sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

EM QUALQUER DISCUSSÃO SOBRE DESIGUALDADE, ESTAS SÃO AS QUATRO PERGUNTAS QUE TÊM DE SER FEITAS


Sem essas quatro questões, qualquer discussão se torna puramente emotiva, ideológica e estéril

Já escrevi vários artigos e concedi muitas entrevistas contestando a popular afirmação de que a desigualdade está piorando. Os artigos contêm uma ampla variedade de dados (muitos podem ser encontrados aqui e aqui), mostrando que muitas das afirmações sobre essa "desigualdade crescente" de renda ou estão erradas, ou são exageradas ou ignoram outras evidências.

Entretanto, o que eu quero aqui é, especificamente, focar em quatro questionamentos que devem estar no centro de qualquer discussão sobre desigualdade.

Primeira pergunta: estamos falando de desigualdade ou de pobreza?

Com frequência, esses dois problemas se confundem nesse tipo de discussão.

Pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.

Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Para saber se um país é desigual, é preciso comparar seus habitantes mais ricos e mais pobres e ver a distância entre eles. Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.

Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos sejam uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.

As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa com a pobreza (com quem não tem, por exemplo, acesso a saneamento básico ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres. E essa confusão muda a maneira de pensar: pobreza e desigualdade acabam se tornando a mesma coisa, de modo que o melhor remédio contra a pobreza seria a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.

Consequentemente, aqueles que se dizem preocupados com a desigualdade frequentemente começam a discorrer sobre como a situação está ruim para os mais pobres. Aparentemente, tais pessoas presumem que uma desigualdade crescente deve significar que os ricos estão enriquecendo e os pobres, empobrecendo.

Mais especificamente, alguns parecem acreditar que os pobres estão mais pobres porque os ricos estão mais ricos. Isto é, eles supõem que a economia seja um jogo de soma-zero, de modo que, se alguns estão mais ricos, esta opulênciasó pode ter vindo dos pobres.

Sendo assim, limpe o terreno, esclareça os termos e eleve o nível da conversa. Certifique-se de que todos estejam falando a mesma coisa. Porque se estivermos discutindo a pobreza, a evidência esmagadora é a de que, globalmente, a miséria se reduziu dramaticamente nos últimos 25 anos.

Segunda pergunta: estamos falando de desigualdade de renda, de riqueza ou de consumo?

Aqueles preocupados com desigualdade costumam confundir renda e riqueza nessas discussões. Mesmo este famoso vídeo comete esse deslize. Ele começa apresentando dados sobre riqueza, mas, várias vezes ao longo da apresentação — incluindo uma longa discussão a respeito de um gráfico — ele se refere ao salário das pessoas. Salário é renda, não riqueza.

Riqueza se refere à soma de nossos ativos (dinheiro, imóveis, terras, carros e outros bens) menos passivos (dívidas em geral e contas a pagar). A riqueza é um estoque.

Já renda é a variação líquida de nossa riqueza em um dado período de tempo, seja porque ganhamos um salário, um dividendo de uma ação, juros de uma aplicação, ou aluguel do inquilino. A renda é um fluxo.

É possível ter uma grande riqueza, mas uma renda baixa, como uma pessoa idosa que vive só de sua magra pensão ou dos juros de sua poupança, mas que tem uma casa totalmente quitada.

Inversamente, alguém pode ter alta renda e baixa riqueza financeira. Por exemplo, alguém que tem um alto salário, mas gasta imediatamente tudo em bens de consumo. 

Os dados serão diferentes dependendo de estarmos falando de riqueza ou de renda. Seja claro nesse tópico.

Desigualdade de consumo é uma terceira possibilidade. Trata-se da diferença entre o que ricos e pobres podem consumir. As evidências disponíveis sugerem que a desigualdade de consumo é muito menor que a de renda ou riqueza, principalmente nos países mais desenvolvidos. Os lares dos americanos pobres possuem quase todas as coisas que os lares ricos, ainda que de qualidade mais baixa. E a distancia entre ricos e pobres neste quesito se estreitou nas últimas décadas. Uma vez que, em última análise, é o que consumimos o que interessa, essa é uma questão que tem de ser deixada clara em eventuais discussões.

