terça-feira, 18 de outubro de 2016

UMA NOVA GUERRA FRIA

Nota do editor: o general Ion Mihai Pacepa (foto) é o oficial de mais alta patente que desertou do Bloco Soviético para o Ocidente. Em dezembro de 1989, o presidente romeno Nicolae Ceauscescu foi executado após um julgamento no qual as acusações foram, quase palavra por palavra, tiradas do livro Red Horizons, de Pacepa, subsequentemente publicado em 27 países. Após o presidente Carter ter aprovado o seu pedido de asilo político, Pacepa se tornou cidadão americano e trabalhou com agências de inteligência americanas contra o Bloco Oriental. A CIA elogiou a colaboração de Pacepa por ter proporcionado “uma contribuição importante e única para os Estados Unidos”. O seu livro mais recente, Disinformation, em coautoria com Ronald Rychlak, foi publicado pela WND Books em 2013.


A análise de que a mais recente onda de violência islâmica mundial – incluindo o ataque mortal à embaixada americana na Líbia e as novas ameaças do Irã – seja, de alguma forma, uma reação “espontânea” ao filme de baixo orçamento A Inocência dos Muçulmanos tem se revelado, na melhor das hipóteses, ingenuidade política e, na pior, um uso do episódio como bode expiatório, por ignorância ou intencionalmente.

Afinal de contas, até mesmo o presidente da Líbia, Yousef El-Magariaf, afirmou que, “sem dúvida”, o ataque havia sido “planejado”, enfatizando que os terroristas haviam escolhido uma “data específica para essa auto-denominada demonstração”.

Como quer que seja, o dia do assassinato do nosso embaixador, 11 de setembro de 2012, coincidiu com o exato dia em que o Kremlin comemorou um aniversário importante – 125 anos do nascimento de Feliks Dzerzhinsky, fundador da KGB, agora rebatizada FSB.

A minha experiência no topo da comunidade de inteligência do Bloco Soviético me dá uma sólida base para garantir que os ataques islâmicos às embaixadas americanas e o assassinato do nosso embaixador na Líbia, levados a cabo por lança-granadas, Kalashnikovs e coquetéis Molotov, foram tão “espontâneos” quanto os desfiles de Dia das Mães em Moscow – e também garanto que eles tẽm os mesmos organizadores.

Em 1972, tomei café da manhã com o então chefe da KGB, Yuri Andropov, em Moscow. O Kremlin, ele me disse, havia decidido converter o anti-semintismo árabe em credo anti-americano para todo o mundo muçulmano. A idéia era retratar os EUA como um país sionísta bélico financiado pelo dinheiro dos judeus e governado por um voraz “Conselho dos Sábios de Sião” (epíteto irônico da KGB para o Congresso americano) empenhado em fazer do resto do mundo um feudo judeu. Andropov salietou que um bilhão de inimigos poderia causar um dano muito maior do que apenas 150 milhões. Mesmo Maomé, disse ele, não havia restringido a sua religião aos países árabes.

O chefe da KGB descreveu o mundo muçulmano como uma placa de petri pronta para que nela cultivássemos o ódio contra os americanos, gerado a partir da bactéria do pensamento marxista-leninista. O anti-semitismo islâmico era profundo, disse ele. Os muçulmanos tinham uma tendência para o nacionalismo, jacobinismo e vitimologia, e as suas multidões iletradas e oprimidas poderiam ser facilmente insufladas até um ponto de ebulição. Tínhamos apenas de continuar repetindo, dia após dia, que os Estados Unidos eram um país sionísta bélico ávido por se apropriar do mundo inteiro.

A comunidade da KGB enfiou milhões de dólares e milhares de pessoas naquele projeto gigantesco. Até 1978, quando eu deixei a Romênia para sempre, apenas o meu serviço de espionagem romeno havia enviado cerca de 500 agentes infiltrados para diversos países islâmicos. Muitos deles eram religiosos, engenheiros, médicos, professores e instrutores de arte. De acordo com uma estimativa grosseira recebida de Moscow, até 1978 a comunidade de inteligência do Bloco Soviético como um todo havia enviado cerca de quatro mil agentes de influência para o mundo islâmico.

Até onde chegou a influência de todo esse esforço? Ninguém pode saber ao certo, mas mais de 20 anos de efeito cumulativo da disseminação de milhões de traduções árabes dos “Protocolos dos Sãbios de Sião” em todo o mundo islâmico retratando os Estados Unidos como um criminoso sionista deve ter deixado alguma marca. Veja a invasão à embaixada americana em Teerã em 1979, o atentado ao quartel dos marinesamericanos em Beirute em 1983, o atentado ao World Trade Center em Nova Iorque em 1993, a destruição das embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998 e os abomináveis ataques terroristas ao próprio EUA em setembro de 2001 que mataram quase três mil americanos.

Até 1978, quando eu finalmente criei coragem para romper com o maligno império soviético, fui testemunha dos esforços da inteligência do Kremlin para transformar o mundo muçulmano. Em 2006, relatei esses esforços à colunista americana Kathryn Jean Lopez e, dias depois, os descrevi em um artigo publicado por ela no National Review sob o título Russian Footprints (Pegadas Russas). No último mês de março, o artigo foi publicado novamente no site do historiador Daniel Pipes, diretor do Middle East Forum e editor da revista Middle East Quarterly, sob o título “Why has Pacepa been ignored on the cause of global terrorism and on the cause of the Arab Israeli conflict?”

Como repetitio est mater studiorum, permita-me tomar a liberdade de repetir, aqui e agora, alguns dos assuntos de que tratei naquele artigo. Hoje, eles realmente parecem fazer pleno sentido. Esses assuntos estão mais aprofundados e melhor documentados no meu livro “Disinformation”, escrito em co-autoria com o professor Ronald Rychlak, a ser lançado pela WND Books no início de 2013.

Sequestro de aviões comerciais: a arma escolhida pela KGB
De volta a 1969, Andropov me apresentou a uma nova arma no arsenal da KGB: o sequestro de aviões da companhia aérea nacional de Israel, a El Al. Andropov havia começado os seus imprecedentes 15 anos como chefe da KGB poucos meses antes da Guerra de Seis Dias em 1967 entre árabes e israelenses na qual Israel humilhou os mais importantes aliados da União Soviética no mundo árabe na época – Egito e Síria. Naqueles dias, esses dois países eram, na verdade, governados por conselheiros soviéticos. Como novo chefe da KGB, Andropov decidiu restabelecer o prestígio da KGB humilhando internacionalmente Israel.

Antes de 1969 terminar, terroristas palestinos, treinados na escola de operações especiais da KGB na cidade de Balashikha, a leste de Moscow, haviam sequestrado o primeiro avião da El Al e pousado na Argélia, onde 32 passageiros judeus foram mantidos reféns por cinco semanas. O sequestro havia sido planejado e coordenado pelo 13° Departamento da KGB conhecido no jargão de inteligência do Bloco Soviético comoDepartment for Wet Affairs (wet – úmido – era um eufemismo da KGB para sangrento). Para esconder a mão da KGB, Andropov fez a Frente Popular para a Libertação da Palestina (criada e financiada pela KGB) assumir o crédito pelo sequestro. Nos dois anos seguintes, vários terroristas palestinos (treinados pela KGB) assumiram o crédito pelo sequestro de 13 aviões de passageiros israelenses e ocidentais e pela explosão de um avião da Swissair em pleno vôo, matando 47 passageiros e a tripulação. Todos esses sequestros foram arquitetados pela KGB.

Certamente, não foi por acaso que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 foram cometidos por terroristas islâmicos usando aviões sequestrados.

Terrorismo – a principal arma do Kremlin contra o seu “Principal Inimigo”
“No mundo atual, em que as armas atômicas tornaram obsoleta a força militar, o terrorismo deveria ser a nossa principal arma contra contra o sionismo americano”. Isso era o que Andropov começou a pregar no início dos anos 1970. O enorme “sucesso” político granjeado pelo sequestro de aviões o encorajou a expandir o terrorismo internacional e mirar diretamente os Estados Unidos, durante anos chamado pela KGB de “Principal Inimigo” (glavnyy protivnik em Russo).

Em 1971, Andropov lançou a operação “Tayfun” (Tufão, em Russo), destinada a expandir o terrorismo anti-americano na direção da Europa Ocidental. Ele até estabeleceu uma “divisão socialista do trabalho” para mobilizar todo o bloco soviético em apoio ao seu novo terrorismo internacional. O serviço de inteligência tchecoslovaco foi encarregado de fornecer explosivo plástico inodoro (Semtex-H), indetectável por cães farejadores nos aeroportos. Em 1990, Vaclav Havel, presidente tchecoslovaco, reconheceu que o antigo regime comunista do seu país enviou secretamente cerca de mil toneladas desse explosivo para terroristas palestinos e líbios. Segundo Havel, apenas 200 gramas são o suficiente para explodir um avião comercial durante o vôo.

“O terrorismo mundial tem um estoque de Semtex para 150 anos” estimou Havel.

Por seu lado, os alemães orientais tinham de prover os terroristas com armas e munição. De acordo com documentos secretos descobertos nos arquivos da Stasi (clone da KGB na Alemanha Oriental) após a queda do Muro de Berlim, apenas em 1983 a Stasi abasteceu organizações terroristas secretas na Alemanha Ocidental com o equivalente a US$ 1.877.600 em munição para AK-47.

Os cubanos ficaram encarregados da produção em massa de dispositivos de disfarce para contrabandear os explosivos plásticos para os países-alvo. Em 1972, eu passei um “feriado de trabalho” em Havana como hóspede de Raul Castro, na época comandante das forças militares e das forças de segurança, e visitei o que se mostrou ser a maior fábrica do bloco soviético para a manufatura de malas de parede dupla e outros dispositivos de disfarce para infiltração secreta de armas em diversos países não comunistas. Sergio del Valle, chefe das forças de segurança de Cuba, me disse que o contrabando de armas para organizações terroristas era uma das suas principais tarefas na época.

O pedaço de pizza da Romênia nessa joint venture era produzir passaportes ocidentais falsos para os “guerreiros da liberdade” de Andropov. Durante os meus últimos seis anos na Romênia, a Securitate, polícia política do país, tornou-se o principal fabricante de passaportes falsos – alemão-ocidentais, austríacos, franceses, britânicos, italianos e espanhóis – do Bloco Soviético, os quais eram regularmente entregues a diversos grupos e organizações terroristas internacionais.

