homem altamente sofisticado, mas, no fundo, um monstro moral.  Qualquer pessoa que menospreze a morte de milhões de pessoas desta forma é um monstro moral.  Weber saiu extremamente irritado da sala.  Não o culpo.
Weber morreu em 1920.  Foi neste ano que Mises lançou seu ensaio, O cálculo econômico sob o socialismo.  Weber o mencionou em uma nota de rodapé em sua obra-prima, publicada postumamente como Economia e Sociedade(página 107 na versão original).  Weber compreendeu sua importância tão logo leu este ensaio.  Já os economistas acadêmicos, não.  Até hoje, há poucas referências a esta obra de Mises.
Mises explicou analiticamente por que o sistema socialista é irracional: não há um mercado para os bens de capital.  Sendo assim, é impossível saber quanto cada coisa deveria custar.  Ele disse que um sistema socialista inevitavelmente se degeneraria em uma dessas duas alternativas: ou ele iria abandonar seu compromisso com um planejamento total ou ele fracassaria por completo.  Mises nunca foi perdoado por esta falta de etiqueta.  Ele estava certo, e os intelectuais, errados.  As sociedades socialistas entraram em colapso, com a exceção da Coréia do Norte e de Cuba.  Pior ainda, ele se mostrou correto em termos de simples teoria de mercado, algo que qualquer pessoa inteligente podia entender.  Exceto, aparentemente, os intelectuais do Ocidente.  E este seu ensaio é um testemunho para os intelectuais do Ocidente: "Não há pessoas mais cegas do que aquelas que se recusam a enxergar."
A prova do pudim
Mises acreditava que a real prova do pudim está em sua fórmula.  Se a pessoa que faz o pudim acrescentar sal em vez de açúcar, ele não será doce.  Você nem precisa experimentá-lo para saber disso.  Mas os acadêmicos estão oficialmente comprometidos a aceitar apenas coisas empíricas.  Eles creem que uma teoria tem de ser confirmada por testes estatísticos.  Mas os testes ocorreram durante décadas.  As economias socialistas fracassavam seguidamente, mas divulgavam estatísticas falsificadas.  E todos sabiam disso.  Mas, mesmo assim, os intelectuais do Ocidente insistiam na crença de que o ideal socialista era moralmente sólido.  Eles insistiam que os resultados iriam, no final, provar que a teoria estava certa.
Nikita Kruschev ficou famoso por haver dito isso a Nixon no famoso "debate da cozinha", em 1959.  Ele era um burocrata que havia sobrevivido aos expurgos de Stalin por ter supervisionado o massacre de dezenas de milhares de pessoas na Ucrânia.  Ele disse a Nixon: "Vamos enterrar vocês."  Ele estava errado.
Estudantes universitários não são ensinados nem sobre a teoria do socialismo nem sobre a magnitude de seus fracassos.  Nem economicamente nem demograficamente.  Na era pré-1991, tal postura era mais fácil de ser mantida do que hoje.  A intelligentsia hoje já admite que o capitalismo é mais produtivo que o socialismo.  Sendo assim, a tática agora é dizer que o capitalismo é moralmente deficiente.  Pior, que ele ignora a ecologia.  Foi exatamente esta a estratégia recomendada por Heilbroner em seu artigo de 1990.  Ele disse que os socialistas teriam de mudar de tática, parando de acusar o capitalismo de ineficiência e desperdício, e passar a acusá-lo de destruição ambiental.
Conclusão
A natureza abrangente do fracasso do socialismo não é ensinada nos livros-textos universitários.  O tópico é atenuado e minimizado sempre que possível.  Era mais fácil impor sanções contra qualquer um que se atrevesse a escrever em jornais acadêmicos ou na imprensa antes de 1991.
Deng Xiaoping anunciou sua versão da Nova Política Econômica de Lênin em 1978.  Mas isso, na época, não ganhou muita publicidade.
Em 1991, a fortaleza soviética desmoronou.  Gorbachev presidiu o último suspiro do regime em 1991.  Ele recebeu da revista Time o título de "Personalidade da Década" em 1990.  Em 1991, ele se tornou um ex-ditador desempregado.  O socialismo fracassou — totalmente.  Mas a intelligentsia ainda se recusa a aceitar a filosofia social de livre mercado de Mises, o homem que previu todas as falhas do socialismo e que forneceu todos os argumentos em prol de sua condenação universal.
É exatamente por isso que é uma boa ideia sempre prever o fracasso de políticas econômicas ruins em qualquer análise que se faça sobre elas.  Poder dizer "Eu avisei que isso iria ocorrer, e também expliquei por quê" é uma postura superior e mais respeitável do que apenas dizer "Eu avisei".


[1] Felix Somary, The Raven of Zurich (New York: St. Martin's, 1986), p. 121.

Gary North , ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. Visite seuwebsite