Como dito neste artigo: a riqueza de Bill Gates deve ser 100.000 vezes maior do que a minha. Mas será que ele ingere 100.000 vezes mais calorias, proteínas, carboidratos e gordura saturada do que eu? Será que as refeições dele são 100.000 vezes mais saborosas que as minhas? Será que seus filhos são 100.000 vezes mais cultos que os meus? Será que ele pode viajar para a Europa ou para a Ásia 100.000 vezes mais rápido ou mais seguro? Será que ele pode viver 100.000 vezes mais do que eu?

O capitalismo que gerou essa desigualdade é o mesmo que hoje permite com que boa parte do mundo possa viver com uma qualidade de vida muito melhor que a dos reis de antigamente. Hoje vivemos em condições melhores do que praticamente qualquer pessoa do século XVIII.

Terceira pergunta: e a mobilidade de renda?

Os que se preocupam com a desigualdade frequentemente pontificam como se os ricos, que estão ganhando cada vez mais, e os pobres, que estão ganhando cada vez menos, fossem sempre os mesmos, ano após ano.

Eles veem aquelas estatísticas que mostram que os 20% mais ricos detêm hoje uma fatia da renda nacional maior do que 30 anos atrás, ao passo que os 20% mais pobres detêm uma fatia menor. Daí, concluem que esses ricos são exatamente os mesmos, e que eles ficaram ainda mais ricos; e que os pobres são exatamente os mesmos, e que eles ficaram ainda mais pobres.

Muito bem.

Sobre os pobres terem ficado mais pobres, esta é uma conclusão que, como já dito, simplesmente não se sustenta. Os pobres enriqueceram nos últimos anos (veja o gráfico 1 deste artigo).

Falemos então sobre a mobilidade de renda, que é o que está sendo realmente ignorado. Comparações entre dois anos separados entre si por décadas são retratos estáticos de um processo dinâmico. O que essas comparações realmente dizem é que "aqueles que eram ricos no ano X detinham Y% da renda nacional; e aqueles que são ricos no ano X + 25 — pessoas completamente diferentes daquelas do ano X — detêm Z% da renda nacional".

Em outras palavras, as pessoas e famílias que abrangem "os ricos" muda ano a ano. E o mesmo ocorre para os 20% mais pobres.

Uma fácil comprovação disso é você olhar a lista de bilionários da Forbes, publicada anualmente. Praticamente todas as pessoas que figuravam na lista em 1987 — primeira vez em que ela foi publicada — não mais estão nela hoje.

Há um grande e controverso debate entre economistas sobre quão fácil ou difícil é para uma pessoa que é pobre em um dado ano ter maiores fluxos de renda nos anos seguintes. Este é o debate. Que a mobilidade de renda realmente existe, isso não mais está em questão.

A conclusão é que você não pode falar sobre desigualdade sem, ao menos, discutir o grau de mobilidade. Se o que incomoda as pessoas no que diz respeito à desigualdade é a suposição de que os pobres estão estagnados ou empobrecendo, então, explorar o grau em que isso é realmente verdade é essencial à discussão.

Quarta pergunta: quais, exatamente, são os problemas causados pela desigualdade?

Se você já conseguiu esclarecer o que todos os debatedores pensam sobre as três primeiras questões, faça então a pergunta: se a pobreza está se reduzindo e, mesmo na atual condição, os pobres ainda conseguem manter um padrão de consumo decente, o que, exatamente, há de errado com a (crescente) desigualdade?

Pela minha experiência, uma resposta comum é que, mesmo se os mais pobres estiverem enriquecendo, o aumento ainda maior na prosperidade dos ricos confere a estes um acesso injusto ao processo político. Os super-ricos transformarão seu poder econômico em poder político, frequentemente de maneira que redistribui recursos para eles próprios e seus amigos.

Esta, obviamente, é uma preocupação legítima, mas observe que a conversa, subitamente, mudou da desigualdade em si para os problemas dos conchavos políticos, do capitalismo de estado (ou "capitalismo de quadrilhas") e do fato de haver um estado com poder suficiente para se criar tais distorções.

Para atacar esse arranjo estatal corporativista e reduzir a capacidade dos ricos de transformar riqueza em poder político há várias soluções não envolvem a redistribuição forçada de renda — a qual, no final, faz com que ainda mais dinheiro vá para políticos e seus mecanismos.

Aqueles que levantam essa preocupação estão, na prática, reclamando apenas do compadrio gerado pelo estado, não da desigualdade em si. A fonte do problema é o estado, cheio de benesses e de favores a serem distribuídos, o qual, indiscutivelmente, se tornaria ainda mais poderoso e distorcivo caso os preocupados com a desigualdade tivessem suas políticas favoritas aprovadas.

