terça-feira, 19 de julho de 2016

BREXIT: A NAÇÃO ESTÁ DE VOLTA!

Na França, antes da votação britânica, o semanário JDD realizou uma pesquisa de opinião online com a seguinte pergunta: você quer a França fora da UE? 88% dos entrevistados responderam "SIM"!


Em nenhum dos países pesquisados houve muito apoio no tocante à transferência do poder para Bruxelas.

Para evitar uma possível revolta dos milhões de pouco favorecidos e desempregados, países como a França têm mantido um alto grau de gastos no tocante ao bem-estar social, via contratação de empréstimos externos no mercado internacional para pagar os benefícios do seguro desemprego, bem como pensões para os aposentados Hoje a dívida interna da França é 96,1% do PIB. Em 2008, ela era 68%.

Nos últimos anos, os pobres e idosos viram uma mudança drástica em sua vizinhança: o açougueiro se tornou halal, a cafeteria não vende mais álcool e a maioria das mulheres nas ruas usa véus. Até o McDonald's já é halal na França.

O reconfortante, é que as pessoas que eram a favor do "Sair" esperaram uma maneira legal de expressar seu protesto. Eles não pegaram em armas ou facas para matar judeus ou muçulmanos: eles votaram. Eles esperaram a oportunidade de expressar o que sentiam.

"Com que rapidez o inimaginável se tornou o irreversível", ressalta The Economist. Eles estão falando do Brexit, é claro.

A pergunta hoje é: quem poderia imaginar que os ingleses estavam tão cansados de serem membros do The Club? A pergunta para amanhã é: qual país será o próximo?

Na França, antes da votação britânica, o semanário JDD realizou uma pesquisa de opinião online com a seguinte pergunta: você quer a França fora da UE? 88% dos entrevistados responderam "SIM"! Não se trata de uma apuração com metodologia científica, no entanto é um indício. Um recente levantamento, mais específico -- encomendado pelo Pew Research constatou que na França, um dos membros fundadores da "União Europeia", somente 38% da população ainda nutre uma visão favorável da UE, seis pontos a menos do que na Grã-Bretanha. Em nenhum dos países pesquisados houve muito apoio no tocante à transferência do poder para Bruxelas.

Com o Brexit, todos estão percebendo que o projeto europeu foi implementado pela minoria da população: jovens de regiões urbanas, políticos com representação nacional de cada país e burocratas de Bruxelas.

Os demais estão com a mesma sensação: a UE fracassou.

No tocante à economia, a UE não tem conseguido manter o emprego em seus próprios países. As pessoas foram para a China e outros países aceitando baixos salários. A globalização mostrou ser mais forte do que a União Europeia. A taxa de desemprego nunca esteve tão alta como na UE, principalmente na França. Na Europa, 10,2% dos trabalhadores estão oficialmente desempregados. A taxa de desemprego é de 9,9% na França e 22% na Espanha.

E o salário líquido se manteve baixo, com exceção de algumas categorias no segmento de finanças e de alta tecnologia.

Para evitar uma possível revolta de milhões de pobres e desempregados, países como a França têm mantido um alto grau de gastos no tocante ao bem-estar social. Os desempregados continuam a ser subsidiados pelo estado. Como? Via contratação de empréstimos externos no mercado internacional para pagar os benefícios do seguro desemprego, bem como pensões para os aposentados. De modo que hoje a divida interna da França é 96,1% do PIB. Em 2008, ela era 68%.

Na zona do euro (19 países), a relação dívida pública/PIB era de 90,7% em 2015.

Além desses problemas, todos os países europeus se mantiveram abertos para a imigração em massa.

A imigração não era uma questão oficial na campanha britânica pelo "permanecer" ou "sair" da UE. Contudo, conforme já foi observado por Mudassar Ahmed, patrocinador do Faiths Forum for London e ex-assessor do governo da Grã-Bretanha, o problema da imigração e da diversidade tem se mantido latente:

"Em conversas particulares, eu descobri que os que mais são a favor de saída da União Europeia também são os mais incomodados com a diversidade -- não apenas em relação à imigração, mas também pela diversidade que já há neste país. Por outro lado, os mais ávidos, pela minha experiência, a apoiarem a permanência na União Europeia, estão muito mais abertos às diferenças em relação a religião, raça, cultura e etnia".

Na França, a questão da imigração, associada a um eventual "Frexit" não é de maneira alguma latente. A Frente Nacional (NF) apoia energicamente a saída da EU e este posicionamento está ligado à imigração. Na França tem entrado anualmente 200.000 estrangeiros, por vários anos -- de países pobres, como os do Norte de África, bem como de países subsarianos. A crescente presença de muçulmanos trouxe consigo uma crescente sensação de insegurança e as tradições culturais dos árabes e dos países africanos têm criado um mal-estar "cultural" na Europa. Isso não vale para todos, obviamente. Nas grandes cidades, as pessoas são mais abertas à diversidade. Mas nos subúrbios, é diferente. Porque aqueles que dependiam da assistência social, que eram os pobres, os idosos -- todas essas pessoas vivem exatamente nos mesmos bairros e nos mesmos edifícios que os novos imigrantes.

Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, comemora a votação do Brexit sob os dizeres: "E Agora: A França!", 24 de junho de 2016.

Nos últimos anos, os pobres e idosos viram uma mudança drástica em sua vizinhança: o açougueiro se tornou halal, a cafeteria não vende mais álcool, o famoso sanduíche "jambon beurre" (manteiga e presunto) sumiu e a maioria das mulheres nas ruas usa véus. Até o McDonald's já é halal na França. Em Roubaix, por exemplo, todos os fast-foods seguem a orientação halal.

Uma eventual votação "Frexit" dos pobres, idosos e aqueles que dependem da assistência social significará apenas uma coisa: "devolva-me o meu país"! Hoje, ser contra a UE quer dizer recuperar a possibilidade de continuar sendo francês em uma França tradicional.

Com o Brexit, a questão da nação volta à Europa. Sem a imigração, teria sido possível criar, gradualmente, uma futura identidade europeia. Mas com o Islã e o terrorismo batendo na porta, com os políticos dizendo a cada ataque terrorista: "estes homens que gritam 'Allahu Akbar' nada têm a ver o Islã", a rejeição só pode ser alta.

Os dizeres "devolva-me o meu país" parecem assustadores. E são. Estão contaminados com chauvinismo e chauvinismo não é bom para nenhuma minoria em nenhum país. O povo judeu pagou um altíssimo preço por causa do chauvinismo na Segunda Guerra Mundial.

O reconfortante, no entanto, é que as pessoas que eram a favor do "Sair" esperaram uma maneira legal de expressar seu protesto. Eles não pegaram em armas ou facas para matar judeus ou muçulmanos: eles votaram. Eles esperaram a oportunidade de expressar o que sentiam. O "Sair" pode não parecer moderno ou elegante, mas é pacífico, legal e democrático.

Espero que as coisas permaneçam desse jeito.

Por: Yves Mamou, radicado na França, trabalhou por duas décadas como jornalista para o Le Monde.
Original em inglês: Brexit: The Nation is Back!

Tradução: Joseph Skilnik Do site: http://pt.gatestoneinstitute.org/




segunda-feira, 18 de julho de 2016

ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS, LAVAGEM CEREBRAL NA PRISÃO E "ALÁ SABE O QUE É MELHOR"

Um Mês de Islã na Grã-Bretanha: Maio de 2016


"Um muçulmano com demasiados vínculos extremistas, vínculos ditos como mera coincidência, é o atual Prefeito de Londres. ... Em uma questão de décadas a Grã-Bretanha poderá muito bem ter, pela primeira vez, um Primeiro Ministro muçulmano. ... Não tem como a realidade discordar da demografia, de modo que o futuro realista da Grã-Bretanha é islâmico". — Paul Weston, político britânico.

Um terço dos muçulmanos adultos na Grã-Bretanha não se sentem "parte da cultura britânica", de acordo com um novo relatório sobre o multiculturalismo britânico. Cerca de metade (47%) dos muçulmanos consideram a religião islâmica a parte mais importante da sua identidade.

O governo foi acusado de ocultar um relatório sobre o extremismo nas prisões que alerta que o staff tem sido relutante em lidar com o comportamento islamista por temer ser tachado de "racista", segundo o jornal Sunday Times. Belmarsh, uma prisão de segurança máxima em Londres, se transformou em "algo como um campo de treinamento jihadista", segundo o testemunho de um ex-presidiário. Há mais de 12.000 muçulmanos nas prisões espalhadas pela Inglaterra e País de Gales.

A Ex-parlamentar Ann Cryer foi atacada verbalmente e acusada de "demonizar" a comunidade asiática quando ela iniciou uma campanha, há mais de uma década, para que as autoridades acabassem com o abuso sexual de crianças em Keighley.