DENTRO DA LEI

Embora dentro das normas constitucionais, a deposição do presidente do Paraguai Fernando Lugo pelo Congresso tem claros indícios de que foi o desfecho de uma disputa política que se desenrola praticamente desde que ele chegou ao poder, cerca de 4 anos atrás. Já houvera antes uma tentativa de impeachment quando surgiram as denúncias de vários filhos do ex-padre católico, dois dos quais ele já reconheceu. Há outros na fila. O escândalo sexual não foi suficiente, no entanto, para que os opositores de Lugo conseguissem levar adiante a tentativa de impeachment, mas a tragédia recente em que morreram 11 camponeses de um movimento sem terra, e seis policiais, fez com que forças políticas majoritárias se unissem para acusá-lo de “mau desempenho de suas funções”, o que possibilitou o processo de impeachment. Os agricultores sem terras da Liga Nacional de Acampados, que invadem propriedades e se instalam em tendas, receberam o aval público de Lugo, que os recebeu diversas vezes no Palácio do Governo e na residência presidencial, até que a 15 de junho seis policiais desarmados foram mortos durante a desocupação de uma fazenda em Curuguaty, a 250 km de Assunção. A reação da polícia provocou a morte de 11 camponeses e a acusação de perda de controle pelo governo. Mesmo que a motivação seja política, não é possível classificar de golpe o que aconteceu no Paraguai, sob pena de darmos razão ao hoje senador Fernando Collor de Mello que se diz vítima de um “golpe parlamentar”, e já chegou a reivindicar de volta seu mandato presidencial em entrevista. O interessante é que Collor foi impedido pelo Congresso brasileiro num processo que teve a liderança do PT, tanto na atividade parlamentar quanto na mobilização dos chamados movimentos sociais para apoiar a decisão dos políticos. Cassado, Collor foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal por falta de provas, o que o leva a alegar que foi vítima de um golpe. É uma incoerência completa, portanto, que o governo brasileiro acuse um processo congressual de ilegítimo, quando já tivemos essa experiência em nossa democracia recente. A ameaça de expulsar o Paraguai do Mercosul, além de uma leitura equivocada da cláusula democrática da instituição, pode servir aos interesses da Venezuela, que até agora não foi aceita como membro pleno justamente por que o Congresso do Paraguai não deu a permissão, por considerar que a Venezuela não é um país democrático. Essa aliás, é uma outra boa discussão, pois o governo brasileiro aceita todas as manobras feitas pelo governo de Hugo Chavez na Venezuela alegando justamente que elas, aprovadas pelo Congresso, são, portanto, legítimas. Lula chegou ao cúmulo de dizer que havia na Venezuela “democracia demais”. Todos os governos “bolivarianos” da região – Bolívia, Equador, Argentina, Nicarágua – já promoveram diversas alterações em suas Constituições para aumentar o poder dos respectivos presidentes, em golpes seguidos à democracia utilizando-se de seus próprios instrumentos legais. Aumentaram a composição da Suprema Corte, criaram obstáculos à liberdade de expressão, mudaram as regras eleitorais para favorecer o partido que está no governo, e alegam sempre que as alterações foram feitas com a aprovação do Congresso. Mas quando o Congresso decide contra o governante “bolivariano”, desencadeia-se imediatamente um movimento regional de constrangimento a esses parlamentos, tentando usar a cláusula democrática como instrumento de pressão. Agora mesmo os chanceleres da Unasul foram a Assunção para tentar parar o processo de impeachment contra Fernando Lugo, logo acusado de golpe. O chanceler Antonio Patriota foi com a instrução da presidente Dilma para “falar grosso”. No caso de Honduras, em 2009, chegou a ser escandalosa a intromissão do governo brasileiro nos assuntos internos daquele país, a ponto de ter tentado, com a cumplicidade de Hugo Chávez, criar um fato consumado com o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya ao país, abrigando-o na embaixada brasileira. De acordo com a Constituição de Honduras, o mandato presidencial tem o prazo máximo de quatro anos, vedada expressamente a reeleição. Aquele que violar essa cláusula, ou propuser-lhe a reforma, perderá o cargo imediatamente, tornando-se inabilitado por dez anos para o exercício de toda função pública. Foi exatamente o que Zelaya fizera, tentando mudar a Constituição através da convocação de um plebiscito. A cláusula pétrea da Constituição de 1982 de Honduras tinha justamente o objetivo de cortar pela raiz a possibilidade de permanência no poder de um presidente, pondo fim à tradição caudilhesca no país. A preocupação tinha sentido: Honduras é o país inspirador do termo "República de bananas" ou "República bananeira" cunhado pelo escritor americano O. Henry, pseudônimo de William Sydney Porter, que, no livro de contos curtos Cabbages and Kings, (Repolhos e Reis) de 1904, usou pela primeira vez a expressão, que passou a designar um país atrasado e dominado por governos corruptos e ditatoriais, geralmente na América Central. O principal produto desses países, a banana, era explorado pela famosa United Fruit Company, que teve um histórico de intromissões naquela região, especialmente Honduras e Guatemala, para financiar governos que beneficiassem seus interesses econômicos, sempre apoiado pelo governo dos Estados Unidos. Mesmo com toda a pressão do governo brasileiro e dos demais países “bolivarianos”, que conseguiram, até mesmo expulsar o país da Organização dos Estados Americanos (OEA), como ameaçam fazer agora com o Paraguai no Mercosul, Honduras promoveu uma nova eleição e o presidente Porfirio Lobo está no governo, já tendo sido reconhecido por todos os demais países e retornado à OEA. O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo parece estar agindo com mais bom-senso do que os governos da Unasul, aceitando a decisão do Congresso.Por: Merval pereira

sexta-feira, 22 de junho de 2012

NOVO AGRO x AMBIENTALISMO RETRÓGRADO


O novo agro do Brasil vence ambientalismo retrógrado na Rio+20.

Depois dos embates do Código Florestal, o que assistimos na Rio+20 foi o governo brasileiro adotando o discurso do Novo Agro, recheado de dados e resultados de sustentabilidade. Marina Silva sumiu. Brilhou Kátia Abreu, incensada pela imprensa internacional como a "amazonas" do milionário agronegócio do Brasil.

O seminário "Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Agronegócio", realizado durante o evento Humanidade 2012, mostrou que o agronegócio brasileiro amadureceu nos últimos anos e até admite, ao menos no discurso, que já não precisa de mais desmatamento para seguir crescendo e que voltar a mexer no bioma amazônico está fora de questão. Mesmo a senadora Katia Abreu (PDT-TO), presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), conhecida por seus embates com os ambientalistas, já prega o preservacionismo e admite que o setor não precisará de novas terras "por muitos anos".

"Na verdade, neste momento e por muitos anos adiante, não vamos precisar desmatar mais porque a área que temos aberta dá para dobrarmos, triplicarmos a produção de carnes e de grãos, implementando tecnologias", disse em rápida entrevista após exposição em que mostrou os esforços que vem fazendo para modificar a imagem negativa do setor. Ainda assim, na apresentação, a senadora não resistiu a alfinetar várias vezes os ambientalistas, como quando os comparou a uma melancia, verde por fora e vermelha por dentro, em alusão a ideais comunistas que estariam por trás de parte do discurso ambiental. Mas, no geral, mostrou abertura ao diálogo.

"Eu concordo que é possível compatibilizar a agricultura e a produção com a preservação do meio ambiente. Não é nem uma questão de concordar, é uma obrigatoriedade. Temos que usar toda a força da inteligência humana para minimizar os impactos ambientais e produzir conforto para as pessoas", disse. A senadora, festejada pelos presentes, disse ao Valor que as necessidades de terras adicionais para a agropecuária serão supridas "principalmente" pela recuperação de pastos degradados, iniciativa que, disse, ela mesma está tomando na sua fazenda no Estado do Tocantins. (Valor Econômico)

FAMÍLIAS BRASILEIRAS AFOGADAS EM DÍVIDAS



FAMÍLIAS BRASILEIRAS AFOGADAS EM DÍVIDAS. AUMENTO DA GASOLINA TERÁ IMPACTO DRAMÁTICO!

Editorial do jornal O Estado de São Paulo mostra que o endividamente das família já se encontra no limite máximo. É o espetáculo do crescimento alardeado pelo governo do PT e seus sequazes. Deve-se acrescentar que o aumento da gasolina que está para ser decretado pelo governo como está noticiado em post abaixo, tende a ser dramático, já que puxará os todos os preços para cima. O título original do editorial é "Governo estimulou as famílias a se endividar".  Leiam:
As autoridades imaginaram que, ao aumentar o volume de crédito baixando as taxas de juros, haveria uma redução da inadimplência e uma queda do endividamento, que levariam ao aumento da demanda doméstica no segundo semestre.
Quando se observa que as duas primeiras previsões não aconteceram, temos o direito de duvidar de que a terceira se apresente na segunda parte do ano, uma vez que a maior alta das rendas aconteceu em janeiro, com o reajuste de 14% do salário mínimo.
O que aconteceu é que o índice de inadimplência aumentou 6,2% entre abril e maio, e na cidade de São Paulo o porcentual de famílias endividadas passou de 45,7%, em maio do ano passado, para 53,24%, em maio de 2012. Fato que não devemos estranhar, pois a soma da maior oferta de crédito com a redução do seu custo é a receita ideal para aumentar o endividamento, ainda mais quando, ao mesmo tempo, o salário mínimo é aumentado. Não se pode esquecer ainda de que estamos assistindo a um forte crescimento dos empréstimos habitacionais. Mesmo que as prestações sejam modestas, elevam fortemente o comprometimento das famílias, que, ao dispor da sua unidade de habitação, se veem na obrigação de realizar novos gastos para equipar a nova casa.
O erro, certamente, foi o de oferecer todas essas facilidades ao mesmo tempo, sem levar em conta que as operações de crédito sob todas as formas e no seu conjunto podem acusar uma queda, mas são escandalosamente caras quando se trata de crédito pessoal.
Pode-se dizer que a taxa média de juros ao consumidor é a menor desde 1995. Já a taxa para cartão de crédito, que representa 77,2% da dívida das famílias, é de 10,69% ao mês ou 238,67% ao ano, sendo a operação de menor custo a de financiamento de automóveis, com 24,6% ao ano, o que, aliás, torna preferencial a compra de automóveis.
Admite-se como razoável um endividamento equivalente a 30% da renda mensal, mas em São Paulo chega em média a 42,95%. As famílias com um endividamento desse porte, terão, primeiro, a tentação de recorrer às operações com o custo mais elevado, o que aumentará seu endividamento, e chegarão a um momento em que, com 50% de sua renda mensal comprometida, não terão mais capacidade de compra, ao contrário do que espera o governo com sua previsão de aumento da demanda no segundo semestre. Isso explica a cautela das empresas para aumentar sua capacidade de produção. Do site do jornal O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 21 de junho de 2012