Em meados dos anos 1970, uma onda de terrorismo varreu a Europa Ocidental. A primeira maior realização da operação Tayfun foi o assassinato de Richard Welsh, chefe da representação da CIA em Atenas em 23 de dezembro de 1975. Seguiu-se um atentado a bomba ao general Alexander Haig, comandante da OTAN, em Bruxelas que, felizmente, não foi ferido, embora a sua Mercedez blindada tenha sido destruída. Depois, em rápida sucessão, vieram o ataque a míssil contra o general Frederick J. Kroesen, comandante das forças armadas americanas na Europa, que também escapou com vida; o ataque a granada contra Alfred Herrhausen, um dos principais presidentes do Deutsche Bank favoráveis aos americanos, que foi morto; e a tentativa de assassinato de Hans Neusel, secretário de estado pró-americano no Ministério do Interior da Alemanha Ocidental responsável pelos assuntos de segurança interna, que foi ferido.

Quando a União Soviética ruiu, aquelas operações terroristas felizmente acabaram e inúmeros terroristas patrocinados pela KGB foram presos na antiga Alemnha Oriental. Peter-Michael Diestel, que se tornou Ministro do Interior na Alemanha Oriental após a queda do governo comunista, reconheceu em 1990 que o Aeroporto Schõnefeld em Berlim Oriental havia sido durante anos um “trampolim da KGB para terroristas de todos os tipos”. Christian Lochte, oficial sênior do serviço de contra-inteligência da Alemanha Ocidental, afirmou que a KGB e o seu clone na Alemanha Oriental, a Stasi, fizeram “todo o possível para desestabilizar esse país e também o resto da Europa Ocidental”

Andropov: pai do anti-semitismo e do terrorismo internacional atuais
Na discussão do legado de Andropov, sovietologistas ocidentais normalmente se limitam a recordar a brutal supressão dos dissidentes políticos, o seu papel no planejamento da invasão da Tchecoslováquia em 1968 e sua pressão sobre o regime polonês para impôr a lei marcial. Por contraste, os líderes da comunidade de inteligência do Pacto de Varsóvia, quando eu era um deles, olharam para Andropov como o pai da nova era de influência política internacional concebida para ressuscitar o anti-semitismo em todo o mundo e converter o mundo islâmico no mortal inimigo do sionismo americano.

Em agosto de 1998, dois meses após o pupilo de Andropov e ex-general da KGB, Yevgeny Primakov, ter se tornado primeiro ministro da Rússia, o general Albert Makashov, um membro da Duma, alegou que os judeus estavam sendo pagos pelo sionismo americano para arruinar a pátria russa e clamou pelo “extermínio de todos os judeus da Rússia”. Dia após dia, as telas dos televisores russos mostraram-no gritando na Duma: “Vou capturar todos os Yids (denominação pejorativa para judeus) e mandá-los para o outro mundo”. No dia 4 de novembro de 1998, a Duma apoiou o pogrom de Makashov votando contra uma moção parlamentar (121 a 107) que censurava o seu discurso de ódio. No dia 7 de novembro de 1998, numa marcante demonstração do 81° aniversário da Revolução de Outubro, multidões de antigos oficiais da KGB mostraram o seu apoio ao general, cantando “hands off Makashov” e carregando cartazes com slogans anti-semitas.

A terrível decapitação do repórter do Wall Street Journal, Daniel Pearl, em 2002, resume o legado de Andropov. Khalid Sheikh Mohammed, mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001, cometeu o repulsivo assassinato de Pearl somente porque ele era um judeu americano.

Não é de admirar que, por ser profundamente anti-semita e anti-americano, Andropov tenha se tornado o primeiro chefe da KGB a galgar o trono do Kremlin. Em 1989, Andropov também se tornou o único chefe da KGB a ter o seu escritório transformado em santuário. Jornalistas ocidentais foram convidados a visitar Lubianka e devotamente conduzidos para ver a sala de conferências com a sua lareira de mármore, o seu escritório particular com outra lareira e o dormitório contíguo mobiliado de modo espartano com cama, refrigerador e mesa. Pelas descrições dos jornalistas, todos os ambientes se parecem exatamente com o que me lembro de ter visto da última vez que estive lá. Ainda mais admirável é o relato de que o santuário de Andropov tenha sobrevivido à queda da União Soviética.

A Rússia de hoje: a primeira ditadura de inteligência da história
A Rússia pós-comunismo realmente tem se transformado de forma imprecedente e positiva e uma jovem geração de intelectuais tem lutado para desenvolver uma nova identidade nacional para o país. Não obstante, independentemente do que lemos nos jornais, vemos na tv ou é dito pelo Departamento de Estado, a Rússia ainda não é uma democracia. Na verdade, a Rússia se tornou a primeira ditadura de inteliência da história e assim deve ser tratada.

Em 31 de dezembro de 1999, Vladimir Putin – outrora meu colega na KGB em minha outra vida – que meses antes havia manobrado para se tornar o primeiro ministro da Rússia, se entronizou no Kremlin como líder supremo, após um golpe no palácio da KGB. Em seguida, Boris Yeltsin, o primeiro presidente livremente eleito da Rússia, abandonou o campo de batalha e em rede nacional de TV anunciou a sua aposentadoria: “Entendo que é meu dever fazer isso” disse ele “e a Rússia deve entrar no novo milênio com novos políticos, com novas faces, com novas pessoas inteligentes, fortes e enérgicas. Em seguida, Yeltsin assinou um decreto transferindo o seu poder a Putin. Por seu lado, Putin assinou um decreto perdoando Yeltsin – que, diziam, estava envolvido em gigantescos escândalos de suborno – “quanto a quaisquer possíveis crimes” e garantindo a ele “imunidade total” contra ser processado (ou mesmo investigado) por “toda e qualquer” ação cometida durante o exercício do cargo. Putin também deu a Yeltsin uma pensão vitalícia e uma dacha do governo. Quid pro quo, diríamos.

Durante a Guerra Fria, a KGB era um estado dentro do estado. Sob o presidente Putin, a KGB, rebatizada FSB, é o estado. Três anos após Putin ter se sentado com estrondo no trono do Kremlin, cerca de seis mil antigos oficiais da KGB – a organização responsável por, sozinha, ter massacrado pelo menos 20 milhões de pessoas na União Soviética – estavam tocando o governo federal e os governos locais. Cerca da metade detodos os outros altos postos governamentais eram ocupados por antigos oficiais da KGB. Após ter cuidado disso, o recentemente nomeado presidente Putin trouxe de volta o velho e bom hino de Stalin, proibido desde a queda da União Soviética. Apesar do “novo” hino ter letra nova, ela fora escrita pelo mesmo velho poeta, Sergey Mikhalkov, autor da letra original louvando Stalin, Lênin, o Partido Comunista e a “indestrutível” União Soviética. Yelena Bonner, viúva de Andrey Sakharov, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, chamou o ressuscitado hino soviético de uma “profanação da história”. Putin discordou e disse: “Ultrapassamos as diferenças entre passado e presente”.

Em 12 de fevereiro de 2004, Putin afirmou que a fim da União Soviética foi uma “tragédia nacional em escala enorme” e, em julho de 2007, ele previu uma nova Guerra Fria contra o Ocidente.

“A guerra começou” anunciou Putin no dia 8 de agosto de 2008, minutos após o presidente George W. Bush e outros líderes mundiais, reunidos em Pequim para assistir a cerimônia de abertura das Olimpíadas, terem ficado chocados ao saberem que tanques russos haviam invadido a Geórgia.

Seria muito irreal sugerir que essa nova Rússia lembra a imagem hipotética de uma Alemanha pós-guerra governada por antigos oficiais da Gestapo, que restabelecessem o “Deutschland Über Alles” de Hitler como hino nacional, qualificassem o fim da Alemanha Nazista como uma “tragédia nacional em escala enorme” e invadissem um país vizinho, talvez a Polônia, do mesmo modo como Hitler ocasionou a Segunda Guerra Mundial?

Na Rússia, quanto mais as coisas mudam, mais parecem ficar na mesma
Durante aqueles dias em que Andropov era o chefe da KGB e eu estava no topo da comunidade de inteligência exterior do Bloco Soviético, havia uma faixa em meu escritório dizendo, em letras maiúsculas: A ESPIONAGEM CAPITALISTA RELATA A HISTÓRIA. NÓS A FAZEMOS. No bloco soviético, os nossos oniscientes ditadores não queriam que lhes mandássemos informações. Eles sempre sabiam mais e, na verdade, eles se sentiam ofendidos quando nós, chefes da inteligência, tentávamos contar a eles algo novo. Como exemplo clássico desse tipo de mentalidade, ainda se conserva um relatório de inteligência enviado a Stalin em maio de 1941 prevendo que Hitler poderia atacar a União Soviética em junho daquele ano. Nesse relatório, Stalin rabiscou uma nota dizendo: “Pode mandar a sua ‘fonte’ para a pqp. Ele é um dezinformator.” Em 22 de junho de 1941, Hitler realmente invadiu a União Soviética, que pagou um alto preço por Stalin ter usado mal o serviço de inteligência dando a ele apenas a função de dizer ao mundo o quão grande ele – Stalin – era. Dez milhões de militares e 14 milhões de civis foram mortos. Mais 5 milhões foram feitos prisioneiros pelos nazistas.

Stalin e os seus sucessores no Kremlin continuaram usando os seus aparatos de inteligência para engrandecer as suas próprias regras e a sua própria estatura, por meio, simplesmente, da estratégia de alterar o passado histórico e o presente visível para que se acomodassem aos seus planos para o futuro. Dentro da nossa comunidade de inteligência do Bloco Soviético, isso era chamado de dezinformatsiya, e era apresentada como uma ciência eminentemente russa e extraordinariamente efetiva. Durante a Guerra Fria, mais gente trabalhou para a dezinformatsiya do que para todo o exército soviético e indústria de defesa somados. Poucos outsiders sabiam disso, porque o assunto ficava imerso em segredo.

Essa prática secreta e esse exército de desinformação invisível foram ressuscitados sob a presidência de Putin, conforme descrito com riqueza de detalhes no livro sobre desinformação, a ser lançado em breve, cuja autoria dividi com o professor Rychlak. O totalitarismo precisa sempre de um inimigo tangível, e os Estados Unidos, retratado pela KGB durante os 47 anos da Guerra Fria como o seu “Principal Inimigo”, continua a ser pintado pela administração de Putin como o principal inimigo do país.

Tão logo o presidente Putin e os seus antigos oficiais da KGB começaram a governar a Rússia, eles levaram o país de volta ao acampamento dos tradicionais clientes da União Soviética – os quais haviam sido os mais mortais inimigos dos EUA. Putin já começou favorecendo precisamente os três governos classificados pelos EUA como o “eixo do mal” – Irã, Iraque e Coréia do Norte.