"No final do ataque, quando o Sr. Zimmerman estava deitado no chão, estático e indefeso, no hall da bilheteria, o réu se agachou e deliberadamente começou a cortar a garganta do Sr. Zimmerman com a lâmina de uma faca." — Procurador no julgamento da tentativa de assassinato de Muhiddin Mire, natural da Somália, que atacou a esmo, um desconhecido, no metrô de Londres.

1º de maio. Mubashir Jamil, um homem de 21 anos de idade de Luton, foi detido sob suspeita de procurar viajar para a Síria para participar da "jihad violenta" juntamente com o Estado Islâmico. Ele foi acusado de se "envolver em conduta de preparação para cometer atos de terrorismo".

2 de maio. Um importante jihadista britânico, que se vangloriava de ter recrutado centenas de cidadãos britânicos para o Estado Islâmico foi morto em um ataque de um drone na Síria, de acordo com o jornal Independent. Raphael Hostey, também conhecido como Abu Qaqa al-Britani, deixou Manchester para se juntar ao Estado Islâmico em 2013. O designer gráfico de 23 anos se tornou um importante recrutador de combatentes britânicos e noivas de jihadistas para o grupo e também estava envolvido até o pescoço em sua propaganda. Pelo menos 700 pessoas do Reino Unido viajaram para a Síria e Iraque para apoiar ou lutar juntamente com grupos jihadistas.

4 de maio. O "Departamento de Teologia" da Blackburn Muslim Association determinou que "não é admissível" que uma mulher viaje mais do que 77 quilômetros — considerado o equivalente a uma andança de três dias — sem seu marido ou parente próximo do sexo masculino. O grupo também determinou que os homens devem deixar crescer a barba e as mulheres devem cobrir os rostos. As determinações foram acompanhadas pela máxima: "Alá sabe o que é melhor".

7 de maio. Sadiq Khan político do Partido Trabalhista tomou posse como prefeito de Londres. Ele é o primeiro muçulmano a governar uma importante capital europeia. Durante a campanha eleitoral, Khan enfrentou uma onda de alegações em relação as suas ligações com muçulmanos extremistas e antissemitas.

O político britânico Paul Weston alertou que a ascensão de Khan é um prenúncio do que está por vir:

"O inimaginável há pouco tempo se transformou em realidade. O muçulmano com demasiados vínculos extremistas, vínculos ditos como mera coincidência, é o atual Prefeito de Londres. ... Em uma questão de décadas a Grã-Bretanha poderá bem ter, pela primeira vez, um muçulmano como Primeiro Ministro. ... Não tem como a realidade discordar da demografia, de modo que o futuro realista da Grã-Bretanha é islâmico".

7 de maio. Mohammed Shaheen, de 43 anos, pai de sete filhos, foi sentenciado a 16 anos de prisão por estuprar alunas menores de idade. Shaheen, imigrante do Paquistão, afirmou ser um muçulmano devoto que caiu em uma cilada montada pelas vítimas. O Juiz Martin Steiger QC ressaltou: "ele se fez passar por religioso quando na verdade se comportava o tempo todo dessa maneira hipócrita".

8 de maio. O jornal The Times reportou que a maior instituição beneficente muçulmana da Grã-Bretanha irá afixar cartazes com dizeres glorificando Alá durante o Ramadã em centenas de ônibus ao redor do país. A iniciativa da Islamic Relief, uma organização apoiada pelo governo, é uma tentativa para "derrubar barreiras" e retratar o Islã como uma luz positiva. A Islamic Relief pagou para que centenas de ônibus em Birmingham, Bradford Leicester, Londres e Manchester afixassem cartazes com o lema "Subhan Allah", que significa "Glória a Alá" em árabe.

8 de maio. A seis argelinos, suspeitos de terrorismo, com ligações com a al-Qaeda, foi permitido que permanecessem na Grã-Bretanha após ganharem uma batalha judicial que se arrastava há muito tempo. A Special Immigration Appeals Commission (SIAC) "Comissão Especial de Apelação de Imigração" deliberou que havia um "risco real" dos homens serem torturados pelos serviços de segurança argelinos caso fossem deportados. Isso seria a violação do Artigo 3 do Human Rights Act, que protege contra a "tortura, degradação ou tratamento desumano."

9 de maio. Um muçulmano considerado culpado por ameaçar decapitar um candidato do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) teve a sentença anulada em recurso. Aftab Ahmed, 45, foi considerado culpado por ameaçar de morte David Robinson-Young, mas um juiz do Tribunal da Coroa de Newcastle ressaltou que ele acreditava que Ahmed não tinha a intenção de cumprir a ameaça.

10 de maio. A Polícia da Grande Manchester (GMP) pediu desculpas por conta de um exercício de contraterrorismo no qual um ator, se passando por um homem bomba, gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande). Oitocentos voluntários tomaram parte no exercício noturno para que ele fosse o mais realista possível. A ativista da paz de Manchester Erinma Bell criticou o uso de um "terrorista muçulmano". Ela disse que "qualquer um pode ser terrorista" e que "temos que nos afastar dos esteriótipos". O líder muçulmano local Syed Azhar Shah,ressaltou que é "chocante retratar muçulmanos como terroristas" e acusou a GMP de "racismo institucional". Em um comunicado a GMP assinala:


"O cenário para o exercício se baseia em um ataque no estilo da organização extremista Daesh; os criadores do cenário se centralizaram em circunstâncias semelhantes de ataques anteriores dessa natureza, espelhando detalhes de eventos passados para que a situação fosse a mais realista possível para todos os envolvidos. No entanto, ponderando, reconhecemos que é inaceitável fazer uso dessa frase religiosa no momento em que o ator desfecha o ataque suicida, que tão eloquentemente vincula este exercício ao Islã. Reconhecemos e pedimos desculpas pela ofensa causada".

10 de maio. Teve início o julgamento de três muçulmanos que conspiravam decapitarcidadãos britânicos após se inspirarem em uma ordem do Estado Islâmico "de matar civis onde quer que estivessem no Ocidente". O tribunal ficou sabendo que Haseeb Hamayoon, 29, Yousaf Syed, 20 e seu primo Nadir Syed, 22, planejavam cometer uma atrocidade terrorista após a emissão de uma fatwa pelo porta-voz do Estado Islâmico Abu-Mohammad al-Adnani. Hamayoon, que possui passaporte paquistanês, comprou pela Internet uma réplica da "faca usada no filme RAMBO II" usando a conta bancária de sua esposa. Nadir Syed natural da Grã-Bretanha armazenava imagens dos assassinos de Lee Rigby e os três, ao que tudo indica, trocavam imagens de decapitações

11 de maio. O Primeiro Ministro David Cameron pediu desculpas a Suliman Gani, um extremista muçulmano, por ter dito que ele era defensor do Estado Islâmico. Gani disse que as acusações segundo as quais ele apoia o Estado Islâmico são difamatórias e devem ser retiradas. Em um comunicado, Cameron ressaltou que ele estava se referindo a relatos de que Gani defende "um" estado islâmico e não "o" Estado Islâmico. O Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha pediu a Cameron que repetisse a retratação no Parlamento e uma "urgente avaliação" da islamofobia no Partido Conservador.

15 de maio. As transmissões religiosas da BBC são cristãs demais, segundo constatou uma avaliação interna. A avaliação de Aaqil Ahmed, responsável pelo serviço religioso e assuntos éticos da BBC, sustenta que dever-se-ia dar mais espaço às religiões muçulmanas, hindus e siques. Um líder muçulmano deu a entender que a avaliação poderia resultar na transmissão das rezas de sexta-feira, a partir de uma mesquita, da mesma maneira que os serviços religiosos cristãos fazem parte atualmente da programação da BBC. A nomeação de Ahmed ao cargo na BBC em 2009 causou polêmica por conta de alegações segundo as quais ele havia evidenciado inclinações pró-islâmicas em seu cargo anterior no Channel 4, de acordo com o jornal Telegraph.

16 de maio. O governo confirmou que serão oferecidos, pela primeira vez na Grã-Bretanha, empréstimos a estudantes que respeitam a Lei Islâmica (Sharia) como parte de uma iniciativa para aumentar o número de jovens muçulmanos a se candidatarem a entrar na universidade. O novo modelo financeiro halal (permitido ou legal) obedece a Lei Islâmica (Sharia), que proíbe aos muçulmanos fazerem empréstimos em que sejam cobrados juros. Em um relatório oficial o governo informa:

"Iremos introduzir um sistema financeiro alternativo que permita a participação de estudantes que, por motivos religiosos, se sintam impossibilitados de tomarem empréstimos que cobram juros... Para assegurar que a participação e opção estejam abertas a todos, planejamos legislar em prol da criação de um modelo alternativo de financiamento para estudantes".