TERRORISTAS DO MST E VIA CAMPESINA


21/06/2012
 às 19:50

Espaço da CNA na Rio+20 é invadido e depredado por terroristas do MST, da Via Campesina e de outros movimentos

Vejam estas fotos.
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cna-invasao-massa-invandindo
cna-invasao-punhos-para-o-alto
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cna-invasao-resultado-da-acao
cna-invasao-mocreia-discursando
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participa da “Rio+20″. Tem um estande no Pier Mauá denominado “AgroBrasil”, montado com o apoio da Embrapa e do Sebrae, para expor práticas de agricultura sustentável no Brasil. Pois bem: no fim da manhã desta quinta, militantes dos MST e da Via Campesina, entre outros grupos, invadiram e depredaram o espaço, como se pode ver acima.
Os invasores chegaram como se fossem visitantes comuns. Uma vez no local, deram início a seu “protesto”. Danificaram maquetes, jogaram tinta vermelha no local e espalharam panfletos. A segurança no Pier Mauá é feita por empresa privada. A Polícia Militar teve de ser acionada, e só não houve confronto porque ninguém resistiu à ação dos vândalos.
Leiam a declaração dada ao Globo por Divina Lopes, do MST:
“Ficamos satisfeitos com a manifestação, que conseguiu apresentar um contraponto ao agronegócio. Mas não houve depredação. Lá dentro, fizemos uma colagem de cartazes contra este modelo de agricultura e gritamos palavras de ordem. Mas a manifestação foi pacífica e ninguém saiu machucado”.
Vamos decupar a sua fala. “Apresentar contraponto”, segundo Divina, é invadir um espaço, depredar o trabalho alheio e gritar palavras de ordem. Segundo ela, a “manifestação foi pacífica” porque, afinal, “ninguém saiu machucado”. Ou por outra: deixe o MST agir à vontade, e ninguém se machuca. As fotos estão aí. A polícia tem como atuar se quiser.
A propósito: o MST e a Via Campesina são organizações políticas de extrema esquerda — há ATÉ alguns agricultores entre eles. O chefão é João Pedro Stédile, que nunca pegou num cabo de enxada. Basta olhar as fotos para perceber que há manifestantes que não têm nenhuma intimidade com as questões ligadas à terra. São as Mafaldinhas e os Remelentos de sempre, que saem dali para algum bar da Zona Sul, onde vão comemorar o seu feito heroico, e dali para o conforto de seus lares. Enquanto empregadas invisíveis administram a casa, eles se dedicam à revolução…
A CNA emitiu uma nota de repúdio, assinada pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da entidade. Leiam. Volto em seguida:
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem a público manifestar o seu repúdio aos tristes episódios ocorridos na manhã desta quinta-feira, dia 21 de junho, quando o Espaço AgroBrasil, que lidera no Pier Mauá, um dos espaços oficiais da Rio+20, foi invadido por cerca de 200 manifestantes.
Rejeita a violência do grupo que  portava cartazes do Movimento dos Sem Terra (MST), além de materiais de outros movimentos não identificados.
Lamenta os atos de vandalismo que danificaram parte das instalações, especialmente uma maquete que reproduz as várias técnicas de agricultura de baixo carbono, além de uma Área de Preservação Permanente (APP), conforme fotos disponibilizadas no link:  http://www.flickr.com/photos/canaldoprodutor/
Por esse motivo, protesta mais uma vez frente ao preconceito contra um setor que utiliza apenas 27,7% do território do país para produzir alimentos de forma sustentável, preservando 61% do Brasil com cobertura vegetal nativa.
A CNA considera inaceitável que manifestações antidemocráticas como estas ainda tenham lugar em um evento como a Rio+20, onde os povos e as nações buscam o entendimento e a convergência para um mundo melhor, sempre respeitando a diversidade de ideias.
Senadora KÁTIA ABREU
Presidente da CNA
Voltei“A CNA não chama os manifestantes de terr0ristas, Reinaldo, mas você chama?” Quem quer que, por questão política, imponha ao outro a sua vontade, submetendo-o pela força,  pondo em risco a segurança de terceiros, pratica ato terrorista. Todos esses elementos estão dados na ação empreendida pelo MST e pela Via Campesina. Há mais: há gente ali que não pertence a esses movimentos nem a pau, Juvenal!
Vocês acham que aquele barbudo e cabeludo e sua companheira alimentada com Toddynho e sucrilho moram naquelas barrascas de plástico preto do MST? Vocês acham que aquela senhora que discursa sobre a maquete sabe distinguir uma batata de um nabo? Vocês imaginam aquele rapazola de camiseta cor-de-rosa e cabelo de surfista plantando o alimento que come com as próprias mãos?
Basta pensar um pouquinho para constatar que há grupo ambientalistas de alcance mundial bastante chegados a esse tipo de ação direta e… terrorista!
Por Reinaldo Azevedo

HISTÓRIA DO FUTURO PRÓXIMO

A ECONOMIA DOS Estados Unidos vai estar entre adoentada e convalescente até 2015. É pelo menos o que deram a entender os diretores do banco central americano, o Fed.

 A política de taxa de juro zero (Zirp, na sigla em inglês) continua pelo menos até 2014 ou 2015. A Zirp começou no fim de 2008. Vai fazer seis anos. Juro zero por tanto tempo assim significa que muita gente está desempregada ou endividada demais para consumir e que muita gente está com medo de consumir e de investir (em aumento da produção). Oferta-se dinheiro à vontade, mas a coisa não anda. Para completar, o Fed anunciou que continuará até o fim do ano as operações de recompra de títulos da dívida pública de longo prazo. Trocando em miúdos, continua a pôr dinheiro na praça para tentar baixar taxas de financiamentos longos, como a da casa própria. Mas a economia reage devagar, quase parando quando leva susto da Europa. A crise americana começou já em 2007. Mesmo que os EUA voltem à "normalidade" em 2014 ou 2015, a Europa ainda estará com lama pelos joelhos. Nas estimativas mais otimistas, a economia europeia volta a ser o que era em 2007 lá por 2017, 2018. Se o caso de Grécia, Portugal, Espanha ou Itália não der em besteira grave. Portanto, a crise vai chegar a dez aninhos. Ou será que a "crise" e seus desdobramentos serão o "normal" daqui por diante? Não se trata de dizer que o tumulto financeiro e econômico será eterno, mas de imaginar que o tombo de 2008 foi um episódio crítico de processo maior de mudança e que tal tombo deixará sequelas. Talvez o mundo euroamericano não possa nem consiga (ou mesmo deva) crescer a um ritmo forte. Porque talvez não consiga é assunto para outro dia e para mais espaço. Mas, a esse respeito, note-se que o mundo rico vive de bolhas financeiras faz uns 20 anos. Não vinha crescendo a não ser com anabolizantes. Porque não deve crescer mais é o assunto do momento, pois estamos no meio da Rio+20, a conferência ambiental, e o assunto lá, em última instância, é como equilibrar o crescimento mundial (mais nos lugares mais pobres, menos nos mais ricos) e como dividir a conta do investimento em melhoria ambiental. O problema maior (e talvez insolúvel) é, claro, como coordenar o rebalanceamento (quem vai querer segurar seu crescimento?), como dividir a conta sem guerra e como reduzir a desigualdade em cada país, mesmo rico. Entenda-se: o esteio social e político de uma programa de "crescimento menor" depende de melhoria na distribuição de renda. EUA ou Europa Ocidental ainda precisam crescer rápido? O esforço de solução da crise deles deve ter esse objetivo? E a eventual retomada deve se apoiar em que setor? Note-se que o consumo per capita de energia nos EUA é o dobro do britânico, 85% maior que o alemão, num mundo em que bilhões ainda passam fome e frio. Note-se que o "plano" europeu de recuperação econômica em última instância se baseia na depressão de rendas (de salários e benefícios), em aumento da desigualdade, para que se mantenha a "competitividade" da economia tradicional deles, assolada pela concorrência asiática. Isso não vai dar certo. Talvez nem seja possível. Por:VINICIUS TORRES FREIRE FOLHA DE SP - 21/06