Em março de 2002, Putin silenciosamente retomou a venda de armas para o ditador do Irã, Aiatolá Khamenei, e, secretamente, começou a ajudar o governo terrorista daquela nação a alcançar a produção de armas nucleares e a desenvolver mísseis balísticos capazes de transportar ogivas nucleares ou armas químicas até qualquer alvo no Oriente Médio ou na Europa. Em agosto de 2002, Putin concluiu um acordo comercial de 40 bilhões de dólares com o tirânico regime iraquiano de Saddam Hussein. Em seguida, pouco antes de setembro de 2002, quando os EUA se preparavam para chorar as vítimas do ataque terrorista do ano anterior, Putin recebeu em Moscow, com grandes honras, o desprezível ditador da Coréia do Norte, Kim Jong II.

Em seguida, os antigos oficiais da KGB instalados no Kremlin começaram a armar os terroristas árabes anti-americanos, exatamente como haviam feito no tempo da União Soviética. Em 12 de julho de 2006, militantes do Hezbollah (“Partido de Deus”), uma organização fundamentalista muçulmana anti-semita, lançou um grande ataque de foguetes contra Israel, que foi seguido por uma contra-ofensiva israelense de 34 dias de duração. Muitas das caixas de armas do Hezbollah capturadas pelas forças de Israel durante o episódio traziam a identificação: “Cliente: Ministério da Defesa da Síria. Fornecedor: KBP, Tula, Rússia.”

Em outubro de 2010, o mesmo Hezbollah apoiado pela Rússia realizou um treinamento simulando a invasão de Israel. O Gulf Research Centre, financiado pela União Européia, que fornece a jornalistas uma vista interna da área do Oriente Médio, descobriu que as forças militares do Hezbollah estavam armadas com uma grande quantidade de “foguetes Katyusha-122 de fabricação soviética, que carregam uma ogiva de 15 kg.” O Hezbollah também estava armado com fogutetes Fajr-5, projetados pela Rússia e fabricados pelo Irã, capazes de alcançar o porto israelense de Haifa, e com foguetes Zelzal-1 projetados pela Rússia, com capacidade de alcançar Tel Aviv. O Hezbollah também possuía os infames mísseis russos Scud, bem como os mísseis russos anti-tanques AT-3 Sagger, AT-4 Spigot, AT-5 Spandrel, AT-13 Saxhorn-2 e AT-14 Spriggan Kornet.

Em março passado, o candidato presidencial americano Mitt Romney classificou a Rússia como inimigo geopolítico número 1 dos EUA. Enquanto dizia que a maior ameaça atual ao mundo é um “Irã nuclear”, o presidenciável falou dura e esperançosamente contra o Kremlin por ele, consistentemente, “apoiar os piores atores mundiais”, referindo-se ao veto da Rússia à resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria.

O expansivo presidente russo da época, Dmitry Medvedev, afirmou que as observações de Romney tinham um quê hollywoodiano e mandou o americano olhar o relógio. “Estamos em 2012, não na década de 1970” disse Medvedev.

Os EUA precisam de uma política externa realista
A política americana atual em relação à Rússia de Putin é denominada “Reset”, erroneamente traduzida pelo Departamento de Estado como peregruzka, cujo significado é “overcharged”. Há alguns poucos significados para “reset” nos dicionários, mas todos tendem a significar “restore” (exceto na Escócia, onde “reset” é o termo legal para receptação).

A ditadura de inteligência da Rússia é, não obstante, um fenômeno político totalmente novo e precisamos de uma política externa totalmente nova para lidar com ele. Caso contrário, podemos enfrentar uma nova Guerra Fria, uma guerra que ameaça ser não apenas fria mas também sangrenta.

Não sei qual deve ser a nossa nova política externa em relação à Rússia. Não tenho acesso a informações confidenciais e não tenho vontade de representar o papel de general de poltrona. Os tagarelas sabe-tudo da mídia americana não são mais espertos do que eu. Eu tenho, entretanto, boas razões para sugerir que a nossa administração e o Congresso dêem uma boa olhada no documento NSC 68/1950 do presidente Truman.

O relatório NSC 68/1950 do National Security Council não culpa filmes ou livros pela Guerra Fria e pelos ataques terroristas contra os Estados Unidos. Aquele documento “pé-no-chão” de 58 páginas descrevia os desafios que os Estados Unidos enfrentavam em termos realistas.

“As questões que enfrentamos são graves” afirmou NSC 68/1950 “envolvendo a sobrevivência ou a destruição não apenas dessa República mas da própria civilização.”

Por isso, o NSC 68/1950 focou na criação de uma “nova ordem mundial” centrada nos valores americanos liberal-capitalistas e continha uma estratégia política dupla: poder militar superior e uma “Campanha da Verdade”, definida como uma “luta, acima de tudo, pelas mentes dos homens.” Truman argumentou que a propaganda usada pelas “forças do comunismo imperialista” somente podia ser vencida pela “verdade nua e crua”. A Voice of America, Radio Free Europe e Radio Liberation (depois Radio Liberty) se tornaram parte da “Campanha da Verdade” de Truman.

Se você ainda quer saber como os Estados Unidos foi capaz de vencer a Guerra Fria sem disparar um único tiro, eis uma explicação do segundo presidente romeno pós-comunista, Emil Constantinescu:

A Radio Free Europe tem sido muito mais importante do que os exércitos e os mais sofisticados mísseis. Os “mísseis” que destruíram o comunismo foram lançados pela Radio Free Europe e esse foi o mais importante investimento de Washington durante a Guerra Fria. Não sei se os americanos percebem isso hoje, sete anos após a queda do comunismo, mas nós entendemos isso perfeitamente bem.

A metáfora do presidente Constantinescu não é exagerada. De acordo com a mídia romena pós-comunista, em 1988 e 1989, quando a Radio Free Europe estava serializando o meu livro Red Horizons, as ruas de Bucareste estavam vazias. Os romenos estavam ansiosos para ver o seu glorificado tirano nu, como ele realmente era – um iletrado traficante de drogas e terrorista internacional que amealhou uma fortuna pessoal vendendo secretamente armas e o povo romeno em troca da moeda ocidental. No Natal de 1989, Ceausescu foi executado pelo seu próprio povo, ao fim de um julgamento no qual as principais acusações haviam sido tiradas do meu livro. Hoje, a Romênia é um membro da União Européia e da OTAN.
Artigo de Ion Mihai Pacepa publicado no World Net Daily em 23 de setembro de 2012.
Tradução: Ricardo Hashimoto  Do site: http://www.midiasemmascara.org/

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

BUFÃO ACINTOSO


O “Comandante Máximo”, que se acha um sujeito “safo” na sua eterna permissividade, é um péssimo exemplo que nos leva à desídia e à dissolução.

No clássico romance “Os Irmãos Karamazov”, Dostoievski nos fala de um personagem abjeto, Fiodor Pavlovitch, o Karamazov pai, sujeito que embute na alma corrompida a “volúpia de mentir”. O gigante russo, abarcando como nenhum outro os abismos da alma humana, considera, com agudo senso psicológico, que o sujeito que mente a si próprio e que mergulha na própria mentira, acaba por não poder mais discernir a verdade, nem em si mesmo, nem em torno de si, deixando, portanto, de respeitar a si próprio e aos outros.

Dostoievski tem o velho Karamazov, assassinado pelo próprio filho (Smerdiakov), na conta de um debochado contumaz e lança suas luzes sobre o tipo: “Os embusteiros calejados, que passam a vida inteira mentindo, têm momentos que tomam o seu papel tão a sério que chegam a chorar e a tremer de emoção, embora nesse mesmo instante (ou um segundo depois) possam dizer a si próprios: - Mentes, velho sem-vergonha; não passas de um palhaço, apesar de toda tua ‘santa’ ira e do teu ‘santo’ minuto de cólera”.

Tudo bem medido e pesado, não há diferença básica entre o tragicômico personagem do romancista russo e a figura farsesca de Lula. No caso do vosso velho sindicalista, o exercício diuturno da mentira, para além de manifesta degeneração de caráter, revela uma forma voluptuosa de prazer: no frigir dos ovos, Lula da Silva goza mentindo – e eis a explicação pertinente encontrada pelo escritor russo, que, ademais, no romance, associa o vício incontrolável de mentir à histeria compulsiva do Karamazov pai.

Muito bem. Desde o episódio em que o Ministério Público Federal, baseado em fatos, denunciou o líder do PT como “comandante máximo” do esquema de corrupção montado para saquear a nação, armou-se, em pífia resposta, a encenação de lastimável ópera-bufa. Nela, como émulo do Karamazov pai, saracoteia a figura de Lula da Silva, a um só tempo, patética e burlesca.

Com efeito, sem argumentos válidos para contestar a denúncia sobre os milhões subtraídos dos cofres públicos, o milionário do ABC, no centro do picadeiro habitual, depois de beijar a camisa vermelha, chorar, bufar, esganiçar e se comparar a Getúlio Vargas, JK, Jango e ainda, num ato de estúpida bravata, ao próprio Jesus Cristo - terminou por jurar que, uma vez comprovada sua culpa, “ia a pé”, de São Bernardo a Curitiba, “para ser preso” .

Pior: mais tarde – mesmo sabendo que a mulher de Guido Mantega fazia simples exame de colonoscopia, considerado procedimento de rotina pela filha do ex-ministro preso – Lula vociferou, roufenho de tanto mentir, que a prisão do encalacrado petista era uma falta de “humanitarismo” da PF, silenciando, no entanto, quanto ao achaque de Mantega ao trêfego Eike Batista, o empresário “forte” do governo petista cevado na grana manipulável do BNDES.

Como todos sabem, os comunistas vivem da e para a mentira. Fidel Castro, o Vampiro do Caribe, por exemplo, se jactava de mentir em discursos enfadonhos nos quais castigava o povo cubano (a ouvi-lo de pé) por mais de 12 horas; Stalin, genocida por vocação, mentia sem pestanejar, em especial quando promovia jantares para homenagear camaradas do PC que mandava fuzilar no dia seguinte; por sua vez Lenin, carniceiro-mor, mentia de forma consciente quando iludia o povo com promessas de fortuna igualitária nunca estabelecida na malfada Rússia dos Sovietes; e Mao, o grande pedófilo, sacrificou literalmente 75 milhões de chineses com a campanha do “Grande Salto Para Frente”, mentindo que iria melhorar a vida da população em tempo recorde.

E Lula? Bem, este mente por convicção. Certa vez escrevi que Lula mente até quando diz a verdade – se isto é possível. Mário Morel, autor da biografia “Lula, o Metalúrgico”, narra episódio em que um jovem aprendiz de torneiro mecânico pede ao patrão para fazer hora extra, aos sábados, pois precisa de dinheiro. O dono da fábrica de autopeças resiste, depois cede e avança algum dinheiro ao aprendiz, que não cumpre o trabalho. Cobrado pela falta, Lula, em resposta, diz que estava mentindo e, no deboche, pelas costas, manda o patrão “vtnc”.

