quarta-feira, 13 de julho de 2016

O CESSAR-FOGO BILATERAL COM AS FARC: REFLEXÕES POLÍTICO-ESTRATÉGICAS


Nota da tradutora, Graça Salgueiro: 
Aqui está a tradução da análise feita pelo Coronel Villamarin Pulido que li no meu último programa.
Para quem quer entender de quê se trata o tal "acordo de paz" assinado no último dia 23 entre o traidor presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o capo das FARC, "Timochenko", com as bênçãos do ditador de Cuba, Raúl Castro e, obviamente, do Foro de São Paulo.


Com banda e fanfarras e com o coro da improdutiva ONU além de alguns cúmplices das FARC, Juan Manuel Santos viajou hoje a Cuba com um séquito de aduladores de ofício e de turno, para ratificar com sua assinatura, em nome dos desinformados colombianos, que seu fraco governo aceitou a mais ambiciosa imposição das FARC na mesa de conversações, consistente em abrir uma brecha para que o grupo narcoterrorista consiga status de beligerância.

As razões são elementares e simples:

1. As FARC são comunistas e por natureza e tradição histórica em todas as latitudes, os comunistas são farsantes, desonestos e trânsfugas na hora de denunciar. Assim ocorreu na guerra da Coréia, na queda do Vietnã, nos estratagemas de Mao contra Chiang Kai Chek, etc. 

2. As FARC gravitam ao redor do Plano Estratégico traçado por seu braço político, o Partido Comunista Colombiano. Nem as FARC renunciaram aos objetivos totalitários de seu Plano Estratégico, nem os camaradas do partido se desligaram das FARC. Uns e outros aplicam um jogo arteiro de conveniências mútuas.

3. Tudo o que as FARC impuseram aos mudos que acompanham Humberto de La Calle, favorece os terroristas e seus cúmplices, porém não oferece projeção positiva para o futuro da Colômbia. Pelo pouco que se filtrou nos meios de comunicação, é evidente que as FARC não só impuseram sua agenda, os tempos e acordos parciais, senão que vieram configurando uma nova Constituição e um estado paralelo nas zonas agrárias, ao estilo do Programa Agrário das FARC.

4. O que Santos e Timochenko afirmaram hoje em Cuba, não é o fim da guerra nem um acordo de paz, pois sequer chegou-se ao término do conflito. Em essência, as FARC se saíram com a sua, de impor o que pediram em final de 2014 como um armistício entre dois Estados.

5. As FARC não entregaram as armas, senão como reza o acordo de hoje, farão uma “deixação” gradual tão-logo se assine a paz, não o término do conflito. Este embrulho vai sair caro à Colômbia com o passar dos dias.

6. Entre os pontos pendentes para concretizar as imposições unilaterais das FARC sobre o governo colombiano, está a legitimação de zonas agrícolas liberadas mascaradas dentro do conceito de zonas de reserva camponesa, que no fundo pretendem criar republiquetas independentes, dentro da mesma linha metodológica que o Partido Comunista Colombiano previu na década dos sessenta com Riochiquito, Marquetalia e Guayabero.

7. Dentro dessa lógica, nestas zonas liberadas não poderá haver presença do Estado com o conto chinês de que não se pode militarizar a vida civil como critério de segurança nacional e das comunidades controladas pelas FARC que não entregarão as armas, pela simples razão de que não se assinou a paz definitiva, quer dizer, que os comunistas ainda têm o controle do país.

8. Santos e as FARC montaram um espetáculo midiático calculado, para o dia 23 de junho de 2016, esperançosos de que a Seleção Colombiana de Futebol passaria ao final da Copa América Centenário, que portanto o país estaria anestesiado e seria fácil vender gato por lebre, principalmente porque os colombianos estão sendo intoxicados há três semanas com partidas de futebol do campeonato local, da Copa América, da Eurocopa, da Super Copa Européia, da Liga dos Campeões, etc.

9. A assinatura do cessar fogo bilateral de hoje em Cuba que só favorece as intenções estratégicas das FARC e praticamente força o governo nacional a ceder nas imposições que o ELN faz para conversar formalmente, pois sua primeira condição é a suspensão de operações ofensivas contra suas frentes, é em síntese o primeiro grande passo para o reconhecimento do status de beligerância das FARC.

10. Isto infere que continuarão treinando suas estruturas armadas, recrutando novos terroristas, traficando coca, adquirindo armas com traficantes internacionais que contactam em Cuba e isto não poderia ser verificado, pois nos acordos fica escrito que os observadores internacionais só poderão atuar quando esteja assinando o acordo de paz, não o término do conflito. É um perigoso jogo semântico, no qual não foram claros nem Santos, nem De La Calle, nem os folclóricos ministros do Interior e Defesa.

11. No comunicado de hoje, fica em entredito quantas zonas de concentração o governo designará para controlar as estruturas terroristas armadas das FARC. El Tiempo, com altos interesses da família Santos, afirma que são 22. Porém, do mesmo modo esclarece que a supervisão internacional se efetivará quando se assine a paz, não com o término do conflito.

12. Outra dificuldade é a referendação dos acordos. Com artimanhas, as FARC que têm a intenção de meter uma cunha comunista na Colômbia, aceitaram o show midiático do cessar fogo bilateral, porém não aceitam a forma de referendação por plebiscito. Em conseqüência, têm a faca e o queijo na mão e continuam dirigindo o desejo de protagonismo e a ânsia do Prêmio Nobel de Paz de Santos e seus acólitos, às expensas do futuro do país.

13. A presença internacional no ato é uma papinha para que a direção da ONU, que não pôde com o problema do Oriente Médio, encontre algo que fazer e mostrar, é um manjar dos deuses para Obama e a continuidade dos democratas na Casa Branca, um salva-vidas para o incapaz governante venezuelano Nicolás Maduro e uma lufada de oxigênio para a questionada mandatária chilena, assim como um cenário de vitrine para o presidente salvadorenho. No mais, é uma saudação à bandeira que só favorece a egolatria de Santos e a estratégia integral dos sócios das FARC.

Em traços largos, estas são algumas realidades atinentes ao show midiático de Santos e das FARC, com um acordo de cessar fogo bilateral que só se acomoda às intenções estratégicas do grupo terrorista e desenha pesadas e escuras nuvens para o panorama de paz na Colômbia, além de que por extensão está convidando a que os antigos promotores de auto-defesas ilegais recrudesçam os bandos delitivos dos mal-chamados para-militares.

E mais uma vez o Exército será a pedra de tropeço dos politiqueiros de turno e o apetecido objetivo da matilha comunista armada e desarmada.

Por isso continuaremos como sempre: em guerra interna, mal governados, sem objetivos estratégicos e às custas de que os comunistas e demais “salvadores” façam seu pé de meia com a cada vez mais maltratada e decomposta projeção geo-política colombiana.
POR CEL. LUIS ALBERTO VILLAMARÍN PULIDO dO SITE: http://www.midiasemmascara.org/

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