O PASSADO ASSOMBRA

A coincidência não deve agradar a Lula, mas dificilmente será possível dizer que se trata de mais um golpe dos reacionários contra o governo popular do PT. Aliás, o noticiário criminal envolvendo o PT indica que o partido há muito vem se metendo em enrascadas. Às vésperas do julgamento do mensalão, desta vez a Justiça reavivou o escândalo dos aloprados, que na eleição de 2006 tentaram comprar um dossiê que supostamente continha denúncias contra o candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, o mesmo que hoje Lula tenta derrotar com o auxílio de Paulo Maluf, na disputa para a prefeitura de São Paulo. Naquela ocasião, Serra venceu o candidato petista Aloizio Mercadante no primeiro turno. Um dia depois do escândalo provocado pela exibição despudorada de intimidade entre o ex-presidente e Maluf, um dos brasileiros relacionados na lista de alerta vermelho da Interpol dos criminosos mais procurados do mundo, aJustiça de Mato Grosso aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra nove dos envolvidos. Dois deles, Jorge Lorenzetti, petista de Santa Catarina que era também churrasqueiro ex-traoficial da Granja do Torto no primeiro governo Lula, e o advogado Gedimar Pereira Passos, que supervisionava a segurança do comitê da campanha de reeleição, eram ligados diretamente ao ex-presidente, que, no entanto, como sói acontecer, declarou desconhecer o assunto e ainda fez-se de indignado, classificando os membros do grupo de “aloprados”. Preso na Polícia Federal, Ge-dimar incluiu no grupo um segurança particular da primeira-dama Letícia Maria de nome Freud (que não se perca pelo nome) Godoy, que o teria chamado para avaliar se o tal dossiê continha mesmo fatos que comprometiam Serra. Freud acabou desaparecendo do noticiário, assim como uma coincidência reveladora: o ex-ministro José Dirceu (sempre ele), antes mesmo que fosse divulgado o conteúdo do dossiê, escreveu que as acusações seriam “a pá de cal na campanha do picolé de chuchu”, como se referia ao candidato tucano à presidência Geraldo Alckmin. Gedimar Passos, assessor da campanha de Lula, negociava a aquisição do dossiê com Valde-bran Padilha, empresário filiado ao PT. A PF prendeu a dupla em flagrante com 1,7 milhão de reais que seria usado na compra do material forjado. Expedito Veloso, outro dos envolvidos, denunciou meses mais tarde que o atual ministro da Educação, Aloizio Merca-dante, e o ex-governador de São Paulo já falecido Orestes Quér-cia foram os mandantes. Mesmo que entre os acusados estivesse Hamilton Lacerda, então assessor de Mercadante, e que ele fosse o maior beneficiado, o candidato petista não foi arrolado como partícipe do golpe. O centro da conspiração estava no “Núcleo de Informação e Inteligência” da campanha de reeleição de Lula, e quem chefiava a equipe de “analistas de informação” era o petista histórico Jorge Lorenzetti, ex-dirigente da CUT, enfermeiro de profissão, diretor financeiro do Banco do Estado de Santa Catarina e churrasqueiro do presidente nas horas vagas. Lorenzetti chefiava Gedimar Pereira Passos na tarefa de con-trainformação eleitoral, e foi nessa qualidade que teria sido enviado para analisar o dossiê contra os tucanos. A descoberta do plano revelou a existência de uma equipe dentro da campanha de reeleição que se envolve em falcatruas variadas, uma maneira de atuar politicamente que vem das batalhas sindicais do ABC, as quais Lula conhece bem com que armas se disputam. Esse mesmo esquema provocou uma crise no comitê da candidata Dilma Rousseff, quando foi descoberto que havia um grupo recrutado para fazer espionagem, inclusive o jornalista Amaury Ribeiro Filho que levou para o grupo o hoje nacionalmente conhecido Dadá, o grampeador oficial do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Os protagonistas do chamado escândalo dos aloprados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e operação fraudulenta de câmbio. Segundo a denúncia do Ministério Público, eles “se associaram subjetiva e objetivamente, de forma estável e permanente, para a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro, que tinha por fim a desestabilização da campanha eleitoral de 2006 do governo de São Paulo”. O Ministério Público, embora as investigações tenham rastre-ado todo o caminho do dinheiro, não conseguiu definir sua origem, um dos grandes mistérios desse caso. A fotografia da montanha de dinheiro apreendido acabou sendo divulgada às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial, e os petistas atribuem ao impacto da imagem a ida da eleição para o segundo turno. Passou despercebida, mas uma declaração do ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Tho-maz Bastos, em entrevista recente na televisão a Monica Ber-gamo e ao cientista político An-tonio Lavareda, admite claramente a existência do mensa-lão, ele que é advogado de um dos réus. Disse Thomaz Bastos a certa altura, falando sobre a corrupção do Brasil: “Vamos chegar a um ponto em que a democracia, por sua própria prática, vai resolver isso. Lembremos que, no início do século passado, na Câmara dos Comuns, no Reino Unido, havia um guichê onde os parlamentares recebiam o dinheiro, uma espécie de mensalão da época. O que não impediu que a Inglaterra se tornasse um país altamente democratizado. Isso dá a esperança de que, pela reiteração dos usos, possamos encontrar isso, um outro patamar de regime democrático”. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, parece enxergar longe. Em voto favorável à punição de Lula por propaganda antecipada, na campanha para eleger Dilma Rousseff, classificou de “antirre-publicano” projeto de poder que inclui eleger o sucessor: “Quem se empenha em fazer o seu sucessor, de ordinário, pensa em se tornar ele mesmo o sucessor de seu sucessor”. Outro dia Lula admitiu que “se Dilma não quiser”, ele se dispõe a ser candidato novamente... Por: MERVAL PEREIRA O GLOBO - 21/06

ADEUS, RIO

Malogrou a Rio+20. Não há outra forma de descrever o resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. 