O “Comandante Máximo”, que se acha um sujeito “safo” na sua eterna permissividade, é um péssimo exemplo que nos leva à desídia e à dissolução. Nunca se matou tanto, nunca se roubou tanto, nunca se mentiu tanto no Brasil.

Chegou a hora de trancafiá-lo.
Publicado na coluna do jornalista Claudio Humberto.
Foto: Dida Sampaio
Por: Ipojuca Pontes, cineasta, jornalista, e autor de livros como 'A Era Lula', 'Cultura e Desenvolvimento' e 'Politicamente Corretíssimos', é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi Secretário Nacional da Cultura.
Do site: http://www.midiasemmascara.org/

A IMPORTÂNCIA DO PH NO VINHO

Enófilos iniciantes adoram conversar sobre o perfil aromático de um determinado vinho. Assim que seu conhecimento se aprofunda, a atenção se volta para discussões sobre a estrutura dos taninos, textura e harmonia entre açúcares e ácidos, complexidade, e assim por diante. O elemento pH raramente é mencionado, apesar de ser um dos fatores mais importantes, pois afeta o aspecto visual, o aroma, o paladar, assim como a longevidade de um vinho.


O conceito de pH pode ser difícil de entender para quem não é cientista, mas o objetivo é explicá- lo usando uma terminologia cotidiana. Sofra comigo nos próximos 30 segundos e, depois, será mais fácil entender o impacto disso no vinho.

O conceito de pH teve origem com o bioquímico dinamarquês Soreson (1868-1939). O termo é francês, “pouvoir hydrogène”, significando o poder do hidrogênio. Ele mede a concentração de hidrogênio presente numa solução usando um medidor de pH, numa leitura direta. Em termos simples, ele mede a força da acidez. A escala vai de 0 a 14, com 0 sendo muito ácido e 14 alcalino (soda cáustica). Com pH 7, a solução é neutra, como é o caso da água pura destilada.

Vinhos são naturalmente ácidos, com a maioria indo de 2,8 a 4,0. Por exemplo, um Riesling alemão pode alcançar um pH de 2,9. Em uma primeira impressão, a variação de pH é pequena, no entanto, mesmo mínimas diferenças, de 0,1, possuem impacto no aspecto visual, no perfil aromático, nas características organolépticas e na capacidade de envelhecimento dos vinhos.

Este tópico é extremamente complexo. Para torná-lo mais simples e relevante para o consumidor, diversas questões-chave como a relação entre pH e acidez, dióxido de enxofre, fermentação malolática, proteínas e tartaratos não serão discutidas. Ainda, deve-se dizer que o nível de pH pode ser manipulado tanto no vinhedo quanto na vinícola, mas é melhor deixar isso para os enólogos. Nossa meta é entender como o pH afeta o que vemos e o que sentimos no nariz e na boca, assim como o impacto na capacidade de envelhecimento a partir do ponto de vista do consumidor.

pH e a cor do vinho

Mesmo para um degustador experiente é complicado aferir os níveis de pH. Contudo, os elementos visuais podem dar algumas pistas. Nos vinhos tintos, níveis de pH muito baixos estão acompanhados por uma cor roxa brilhante. Assim que o pH vai aumentando, sombras azuladas aparecerão. Em níveis altos de pH, reflexos marrons ficam evidentes.

Usando a Itália como exemplo, somos capazes de comparar a Negroamaro do clima quente do sul – que tende a apresentar notas amarronzadas muito prontamente, indicando altos níveis de pH – contrastando com o Valpolicella, proveniente do norte, que é frequentemente dominado pela uva Corvina e tende a apresentar notas jovens roxas, indicando um vinho com baixo nível de pH.

Nos vinhos tintos, níveis de pH muito baixos estão acompanhados por uma cor roxa brilhante. Assim que o pH vai aumentando, sombras azuladas aparecerão. Em níveis altos de pH, reflexos marrons ficam evidentes

Aroma

Além de como ele se mostra, o pH também afeta os aromas. Até a mesma variedade de uva pode ter diferentes tipos de aroma dependendo de onde são cultivadas. Claro que isso pode ocorrer devido a vários fatores, incluindo clima, tipo do solo, práticas vinícolas e escolhas feitas durante o processo de vinificação.

Deixando tudo isso de lado, uma Cabernet Sauvignon com baixos níveis de pH apresentará notas jovens de frutas vermelhas frescas. Por contraste, a mesma variedade, com níveis mais altos de pH, tende a apresentar notas de frutas negras e chocolate. Isso também fica evidente na hora da degustação. Muitos produtores concordam que, em níveis baixos de pH, a fermentação ficará mais lenta, resultando em um sabor melhor. Com pH 3,6, o que é relativamente alto para uma uva como a Sauvignon Blanc, o sabor será áspero, embotado e fraco. Com um pH menor, por volta de 3, um vinho pode se tornar muito azedo.

Como todo o resto, o nível ideal é algo mediano. Em termos gerais, o nível perfeito de pH para brancos deve estar entre 3,1 e 3,4. Para tintos, a maioria dos produtores prefere atingir níveis ao redor de 3,3 e 3,6. O Katnook Estate, na Austrália, foca em níveis em torno de 3,3 e 3,4.

Envelhecimento

O nível de pH tem impacto direto na capacidade de envelhecimento de uma garrafa. Geralmente, um vinho com níveis de pH mais baixos terá maior longevidade. Vinhos de regiões mais frias, onde bate menos sol, tendem a ter maior acidez e pH mais baixo. Estes, por sua vez, tendem a durar mais. Se alguém tem em sua adega uma garrafa de Chablis Premier Cru e uma de um Chardonnay australiano do sudeste da Austrália, é fácil adivinhar qual delas vai envelhecer com mais elegância.

O nível de pH varia de acordo com as condições da safra. Segundo Frederic Magnien, um qualificado produtor da cidade de Morey St. Dennis na Borgonha, o nível de pH dos vinhos de 2003 ficou ao redor de 3,8, em contraste com os 3,4 normais. Com essa informação, acreditamos que os vinhos de 2003 podem não envelhecer tanto quanto uma safra típica na Borgonha, cujo pH foi mais baixo.

O nível de pH tem impacto direto na capacidade de envelhecimento de uma garrafa. Geralmente, um vinho com níveis de pH mais baixos terá maior longevidade. Vinhos de regiões mais frias, onde bate menos sol, tendem a ter maior acidez e pH mais baixo. Estes, por sua vez, tendem a durar mais.

pH interfere em estilo e qualidade

A questão é: quão importante é o pH para o vinho? A resposta: os níveis de pH estão intrinsecamente ligados ao estilo e qualidade dos vinhos. O pH relativamente baixo, na faixa de 3,1 a 3,4, parece ser pré-requisito para a produção de vinhos de alta qualidade com solidez. Este é um aspecto essencial, mas dificilmente mencionado pelos connoisseurs.

Não precisamos ser cientistas ou enólogos para entender o básico, porém agora sabemos. Entretanto, da próxima vez que alguém ao seu lado estiver com uma taça de vinho, sugiro que você resista à tentação de conversar sobre a importância do pH. Não é um tópico apropriado se você quiser começar uma conversa alegre para fazer novos amigos ou impressionar alguém do sexo oposto. É legal saber, porém talvez seja melhor resistir à tentação.
Por: DOUGLAS WURZ  14 de maio de 2016

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

OS "VIRTUOSOS" NOVOS NAZISTAS

Em vez de se preocuparem com o terrorismo islamista e o ninho de jihadistas acantonados em Molenbeek em Bruxelas, há racistas na Europa que querem destruir Israel, a única democracia no Oriente Médio.


Todos eles afirmam falsamente serem "pacíficos", usando meios "econômicos" para corrigir "injustiças" nos territórios palestinos. No entanto eles nunca tentaram corrigir injustiças cometidas pelos governos corruptos, repressivos da Autoridade Palestina e do Hamas em Gaza, nem mesmo protagonizar a imprensa livre, o estado de direito ou a edificação de uma economia estável. Suas verdadeiras motivações racistas estão desmascaradas.

As linhas pré ou pós-1967 são apenas um álibi para esses novos nazistas. Muitos consideram Israel em sua totalidade, ilegal, imoral, ou as duas coisas juntas -- ainda que os judeus tenham estado nesta terra há 3.000 anos -- parte dela ainda é chamada de Judeia. Sua ânsia em acusar os judeus de terem a audácia de "ocupar" a sua própria terra histórica, bíblica, só revela a conivência com as mentiras mais obscuras dos extremistas islâmicos, os quais estão tentando destruir os cristãos coptas autóctones em sua terra nativa do Egito e os cristãos assírios autóctones que estão sendo massacrados no Oriente Médio. Será que os franceses também deveriam ser acusados de estarem "ocupando" a Gália? Basta olhar para qualquer mapa da "Palestina", que será possível ver o Estado de Israel coberto por inteiro: para muitos palestinos toda a terra de Israel é uma única colônia gigante que tem que ser desmontada.

Conheça os bandos dos novos nazistas, posando como defensores da Justiça e da Virtude, em busca de novas políticas de extermínio de Israel e, logo em seguida, dos judeus.

"Na Alemanha nazista", conforme observa Brendan O'Neill no Wall Street Journal, "era a fúria total para tornar a cidade Judenfrei (sem nenhum judeu)".

"Agora uma nova moda está assolando a Europa: tornar a cidade ou o município naquilo que poderíamos chamar de Zionistfrei -- livre de produtos e da cultura do estado judeu. Por todo o continente, cidades estão se declarando zonas livres de Israel, afastando seus cidadãos de produtos e da cultura israelenses. Ecos monstruosos do que aconteceu há 70 anos".

Os nazistas diziam "kauft nicht bei Juden": não compre de judeus. O slogan destes novos racistas é "kauft nicht beim Judenstaat": não compre nada do estado judeu. Os nazistas entoavam palavras de ordem: "Geh nach Palästina, du Jud": vá para a Palestina, judeu. Os racistas na Europa gritam "Judeus fora da Palestina"!

Vamos olhar mais de perto e ver quem são eles. A Câmara Municipal de Leicester, por exemplo, aprovou recentemente a proibição da venda de produtos "made in Israel". Pense no seguinte: uma cidade sem produtos israelenses. Não estamos falando da Alemanha nazista de 1933, trata-se de uma cidade britânica administrada pelos trabalhistas em 2016. Dois conselhos galeses, de Swansea e Gwynedd, bloquearam parcerias comerciais com empresas israelenses. Em Dublin, o famoso restaurante Exchequer, decidiu não usar produtos israelenses. A cidade irlandesa de Kinvara tornou-se "livre de Israel". Na Espanha a cidade deVillanueva de Duero já não distribui água israelense em seus edifícios públicos. A cidade francesa de Lille congelou um acordo com a cidade israelense de Safed.