17 de maio. Um terço dos muçulmanos adultos na Grã-Bretanha não se sentem "parte da cultura britânica", de acordo com um novo relatório sobre o multiculturalismo britânico. Cerca de metade (47%) dos muçulmanos consideram a religião islâmica a parte mais importante da sua identidade. Somente metade (54%) dos adultos britânicos acreditam que possa haver um conjunto de valores nos quais todas as nacionalidades e religiões na Grã-Bretanha possam estar de acordo no futuro.

17 de maio. Belmarsh, uma prisão de segurança máxima em Londres se transformou em "algo como um campo de treinamento jihadista", segundo o testemunho de um ex-presidiário. O ex-presidiário, agora informante, salientou que um grupo de jihadistas que se autodenominam "os irmãos", ou "o Akhi" (irmão em árabe), já controlam a prisão, onde muitos terroristas condenados e criminosos vinculados ao terrorismo convivem livremente com presidiários comuns. "O problema é que Belmarsh também funciona como presídio, de modo que jovens passam por uma lavagem cerebral e doutrinação, são depois encaminhados para o sistema penitenciário, criando assim redes do tipo Akhi bem mais amplas". Nos cinco anos até 31 de dezembro de 2014, o número de presidiários muçulmanos em Belmarshmais mais do que dobrou chegando a 265, ou seja 30% do total de presidiários.

17 de maio. Um muçulmano convertido, preso por conspirar decapitar um soldado britânico teve a sentença reduzida. Brusthom Ziamani, 20, foi detido na região leste de Londres; ele carregava uma faca de 30cm, um martelo e uma bandeira islâmica. Durante o julgamento, o tribunal foi informado que ele havia pesquisado a localização de bases militares em Londres e que tinha mostrado armas a sua ex-namorada, e descreveu para ela o assassino de Lee Rigby, Michael Adebolajo, como "lenda" e disse a ela que iria "matar soldados". Os juízes que reavaliaram sua sentença proferiram: "dada a sua idade (muito jovem), consideramos que a parte custodial da sentença, a saber: 22 anos, era longa demais". Sentenciaram-no então a 19 anos.

18 de maio. Ofsted, a agência oficial do governo, responsável pela inspeção e regulamentação das escolas britânicas, admitiu não ter inspecionado adequadamente a escola gerida pelo Deobandis, uma seita muçulmana conservadora, porque o inspetor estava "proibido" de conversar tanto com os alunos quanto com o staff. O relatório do inspetor no tocante à segurança das crianças na Escola de Ensino Médio para Meninas Muçulmanas Zakaria em Batley revelava que durante as comemorações do festival islâmico de Eid ele só poderia conversar com a alta administração. Depois que a Sky News transmitiu uma reportagem sobre o caso, a Ofsted se pronunciou ressaltando que estava tomando as "medidas apropriadas" contra o inspetor em questão e que havia inspecionado novamente a escola, que leciona 149 meninas com idades de 11 a 16 anos. É voz corrente que muitos na Deobandis não têm a mínima consideração para com os não muçulmanos e controlam, ao que consta, cerca da metade das escolas particulares islâmicas britânicas.

18 de maio. O discurso da rainha, expondo o programa do governo para a próxima sessão do parlamento revelou um novo e polêmico projeto de lei de contra-extremismo, que inclui poderes para silenciar pessoas e banir organizações consideradas extremistas. O projeto de lei, contudo, não apresenta a definição de extremismo. Até agora o foco principal da política britânica era o de impedir o extremismo violento. Simon Cole, chefe do programa Prevent de antiradicalização do governo, salientou que as propostas que têm como alvo supostos extremistas não são passíveis de implementação, e correm o risco de criar um "policiamento ideológico" na Grã-Bretanha ao transformarem policiais em juízes para decidirem sobre o "que as pessoas podem ou não dizer".

18 de maio. Um muçulmano que foi detido após fornecer à polícia um nome falso ajuizou uma ação de discriminação contra a Polícia da Cidade de Londres. Akmal Afzal, 23, alega que foi detido durante as Olimpíadas de 2012 pelo fato de ser "asiático e ter barba". Afzal, britânico de descendência paquistanesa, foi liberado sem nenhuma acusação, mas está processando a polícia por prisão sem qualquer justificativa, agressão e discriminação. Seu advogado ressaltou: "ele alega não ter feito nada de errado e que o motivo dele ter sido tratado do jeito que foi tem a ver com a sua origem étnica e/ou sua religião".

22 de maio. O governo foi acusado de ocultar um relatório sobre o extremismo nas prisões que alerta que o staff tem sido relutante em lidar com o comportamento islamista por temer ser tachado de "racista", segundo o jornal Sunday Times. A avaliação independente, encomendada pelo Secretário de Estado da Justiça Michael Gove, realça que os presidiários islamistas exploraram a "suscetibilidade no tocante ao racismo" no staff da prisão ao fazerem falsas alegações de serem vítimas de discriminação. A avaliação recomendou a criação de "unidades especialmente concebidas" em prisões de segurança máxima para alojarem os islamistas mais "perigosos, extremistas e subversivos". Há mais de 12.000 muçulmanos nas prisões espalhadas pela Inglaterra e País de Gales, de acordo com os últimos levantamentos.

23 de maio. Os serviços de inteligência americano e britânico identificaram El Shafee Elsheikh de 27 anos de idade como o quarto membro da célula de execução do Estado Islâmico, responsável pela decapitação de 27 reféns. Os quatro guardas, liderados por "Jihadi John", foram apelidados de "Beatles" por conta do sotaque britânico. Elsheikh, a quem foi concedido asilo na Grã-Bretanha quando ele tinha sete anos, foi para a Síria em 2012 após ser radicalizado em apenas 17 dias de comparecimento em mesquitas de Londres.

23 de maio. Uma muçulmana britânica que queria educar seus filhos no Estado Islâmico na Síria foi presa por dois anos e meio. Lorna Moore, 34, que escondeu das autoridades que seu marido Sajid Aslam, 34, tinha viajado para a Síria, planejava levar seus três filhos pequenos, um deles de 11 meses, para a zona de guerra. Durante o proferimento da sentença em Old Bailey (Tribunal Penal Central da Inglaterra e País de Gales), o Juiz Charles Wide ressaltou que Moore, muçulmana convertida de Walsall, West Midlands, "sabia perfeitamente bem da dedicação de seu marido ao terrorismo".

23 de maio. Um levantamento conduzido pelo ComRes em nome da Ahmadiyya Muslim Community UK constatou que 33% dos adultos britânicos acreditam que o Islã promove a violência no Reino Unido. O estudo também constatou que 56% dos britânicos discordam da premissa de que o Islã é compatível com os valores britânicos.

24 de maio. A BBC noticiou que um médico do Serviço Nacional de Saúde (NHS), que passou sete anos trabalhando na Grã-Bretanha, deixou a esposa e dois filhos em Sheffield para se juntar ao Estado Islâmico. Issam Abuanza, 37, médico palestino com cidadania britânica, é o primeiro médico da NHS, na ativa, de que se tem notícia de ter-se juntado ao Estado Islâmico.

25 de maio. A polícia de West Yorkshire revelou que está investigando 220 supostos casos de abuso sexual de crianças em Keighley e Bradford. Os casos envolvem 261 suspeitos e 188 vítimas. A revelação veio à tona depois que a ex-parlamentar de Keighley, Ann Cryer, exigiu que os perpetradores fossem incriminados. Cryer foi atacada verbalmente e acusada de "demonizar" a comunidade asiática quando ela iniciou uma campanha, há mais de uma década, para que as autoridades acabassem com o abuso sexual de crianças em Keighley.

25 de maio. Um nigeriano entrou com um recurso de apelação contra o Home Office por cancelar sua nacionalidade britânica. O nigeriano conhecido apenas pela sigla L2, por razões legais, está diretamente associado a amigos próximos a Michael Adebolajo, que assassinou Lee Rigby em Londres em maio de 2013, e Mohammed Emwazi, ou "Jihadi John". L2 foi considerado uma ameaça tão grande à segurança nacional que a Secretária do Interior Theresa May assinou pessoalmente uma ordem para cancelar sua nacionalidade britânica em 2013.

26 de maio. A Secretária do Interior Theresa May estabeleceu uma avaliação independente quanto ao "uso indevido" da Lei Islâmica (Sharia) na Grã-Bretanha. A sindicância irá examinar se as propostas da Sharia estão sendo "indevidamente usadas ou exploradas" com o intuito de discriminar as mulheres. A avaliação não irá, contudo, examinar se a Lei Islâmica (Sharia) em si não é discriminatória em relação às mulheres. Um comunicado do Home Office ressaltou: "não será uma avaliação da totalidade da Lei Islâmica (Sharia), que é uma fonte de orientação para muitos muçulmanos no Reino Unido". Segundo May, muitos britânicos se "beneficiam muito" dos ensinamentos da Sharia.