 Não se encontra palavra mais apropriada que "fracasso" para qualificar uma reunião cujo mérito maior foi evitar um retrocesso de duas décadas, em relação à primeira Cúpula da Terra, no mesmo Rio de Janeiro, em 1992. Até o comedido Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, permitiu-se afirmar que desejaria um documento final mais ambicioso. Só o governo brasileiro, no papel de anfitrião, saudou os 283 parágrafos da peça "O Futuro que Queremos" como "vitória" e "avanço". O Itamaraty pode ter evitado um fiasco do porte da conferência do clima de Copenhague (2009), que se mostrou incapaz de produzir uma declaração conjunta. Mas falar em texto "estupendo" é um exagero que nem mesmo a proverbial presunção diplomática autorizaria. Todo o esforço da representação brasileira foi fechar um documento de consenso antes da chegada dos chefes de Estado e de governo ao Rio, ontem. Entre hoje e amanhã, eles devem limitar-se a fazer discursos pomposos e chancelar uma declaração inócua. A habilidade negocial brasileira se resumiu a tentar agradar a todos retirando substância do texto. A União Europeia (UE) queria uma Organização Mundial do Ambiente, mas não levou. Os EUA vetaram, com apoio do Brasil e de países emergentes. Estes pediam um fundo de US$ 30 bilhões custeado pelos desenvolvidos. Tiveram de contentar-se com a manutenção do princípio -velho de 20 anos- das "responsabilidades comuns porém diferenciadas" (ricos e desenvolvidos devem investir mais e transferir tecnologia para combater os males do ambiente global) e com um grupo de trabalho sobre o assunto. O máximo que se logrou acordar foi que o mundo precisa de metas quantitativas de desenvolvimento sustentável, ao estilo das Metas de Desenvolvimento do Milênio. Quantas e quais, fica para outra comissão, com prazo até 2015. O produto mais evidente da Rio+20, ao final, talvez seja o esgotamento da via multilateral para concertar decisões de governos nacionais quanto a questões globais complexas. Como no caso da negociação sobre mudança do clima, as idas e vindas desembocam sempre nos mesmos impasses. Seria bem mais promissor delegar a formatação de soluções para quem realmente conta, econômica e ambientalmente: EUA, UE, Brasil, China, Índia e Rússia. Mas desse futuro ninguém na ONU quer saber.EDITORIAL FOLHA DE SP

MENSAGEM DE ATENAS

"É um triunfo para toda a Europa" - as palavras de Antonis Samaras, líder do Nova Democracia (ND), o partido conservador que venceu por escassa margem as eleições gregas, simultaneamente revelam e ocultam a verdade. A coleção heteróclita de partidos contrários ao memorando de austeridade firmado com a União Europeia teve o respaldo da maioria dos eleitores. O eleitorado que conferiu ao ND o direito de formar uma coalizão de governo moveu-se sob a espada da chantagem: a alternativa, exposta quase explicitamente pela alemã Angela Merkel, era a saída forçada do euro - e a fusão do que resta da economia grega. "Eleições não podem colocar em questão os compromissos assumidos pela Grécia", alertou Merkel, num recado direto ao partido vencedor. No horizonte de semanas, a coalizão de Samaras deve promover novos cortes nos gastos públicos, para adaptá-los aos "compromissos assumidos", agravando uma depressão econômica sem fim. Seu governo pode não sobreviver a tal prova. O Syriza, partido de esquerda que rejeita o memorando, tinha menos de 5% dos votos no início da crise do euro. Há um mês, obteve 17% e, no domingo, 27%. Samaras apelou à formação de um "governo de salvação nacional", pela via da unidade de todos os grandes partidos, mas o Syriza se recusou a avalizar o memorando. O "triunfo para toda a Europa" não é mais que uma estreita janela de oportunidade. Há 15 anos, às vésperas da introdução do euro, o economista Nouriel Roubini, que se tornou célebre mais tarde por prever a crise financeira global de 2008, sugeriu o cancelamento da união monetária. Como muitos outros, Roubini apontava a inconsistência de uma zona monetária submetida às forças centrífugas decorrentes do diferencial de produtividade entre as economias europeias e, ainda por cima, não sustentada por uma união fiscal. Há pouco, o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira ofereceu como solução para a crise do euro a dissolução da união monetária e a restauração das antigas moedas nacionais. Roubini e Bresser Pereira abstraem a História: a moeda única, tanto quanto a própria União Europeia, é um fruto de Hitler, não o produto da mente dos economistas. "A União Europeia foi criada para evitar a repetição dos desastres da década de 1930", escreveu o mesmo Roubini, em parceria com Niall Ferguson, num artigo recente, publicado no semanário Der Spiegel, que não comete o erro de circundar a História. "Europa", no sentido atual do termo, é o conjunto de intercâmbios destinados a dissolver a rivalidade franco-alemã que provocou as duas guerras gerais do século 20. A barganha fundadora, idealizada por Jean Monnet e aceita por Konrad Adenauer em 1951, colocou a siderurgia alemã sob autoridade plurinacional, na hora da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do rearmamento da Alemanha Ocidental. A barganha seguinte, quatro décadas depois, foi articulada por François Mitterrand e aceita por Helmut Kohl: a união monetária soldaria a aliança do pós-guerra, afastando o persistente espectro da "Europa alemã". O euro nasceu de um imperativo político, como solução para o problema da reunificação alemã. É por isso, não por seus discutíveis méritos econômicos, que ele deve ser preservado. "É algo extraordinário que seja a Alemanha, entre todos os países, a desconhecer as lições da História. Hipnotizada pela inexistente ameaça da inflação, a Alemanha de hoje parece conferir maior importância a 1923 (o ano da hiperinflação) que a 1933 (o ano em que a democracia morreu)", escreveram Roubini e Ferguson. É pior que isso: a fixação de Merkel nas políticas de austeridade extrema reflete uma interpretação nacionalista alemã sobre a União Europeia. A narrativa, que contrasta com o que pensavam os também democrata-cristãos Adenauer e Kohl, descreve o projeto europeu como uma chantagem permanente contra a Alemanha. Segundo tal tese, o euro teria sido contaminado pela inclinação dos outros - da Grécia, de Portugal, da Espanha e também da França - de viver além de seus meios, na crença de que, no fim de tudo, a Alemanha pagaria a conta. A falha intelectual da tese tem escassa relevância diante das suas consequências políticas. Os planos radicais de austeridade impostos por Berlim nos últimos anos não apenas fracassaram na esfera econômica, aprofundando a estagnação e ampliando as dívidas, mas produziram uma crise política com o potencial de arruinar a própria União Europeia. O aspecto mais óbvio dessa crise se manifesta na escala dos sistemas políticos nacionais, pela desmoralização dos partidos tradicionais e pela ascensão de correntes extremistas, à esquerda e à direita, que contestam a "Europa" em nome da nação. Abaixo da superfície, contudo, a crise desgasta as engrenagens geopolíticas que sustentam a União Europeia. Dias atrás, o ministro da Economia Social da França, Benoît Hamon, disparou projéteis contra a Alemanha, acusando-a de operar como "lobo solitário" na Europa, praticando políticas de aumento da competitividade nacional que minam as redes de proteção social erguidas nos demais países. Hamon fala aquilo que François Hollande não pode dizer, escancarando a estratégia francesa de organizar uma coalizão europeia de resistência à orientação de Merkel. A solidariedade franco-alemã, motor do projeto europeu, já não existe mais. No lugar dela, ressurgem sob disfarces cada vez mais diáfanos os discursos do ressentimento nacional. O euro será salvo - ou perecerá - na esfera da política. De Atenas, enquanto a Grécia continua a dançar à beira do abismo, parte uma mensagem decisiva dirigida à "Europa". Os gregos votaram contra o desmantelamento instantâneo de sua economia, mas não se curvaram à perspectiva de um longo, inexorável, empobrecimento nacional. Eles estão dizendo que a "Europa" tem uma oportunidade final para reverter a política destrutiva da austeridade permanente. Berlim deveria escutá-los.Por: Demetrio Magnoli O Estado de S. Paulo - 21/06/2012