Boicote aos produtos produzidos por judeus, naquela época e agora.

Sob pressão racista a empresa aérea Brussels Airlines, da qual a Lufthansa participa parcialmente, decidiu que não servirá mais na sobremesa a halva da marca israelense Achva. Um ativista do Movimento de Solidariedade Palestino, saindo do Aeroporto Ben Gurion em Tel-aviv para Bruxelas se viu servido com a sobremesa produzida em Israel. Este nazista light se queixou à companhia aérea, que rapidamente retirou a iguaria do cardápio (após manifestações de indignação, a empresa aérea voltou atrás). Em vez de se preocuparem com o terrorismo islamista e com o ninho de jihadistas acantonado em Molenbeek em Bruxelas, há racistas na Europa que querem destruir Israel, a única democracia no Oriente Médio.

Um caso embrionário na tentativa de destruir Israel por meios econômicos ocorreu em 1980, quando a L'Oreal comprou a empresa de cosméticos Helena Rubinstein. Os regimes árabes ameaçaram cortar os lucrativos relacionamentos com a empresa multinacional caso ela não cortasse os laços com Israel. Em vez de rejeitar a chantagem, a L'Oreal cedeu à chantagem. Hoje, este antissemitismo não é liderado por países árabes nem por países ocidentais. Por exemplo, a França recentemente proibiu chamamentos em casos de boicote, se for apenas e tão somente em relação ao Estado de Israel. As campanhas de ódio e as políticas nazistas de hoje estão sendo lideradas em grande parte por empresas, universidades, sindicatos e grupos hipócritas assim chamados de "direitos humanos", bem como outras ONGs.

E, vergonhosamente, igrejas. Em 11 de agosto de 2016 a Igreja Evangélica Luterana dos Estados Unidos (ELCA), pediu ao governo dos EUA para acabar com toda e qualquer ajuda a Israel e abraçar as táticas para destruir o país pela via econômica. No inverno passado, aIgreja Metodista dos Estados Unidos também de maneira anticristã deixou de trabalhar com cinco bancos israelenses.

Todos eles afirmam falsamente serem "pacíficos", usando meios "econômicos" para corrigir "injustiças" nos territórios palestinos. No entanto, eles nunca tentaram corrigir injustiças cometidas pelos governos corruptos, repressivos da Autoridade Palestina e do Hamas em Gaza, nem mesmo protagonizar a imprensa livre, o estado de direito ou a edificação de uma economia estável. Suas verdadeiras motivações racistas estão desmascaradas. Eles simplesmente estão alinhados e coordenados com a estratégia violenta dos palestinos e muçulmanos fundamentalistas do Ocidente -- aqueles mesmos que permanentemente se recusaram a fazer a paz com Israel, isto por sete décadas, colocando em primeiro plano o terrorismo.

Esta guerra assimétrica, empreendida pela primeira vez desde o Holocausto de 6 milhões de judeus, recentemente também quebrou um tabu alemão. Ao que tudo indica, para certos alemães, a velha sede de sangue nunca terminou -- ela simplesmente estava em estado latente. O sindicato dos professores da cidade de Oldenburg acaba de publicar um artigo em sua revista, na edição de setembro, conclamando "um boicote total ao estado judeu", segundo o jornal Jerusalem Post trata-se "da primeira conclamação para boicotar Israel ou os judeus por um sindicato alemão desde o Holocausto". Fazendo jus à sua retratação, embora tardia, em 5 de setembro o sindicato dos professores de Oldenburg se desculpou, rotulando o boicote de "grande equívoco" além de "antissemita".

A União Europeia assinou um acordo com o Marrocos, que está em litígio territorial com a Argélia, mas, apesar disso, se reservou o direito de explorar os recursos do Saara Ocidental; não foi lançada nenhuma campanha em sinal de protesto. Também não se ouviu falar de nenhum protesto contra a Turquia no tocante à ocupação do Norte do Chipre ou quanto à prisão em massa de dissidentes, jornalistas e acadêmicos. Não, a política de boicote é direcionada exclusivamente contra o estado judeu, que ostenta um dos mais altos níveis de liberdade acadêmica, liberdade de imprensa e de igualdade perante a lei do planeta. A política de boicote é feita em "3-D", conforme observa o verdadeiro defensor dos direitos do homem, o dissidente soviético, Natan Sharansky, em seu livro The Case For Democracy:
dois pesos e duas medidas: visar apenas e tão somente Israel entre os 200 litígios territoriais, do Tibete à Ucrânia.
Demonização: comparação das atitudes de Israel a dos nazistas quando na realidade as pessoas que fazem a comparação é que deveriam ser comparadas aos nazistas.
Deslegitimação: negar o direito de Israel à existência.

A hipocrisia racista é tão transparente quanto pérfida.

Eles também estão sujeitando as universidades de Israel a uma campanha neonazista "silenciosa" vinda de universidades sem princípios: enviar menos convites, rejeitar mais artigos e usar os padrões das Leis de Nuremberg do Terceiro Reich para excluir a participação de judeus. A Universidade de Syracuse acaba de desconvidar para uma conferência Simon Dotan, um professor judeu da New York University e cineasta premiado, natural da Romênia, criado em Israel e atualmente residente nos Estados Unidos. A comentarista Caroline Glick observa:

"A decisão de Hamner não teve nada a ver com a qualidade do trabalho de Dotan. Ela admitiu até certo ponto que... Dotan foi desconvidado porque ele é israelense e também porque o título de seu filme The Settlers (Os Colonos), não deixa claro de imediato se ele vilipendia o suficiente o meio milhão de judeus israelenses que vivem na Judeia e Samaria".

Entre outros no mundo acadêmico que aprovaram estas medidas neonazistas encontra-se a historiadora britânica Catherine Hall e, vergonhosamente, o gravemente enfermo Stephen Hawking, que é capaz de falar graças apenas a um dispositivo de voz israelense.

Esta campanha de boicote acadêmico teve início quando Oren Yiftachel, um estudioso da Universidade Ben Gurion teve um trabalho acadêmico rejeitado pelo periódico Political Geography. A rejeição veio com uma nota informando-o que a revista não poderia aceitar o envio do trabalho de "Israel", seu trabalho foi enviado de volta sem ser aberto. A editora St. Jerome Manchester, especializada em traduções, recusou-se a enviar obras acadêmicas para a Universidade Bar Ilan em Israel. A revista britânica Dance Europe se recusou a publicar um artigo sobre a coreógrafa israelense Sally Anne Friedland; Richard Seaford se recusou a fazer uma avaliação crítica de um livro para a revista israelense Antiquity Scripta Classica Israelica. O professor de patologia da Universidade de Oxford Andrew Wilkie, rejeitou aceitar a papelada de inscrição para doutorado de Amit Duvshani da Universidade de Tel Aviv. Wilkie assinalou na rejeição: "de jeito nenhum eu aceitarei alguém que serviu no exército de Israel".

Estes neonazistas disseminam sua mensagem em universidades, igrejas, empresas e municípios. Adotam medidas tais como petições aos professores, perseguições em público, ameaças de ações na justiça (guerra assimétrica), manifestações em frente a lojas e muitas vezes apenas gritaria, intimidação, ameaças e concentração de pessoas.

Eles são, obviamente, incapazes de abalar a florescente economia israelense, mas estão indubitavelmente tentando botar mais lenha na fogueira do clima racista de desconfiança e hostilidade contra Israel e os judeus nos quatro cantos da terra. A Swedish Coop parou de vender bombas de gaseificação produzidas pela SodaStream de Israel, o maior fundo de pensão holandês, o PGGM, retirou os investimentos de cinco instituições financeiras israelenses. A Vitens, a maior fornecedora de água potável da Holanda cortou os laços com a sua homóloga israelense Mekorot. A loja de departamentos KaDeWe, a maior da Europa localizada em Berlim suspendeu as vendas de vinho israelense (depois voltou atrás). A maior cooperativa da Europa, a Co-operative Group no Reino Unido, introduziu uma política discriminatória em relação a produtos israelenses. O McDonald's se recusou a abrir uma lanchonete na cidade israelense de Ariel, em Samaria. A Universidade de Johannesburgcortou relações com a Universidade Ben-Gurion de Israel. Sindicatos acadêmicos de médicos a arquitetos, do Reino Unido e do Canadá, também apoiaram as novas Leis de Nuremberg contra Israel. Dezenas de artistas, principalmente músicos e cineastas, têm, assim como os nazistas originais, se recusado a realizar suas performances em Israel ou cancelaram suas apresentações. Muitos fundos de pensão deixaram de trabalhar com Israel. O Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, levantou "questões éticas", polêmicas, incluindo o Banco Hapoalim de Israel na lista negra de empresas.

As linhas pré ou pós-1967 são apenas um álibi para esses novos nazistas. Muitos consideram Israel em sua totalidade, ilegal, imoral, ou as duas coisas juntas -- ainda que os judeus tenham estado nesta terra há 3.000 anos -- parte dela ainda é chamada de Judeia. Sua ânsia em acusar os judeus de terem a audácia de "ocupar" a sua própria terra histórica, bíblica, só revela a conivência com as mentiras mais obscuras dos extremistas islâmicos, os quais estão tentando destruir os cristãos coptas autóctones em sua terra nativa do Egito e os cristãos assírios autóctones que estão sendo massacrados no Oriente Médio. Será que os franceses também deveriam ser acusados de estarem "ocupando" a Gália? Basta olhar para qualquer mapa da "Palestina", que será possível ver o Estado de Israel coberto por inteiro: para muitos palestinos toda a terra de Israel é uma única colônia gigante que tem que ser desmontada.

No lugar de Israel, eles facilitariam a criação de mais um estado árabe-islâmico que irá suprimir a liberdade de expressão de artistas, jornalistas e escritores; que irá expulsar os cristãos de suas casas; que irá apedrejar homossexuais até a morte; que torturará os detidos nas prisões, que condenará à morte inocentes simplesmente por desejarem se converter ao cristianismo; que irá condenar alguém a flagelação, prisão ou morte pela simples alegação de que tenha dito alguma coisa a alguém que pudesse considerar ofensivo ao Islã; que obrigará as mulheres a usarem véus e viverem alienadas; que glorificará terroristas; que proibirá bebidas alcoólicas; que encarcerará pessoas por expressarem opiniões divergentes; que incentivará a criação de uma nova categoria de refugiados muçulmanos: aqueles que fugiriam alegremente de um regime opressivo e assassino.