Por fim, mesmo aqueles que são céticos em relação aos argumentos de que a desigualdade seja problemática, podem concordar que tem havido alguma redistribuição de riqueza do pobre para o rico nas últimas décadas. Isso se dá, majoritariamente, por causa das políticas do governo que favorecem quem já está próximo ao poder, seja devido aos exorbitantes salários que funcionários públicos de alto escalão recebem, seja por causa de sua política de expansão de crédito subsidiado para grandes empresas, seja por causa de suas políticas protecionistas que protegem as grandes indústrias criando uma reserva de mercado e impedindo os pobres de comprar bens mais baratosdo estrangeiro, seja por causa de sua política fiscal que, ao incorrer em déficits orçamentários, aumenta a riqueza dos compradores dos títulos públicos.

Não nos esqueçamos também da exigência de licenças profissionais e dos encargos sociais e trabalhistas que dificultam a obtenção de trabalho pelos mais pobres, que costumam ser menos qualificados e não justificam o preço exigido como mínimo a ser pago por sua mão-de-obra.

Há, ainda, tentativas governamentais de regular e até mesmo banir o Uber, o Lyft, o AirBnB e todas essas empresas da chamada "economia compartilhada". Essas são, justamente, as melhores alternativas para alguém que não está encontrando oportunidades conseguir uma fonte de renda, já que é a área da economia menos controlada pelo governo que se conhece.

Por fim, vale ressaltar que é o estado quem impede que os moradores de favelas obtenham títulos de propriedade, os quais poderiam ser utilizados como garantia para a obtenção de crédito, com o qual poderiam abrir pequenas empresas e se integrar ao sistema produtivo.

Todas essas políticas são problemáticas justamente porque aumentam a desigualdade e a pobreza de forma artificial. Com efeito, uma discussão muito mais interessante incluiria qual o papel dessas políticas estatais na criação das desigualdades artificiais em oposição às desigualdades naturais, que são aquelas que surgem espontaneamente no mercado em decorrência da maior aptidão de cada indivíduo.

Conclusão

Novamente, os leitores interessados em dados devem consultar as duas monografias linkadas no primeiro parágrafo do artigo. No entanto, mesmo sem os dados, essas são as quatro perguntas que valem a pena ser feitas numa conversa sobre desigualdade se você quer realmente chegar ao cerne do que está em jogo e persuadir aqueles preocupados com a crescente desigualdade a ver a questão por um ângulo diferente.
Por: Steve Horwitz  Di site: http://www.mises.org.br

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sábado, 11 de fevereiro de 2017

SETE MEDIDAS DE OBAMA PARA SABOTAR TRUMP, A TRANSIÇÃO PRESIDENCIAL E A DEMOCRACIA NOS USA


As últimas semanas de Barack Obama no governo pareceram dedicadas a incendiar as políticas internas e externas, de forma a tornar a vida de seu sucessor, Donald Trump, tão difícil quanto possível. Eis algumas das maiores ratoeiras que Obama largou pelo chão da Casa Branca ao sair:

Trair Israel na ONU:
A recusa de Obama em bloquear um voto das Nações Unidas desfavorável a Israel, as maquinações obscuras de sua administração para concretizar esse horror, e o ataque prolixo do secretário de estado John Kerry contra Israel, deixarão o presidente Trump com uma crise política maciça no Oriente Médio – possivelmente, uma crise de segurança, se grupos terroristas e suas “alas políticas” se fortalecerem com a reprimenda a Israel.

A manobra contra Israel também arranha a credibilidade americana, dando a entender a possíveis aliados que os Estados Unidos não são o melhor amigo a se ter. Os velhos aliados da América nos campos de batalha da Síria passam a mesma mensagem, assumindo que nenhum deles sobrou para contar a história. Isso vem num momento em que as aspirantes a hegemônicas China e Rússia demonstram a seus aliados como Pequim e Moscou dão a cara a tapa por eles.

A trupe de Obama achou que seria inteligente selar Trump com um decreto internacional que o presidente americano não pode reverter facilmente. Eles podem não ter pensado muito bem, porque algumas das opções que estão disponíveis a Trump poderiam deixar internacionalistas e líderes palestinos amaldiçoando a memória do mandato Obama.