A Baronesa Cox, que liderou uma iniciativa parlamentar para conter os tribunais não oficiais da Sharia na Grã-Bretanha ressaltou:

"Minhas reservas são de que a avaliação não irá até a raiz do problema. ... Muitas muçulmanas que eu conheço dizem que os homens em suas comunidades riem dessa proposta de investigação, que eles se esconderão subterraneamente, de modo que a investigação terá que ser muito robusta.

"Mas os aspectos que estão causando tanta preocupação — como por exemplo que um homem pode se divorciar simplesmente dizendo 'Eu me divorcio de você' três vezes — é inerente; o direito de 'castigar' mulheres é inerente; poligamia é inerente. Eu não acredito que essas coisas sejam distorções da Lei Islâmica (Sharia). São sim aspectos inaceitáveis da Lei Islâmica (Sharia)".

27 de maio. Um cidadão britânico que planejava perpetrar um ataque suicida no Aeroporto de Heathrow foi sentenciado a 40 anos de prisão. Minh Quang Pham, 33, foi sentenciado em Nova Iorque por viajar para o Iêmen para receber treinamento de membros da al-Qaeda na Península Arábica (AQAP). Pham se declarou culpado de três acusações de envolvimento em atividades relacionadas ao terrorismo com base em seu apoio ao grupo, mas negou que pretendia colocar o plano em prática e não ocorreu nenhum ataque. Pham, natural do Vietnã, com cidadania britânica, convertido ao Islã, foi preso pela primeira vez na Grã-Bretanha em junho de 2012, sendo extraditado para os EUA em fevereiro de 2015.

29 de maio. Festivais de música, instalações esportivas de grande porte e casas noturnas foram colocadas em "alerta máximo" devido ao risco em potencial de ataques jihadistas, de acordo com um agente do primeiro escalão antiterrorismo entrevistado pelo Sunday Times. Neil Basu, comissário adjunto da Polícia Metropolitana, ressaltou que grandes aglomerações — incluindo Glastonbury, considerado o maior festival de música do mundo, que atrairá 135.000 pessoas à Somerset de 22 a 26 de junho — é motivo de muita preocupação para a polícia neste verão. Basu alertou: "essa gente terá enorme satisfação de atacar civis com o máximo impacto possível. Grandes aglomerações sempre foram motivo de preocupação para nós, mas agora estão no topo da lista",

31 de maio. Teve início o julgamento de um muçulmano que tentou decapitar a esmo, um desconhecido, no metrô de Londres. Muhiddin Mire, natural da Somália, de 30 anos de idade, atacou o músico Lyle Zimmerman, 56, na estação de metrô de Leytonstone em 5 de dezembro com uma faca, gritando: "isto é pelos meus irmãos sírios; eu vou derramar seu sangue". O júri foi informado que após o ataque, a polícia encontrou imagens no celular de Mire de reféns do Estado Islâmico tendo suas gargantas cortadas. O promotor públicodeclarou:

"No final do ataque, quando o Sr. Zimmerman estava deitado no chão, estático e indefeso, no hall da bilheteria, o réu se agachou e deliberadamente começou a cortar a garganta do Sr. Zimmerman com a lâmina de uma faca. Felizmente o Sr. Zimmerman sobreviveu ao suplício porque, embora tivesse sofrido três cortes profundos na parte frontal do pescoço, nenhum deles atingiu algum vaso sanguíneo de importância vital naquela região".

Esquerda: Muhiddin Mire, muçulmano nascido na Somália, tentou decapitar o músico Lyle Zimmerman com uma faca em uma estação de metrô de Londres gritando "isto é pelos meus irmãos sírios". Direita: Belmarsh, prisão de segurança máxima em Londres se transformou em "algo como um campo de treinamento jihadista", de acordo com o testemunho de um ex-presidiário.

Soeren Kern é colaborador sênior sediado em Nova Iorque do Gatestone Institute. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias em 2016. Original em inglês: A Month of Islam in Britain: May 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: http://pt.gatestoneinstitute.org/




quinta-feira, 14 de julho de 2016

O PROBLEMA DA INTEGRAÇÃO TURCO MUÇULMANA NA ALEMANHA

"Minha religião é mais importante para mim do que as leis do país onde eu vivo."


Sete por cento dos entrevistados concordam que se "justifica o uso da violência para difundir o Islã". Muito embora estas cifras possam parecer inócuas, 7% dos três milhões de turcos que vivem na Alemanha equivalem a 210.000 pessoas que acreditam que a jihad é um método aceitável para difundir o Islã.

O levantamento também constatou que a migração de mão de obra já não é mais a principal razão dos turcos imigrarem para a Alemanha: a razão mais importante é se casar com um(a) parceiro(a) que resida no país.

Um novo levantamento estatístico sobre a Alemanha — Datenreport 2016: Balanço Social da República Federal da Alemanha — mostra que os turcos étnicos têm menos sucesso econômico e educacional do que outros grupos de imigrantes e que mais de um terço (36%) dos turcos étnicos vivem abaixo da linha de pobreza, em comparação com 25% dos migrantes dos Bálcãs e do sudoeste da Europa.

"Em nosso volumoso estudo perguntamos aos muçulmanos o quão discriminados eles se sentem e procuramos correlações que levassem à evolução de uma visão de mundo fundamentalista. Não encontramos nenhuma correlação. O ódio muçulmano em relação aos não muçulmanos não é um fenômeno especial da imigração muçulmana, na realidade ele é pior nos países de origem. A radicalização não foi primeiramente criada aqui na Europa, melhor dizendo: ela vem do mundo muçulmano". — Sociólogo Ruud Koopmans.

De acordo com um novo estudo, cerca de três milhões de turcos étnicos residentes na Alemanha acreditam ser mais importante seguir a Lei Islâmica (Sharia) do que a lei alemã caso haja conflito entre as duas.

Um terço dos entrevistados também anseia por uma sociedade alemã que "retorne" ao modo que era nos tempos de Maomé, o fundador do Islã, na Arábia do século VII.

O levantamento — realizado com turcos que residem na Alemanha há muitos anos, não raramente por décadas — refuta as alegações das autoridades alemãs, segundo as quais os muçulmanos estão bem integrados na sociedade alemã.

O estudo de 22 páginas: "Integração e Religião do Ponto de Vista da Etnia Turca na Alemanha" (Integration und Religion aus der Sicht von Türkeistämmigen in Deutschland), foi elaborado pelo departamento de Religião e Política da Universidade de Münster. Principais revelações:

47% dos entrevistados concordaram com a seguinte premissa: "seguir os princípios da minha religião é mais importante do que respeitar as leis do país onde eu vivo". Essa é a maneira de pensar de 57% da primeira geração de imigrantes turcos e de 36% da segunda e terceira gerações de turcos. (O estudo define como primeira geração de turcos aqueles que chegaram na Alemanha como adultos; como segunda e terceira gerações aqueles que nasceram na Alemanha ou que chegaram no país ainda crianças.)

32% dos entrevistados concordaram que "os muçulmanos deveriam se empenhar em retornar a uma ordem social como a da época de Maomé". Essa visão é abraçada por 36% da primeira geração e por 27% da segunda e terceira gerações.

50% dos entrevistados concordaram que "há apenas uma religião verdadeira". Esse ponto de vista é abraçado por 54% da primeira geração e 46% da segunda e terceira gerações.
36% dos entrevistados concordaram que "somente o Islã é capaz de resolver os problemas dos nossos tempos". Esta é a maneira de pensar de 40% da primeira geração e 33% da segunda e terceira gerações.

20% dos entrevistados concordaram que "a ameaça que o Ocidente expõe ao Islã justifica a violência". Esse ponto de vista é mantido por 25% da primeira geração e 15% da segunda e terceira gerações.

7% dos entrevistados concordaram que "a violência se justifica se for para difundir o Islã". Esse ponto de vista é mantido por 7% da primeira geração e 6% da segunda e terceira gerações. Muito embora estas cifras possam parecer inócuas, 7% dos três milhões de turcos que vivem na Alemanha equivalem a 210.000 pessoas que acreditam que a jihad é um método aceitável para difundir o Islã.

23% dos entrevistados concordaram que "os muçulmanos não devem apertar a mão de alguém do sexo oposto." Esta maneira de ver as coisas é aceita por 27% da primeira geração e 18% da segunda e terceira gerações.

33% dos entrevistados concordaram que "as mulheres muçulmanas devem se cobrir com um véu". Esta maneira de pensar é abraçada por 39% da primeira geração e 27% da segunda e terceira gerações.