Esses novos nazistas se valem, ao invés vez de uma argumentação, de slogans falsos e enganosos como "estado apartheid", "ocupação", "repressão", "infrator do direito internacional" (que Israel meticulosamente não o é). O objetivo deles, assim como o foi dos nazistas originais, é manipular as pessoas e incutir nelas preconceito e ódio contra Israel e por trás deste subterfúgio, contra os judeus.
Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
27 de Setembro de 2016 Original em inglês: The "Virtuous" New Nazis
Tradução: Joseph Skilnik

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

FREUD: "PACIENTES SÃO LIXO"

No dia 23 de setembro de 1939, Sigmund Freud prestou contas a Deus. A julgar pelos seus detratores, a conversa foi longa.

Quando o assunto é Freud, a conversa logo pega fogo. Louvado por seus admiradores como gênio e demonizado por quem dele discorda, o criador da psicanálise tem como maior mérito despertar paixões e confusões. "Falem mal mas falem de mim".

O mais famoso vídeo do mais famoso intelectual brasileiro – Gilberto Freyre – foi gravado no Colégio Freudiano do Rio de Janeiro durante o 2o. Congresso Brasileiro da Psicanálise d’A Causa Freudiana do Brasil, em 1985. Palavras iniciais de Freyre: “Creio poder considerar-me um dos veteranos da aplicação da perspectiva psicanalítica a uma reinterpretação da formação social do Brasil.”

Por outro lado, escreveu Olavo de Carvalho no artigo Pior para os fatos: “Marxismo, pragmatismo, nietzscheanismo e freudismo nada nos dizem a respeito da realidade, mas tudo a respeito da mentalidade de seus adeptos. São os quatro pilares do barbarismo contemporâneo.”

Face à divergência mostrada por esses monstros da intelectualidade brasileira – e, para o nosso orgulho, mundial – eu logo me coloquei no meu cantinho e, desistido de tão altos assuntos, continuei buscando a compreensão do nosso tempo nos livros de História. E eis que o homem veio, sozinho, até mim.

Estava lendo Libido Dominandi – expressão de Santo Agostinho -, livro de E. Michael Jones, quando Freud apareceu no capítulo Zürich, 1914. O livro mostra como sexo e controle social estão profundamente unidos. No citado capítulo, Freud, Jung e a família Rockefeller aparecem num verdadeiro barraco ocasionado por grana. Escreve E. Michael Jones:

Freud havia dito várias vezes que os americanos só eram bons para uma coisa: dinheiro; e agora o discípulo se mostrava superior ao mestre na exploração de americanos ricos para ganho financeiro. Freud não era estranho à idéia de explorar seus pacientes visando ganho financeiro. “Freud,” de acordo com Peter Swales,

tinha na psicoterapia algumas das mulheres mais ricas do mundo. No dia 1 de agosto de 1890, ele escreveu para Wilhelm Fliess, declinando um convite para visitá-lo em Berlim e certamente ele estava aludindo a Anna von Leiben, a quem apelidou de “prima-dona” ao explicar “Minha principal cliente está passando agora por um tipo de crise nervosa e durante a minha ausência pode ser que ela fique boa.” [ênfase minha]

Freud tinha medo que a sua paciente “pudesse ficar boa” durante a ausência dele. Uma atitude curiosa para um médico. A atitude, entretanto, não é curiosa se a psicanálise nada mais é do que controle psíquico cripto-iluminista. Dizer que Freud estava envolvido com a medicina mascara a sua real intenção. Pacientes, disse Freud a Ferenczi no fim da vida, eram “lixo”, “bons apenas para tirar dinheiro deles e para matéria de estudo, certamente, nós não podemos ajudá-los”; a psicanálise como terapia, concluiu Freud, “pode ser inútil”.

Fim da citação.

Compre o livro, leia com os seus próprios olhos e vá às fontes. Está tudo documentado lá.

Isso põe fim à confusão. Ou, como diria o já citado Santo Agostinho:

– Causa finita est.
https://13maio1917.wordpress.com
ESCRITO POR RICARDO HASHIMOTO | 23 SETEMBRO 2016

ARTIGOS - CULTURA dO SITE: http://www.midiasemmascara.org/

domingo, 9 de outubro de 2016

11 ERROS QUE FARIAM DILMA SER DEMITIDA EM QUALQUER EMPRESA DO MUNDO

Dilma Rousseff sobreviveria ao mercado corporativo apenas sendo... Dilma Rousseff? A resposta é: jamais


Demitir um CEO parece improvável, mas acontece com mais frequência do que supõe nossa vã filosofia de rede social. CEOs ou presidentes, o topo da cadeia – ou da cadeira – sofrem, sim, sanções pesadas por terem a língua solta demais, serem arrogantes demais, tranquilos demais ou até ousados demais.

Neste milênio mesmo, vieram à tona casos bizarros de demissão, como a do CEO histórico do Yahoo!, Scott Thompson, acusado de maquiar o próprio currículo com uma faculdade de Ciências da Computação quando, na verdade, só tinha um curso de contabilidade.

O desligamento de Andrew Mason, fundador e CEO do Groupon, foi ainda mais estranho: saiu por excesso de otimismo – ele acreditava tanto na plataforma do Groupon, que ignorava a queda do número de cupons vendidos.

Já a demissão do CEO da HP, Mark Hurd, teve ares cinematográficos: Jodie Fisher, ex-atriz de filmes eróticos nos anos 1990, foi o pivô de um escândalo de assédio sexual e falsificação de relatórios de despesas por parte dele.

Estar no topo da cadeia não é fácil e isso só explica os altos salários e benefícios compatíveis com tantas responsabilidades. Cabe ao presidente, líder ou CEO colocar todos acomodados confortavelmente em seus assentos e pilotar esse Boeing sem solavancos e acima de nuvens e tempestades.

E se?

Governo não é empresa e o Brasil não é a Coca-Cola, Ambev ou Johnson & Johnson. Mesmo assim, muitos governantes valem-se de sua “experiência de mercado” na hora de se candidatar a esse ou aquele cargo.

E se o exercício fosse o contrário? Se o governante se candidatasse ao cargo de CEO de uma grande empresa, seus skills e estilo de liderança fariam a diferença? E se esse governante em questão fosse Dilma Rousseff, presidente cujo destino político será traçado nessa semana pelo Senado federal?

Sobreviveria ela ao mercado corporativo apenas sendo... ela mesma?

A resposta é não. A presidente da República, eleita em 2010 e reeleita em 2014, peca em 11 posturas essenciais que, juntas ou em separado, jamais seriam toleradas em nenhuma organização séria do Brasil ou do mundo. A elas:

1. Não delegar

Marca dos dois governos Dilma Rousseff, a centralização de poder não apenas afastou a presidente de ministros e aliados, como a isolou em momentos-chave de sua caminhada no Palácio do Planalto, fosse em votações importantes no Congresso, nas disputas com a oposição e, na reta final de seu segundo mandato, durante os pedidos de apoio dentro e fora do PT.

2. Não dialogar

Dilma sempre deixou claro sua abordagem top-down, isto é, de cima para baixo, no pior estilo “eu mando, vocês obedecem”. Um estilo de liderança ultrapassado, isolacionista e comprovadamente ineficaz. Além disso, vai de encontro ao ideal de diálogo democrático pregado por ela. A presidente ignorou parlamentares pró e contra o governo e todos aqueles se se mostravam contra sua gestão. Chegou ao cúmulo de isolar (com grades) os opositores em comícios e contar com barulhentas claques para seus discursos e inaugurações. 

3. Não admitir erros

Demorou alguns anos para ver a presidente reconhecer alguma falha em seus fraquíssimos governos. Quando o fez, e dá para contar esses episódios nos dedos de uma mão, as lambanças creditadas à “contabilidade criativa” e dezenas de benesses a correligionários nunca vieram acompanhadas de um pedido sincero de desculpas. Nenhum ao menos que convencesse a população. Será lembrada por não saber ganhar sem tripudiar nem saber perder.

4. Descumprir promessas públicas

Apenas para citar duas delas: a volta da CPMF e o aumento descontrolado da tarifa de energia elétrica. Menos de um ano depois de ser reeleita, Dilma acenou com a volta de um imposto detestado pelos brasileiros. E até com possíveis outros impostos – algo amplamente combatido por ela em seus discursos pró-reeleição de 2013 e 2014. A decepção generalizada também ficou evidente durante o aumento vertiginoso da conta de luz – que baixou meses antes, pré-eleição – para depois ressurgir cara como nunca.

5. Expor-se voluntariamente ao ridículo

Por que seguir roteiros? Para quê ouvir assessores? São tantos os exemplos de discursos desconexos, respostas atravessadas a jornalistas, fotos sem contexto e outros comportamentos bizarros, que não caberiam nesse texto. Mas fiquemos com uma frase, apenas: “Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.

6. Faltar com transparência

Controladora, centralizadora e pouco afeita a ser contrariada, Dilma sempre alegou que a incompetência administrativa, corrupção e a formação e organização criminosa em tantos setores ocorreram sob seu nariz sem que ela jamais se desse conta. Quando identificou, bilhões e bilhões de reais desviados depois, perseguiu os envolvidos – ou quase isso. Pergunta: teria sido Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil, mãe do PAC, brava lutadora contra a ditadura, enganada por tantos e por tanto tempo? Para refletir.

7. Faltar com ética

Dilma é produto de Lula e, apesar do discurso contrário, ela nunca negou nem escondeu isso. Reuniões secretas e, com o tempo, escancaradas, foram realizadas para salvaguardar o pouco crédito que ainda restava à presidente no primeiro e segundo mandatos. Quando, a pedido do juiz paranaense Sergio Moro, Lula foi levado para depor coercitivamente, em março, após suspeita de envolvimento em crimes da Operação Lava Jato, Dilma não só foi a São Bernardo prestar solidariedade (??), como ainda o reconduziu à Casa Civil. A manobra quase circense, negada pela Justiça, custou caro aos dois.

8. Tomar decisões equivocadas em série

A condução equivocada da política econômica brasileira já havia sido evidenciada no primeiro mandato pelo empresariado – uma classe que, incrivelmente, não era considerada por Dilma. E mesmo com as portas fechadas para o comércio exterior, a perda de graus de investimento sucessivas, a indústria nacional ruindo e todas as tendências econômicas em queda, Dilma preferiu seguir culpando, literalmente, o mundo. Quando acordou para a realidade, sem apoio algum, era tarde.

9. Comunicar-se mal e menosprezar as vozes contrárias

Dilma será lembrada como uma oradora ruim. Mais ainda: uma oradora ruim e prepotente. Desprezava opositores, em vez de combate-los com argumentos, e rebatia críticas com ironias e frases grosseiras. Também foram necessárias algumas manifestações, black blocs e panelaços para que ela se posicionasse ante a voz das ruas. No início, a presidente simplesmente ignorou os protestos. Em junho de 2013, ainda em seu primeiro mandato, limitou-se a enviar ministros como mensageiros para acalmar os ânimos e a imprensa, em vez de assumir aquilo para que foi eleita: as rédeas da nação. A Dilma forte, que pegou em armas para encarar os militares na ditadura, estava acuada, para decepção inclusive dos eleitores dela. Postura semelhante aos últimos meses, quando elegeu o advogado José Eduardo Martins Cardozo como sua segunda voz.