A CAMUFLAGEM DA CAMUFLAGEM

Após ter sido oficialmente impugnada até à morte de Stálin em 1955, a estratégia gramsciana foi adotada integral e entusiasticamente pela KGB. Repito, pela enésima vez, o conselho de Georg Jellinek: no estudo da sociedade, da política e da História, a precaução número um é distinguir entre os processos que nascem de uma ação consciente e os que resultam da confluência impremeditada de fatores diversos. Ao longo da minha vida de estudos, fui colhendo, aqui e ali, alguns preceitos que, por sua evidência máxima e seu poder elucidativo, acabaram se incorporando definitivamente às minhas faculdades de percepção e continuam guiando os passos da minha vacilante inépcia entre as brumas e a fumaça da confusão contemporânea. Esse é um deles. O vício de tudo querer reduzir a "leis históricas", "estruturas", "causas" e outras forças anônimas, suprimindo do panorama os agentes conscientes e todo elemento de premeditação, só tem de científico a aparência enganosa que deslumbra e fascina multidões de estudantes devotados a alcançar, como supremo objetivo na vida, a perfeita macaqueação do discurso pedante sem o qual não se avança na carreira acadêmica. Isso é tão prejudicial à compreensão dos fatos quanto o velho mito carlyleano que fazia do universo histórico inteiro o cenário passivo da ação criadora de uns quantos indivíduos notáveis, heróis ou monstros sobre-humanos. Jellinek acertou na mosca quando transpôs ao cenário maior da história e da sociedade um dado do senso comum, que até os mais burros e inexperientes sabem aplicar na existência de todos os dias, e que mais tarde Ortega y Gasset resumiria na fórmula exemplar: "La vida es lo que hacemos... y lo que nos pasa." Nossa vida resulta da mistura entre aquilo que fazemos e aquilo que nos vem de fora sem qualquer iniciativa da nossa parte. O culto unilateral das causas impessoais resulta, em parte, de um preconceito positivista e marxista que aliás nem Comte nem Marx jamais subscreveriam, em parte de um instintivo desejo humano de pular fora de toda responsabilidade pessoal concreta (fazendo, por exemplo, dos criminosos as vítimas inermes e santas da má distribuição de renda). Mas resulta também, e com muita frequência, da astúcia dos próprios agentes históricos, que se escondem por trás de forças anônimas para não ser pegos de calças na mão em pleno ato de implementar algum plano que dependa, para o seu sucesso, da discrição e do segredo. Nada há de estranho em que esses agentes, com aquela expressão inconfundível de dignidade ofendida que só os mais rematados hipócritas conseguem imitar com perfeição, recorram ao rótulo de "teoria da conspiração" sempre que alguém os acuse de fazer o que estão fazendo. Também é compreensível que ninguém tenha feito apelo mais reiterado e constante a essa camuflagem do que aquele movimento que, desde suas origens, assumiu a clandestinidade como condição essencial do seu modo de ação e a duplicidade escorregadia da dialética como seu linguajar oficial. Refiro-me, é claro, ao movimento comunista. E mais compreensível ainda é que essa auto-ocultação sistemática tenha redobrado de eficácia desde o momento em que Antonio Gramsci ensinou a seus companheiros que a mentira e o fingimento não eram apenas um instrumento tático, por obrigatório e consagrado que fosse, mas sim a própria natureza íntima, a essência e a chave do processo revolucionário como um todo. Sim, a verdade é essa. Despido dos adornos humanitários que o embelezaram "ex post facto", e que comparados à truculência grossa e crua de seus antecessores soviéticos lhe dão mesmo uma aparência angélica, o gramscismo não é nada mais, nada menos, que a mais completa, abrangente e meticulosa sistematização do engodo como método essencial da ação política – e o é em escala ainda mais vasta e em sentido ainda mais radical do que o Príncipe de Maquiavel, que lhe serviu de inspiração remota e esboço primitivo. Como descrever, senão nesses termos, uma estratégia sutil planejada para que todas as pessoas vão se tornando socialistas pouco a pouco, sem percebê-lo, e da noite para o dia acordem em plena ditadura socialista sem ter a menor ideia de como, quando e por que mãos se operou tão tremendo milagre? Essa é, sem nenhuma imprecisão ou exagero, a definição e a fórmula da estratégia de Gramsci para a conquista do poder absoluto pelo movimento comunista. Mas toda camufagem que se preze é dupla: encobre primeiro o objeto que quer ocultar e depois se camufla a si mesma, para passar despercebida. Tão logo as obras de Antonio Gramsci começaram a ser publicadas em 1947, a intelligentzia esquerdista se apressou a classificá-las – e a elite conservadora a aceitá-las sonsamente – como expressões de um "marxismo ocidental" original, não-dogmático, marginal e independente do tronco oficial do movimento comunista. O que aconteceu foi que, após ter sido oficialmente impugnada até à morte de Stálin em 1955, a estratégia gramsciana foi adotada integral e entusiasticamente pela KGB e, desde o início dos anos 60, aplicada em todo o Ocidente com a pletora de recursos financeiros e instrumentos de ação acessíveis àquela que era, e é ainda sob outro nome, a maior e mais poderosa organização de qualquer tipo que já existiu no mundo. Na verdade, o próprio Stálin só rejeitou a parte do gramscismo que preconizava a independência dos partidos comunistas nacionais, mas não deixou de se utilizar de técnicas da "revolução cultural" desde a década de 30, especialmente nos EUA. Esses dois fatos poderiam ter sido antevistos em tempo, com um pouco de inteligência. No entanto, mesmo depois de bem comprovados pelos documentos dos Arquivos de Moscou, ainda há quem teime em ignorá-los.Por: Olavo de Carvalho Publicado no Diário do Comércio.