31% das entrevistadas disseram que usam o véu em público. Isso significa 41% da primeira geração e 21% da segunda e terceira gerações.

73% dos entrevistados concordaram que "livros e filmes que atacam a religião e ofendem as suscetibilidades de pessoas profundamente religiosas devem ser proibidos por lei."

83% dos entrevistados concordaram com a seguinte frase: "eu fico furioso quando os muçulmanos são os primeiros a serem acusados sempre que há um ataque terrorista."

61% dos entrevistados concordaram que "o Islã se encaixa perfeitamente no mundo ocidental."

51% dos entrevistados concordaram que "como turco étnico, eu me sinto como cidadão de segunda categoria."

54% dos entrevistados concordaram que "independentemente do quanto eu me esforce, não sou aceito como membro da sociedade alemã."

O estudo também constatou que os turcos e alemães autóctones veem o Islã de maneira totalmente diferente: ao passo que 57% dos alemães turcos associam o Islã aos direitos humanos, somente 6% dos alemães fazem a mesma associação.
ao passo que 56% dos alemães turcos associam o Islã à tolerância, somente 5% dos alemães fazem a mesma associação.
ao passo que 65% dos alemães turcos associam o Islã à paz, somente 7% dos alemães fazem a mesma associação.

Com base nas respostas acima, os autores da pesquisa concluíram que 13% dos entrevistados são "fundamentalistas religiosos", (18% da primeira geração e 9% da segunda e terceira gerações). Muito embora estas cifras possam parecer insignificantes, 13% dos três milhões de turcos que vivem na Alemanha equivalem a cerca de 400.000 fundamentalistas islâmicos, muitos dos quais acreditam que a violência é um meio aceitável de difundir o Islã.

As constatações do levantamento espelham as constatações de outros estudos que mostram que migrantes turcos estão pouco integrados na sociedade alemã.

Em 2012 o estudo de 103 páginas: "Vida e Valores Turco/Alemães" (Deutsch-Türkische Lebens- und Wertewelten), constatou que somente 15% dos turcos étnicos que residem na Alemanha consideram o país a sua casa. Outras revelações importantes:
praticamente a metade (46%) dos turcos concordou com a afirmação: "espero que no futuro haja mais muçulmanos do que cristãos vivendo na Alemanha"; mais da metade (55%) disseram que a Alemanha deveria construir mais mesquitas.
72% dos entrevistados disseram que o Islã é a única religião verdadeira; 18% disseram que os judeus são inferiores aos muçulmanos e 10% disseram que os cristãos são inferiores.
63% dos turcos com idades entre 15 e 29 anos disseram que aprovam a campanha salafista de distribuir o Alcorão a todos os lares da Alemanha; 36% disseram que estariam dispostos a apoiar financeiramente a campanha.
95% dos entrevistados disseram que é totalmente necessário preservar a sua identidade turca; 87% disseram que eles acreditam que os alemães deveriam se esforçar mais em ter mais consideração para com as tradições e costumes turcos.
62% dos entrevistados disseram que preferem a companhia de turcos do que de alemães; apenas 39% dos turcos disseram que os alemães eram confiáveis.

O levantamento também constatou que a migração de mão de obra já não é mais a principal razão dos turcos imigrarem para a Alemanha: a razão mais importante é se casar com um(a) parceiro(a) que resida no país.

Enquanto isso, um novo levantamento estatístico da Alemanha — Datenreport 2016: Balanço Social da República Federal da Alemanha (Datenreport 2016: Sozial-bericht für die Bundesrepublik Deutschland) — mostra que os turcos étnicos têm menos sucesso econômico e educacional do que outros grupos de imigrantes.

O relatório, produzido pela Destatis, agência de estatísticas oficiais da Alemanha, em cooperação com vários institutos interdisciplinares alemães, mostra que mais de um terço (36%) dos turcos étnicos vivem abaixo da linha de pobreza, em comparação com 25% dos migrantes dos Bálcãs e do sudoeste da Europa (Espanha e Portugal). A renda média das famílias de etnia turca é de €1.242 (US$1.400) por mês, em comparação com €1.486 (US$1.700) de migrantes não turcos e €1.730 (US$1.950) das famílias alemãs.

Apenas 5% dos turcos étnicos ganham mais de 150% da média da renda alemã, em comparação com 21% dos migrantes da Europa Oriental, 18% dos migrantes do sudoeste da Europa e 11% dos Bálcãs.
Um mercado ao ar livre no bairro Kreuzberg de maioria turca em Berlim. (Imagem: captura de tela de vídeo do Berlin Project)

O relatório também mostra que os turcos têm menos escolaridade do que outros grupos de migrantes na Alemanha. Somente 60% dos turcos étnicos completam o ensino médio (Hauptschulabschluss), em comparação com 85% dos migrantes da Europa Oriental. Além disso, apenas 8% dos turcos étnicos entre as idades de 17 e 45 anos se formam em algum tipo de bacharelado, em comparação com 30% dos migrantes da mesma distribuição etária da Europa Oriental. De acordo com o relatório a educação é um fator crucial para que a integração tenha sucesso.

Os multiculturalistas alemães culpam frequentemente a si mesmos pela falta de integração dos turcos. Ao escrever para o jornal Die Welt, o economista Thomas Straubhaar assinala que a maioria dos alemães veem os turcos como hóspedes, não como cidadãos iguais a eles, uma atitude que desestimula os turcos a se integrarem:

"Essencialmente os turcos étnicos são tratados como hóspedes — daí a polêmica se a sua lealdade é com a Alemanha ou não. A imigração deles é vista como temporária. A contribuição deles para a cultura alemã é vista sob uma ótica negativa.

"Aqueles que tratam os migrantes como hóspedes não devem ficar surpresos quando eles se comportam como se o fossem. Não se espera que hóspedes tenham uma devoção emocional em relação ao anfitrião, nem que o anfitrião sinta alguma obrigação de mostrar lealdade irrevogável para com o hóspede".

"Os hóspedes não aceitarão por todas as cartas na mesa no país que os acolheu e ainda assumir total responsabilidade pelo êxito da integração. Os hóspedes supõem que mais cedo ou mais tarde eles terão que voltar para casa. Em qualquer atividade na qual se engajem, eles sempre levarão em conta seu status de hóspede e não se engajarão com tanta garra. Isto se aplica aos investimentos na língua, cultura, amizades, contatos sociais e carreira profissional."

Outros no entanto rebatem argumentando que aqueles que agem como estrangeiros não se surpreenderão ao serem tratados como estrangeiros. O sociólogo Ruud Koopmans argumenta que um dos fatores mais determinantes no tocante à integração bem sucedida envolve o abismo cultural entre o anfitrião e o hóspede. Quanto maior o abismo maior o desafio da integração.

Em uma entrevista recente concedida à revista WirtschaftsWoche, Koopmans criticou os multiculturalistas que, por razões normativas, insistem que a cultura e religião não devem ser levadas em conta no debate sobre a integração:

"Em todos os países europeus os imigrantes muçulmanos estão na rabeira dos demais grupos de imigrantes, em quase todos os aspectos da integração. Isto se aplica ao mercado de trabalho, mas também no desempenho educacional, no contato com outras etnias, ou seja: contato com a população local e a identificação com o país no qual se reside.

"Três fatores decisivos determinam o abismo cultural: habilidades linguísticas, contato com outras etnias — especialmente aqueles que envolvem matrimônio — e valores no tocante ao papel das mulheres. Os três têm algo a ver com a religião. Isso obviamente se aplica, em especial, ao conceito quanto ao papel das mulheres, conceito que se deriva diretamente da religião islâmica. Quanto maior for o abismo cultural entre grupos — principalmente quando há tabus culturais — mais complicados se tornarão os casamentos entre as etnias. Esses tabus tornam praticamente impossível para um muçulmano, especialmente para as muçulmanas, casarem com um não muçulmano. Estatísticas de vários países europeus mostram que menos de 10% dos casamentos muçulmanos são contraídos com outras etnias."

Detlef Pollack, autor do estudo da Universidade de Münster citado acima, culpa a discriminação pela falta de integração turca: "a mensagem para a maioria da população alemã é que devemos nos sensibilizar mais com os problemas enfrentados por aqueles que são de origem turca," ressaltou ele à Deutsche Welle. "Nossa opinião é que o sentimento de não aceitação é manifestado na veemente defesa do Islã".