10. Atacar os inimigos certos de forma errada

A última briga de Dilma foi também aquela que sepultou o seu mandato. A pá de cal foi justamente contra uma das biografias mais sujas da política nacional: Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem apoio dos congressistas, traquejo político e estratégias acertadas, Dilma, ao se posicionar contra a candidatura de Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro do ano passado, assumiu um embate mortal, afinal, o nefasto Cunha era estratégico no encaminhamento das pautas do governo federal no Congresso. O peemedebista anunciou o rompimento com o governo, contaminou a base, aliou-se ao vice Michel Temer – velha raposa do Congresso, um verdadeiro animal político – e, como acompanhamos, o resto é história viva – gostemos ou não.

11. Mentir

Não foi apenas a contabilidade destrutiva e as fraudes fiscais que pairam sobre a figura da presidente. Basta dar um rasante pela imprensa para verificar que as acusações contra ela, baseadas em fatos e datas, estão na boca de jornalistas, delatores e até, pasme, do mentor maior Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma mentiu no currículo

Dilma mentiu sobre encontros com Odebrecht

Dilma mentiu sobre compra da refinaria de Pasadena

Dilma mentiu na campanha de 2014

A herança dos anos Dilma, em números

Quando Dilma Rousseff tomou posse, em janeiro de 2011, o Brasil crescia 7,5%, a maior taxa desde 1986.

Passados cinco anos, o País amarga queda de 3,8% no PIB, contas públicas deterioradas, desemprego em 8,5% (já são 11,5 milhões de desocupados) e uma inflação de dois dígitos, que penaliza os mais pobres.

O governo caminha oficialmente para fechar 2016 com o terceiro rombo anual seguido em suas contas e um deficit primário recorde, de R$ 170,5 bilhões.

As expectativas indicam que, no final deste ano, a economia terá encolhido quase 8% desde 2014. A última vez que isso aconteceu foi em 1931, em meio à Grande Depressão. A dívida pública pode chegar a 80% do PIB em 2018.

E você, contrataria Dilma Rousseff para comandar a sua empresa?


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

VALOR NÃO TEM PREÇO!

Quando você entra numa loja, pede por um produto e pergunta por aquilo que será cobrado, está falando em valor ou preço? Este é um tema aparentemente fácil de resolver, mas é preciso investigar um pouco melhor antes de atribuir juízos. Um filósofo que pode ajudar a pensar melhor sobre isso é Max Scheler, filósofo alemão que trabalhou com profundidade esta questão, criando inclusive uma tabela que define uma escala de valores. Para ele o valor é anterior ao objetivo, ou seja, a escala de valores é objetiva e independe do objeto em questão.


Quando você chega numa loja e pergunta pelo valor de um produto está cometendo um engano, pois quem atribui valor é você. Caso pergunte sobre o preço, essa sim é a maneira certa, pois quem atribui o preço é o dono do produto. O proprietário estabelece o preço de acordo com uma série de custos que ele tem para produzir e leva em conta ainda a lei da oferta e da procura. Para o proprietário não existe uma hierarquia de preços, cada produto terá uma margem de lucro, algumas maiores, outras menores. O valor é individual e geralmente se dá em escala, ou seja, a pessoa tem uma ligação com o produto, pessoa, conceito, havendo uma ligação entre pessoa e objeto em escala de importância.

A maneira como cada um elabora sua escala de importância depende de vários fatores, mas pode-se resumir dizendo que depende da história de vida da pessoa. Algumas pessoas aprenderam que tem valor aquilo que elas não têm. Para elas, tudo o que elas não tiverem será valorado. Há outras pessoas que aprenderam que tem valor o que os outros dizem que tem valor, assim a elas terá valor o que a televisão disser que tem valor, por exemplo. Há casos de pessoas que dão valor ao que a fé diz que tem valor, sendo assim, o que estiver fora dos conceitos da fé, não terá valor. Existem tantas formas de valorar quantos existem pessoas sobre a terra, nenhuma certa e nenhuma errada, cada uma com o seu jeito.

Há um mito, algumas vezes já relatado, mas não custa relembrar. Midas, rei grego, homem muito ganancioso, queria ser o homem mais rico do mundo. Em certa oportunidade Zeus, rei dos deuses gregos, perguntou-lhe porque não distribuía sua riqueza aos pobres. Midas, por sua vez, disse que se pudesse transformava tudo o que tocasse em ouro. Logo que chegou em casa pediu um banquete, mas não conseguia comer porque tudo o que tocava virava ouro. Enquanto jantava chegou sua filha. O rei a tocou e ela logo se tornou uma estátua de ouro. Esta é apenas uma das centenas de versões que existem.

Midas aprendeu a duras penas a diferença entre dinheiro e valor.. Há um tempo um amigo me contou uma história. Dizia ele que um amigo, muito rico tinha vários carros na garagem, mas os filhos não dirigiam nenhum deles. Não porque não soubessem dirigir, não tivessem carteira ou a permissão do pai, todos eles estavam livres para pegar qualquer um dos carros, mas mesmo assim não os dirigiam. Quando foram questionados sobre o motivo de tal comportamento, relataram que aqueles carros era o que, na vida, o pai mais dava valor. Nenhum deles sentia-se à vontade de dirigir uma coisa que não tinha preço.
Por: Rosemiro A. Sefstrom Do site: http://rosemirosefstrom.blogspot.com.br/

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

113 PRÊMIOS NOBEL: AÇÕES CONTRA TRANSGÊNICOS ENVOLVEM "CRIME CONTRA A HUMANIDADE"


Sir Richard John Roberts ganhou em 1993 o Premio Nobel de Medicina 
e lidera campanha contra o extremismo verde-vermelho.

113 Prêmios Nobel e mais de 5.933 cientistas e cidadãos concernidos lançaram um apelo em favor dos alimentos geneticamente modificados num site dedicado ao assunto, “Support Precision Agriculture”.

De fato, o Programa de Alimentação e Agricultura da ONU enfatizou a necessidade de duplicar até o ano 2050 a produção mundial de alimentos para satisfazer a demanda da crescente população mundial.

Entretanto, organizações que se opõem à melhora da produção vegetal moderna e que têm seu mascarão de proa na ONG Greenpeace vêm contrariando e prejudicando as inovações biotecnológicas que tornariam viável essa meta fundamental e afastariam o espectro da subnutrição.

Ditas organizações ambientalistas e/o comuno-socialistas vêm distorcendo os riscos, benefícios e impactos dos alimentos geneticamente modificados.

Pior ainda, apoiam ou praticam a destruição criminosa das experiências em laboratórios e fazendas aprovadas pela comunidade científica e órgãos de governo, além de sabotarem projetos de investigação.

Os mais de cem Prêmios Nobel e quase 6 mil cientistas apelaram prementemente ao Greenpeace e seus seguidores para que recapacitem sobre a importância real das experiências com transgênicos empregados pelos produtores agrícolas e consumidos no mundo todo.

Eles pedem que os ativistas verde/vermelhos reconheçam as conclusões dos órgãos científicos competentes e dos órgãos reguladores, e abandonem sua campanha ideológica obsessiva contra os transgênicos em geral, e contra o arroz dourado em particular.

O arroz dourado foi geneticamente modificado por cientistas para incluir a vitamina A, produzindo betacaroteno.

Nas Filipinas e em Taiwan ele já está sendo consumido e, em breve, deve chegar ao Brasil.

O novo grão foi desenvolvido pela ONG Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz para combater a falta de vitamina A especialmente entre as crianças filipinas, onde o baixo consumo desse nutriente causa cegueira em 250 mil a 500 mil meninos por ano.

Uma tigela de arroz dourado contém 60% da quantidade diária de vitamina A que uma criança saudável precisa.

Além disso, o arroz dourado traz outros benefícios para a saúde e a beleza: ajuda no brilho do cabelo, conserva o esmalte dos dentes, fortalece o sistema imunológico, mantém a saúde dos órgãos reprodutivos, diminui a formação de placas nas artérias, minimiza sintomas de esclerose múltipla, protege a pele de infecções e melhora a visão. (Mais informações, aqui.)

Prêmios Nobel, cientistas e cidadãos preocupados lembraram em seu apelo que organismos científicos e reguladores do mundo todo concluíram repetida e consistentemente que os cultivos e alimentos melhorados pela biotecnologia são tão seguros, se não mais, do que os produzidos com qualquer outro método.

Jamais foi confirmado efeito negativo algum na saúde dos seres humanos ou dos animais que o consumem.

Também ficou demonstrado repetidamente que são menos prejudiciais para o meio ambiente e trazem grandes auxilios para a biodiversidade global.

Porém, o Greenpeace lidera a oposição ao arroz dourado que reduziria grande parte das mortes e doenças causadas por deficiência de vitamina A (DVA) nos mais pobres da África e do Sudeste da Ásia.

A Organização Mundial da Saúde calcula que 250 milhões de pessoas sofrem dessa carência de vitamina A.

Nesse total estão incluídos 40% das crianças menores de cinco anos nos países subdesenvolvidos.

A UNICEF aponta estatisticamente que entre um e dois milhões de mortes evitáveis acontecem todo ano por causa dessa carência.

A carência é a principal causa da cegueira infantil em nível mundial, castigando entre 250 mil e 500 mil crianças por ano. A metade delas falece 12 meses depois de perder a visão. Causa entre 1,9 milhão e 2,8 milhões de mortes anuais, sobre tudo entre mulheres e crianças com menos de cinco anos.

Por isso, os altos cientistas mencionados endereçaram um pungente apelo ao Greenpeace e a seus adeptos para que cessem e desistam de suas campanhas contra o arroz dourado.

Eles pediram que desistissem de seus atentados e propagandas contra a plantação e consumo de alimentos melhorados pela biotecnologia em geral.

Os signatários do apelo também se voltam para os governos do mundo pedindo-lhes que recusem essas campanhas do Greenpeace e de seus congêneres verde/vermelhos.

Eles pedem aos governos para que acelerem o acesso dos produtores agrícolas a todas as ferramentas da biologia moderna, especialmente às sementes melhoradas pela biotecnologia.

Segundo os altos especialistas, deve se deter a oposição baseada na emoção e no dogma da contestação dos dados empíricos.

Eles concluem com uma interrogação dramática:

“Quantas pessoas pobres no mundo inteiro tem de morrer antes que isto [as campanhas do Greenpeace a companheiros de viagem] seja considerado ‘crime contra a humanidade’?”