Note que mesmo comentaristas favoráveis a Obama, assim como fontes de dentro da administração Obama, têm descrito o voto sobre Israel como um ato deliberado de sabotagem contra Trump, porque Obama está “alarmado” com alguns dos nomeados de Trump.

Uma nova guerra fria com a Rússia:
Depois de oito anos invariavelmente caçoando de qualquer um que dissesse que a Rússia é uma grande ameaça geopolítica aos EUA (a ocasião mais conhecida foi contra o candidato republicano de 2012, Mitt Romney), Barack Obama subitamente percebeu: “Quer saber? A Rússia é uma grande ameaça.”

Ele também despertou para os perigos da guerra cibernética, depois de uma administração inteira em que tratou a espionagem eletrônica como um problema puramente político que deveria ser minimizado e tratado com indiferença, porque levá-lo a sério o faria parecer mau. Quem pode se esquecer de como Obama deixou as vítimas do Escritório de Gestão de Pessoas dos EUA a ver navios durante semanas, porque a administração não queria admitir o quão sério era o ataque?

Mas aí, um alto articulador da elite democrata foi enganado por um rudimentar esquema de phishing, o Comitê Nacional Democrata foi hackeado, e então Obama… bem, ele ainda não levaria a questão da cyber-espionagem a sério. Ele ligou o “tô nem aí” de novo, porque como um funcionário anônimo disse, eles pensaram que a eleição de Hillary Clinton estava garantida, e daí eles poderiam assumir esse enorme risco.

Foi a derrota de Hillary na eleição, assim como a forçação de barra para arranhar a legitimidade do presidente eleito, Trump, que fez o presidente que educadamente ignorou a China hackear os dados privados de 25 milhões de cidadão americanos se enrijecer na questão da segurança da informação. Até agora, estados envolvidos em cyber-espionagem não sofreram nada mais que algumas palavras azedas, escolhidas cuidadosamente pela administração Obama, mas os russos tomaram borrifos de sanções e 35 diplomatas foram expulsos.

A Rússia respondeu soltando um exército de patos e trolls das profundezas do Kremlin para a internet. No caso, a diplomacia russa fazia referência à expressão “pato manco”, comumente usada pelos americanos para designar um político cujo governo chega aos estertores. Esse político, como não teria mais muito o que perder, toma medidas polêmicas, ultrajantes ou impopulares. A nova Guerra Fria tem apenas alguns dias de idade, e já é mais estranha do que a primeira.

Presumivelmente, Obama pensa que colocou Trump em uma posição que fará qualquer aproximação de Moscou mais difícil, ou ao menos mais custosa politicamente. O resultado final pode ser as relações entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin terem sido facilitadas, e uma lembrança duradoura de quão pouco Barack Obama se importou com a segurança informática, até que se tornasse politicamente oportuno que ele pirasse em relação a isso.

Banir a perfuração de poços de petróleo nas áreas do Oceano Atlântico e do Ártico:
Um ato de sabotagem aberto contra a própria economia americana, que deixa uma pegada especialmente notável no Alasca. Os presunçosos agentes da administração passaram as últimas duas semanas assegurando aos comentaristas da imprensa que o improcedente abuso cometido por Obama, aproveitando-se de uma lei obscura, se estabeleceria como impossível de ser revertido pelo seu sucessor. É como se eles tivessem passado a noite em claro, procurando ações executivas que não pudessem ser desfeitas pelo novo presidente quatro semanas depois. (Ironicamente, Obama soltou essa bomba no setor da energia apenas algumas semanas depois de publicamente recomendar a Trump que não abusasse das ordens executivas.)

É provável que legiões de advogados batalharão durante 2017, e talvez depois, para determinar se “a última cutucada de Obama em Trump” (como disse o site de esquerda Politico) é realmente irreversível. Que amável presente de despedida o ex-presidente deixou ao país que o elegeu duas vezes: uma pilha de enormes processos legais destruidores de riqueza.

Apropriação das terras dos monumentos nacionais:
O outro decreto presidencial teoricamente irreversível descoberto pelos sicofantas de Obama é a habilidade de designar monumentos nacionais. Outros sete mil quilômetros quadrados em Utah e Nevada foram retirados do mercado na última semana de dezembro, trazendo a abrangência da lei de antiguidades de Obama para algo sem precedentes: mais de duzentos mil quilômetros quadrados.