Koopmans rejeita a ligação entre discriminação e radicalização:

"Esta é uma afirmação comum. Mas é equivocada. Em nosso volumoso estudo perguntamos aos muçulmanos o quão discriminados eles se sentem e procuramos correlações que levassem à evolução de uma visão de mundo fundamentalista. Não encontramos nenhuma correlação. O ódio muçulmano em relação aos não muçulmanos não é um fenômeno especial da imigração muçulmana, na realidade ele é pior nos países de origem. A radicalização não foi primeiramente criada aqui na Europa, melhor dizendo: ela vem do mundo muçulmano".

Por: Soeren Kern, colaborador sênior sediado em Nova Iorque do Gatestone Institute. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias em 2016.

Tradução: Joseph Skilnik Do site: http://pt.gatestoneinstitute.org/

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Madison Rising - The Star Spangled Banner

O CESSAR-FOGO BILATERAL COM AS FARC: REFLEXÕES POLÍTICO-ESTRATÉGICAS


Nota da tradutora, Graça Salgueiro: 
Aqui está a tradução da análise feita pelo Coronel Villamarin Pulido que li no meu último programa.
Para quem quer entender de quê se trata o tal "acordo de paz" assinado no último dia 23 entre o traidor presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o capo das FARC, "Timochenko", com as bênçãos do ditador de Cuba, Raúl Castro e, obviamente, do Foro de São Paulo.


Com banda e fanfarras e com o coro da improdutiva ONU além de alguns cúmplices das FARC, Juan Manuel Santos viajou hoje a Cuba com um séquito de aduladores de ofício e de turno, para ratificar com sua assinatura, em nome dos desinformados colombianos, que seu fraco governo aceitou a mais ambiciosa imposição das FARC na mesa de conversações, consistente em abrir uma brecha para que o grupo narcoterrorista consiga status de beligerância.

As razões são elementares e simples:

1. As FARC são comunistas e por natureza e tradição histórica em todas as latitudes, os comunistas são farsantes, desonestos e trânsfugas na hora de denunciar. Assim ocorreu na guerra da Coréia, na queda do Vietnã, nos estratagemas de Mao contra Chiang Kai Chek, etc. 

2. As FARC gravitam ao redor do Plano Estratégico traçado por seu braço político, o Partido Comunista Colombiano. Nem as FARC renunciaram aos objetivos totalitários de seu Plano Estratégico, nem os camaradas do partido se desligaram das FARC. Uns e outros aplicam um jogo arteiro de conveniências mútuas.

3. Tudo o que as FARC impuseram aos mudos que acompanham Humberto de La Calle, favorece os terroristas e seus cúmplices, porém não oferece projeção positiva para o futuro da Colômbia. Pelo pouco que se filtrou nos meios de comunicação, é evidente que as FARC não só impuseram sua agenda, os tempos e acordos parciais, senão que vieram configurando uma nova Constituição e um estado paralelo nas zonas agrárias, ao estilo do Programa Agrário das FARC.

4. O que Santos e Timochenko afirmaram hoje em Cuba, não é o fim da guerra nem um acordo de paz, pois sequer chegou-se ao término do conflito. Em essência, as FARC se saíram com a sua, de impor o que pediram em final de 2014 como um armistício entre dois Estados.

5. As FARC não entregaram as armas, senão como reza o acordo de hoje, farão uma “deixação” gradual tão-logo se assine a paz, não o término do conflito. Este embrulho vai sair caro à Colômbia com o passar dos dias.

6. Entre os pontos pendentes para concretizar as imposições unilaterais das FARC sobre o governo colombiano, está a legitimação de zonas agrícolas liberadas mascaradas dentro do conceito de zonas de reserva camponesa, que no fundo pretendem criar republiquetas independentes, dentro da mesma linha metodológica que o Partido Comunista Colombiano previu na década dos sessenta com Riochiquito, Marquetalia e Guayabero.

7. Dentro dessa lógica, nestas zonas liberadas não poderá haver presença do Estado com o conto chinês de que não se pode militarizar a vida civil como critério de segurança nacional e das comunidades controladas pelas FARC que não entregarão as armas, pela simples razão de que não se assinou a paz definitiva, quer dizer, que os comunistas ainda têm o controle do país.

8. Santos e as FARC montaram um espetáculo midiático calculado, para o dia 23 de junho de 2016, esperançosos de que a Seleção Colombiana de Futebol passaria ao final da Copa América Centenário, que portanto o país estaria anestesiado e seria fácil vender gato por lebre, principalmente porque os colombianos estão sendo intoxicados há três semanas com partidas de futebol do campeonato local, da Copa América, da Eurocopa, da Super Copa Européia, da Liga dos Campeões, etc.

9. A assinatura do cessar fogo bilateral de hoje em Cuba que só favorece as intenções estratégicas das FARC e praticamente força o governo nacional a ceder nas imposições que o ELN faz para conversar formalmente, pois sua primeira condição é a suspensão de operações ofensivas contra suas frentes, é em síntese o primeiro grande passo para o reconhecimento do status de beligerância das FARC.

10. Isto infere que continuarão treinando suas estruturas armadas, recrutando novos terroristas, traficando coca, adquirindo armas com traficantes internacionais que contactam em Cuba e isto não poderia ser verificado, pois nos acordos fica escrito que os observadores internacionais só poderão atuar quando esteja assinando o acordo de paz, não o término do conflito. É um perigoso jogo semântico, no qual não foram claros nem Santos, nem De La Calle, nem os folclóricos ministros do Interior e Defesa.

11. No comunicado de hoje, fica em entredito quantas zonas de concentração o governo designará para controlar as estruturas terroristas armadas das FARC. El Tiempo, com altos interesses da família Santos, afirma que são 22. Porém, do mesmo modo esclarece que a supervisão internacional se efetivará quando se assine a paz, não com o término do conflito.

12. Outra dificuldade é a referendação dos acordos. Com artimanhas, as FARC que têm a intenção de meter uma cunha comunista na Colômbia, aceitaram o show midiático do cessar fogo bilateral, porém não aceitam a forma de referendação por plebiscito. Em conseqüência, têm a faca e o queijo na mão e continuam dirigindo o desejo de protagonismo e a ânsia do Prêmio Nobel de Paz de Santos e seus acólitos, às expensas do futuro do país.

13. A presença internacional no ato é uma papinha para que a direção da ONU, que não pôde com o problema do Oriente Médio, encontre algo que fazer e mostrar, é um manjar dos deuses para Obama e a continuidade dos democratas na Casa Branca, um salva-vidas para o incapaz governante venezuelano Nicolás Maduro e uma lufada de oxigênio para a questionada mandatária chilena, assim como um cenário de vitrine para o presidente salvadorenho. No mais, é uma saudação à bandeira que só favorece a egolatria de Santos e a estratégia integral dos sócios das FARC.

Em traços largos, estas são algumas realidades atinentes ao show midiático de Santos e das FARC, com um acordo de cessar fogo bilateral que só se acomoda às intenções estratégicas do grupo terrorista e desenha pesadas e escuras nuvens para o panorama de paz na Colômbia, além de que por extensão está convidando a que os antigos promotores de auto-defesas ilegais recrudesçam os bandos delitivos dos mal-chamados para-militares.

E mais uma vez o Exército será a pedra de tropeço dos politiqueiros de turno e o apetecido objetivo da matilha comunista armada e desarmada.

Por isso continuaremos como sempre: em guerra interna, mal governados, sem objetivos estratégicos e às custas de que os comunistas e demais “salvadores” façam seu pé de meia com a cada vez mais maltratada e decomposta projeção geo-política colombiana.
POR CEL. LUIS ALBERTO VILLAMARÍN PULIDO dO SITE: http://www.midiasemmascara.org/

terça-feira, 12 de julho de 2016

Violonista Peterson Reinan - História de Superação

DEVASTAÇÃO CULTURAL ENCARNADA


Nada pode estar tão distante de alguma outra coisa como o intercâmbio intelectual genuíno está do debate político-partidário e ideológico tal como se trava na nossa mídia e nas nossas instituições universitárias.

Não é exagero dizer que, fora de uns círculos privados muito pequenos, quase microscópicos, o intercâmbio intelectual desapareceu deste país. Desapareceu a tal ponto que o debate político tomou o seu lugar e acredita piamente ser ele.

Grosso modo, a diferença consiste no seguinte: o intercâmbio intelectual pressupõe a efetiva interpenetração das consciências, a participação comum dos interlocutores num mesmo conjunto de experiências cognitivas.

O debate político (no sentido acima) compõe-se apenas da adesão ou repulsa superficiais a “teses” ou “opiniões” estereotipadas, no mais das vezes apenas inventadas e projetivas, às quais pareça bonito, no momento, lançar flores ou pedradas.

No intercâmbio intelectual, a compreensão e o enriquecimento mútuos são muito mais importantes do que a concordância ou discordância, que em geral acabam sendo quase sempre parciais e condicionais.