SEGURANÇA PÚBLICA

OS CAPITALISTAS PREGUIÇOSOS QUE TEMEM O PROGRESSO

A tecnologia digital está reinventando o mundo, a serviço de você e de mim. Trata-se de um livre mercado com esteróides. Ela está driblando e contornando os guardiões do status quo e dando poderes a cada um de nós para inventarmos nossa própria civilização de acordo com nossas próprias especificações. A promessa do futuro não é nada menos que espetacular — desde que aqueles que não possuem a imaginação para ver este potencial não consigam impor a todos nós o seu atraso. Infelizmente, mas previsivelmente, algumas das maiores barreiras para este futuro brilhante e promissor são os próprios capitalistas que temem o futuro e que não querem ter o trabalho de se aprimorarem. Um bom exemplo disso é a atual histeria a respeito da impressora que imprime em 3-D e, com isso, literalmente duplica objetos. Trata-se de uma tecnologia que, com inacreditável rapidez, saiu do âmbito da ficção científica e veio para o mundo real, aparentemente em questão de meses. Você pode hoje conseguir impressoras destas por míseros US$400. Estas impressoras permitem que objetos sejam transportados digitalmente, e sejam literalmente impressos e criados em frente a seus olhos. É como um milagre! Isto pode mudar absolutamente tudo o que conhecemos hoje sobre o transporte de objetos físicos. Em vez de enviar caixotes e navios ao redor do mundo, no futuro iremos apenas enviar dígitos, que serão convertidos em objetos. O potencial que esta invenção apresenta para se combater e contornar monopólios e interesses estabelecidos é espetacular. Mas veja o que relatou a revista Wired Magazine [revista sobre tecnologia] na semana passada: No início deste ano, Thomas Valenty comprou uma MakerBot — uma impressora 3-D barata que permite a você criar objetos de plástico. Seu irmão possuía alguns Guardas Imperiais do jogo de tabuleiro Warhammer, de modo que Valenty teve a ideia de desenhar algumas miniaturas baseadas no mesmo estilo das miniaturas do jogo, como um guerreiro e um tanque. Ele passou uma semana refinando os desenhos até finalmente ficar satisfeito. "Tive muito trabalho", diz ele. Após a criação, ele postou os arquivos para download gratuito no Thingiverse, um site que permite a você compartilhar instruções para a impressão de objetos em 3-D. Pouco tempo depois, vários outros fãs começaram a fazer o mesmo. Até que alguns advogados foram acionados. A Games Workshop, a empresa do Reino Unido que produz o Warhammer, descobriu o trabalho de Valenty e enviou ao Thingiverse uma notificação de fechamento de site, citando o Digital Millennium Copyright Act. O Thingiverse retirou os arquivos do site, e Valenty repentinamente se tornou um relutante combatente da próxima guerra digital: a batalha pela cópia de objetos físicos. Então aí está. A Câmara de Comércio dos EUA — a suposta defensora da livre iniciativa — está em estado de pânico completo, determinada a esmagar a impressão 3-D em seu berço, ou, no mínimo, a garantir que ela jamais cresça. Na década de 1940, Joseph Schumpeter disse que os capitalistas iriam destruir o capitalismo caso insistissem em fazer com que seus vigentes modelos de lucratividade se perpetuassem para sempre, em total descompasso com todas as mudanças no mercado que surgem continuamente. Ele disse que a classe capitalista iria, com o tempo, perder o gosto pela inovação e iria insistir para que o governo criasse leis que abolissem as inovações. Tudo em nome da proteção das elites empresariais. Um exemplo: quando músicas e livros começaram a ser digitalizados, houve muita gritaria. Como iriam escritores e músicos sobreviver a este ataque? A verdade é que não houve nenhum ataque. Muito pelo contrário. Aquilo que foi inicialmente pensado para dar mais comodidade aos consumidores se transformou na maior dádiva já concebida para a música e para a literatura. Hoje podemos ver como tudo isso está funcionando. E não apenas está funcionando, como há escritores e músicos ganhando mais dinheiro hoje do que jamais na história. Os métodos utilizados atualmente jamais poderiam ter sido imaginados antecipadamente. Alguns disponibilizam seus conteúdos e vendem suas apresentações ao vivo. Outros inventaram novos e interessantes métodos de distribuir conteúdos, como estabelecendo um site acessível apenas para assinantes, e cobrando quantias módicas e convenientes. Escritores estão começando a publicar sem recorrer a grandes editoras, utilizando para isso vários foros criados por usuários de internet. Recentemente, visitando alguns museus, comecei a me dar conta de algo extremamente importante a respeito do nosso longo processo de aperfeiçoamento tecnológico. Ao longo de toda a nossa história de luta por aprimoramentos e avanços, cada melhoria, cada mudança de paradigma, cada abandono do velho em prol do novo geraram pânicos. O maior pânico, tipicamente, sempre advém dos próprios produtores, que se ressentem da maneira como o processo de mercado desestabiliza seus modelos empresariais. Já foi dito que o rádio acabaria com as apresentações ao vivo. Ninguém mais iria querer aprender música. Todas as músicas, concertos e apresentações seriam executadas apenas uma vez, gravadas para a eternidade, e este seria o fim. É claro que isso não foi o que aconteceu. Depois, quando inventaram o disco, novo pânico. Dizia-se que esta invenção iria destruir o rádio. Depois o mesmo processo se repetiu com a invenção das fitas K-7, com todo mundo prevendo o novo fim da indústria da música, já que as músicas podiam agora ser facilmente duplicadas ("A Gravação Doméstica Está Matando a Música"). E o mesmo apocalipse foi vaticinado com a invenção da música digital: agora sim veremos o fim de toda a música! E pense no mercado de livros do século XIX. Naquela época, grandes e poucas casas editoriais dominavam o mercado. Muitos previram que isso iria acabar com o surgimento de novos escritores porque as pessoas iriam comprar apenas livros de velhos autores, que eram baratos e acessíveis. Novos escritores iriam morrer de fome e, com isso, ninguém mais iria querer escrever. Observe que há um padrão nisso tudo. Cada nova tecnologia que é inventada e que se torna lucrativa faz com que as pessoas gritem e lamentem as dificuldades de seus atuais produtores. Mas aí ocorre o imprevisto: com o tempo, este setor que todos imaginavam em apuros começa a prosperar como nunca antes, só que de maneiras que ninguém realmente esperava. O grande segredo da economia de mercado é que ela agrega uma tendência de longo prazo: caso os métodos de produção e distribuição não sejam continuamente alterados, todos os lucros serão dissipados. É assim que a concorrência funciona. É assim que a concorrência não apenas inspira o aperfeiçoamento, como também faz com que ele seja inevitável. E este é um dos motivos por que vários capitalistas odeiam o capitalismo. O processo funciona assim: uma nova invenção surge no mercado e começa a auferir altos lucros. Ato contínuo, os imitadores se dão conta desta nova invenção e começam a fazer o mesmo, só que de forma melhor e mais barata, acabando com o status monopolista do primeiro produtor. Imitadores geram novos imitadores, dando continuidade ao processo. No final, os lucros tendem a zero. E aí algo ainda melhor tem de ser inventado para atrair novos empreendimentos e permitir novos lucros. Isso, por sua vez, irá estimular novos imitadores, reiniciando todo o processo. Nunca consegui entender por que esquerdistas reclamam de os lucros irem para os capitalistas. Em uma economia de mercado vibrante, lucros são a exceção temporária à regra. Eles são conseguidos somente pelas empresas mais inovadoras e eficientes, aquelas que servem com mais eficácia aos consumidores. Os ganhos nunca são permanentes. Tão logo a empresa perca sua vanguarda, os lucros empreendedoriais desaparecem. Sob a concorrência gerada pelo livre mercado, escreveu Ludwig von Mises, a trajetória dos modelos de produção e distribuição vigentes sempre tende a reduzir os lucros a zero. Para aqueles que querem se manter lucrativos, descanso e relaxamento são atitudes proibidas. Manter-se original e aprimorado é uma exigência diária. É necessário um incessante esforço para descobrir como servir aos consumidores de maneiras que são cada vez mais excelentes. É por isso que as grandes empresas estão sempre correndo para o colo do governo, pedindo proteção. Acabem com esta nova tecnologia! Parem as importações! Aumentem os custos para a concorrência! Criem mais regulamentações! Concedam-nos uma patente para que possamos derrotar os outros caras! Imponham novas leis antitruste! Protejam-me com direitos autorais! Intensifiquem as regulamentações e aumente a burocracia até tirar os novos do mercado! Socorram-nos com pacotes de estímulo! Além de tudo isso, sempre há o temor público em relação ao novo. Caso contrário, as pessoas de maneira alguma seriam persuadidas por todos estes protestos rotineiramente feitos por empresários já estabelecidos. Afinal, eles protestam exclusivamente em causa própria. E eis aí um fato notável sobre a mente humana: temos grandes dificuldades em imaginar soluções que ainda têm de ser apresentadas. Não importa o quão recorrentemente o mercado se mostre capaz de solucionar problemas aparentemente incuráveis; ainda assim não conseguimos nos acostumar a esta realidade. Nossa mente raciocina em termos das condições existentes, o que nos faz prever todos os tipos de catástrofes. Com incrível frequência somos incapazes de consistentemente esperar pelo inesperável. Isto gera um sério problema para a economia de mercado, que nada mais é do que a capacidade do sistema de inspirar a descoberta de novas ideias e novas soluções para os problemas vigentes. Os problemas trazidos pela mudança são suficientemente óbvios; mas as soluções são de "conteúdo aberto" e surgem de lugares, pessoas e instituições que não podem ser vistas ou previstas com antecedência. O capitalismo não é para os fracos e preguiçosos que não querem se aprimorar continuamente. Se você quer um arranjo que privilegie o lucro de alguns poucos em detrimento da prosperidade e da abundância para todos, então o socialismo e o fascismo realmente são sistemas preferíveis. As pressões para se interromper o progresso gerado pelo mercado não funcionarão no longo prazo, é claro. A tecnologia, com o tempo, conseguirá derrubar as forças que se opõem ao progresso. Os mercantilistas podem apenas postergar este processo, mas jamais conseguirão suprimir a incontrolável ânsia humana por uma vida melhor. Jeffrey Tucker é o presidente da Laissez-Faire Books e consultor editorial do mises.org. É também autor dos livros It's a Jetsons World: Private Miracles and Public Crimes e Bourbon for Breakfast: Living Outside the Statist Quo