Richard J. Roberts, articulador da petição, ganhou o Premio Nobel de Medicina em 1993. Ele declarou ao “Washington Post”: “Nós somos cientistas. Nós compreendemos a lógica da ciência. É fácil ver que o que o Greenpeace está fazendo é danoso e é contra a ciência”. “Greenpeace e alguns de seus aliados se afastaram deliberadamente de seu caminho para assustar as pessoas. Foi uma maneira para arrecadar dinheiro para a sua causa”.

Por:Luis Dufaur 
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/ Do site: http://www.midiasemmascara.org/


terça-feira, 4 de outubro de 2016

EDITORAS OCIDENTAIS SE SUBJUGAM AO ISLÃ

- Por criticar o Islã, Abdel-Samad vive sob proteção policial na Alemanha e, assim como Rushdie, paira sobre ele uma fatwa. Depois da fatwa vieram os insultos: ser censurado por uma editora livre. Isto é o que os soviéticos faziam para destruir os escritores: destruíam seus livros.


- Numa época em que dezenas de escritores, jornalistas e estudiosos enfrentam ameaças dos islamistas, é imperdoável que editores ocidentais não só concordem em se ajoelhar, mas muitas vezes sejam os primeiros a capitular.

- Um tribunal de Paris condenou Camus por "islamofobia" (uma multa de 4.000 euros), referente a um discurso preferido por ele em 2010, no qual ele falou sobre a substituição do povo francês pelo cavalo de Troia do multiculturalismo. Outro escritor, Richard Millet, foi demitido em março último pela editora Gallimard por conta de suas ideias sobre o multiculturalismo.

- Não são só os editores de Rushdie que capitularam, outras editoras também decidiram cortar os laços e voltar a fazer negócios com Teerã. A Oxford University Press decidiu participar da Feira do Livro em Teerã, juntamente com duas editoras americanas, McGraw-Hill e John Wiley. Esses editores optaram por responder à censura assassina com a rendição.

- É como se na época da queima de livros pelos nazistas, as editoras ocidentais não só tivessem ficado em silêncio, como também convidado uma delegação alemã a ir a Paris e Nova Iorque.

Quando o romance Os Versos Satânicos de Salman Rushdie foi publicado em 1989 pela Viking Penguin, a editora britânica e americana foi submetida a assédio diário perpetrado por islamistas. Conforme salienta Daniel Pipes, o escritório londrino mais parecia "um acampamento armado" com proteção policial, detectores de metal e acompanhantes para visitantes. Nos escritórios da Viking em Nova Iorque, cães farejavam pacotes e o lugar foi considerado "local sensível". Muitas livrarias foram atacadas e outras tantas ainda se recusavam a vender o livro. A Viking gastou cerca de US$3 milhões em medidas de segurança em 1989, o ano fatal para liberdade de expressão no Ocidente.

Não obstante, a Viking jamais se acovardou. Foi um verdadeiro milagre que o romance finalmente tenha sido publicado. Outras editoras, no entanto, hesitaram. Desde então, a situação só piorou. A maioria dos editores ocidentais agora hesitam. Esse é o significado do novo caso de Hamed Abdel-Samad.

A Irmandade Muçulmana deu a Abdel-Samad tudo o que um menino egípcio pudesse imaginar: espiritualidade, camaradagem, companheirismo, um propósito. Em Gizé, Hamed Samad se filiou à Irmandade. Seu pai havia lhe ensinado o Alcorão, a Irmandade explicou a ele como traduzir esses ensinamentos em ações concretas.

Abdel-Samad repudiou a Irmandade Muçulmana após ficar um dia no deserto. A Irmandade deu a todos os novos militantes uma laranja após uma caminhada de horas sob o sol escaldante. Eles foram orientados a descascá-la. Em seguida, a Irmandade solicitou a eles que enterrassem a fruta na areia e comessem a casca. No dia seguinte, Abdel-Samad deixou a organização. Aquilo era a humilhação necessária para transformar um ser humano em terrorista.

Abdel-Samad tem hoje 46 anos e reside em Munique, na Alemanha, onde se casou com uma dinamarquesa e trabalha no Instituto de História e Cultura Judaica na Universidade de Munique. Em seu vilarejo natal egípcio, seu primeiro livro causou alvoroço. Alguns muçulmanos queriam queimar o livro.

O último livro de Abdel-Samad, Der Islamische Faschismus: Eine Analyse, acaba de ser queimado em uma fogueira, não no Cairo pelos islamistas, mas na França por franceses metidos a santo.

O livro é um best-seller na Alemanha, onde foi publicado pela consagrada editora Droemer Knaur. A tradução para o idioma inglês foi publicada nos EUA pela editora Prometheus Books, com o título Islamic Fascism. Há dois anos, a editora francesa Piranha, adquiriu os direitos para traduzir o livro de Abdel-Samad "Fascismo Islâmico" para o idioma francês. A data do lançamento foi até postada na Amazon: 16 de setembro. Mas na última hora, a editora suspendeu o lançamento. Jean-Marc Loubet, chefe da editora, informou ao agente de Abdel-Samad que a publicação do livro no momento era algo impensável em França, não só por motivos de segurança, mas também porque isso daria mais força à "extrema-direita".

Por criticar o Islã, Abdel-Samad vive sob proteção policial na Alemanha e, assim como Rushdie, paira sobre ele uma fatwa. Depois da fatwa vieram os insultos: ser censurado por uma editora livre. Isto é o que os soviéticos faziam para destruir os escritores: destruíam seus livros.

O caso do Sr. Abdel-Samad não é novo. Numa época em que dezenas de escritores, jornalistas e estudiosos enfrentam ameaças dos islamistas, é imperdoável que editores ocidentais não só concordem em se ajoelhar, mas muitas vezes sejam os primeiros a capitular.
Por criticar o Islã, Abdel-Samad vive sob proteção policial na Alemanha e, assim como Rushdie, paira sobre ele uma fatwa. Depois da fatwa vieram os insultos: ser censurado por uma editora livre.

Na França, por criticar o Islã em uma coluna intitulada "recusamo-nos a mudar a civilização" escrita para o diário Le Monde, o famoso escritor Renaud Camus, perdeu a Fayard, editora de seus livros.

Antes dele, de uma hora para a outra, se tornar "malvisto" no establishment literário de Paris, Renaud Camus era amigo de Louis Aragon, o famoso poeta comunista e fundador do surrealismo e estava perto de entrar para "os imortais" da Academia Francesa. Roland Barthes, a estrela do Collège de France, escreveu o prefácio do romance mais famoso de Renaud Camus Tricks, o livro cult-classic da cultura gay.

Logo um tribunal de Paris condenou Camus por "islamofobia" (uma multa de 4.000 euros), referente a um discurso preferido por ele em 18 de dezembro de 2010, no qual ele falou sobre o "Grand Remplacement", a substituição do povo francês pelo cavalo de Troia do multiculturalismo. Foi naquela ocasião que Camus se tornou persona non grata na França.

A Joia De Medina, um romance da escritora americana Sherry Jones sobre a vida da terceira esposa de Maomé foi primeiro adquirido e em seguida descartado pela poderosa editora Random House, que já tinha pago um adiantamento e lançado uma ambiciosa campanha promocional. A nova editora de Sherry Jones, Gibson Square, foi então atacada com bombas incendiárias pelos islamistas em Londres.

Depois foi a vez da Yale University Press, que publicou o livro "The Cartoons That Shook the World" (As Caricaturas que Abalaram o Mundo) de Jytte Klausen, sobre a história das polêmicas "caricaturas de Maomé" que foram publicadas pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten em 2005 e a crise que se seguiu. Mas a Yale University Press publicou o livro sem as caricaturas e sem quaisquer imagens do profeta muçulmano Maomé que deveriam constar no livro.

"A capitulação da Yale University Press diante das ameaças, que sequer tinham sido feitas, é o mais recente e talvez o pior episódio na incessante capitulação em face do extremismo religioso -- particularmente o extremismo religioso muçulmano -- que se espalha em toda a nossa cultura", segundo observou o falecido Christopher Hitchens. A Yale provavelmente também espera receber a mesma doação de US$20 milhões do Príncipe Al-Wwaleed bin Talal da Arábia Saudita que ele acaba de dedicar à Universidade George Washington e Harvard.

Na Alemanha, Gabriele Brinkmann, consagrada romancista, também de repente ficou sem editora. De acordo com a sua editora Droste, o romance Wem Ehre Geburt ("A Quem a Honra Dá a Luz") pode ser considerado "um insulto aos muçulmanos" e expor o editor à intimidação. Brinkmann foi solicitada a censurar algumas passagens, ela se recusou, perdendo assim a editora.

Esta mesma covardia e capitulação já permeia por todo o setor editorial. No ano passado, a feira mais prestigiada do livro da Itália em Turim escolheu (depois engavetou) a Arábia Sauditacomo sua convidada de honra, apesar de muitos escritores e blogueiros estarem encarcerados no reino islâmico. Raif Badawi foi condenado a uma pena de 1.000 chibatadas, 10 anos de prisão além de uma multa de $260.000.

Agora muitos editores ocidentais também estão "rejeitando obras de autores israelenses", de acordo com a Time.com, independentemente de suas posturas políticas.

Foi depois da publicação de Os Versos Satânicos de Salman Rushdie que muitas editoras ocidentais começaram a se curvar diante da intimidação. Christian Bourgois, uma editora francesa, se recusou a publicar Os Versos Satânicos após ter adquirido os direitos de publicá-lo, assim como o fez a editora alemã Kiepenheuer, que afirmou estar arrependida por ter adquirido os direitos do livro e decidiu vendê-los a um consórcio de cinquenta editoras da Alemanha, Áustria e Suíça, associadas sob o nome de "UN-Charta Artikel 19."

Não são só os editores de Rushdie que capitularam, outras editoras também decidiram cortar os laços e voltar a fazer negócios com Teerã. A Oxford University Press decidiu participar da Feira do Livro em Teerã, juntamente com dois editores americanos, McGraw-Hill e John Wiley, apesar do pedido do editor de Rushdie, a Viking Penguin, para que boicotassem o evento iraniano. Esses editores optaram por responder à censura assassina com a rendição, dispostos a sacrificarem a liberdade de expressão no altar de negócios, como se não tivesse acontecido nada: vender livros era mais importante do que a solidariedade com os colegas ameaçados.

É como se na época da queima de livros pelos nazistas, as editoras ocidentais não só tivessem ficado em silêncio, como também convidado uma delegação alemã a ir a Paris e Nova Iorque. É tão inimaginável hoje?
Por: Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.Original em inglês: Western Publishers Submit to Islam
Tradução: Joseph Skilnik Do site: pt.gatestoneinstitute.org