No debate político, concordar ou discordar é tudo, com o agravante de que a adesão ou repulsa não é nunca puramente intelectual, mas se multiplica pela exaltação ou condenação morais, que, dirigidas aos alvos convenientes, valem também, por extensão ou por inversão, como descarada "captatio benevolentiae" para fazer do opinador um modelo de virtudes, a personificação suprema da democracia, do patriotismo, do progresso, do socialismo, dos sentimentos cristãos ou de qualquer outro valor que se imagine compartilhado pela audiência.

Não é preciso dizer que, no debate político brasileiro, o compartilhamento de experiências cognitivas é não apenas desnecessário, mas inconveniente.

Compreender as idéias, as intenções profundas ou, mais ainda, a alma do interlocutor pode paralisar o impulso de deformar, caricaturar e falsificar, que, em tão nobre atividade humana, é a essência e a meta do que se pretende.

Numa sociedade normal, há os dois tipos de debates, mas permanecem em terrenos distintos, e a presença vizinha do intercâmbio intelectual, que é de conhecimento público tanto quanto o debate político, funciona como um freio aos arrebatamentos erísticos e demagógicos deste último.

Desaparecendo o intercâmbio intelectual, o debate político, sem parâmetros regulatórios exceto o Código Penal, os interesses empresariais e partidários em jogo e os padrões de gosto de uma platéia volúvel e ignorante, se encontra livre para impor-se como modelo de todas as discussões possíveis e até recobrir-se da aura de “atividade intelectual” aos olhos de quem nunca teve – nem viu -- atividade intelectual nenhuma.

Não deixa de ser sintomático que, nessa atmosfera, as regras de polidez mais vulgares, grosseiras e pueris – mesmo elas constantemente violadas pelos seus propugnadores – se transfigurem no símbolo convencional, no sucedâneo mais aceitável de elevação intelectual e moral.

Foi assim que tipos como os srs. Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Marco Antonio Villa, Caio Blinder e outros tantos vieram a parecer intelectuais, quando até mesmo no exercício do mero jornalismo são tão claramente deficientes, sem comparação possível com os seus antecessores de três ou quatro décadas atrás.

Para quem cresceu lendo os artigos de Julio de Mesquita Filho, Nicolas Boer, Gustavo Corção, Paulo Francis, Otto Maria Carpeaux, Álvaro Lins, Arnaldo Pedroso d’Horta e muitos outros do mesmo calibre –todos eles intelectuais de pleno direito exercendo "ad hoc" as funções de jornalistas --, ler o que se publica hoje sob o nome de “comentário político” é ver diariamente a devastação cultural brasileira encarnada com plena fidelidade aos traços simiescos que a definem.
Por: Olavo de Carvalho Publicado no Diário do Comércio. 
Do site:http://www.midiasemmascara.org/

segunda-feira, 11 de julho de 2016

PARIS SE TORNA UM GIGANTESCO ACAMPAMENTO DE MIGRANTES ILEGAIS

O partido Frente Nacional acusou a prefeita de Paris Anne Hidalgo de colocar as necessidades dos migrantes acima das dos cidadãos franceses. Em um comunicado, o partido assinalou que o número de pessoas sem-teto em Paris saltou 84% entre 2002 e 2012, mas que Hidalgo não mostrou interesse em amenizar o problema: 


Muito embora o acordo entre a União Européia e a Turquia, no tocante aos imigrantes, tenha diminuído temporariamente o fluxo da migração ilegal para a Grécia via Turquia, centenas de milhares de migrantes ainda estão a caminho da Europa. 

De acordo com a International Organization for Migration (Organização Internacional para a Migração), mais de 204.000 migrantes chegaram à Europa (principalmente da Grécia e Itália) nos primeiros cinco meses de 2016, mais do que o dobro do mesmo período de 2015. 

A Prefeita de Paris Anne Hidalgo anunciou planos para construir um "acampamento humanitário" próximo a uma das mais movimentadas estações de trens da cidade, para que milhares de migrantes ilegais a caminho da Grã-Bretanha possam "viver com dignidade".

Hidalgo, que tem frequentemente trocado farpas com o presidente francês François Hollande pela sua recusa em receber mais migrantes, assinala que seu plano de ajudar migrantes ilegais da África, Ásia e Oriente Médio é "dever do humanismo".

Críticos contra-argumentam que o plano de Hidalgo é uma artimanha cínica, que tem como objetivo se posicionar à esquerda do atual presidente, como parte de uma estratégia política de abocanhar a liderança do Partido Socialista das mãos de Hollande, cujos índices de rejeição atingem patamares recordes.

Em uma entrevista coletiva à imprensa realizada em 31 de maio, Hidalgo ressaltou que o acampamento será construído na região norte de Paris "próximo aos pontos de chegada dos migrantes". Ela estava se referindo ao Gare du Nord — uma das estações de trens mais movimentadas da Europa — de onde partem e chegam de Londres os trens bala da Eurostar.

Milhares de migrantes ilegais, muitos do Afeganistão, Eritréia e Sudão, se concentraram em um parque público próximo, o Jardins d'Eole e transformaram o lugar em uma enorme área invadida onde as condições de vida são sub-humanas. A área é tão perigosa que o governoclassificou-a de zona proibida (Zone de sécurité prioritaires, ZSP), ela se transformou em ímã para os traficantes de seres humanos que cobram dos migrantes milhares de euros por falsos documentos de viagem, para poderem seguir rumo a Londres.

Hidalgo ressaltou que o novo acampamento, que será construído em seis meses, seguirá o modelo do Grande-Synthe, um gigantesco acampamento para migrantes próximo da cidade portuária (francesa) de Dunkirk.

Grande-Synthe, moradia de mais de 2.500 migrantes ilegais esperançosos de alcançarem a Grã-Bretanha, foi inaugurado em fevereiro de 2016, depois que as autoridades francesas destruíram um acampamento provisório perto de Calais conhecido como a "Selva", de onde milhares de migrantes tentaram invadir o Eurotúnel na esperança de chegar a Londres.

A manutenção do Grande-Synthe custará aos contribuintes franceses €4 milhões (US$4,5 milhões) somente este ano, além de um estipêndio de €10 por dia para cada migrante abrigado no acampamento. Os contribuintes franceses provavelmente também pagarão pelo acampamento da Hidalgo, em Paris.

A Prefeita de Paris Anne Hidalgo anunciou planos para construir um acampamento para abrigar milhares de migrantes ilegais no centro de Paris, baseado no Grande-Synthe (foto acima), um acampamento que abriga 2.500 migrantes ilegais próximo da cidade portuária de Dunkirk. (Imagem: captura de tela de vídeo da AFP) 

Hidalgo, que já ameaçou abrir um processo contra o veículo de mídia americano Fox News por ele transmitir reportagens sobre zonas proibidas em Paris, parece não ter escrúpulos de transformar partes do norte de Paris em guetos para migrantes ilegais. "Paris não irá se furtar das suas responsabilidades enquanto o Mediterrâneo continuar sendo um cemitério de refugiados", ressaltou ela. "Eu não quero olhar no espelho daqui a 10 ou 15 anos e dizer: 'você era prefeita de Paris e você é culpada por não ter ajudado pessoas em perigo.'"

Hidalgo acrescentou que a "Europa e a França não estão à altura de sua história quando deixam de tratar estrangeiros com dignidade".

O programa de Hidalgo foi bem recebido por alguns, incluindo organizações humanitárias pró-migração e enfurecido outros, como a ministra da habitação francesa Emmanuelle Cosse. Ela salientou que já há abrigos suficientes para refugiados em Paris e que o comunicado de Hidalgo servirá somente para atrair mais migrantes ilegais para a cidade.

Em uma entrevista concedida à rádio Europe 1, Cosse ressaltou que "acampamentos não são a solução" porque eles representam a criação de guetos de migrantes onde a integração se torna impossível. Cosse realçou que mais de 1.000 migrantes ilegais acabaram de chegar ao Jardins d'Eole na semana desde que Hidalgo concedeu a entrevista coletiva à imprensa, totalizando em 2.300 o número de migrantes.

Uma análise política realizada pelo jornal Le Figaro de centro-direita postula que o programa de Hidalgo no tocante ao acampamento para migrantes é apenas a última de uma série de provocações que ela vem ensaiando, com o intuito de concretizar suas credenciais de esquerda como parte de sua estratégia de conquistar a liderança do Partido Socialista. O relatório diz que ela acredita que o Presidente Hollande perderá a reeleição em 2017 e que sua derrota abrirá caminho para a luta pela liderança entre Hidalgo e o Primeiro Ministro Francês Manuel Valls. Segundo o Le Figaro, Hidalgo está determinada a se tornar a candidata do Partido Socialista para Presidente da França em 2022.