E O RELATÓRIO DE LEWANDOVSKI?

Faltam 7 dias úteis para ele entregar o relatório como revisor do processo do Mensalão. Isto de acordo com o prazo que ele mesmo inventou, o de que entregaria no primeiro semestre. Vale recordar que ele recebeu o processo do relator (Joaquim Barbosa) em dezembro do ano passado. 
Examinando a folha de pagamento de março de 2012 (disponibilizada no site do STF) é possível contar entre os assessores diretos do ministro cerca de 50 funcionários, entre efetivos, cedidos ao STF e terceirizados. 

São: 

1. recepcionista: 5; 
2. seguranças: 3; 
3. analista judiciário: 17; 
4. técnico em secretariado: 3; 
5. técnico judiciário: 4; 
6. assistente administrativo:1; 
7. procurador federal: 1; 
8. assistente administrativo:1; 
9. chefe de gabinete: 1 

A lista não está completa. É possível deduzir que não é por falta de funcionário que o relatório não foi entregue até hoje.Por: Marco Antonio Villa

FARSA HISTÓRICA

A foto que incomodou Luiza Erundina e chocou o país, do ex-presidente Lula ao lado de Paulo Maluf para fechar um acordo político de apoio ao candidato petista à Prefeitura paulistana (o nome dele pouco importa a essa altura) é simbólica de um momento muito especial da infalibilidade política de Lula. Sua obsessão pela vitória em São Paulo é tamanha que ele não está mais evitando riscos de contaminação como o que está assumindo com o malufismo, certo de que tudo pode para manter ou ampliar o seu poder político. O choque causado por esse movimento radical pouco importará se a vitória vier em outubro. Mas se sobrevier uma derrota, a foto nos jardins da mansão daquele que não pode sair do país por que está na lista dos mais procurados pela Interpol será a marca da decadência política de Lula, que estará então encerrando um largo ciclo político em que foi considerado insuperável na estratégia eleitoral. Até o momento, as alianças políticas com Maluf eram feitas por baixo dos panos, de maneira envergonhada, como a negociação em que o PSDB paulista fechava um acordo com o PP em busca de seu 1m30s de tempo de propaganda eleitoral. A própria Erundina disse, candidamente, que o que a incomodara foi o excesso de exposição do acordo partidário. Maluf, do seu ponto de vista, agiu com a esperteza que sempre o caracterizou, mas com requintes de crueldade. Ao exigir que Lula fosse à sua casa para selar o acordo, e chamar a imprensa para registrar o momento glorioso para ele e infame para grande parte dos petistas, ele estava se aproveitando da fragilidade momentânea do PT, que tem um candidato desconhecido que precisa ser exposto ao eleitorado para tentar se eleger. Lula, como se esse fosse o último reduto eleitoral que lhe falta controlar, está fazendo qualquer negócio para viabilizar a candidatura que inventou. Já se entregara ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, provocando um racha no PT talvez tão grande quanto o de agora, e acabou levando uma rasteira que já prenunciava que talvez o rei estivesse nu. Agora, quem lhe deu a rasteira foi uma dupla irreconciliável, que Lula tentou colocar no mesmo saco sem nem ao menos ter se dado ao trabalho de conversar antes: Luiza Erundina, que um dia foi afastada do PT por ter aceitado um ministério no governo de coalizão nacional de Itamar Franco, agora se afasta do PT malufista. E Maluf, que vinha minguando como força política, viu a possibilidade de recuperar a importância estratégica em São Paulo no pouco mais de um minuto de televisão que o PP detém por força de lei. A sucessão de erros políticos que Lula parece vir cometendo nos últimos meses – a escolha de Haddad, o encontro com Gilmar Mendes, a CPI do Cachoeira, o acordo com Maluf – só será superada se acontecer o que hoje parece improvável, uma vitória de Fernando Haddad. No resto do país, o PT está submetendo os aliados a seus interesses paulistas, fazendo acordos diversos para garantir em São Paulo uma aliança viável. A foto de Lula confraternizando com Maluf tem mais um aspecto terrível para a biografia do ex-presidente: ela explicita uma maneira de fazer política que não tem barreiras morais e contagiou toda a política partidária, deteriorando o que já era podre. As alianças políticas entre Lula, José Sarney, Fernando Collor e Maluf colocam no mesmo barco políticos que já estiveram em posições antagônicas fazendo a História do Brasil, e hoje fazem uma farsa histórica. Em 1989, José Sarney era presidente da República depois de ter enfrentado Paulo Maluf no PDS. Ante uma previsível vitória do grupo de Maluf derrotando o de Mario Andreazza, Sarney rompeu com partido que presidia, ajudou a fundar a Frente Liberal (PFL) e foi vice de chapa de Tancredo. Na campanha presidencial da sucessão de Sarney, Lula disse o seguinte dos hoje aliados Sarney e Maluf: "A Nova República é pior do que a velha, porque antigamente era o militar que vinha na TV e falava, e hoje o militar não precisa mais falar porque o Sarney fala pelos militares e os militares falam pelo Sarney. Nós sabemos que antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão (sic), mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz". Na mesma campanha, Collor não deixou por menos: chamou o então presidente Sarney de "corrupto, incompetente e safado". Durante a campanha das Diretas Já Lula se referiu assim a Maluf: "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente". Maluf e Collor tinham a mesma opinião sobre o PT até recentemente. Em 2005, quando Maluf foi preso e Lula festejou, e recebeu a seguinte resposta: “(..) se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT". Já em 2006, em plena campanha presidencial marcada pelo mensalão, Collor disse que foi vítima de um "golpe parlamentar", do qual teriam participado José Genoino e José Dirceu,"enterrados até o pescoço no maior assalto aos cofres públicos já praticado nessa nação". E garantiu: "Quadrilha quem montou foi ele (Lula)", citando ainda Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Paulo Okamotto, Duda Mendonça, Jorge Mattoso e Fábio Luiz Lula da Silva, o filho do presidente. São muitas histórias e muita História para serem esquecidas simplesmente por que Lula assim decidiu.Por: Merval Pereira