Uma reportagem da rádio estatal France Inter descreve a rivalidade entre Hidalgo e Valls como uma "guerra de vida ou morte".

A ânsia de Hidalgo em se tornar a primeira presidente da França, poderá ser solapada pela líder do partido Frente Nacional, anti-imigração, Marine Le Pen, que já é uma das políticas de maior popularidade na França.

Segundo uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal Le Monde em 1º de junho, 28% dos entrevistados responderam que votarão em Le Pen em 2017, 21% no ex-presidente Nicolas Sarkozy e 14% em Hollande. A pesquisa também mostra que em uma escala de 1 para 10, o índice de aprovação de Hollande é de 2,1.

O partido Frente Nacional acusou Hidalgo de colocar as necessidades dos migrantes acima das dos cidadãos franceses. Em um comunicado, o partido assinalou que o número de pessoas sem-teto em Paris saltou 84% entre 2002 e 2012, mas que Hidalgo não mostrou interesse em amenizar o problema:

"É profundamente escandaloso que a Prefeita de Paris Anne Hidalgo use dinheiro de contribuintes para alojar migrantes ilegais. Migrantes não deveriam ser alojados em hotéis ou em casas pré-fabricadas nos acampamentos de migrantes. Eles deveriam ficar em campos de detenção aguardando para serem levados de volta aos seus países de origem.

"O projeto de Anne Hidalgo é típico de uma classe política que está mais preocupada com migrantes do que com cidadãos, uma classe política que se esqueceu que o papel primordial dos líderes é, acima de tudo, cuidar em primeiro lugar de seu próprio povo".

Enquanto isso, os esforços da polícia francesa de desmontar acampamentos provisórios para migrantes se transformou em um jogo de whack a mole. Mais de 20 acampamentos foramdesmontados em Paris nos últimos 12 meses, mas sempre são reconstruídos em um espaço de semanas.

Em 2 de maio, a polícia esvaziou um acampamento provisório para migrantes sob a estação de metrô Stalingrad (próximo de Gare du Nord) depois que milhares de migrantes, brandindo barras de ferro e pedaços e madeira, se envolveram em uma batalha campal em 14 de abril. (Um vídeo da confusão com quatro minutos de duração pode ser visto no YouTube aqui). O acampamento já tinha sido esvaziado anteriormente em 30 de março.

Muito embora o acordo entre a União Européia e a Turquia, no tocante aos imigrantes, tenha diminuído temporariamente o fluxo da migração ilegal para a Grécia via Turquia, centenas de milhares de migrantes ainda estão a caminho da Europa.

De acordo com a International Organization for Migration (Organização Internacional para a Migração), mais de 204.000 migrantes chegaram à Europa (principalmente da Grécia e Itália) nos primeiros cinco meses de 2016, mais do que o dobro no mesmo período de 2015.
Por: Soeren Kern é colaborador sênior sediado em Nova Iorque do Gatestone Institute. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias em 2016.Original em inglês: Paris Becomes Massive Camp for Illegal Migrants
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: http://pt.gatestoneinstitute.org/


domingo, 10 de julho de 2016

O "CHOCANTE DOCUMENTO" QUE MOLDOU O ORIENTE MÉDIO COMPLETA 100 ANOS


Mark Sykes (esquerda) e François Georges-Picot (direita).

O acordo Sykes-Picot que moldou e distorceu o Oriente Médio moderno foi assinado há 100 anos em 16 de maio de 1916. No documento, Mark Sykes do lado britânico e François Georges-Picot do lado francês, além da participação dos russos, alocaram grandes parcelas de território daquela região, ficando pendentes alguns detalhes, de menor importância, resultantes da derrota imposta à Tríplice Aliança na Primeira Guerra Mundial.

Sykes-Picot (nome oficial: Acordo da Ásia Menor), vale a pena lembrar, porque seus dois gravíssimos equívocos correm o risco de serem repetidos: um no tocante à forma e o outro à substância.

Forma: negociadas em sigilo pelas três potências imperiais européias, se tornou símbolo da perfídia européia. Não é de se admirar que a divisão do território central do Oriente Médio realizada secretamente pela Tríplice Entente, sem consultar seus habitantes, provocou uma reação de indignação (George Antonius, salientou em 1938: "um documento chocante ... ponto culminante da ganância ... uma trapaça inacreditável"). Sykes-Picot preparou o terreno para a proliferação de uma mentalidade conspiratória com profundas consequências que afetam a região desde então.

O acordo Sykes-Picot criou um mal-estar de medo em relação a intervenções externas, o que explica a generalizada inclinação de encontrar supostas motivações ocultas frente às manifestas. O que em 1916 parecia ser uma divisão inteligente de território entre aliados, na realidade abriu o caminho para um século de desconfiança, medo, extremismo, violência e instabilidade. Sykes-Picot contribuiu substancialmente para transformar o Oriente Médio na região enferma que é hoje.

Substância: em poucas palavras, a França ficou com a Síria e o Líbano, a Grã-Bretanha com a Palestina e o Iraque. Mas em termos operacionais não foi tão simples assim, já que as fronteiras, administrações e reivindicações conflitantes precisavam ser geridas Por exemplo, as forças francesas destruíram o que se acreditava ser o Reino Árabe da Síria. Em uma bela tarde Winston Churchill, divagando, inventou o país que hoje é conhecido como Jordânia. Sob pressão dos libaneses católicos, o governo francês aumentou o tamanho do Líbano às custas da Síria.

Mas o problema maior, é claro, era o imbróglio sobre o controle da área da Terra Santa ou Palestina, um problema que Londres complicou ainda mais por tê-la prometido de maneira impensada, tanto aos árabes (na correspondência de McMahon-Hussein de janeiro de 1916) quanto aos sionistas (na declaração de Balfour de novembro de 1917). Parecia que Londres não só vendeu o mesmo território duas vezes como também traiu tanto os árabes quanto os judeus, articulando (no próprio acordo Sykes-Picot) manter o controle sobre ela.

Visto a partir da perspectiva de um século depois, o acordo Sykes-Picot teve, poder-se-ia dizer, uma influência puramente maligna sem nenhuma contrapartida positiva. Ele plantou a semente para os futuros estados párias da Síria e do Iraque, a guerra civil libanesa, bem como a exacerbação do conflito árabe-israelense.

Em seu centenário, o principal feito do acordo Sykes-Picot, a criação dos estados sírios e iraquianos parece estar em frangalhos. Em um paralelo surpreendente cada um deles encolheu celeremente, transformando os poderosos estados totalitários de Hafez al-Assad e Saddam Hussein em três microestados. Ambos têm um governo central de orientação xiita apoiados pelo Irã; uma oposição sunita apoiada pela Turquia e pela Arábia Saudita; e uma força curda apoiada pelos Estados Unidos e pela Rússia.

Saddam Hussein do Iraque (esquerda) e Hafez al-Assad da Síria (direita) em 1979.

O Estado Islâmico (ISIS, ISIL ou Daesh) proclamou "o fim do acordo Sykes-Picot" quando eliminou os postos de fronteira ao longo da fronteira Síria/Iraque; ainda assim muitos observadores, incluindo eu, veem a ruptura desses dois estados párias em cinco miniestados, noves fora, como algo positivo, pelo fato dos estados pequenos serem mais homogêneos e menos poderosos do que os regimes antecessores.

Sykes-Picot nos deixa uma lição para os dias de hoje, uma singela e importante lição: as potências estrangeiras não devem procurar determinar unilateralmente o destino de regiões distantes e, acima de tudo, não clandestinamente. Isso pode parecer um aconselhamento antiquado ou óbvio demais, mas em uma época de estados falidos e anarquia, novamente as potências se sentem tentadas a resolver as coisas por conta própria, como fizeram na Líbia em 2011, onde suas intervenções fracassaram miseravelmente. Iniciativas dessa natureza podem estar no horizonte na Síria, Iraque e Iêmen. Mais além desses conflitos, Michael Bernstam da Hoover Institution defende redesenhar, de maneira abrangente, o "antiquado e artificial mapa" da região.

Não. Em vez de procurar impor a sua vontade em uma região sensível e anárquica, as potências deviam se conter e lembrar os autóctones da sua própria necessidade de assumirem suas responsabilidades. Em vez de tratarem os autóctones do Oriente Médio como eternas crianças, os estrangeiros deveriam reconhecê-los como adultos a ajudá-los a progredir. Somente assim, e com o passar do tempo, é que o volátil, brutal, e fracassado Oriente Médio poderá evoluir para algo melhor. Somente assim é que ele poderá superar o rasteiro legado do acordo Sykes-Picot.
Publicado no Washington Times.
Por: Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. © 2016 por Daniel Pipes. Todos os direitos reservados.
Tradução: Joseph Skilnik  Do site: http://www.midiasemmascara.org/