“Essa lei arrogante de um pato manco não permanecerá. Trabalharei incansavelmente com o congresso e com a futura administração Trump para honrar a vontade do povo de Utah e desfazer essa designação”, vociferou o senador republicano Mike Lee, de Utah. 65% do estado de Utah está agora sob a sábia e compassiva proteção ambiental do mesmo governo que transformou o Rio Colorado em um lixão tóxico.

Acabar com o registro de imigração nacional:
Apenas no caso de Trump considerar usar o registro de imigração nacional como a base para o “processo de habilitação melhorado”, que ele prometeu para imigrantes advindos de regiões infestadas de terroristas, a administração Obama matou um programa adormecido há muito tempo chamado Sistema de Registro para a Segurança Nacional de Entrada e Saída, que certa vez cometeu o imperdoável pecado politicamente incorreto de rastrear homens em idade militar advindos de países de maioria muçulmana violentamente instáveis.

É bastante discutível se esse programa tinha qualquer uso prático. Quando mudou de ideia sobre o programa, o Departamento de Proteção ao Território observou que o programa pós-11 de setembro que se usava para coletar dados agora estava sendo usado com a maioria dos visitantes estrangeiros, juntamente com informações biométricas mais sofisticadas. Quase todo mundo viu a eliminação desses papéis como um ato puramente simbólico – em outras palavras, como sabotagem contra o novo presidente.

A fuga de presos em Guantánamo:
Depois de passar a presidência enrolando sua promessa de fechar a prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, Obama trabalhou muito nos últimos anos, deportando mais de 150 detidos. Vinte deles acabaram voltando às atividades terroristas, o que é um número chocante.

O deputado Ed Royce, republicano da Califórnia, da Comissão de Assuntos Externos da Câmara, escreveu um editorial de contraponto no Wall Street Journal, semanas atrás, para fazer soar o alarme em relação ao “esforço de Obama para esvaziar a prisão de Guantánamo na calada da noite”.

“A Casa Branca repetidamente libertou detentos para países que sabia que não tinham a intenção e a capacidade de impedir que retornassem ao terrorismo. O resultados têm sido mortais”, Royce escreveu, desafiando a sabedoria de tais ações da administração Obama, ideias como largar um dos melhores criadores de bombas da Al-Qaeda na Bósnia, um país que tem “serviços de segurança limitados”, mas que é cheio de mesquitas radicais e homens em idade militar desempregados. A comissão de Royce tem investigado alegações de que a administração teria pago ao criador de bombas cem mil dólares para que ele não repassasse suas habilidades mortais a aprendizes ansiosos. Caçar o resto dos prisioneiros transferidos que transferiram a si mesmos de volta para a jihad global será um trabalho para a administração Trump.

Retratar a eleição de Trump como um desastre: 
Não nos esqueçamos do atos de sabotagem retórica de Obama, como descrever a campanha presidencial de Trump como um crime contra a harmonia entre as raças e classes da América, ou como a primeira-dama lamuriar-se de que toda a esperança foi perdida para as crianças americanas. O próprio Trump tomou nota das “muitas declarações e obstáculos inflamatórias colocadas pelo presidente Obama”.

É difícil se lembrar de um exemplo passado de um presidente atacando a legitimidade de seu sucessor dessa maneira, especialmente durante a transição, antes mesmo que o novo chefe executivo tenha de fato feito qualquer coisa.

É claro, ele ainda pode falar o que quiser depois da posse no dia 20 de janeiro, e ele deu todos os sinais de que não seguirá o caminho honrado de seus antecessores; não concederá ao novo presidente tempo para que trace seu próprio caminho. Mas nada substitui os holofotes da presidência. O timbre da voz política de Barack Obama será muito diferente em 21 de janeiro do que era no dia 19.
Por:  John Haywaed  06 de fevereiro de 2017 
Tradução: Sílvia R. Roma
http://tradutoresdedireita.org  Do site: http://www.midiasemmascara.org/

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

MENINAS YAZIDI SÃO VENDIDAS COMO ESCRAVAS SEXUAIS ENQUANTO MULHERES MARCHAM CONTRA TRUMP

- Meninas yazidi eram "vendidas" por míseros maços de cigarro.


- "Algumas dessas mulheres e crianças foram obrigadas a assistir, bem diante de seus olhos, enquanto crianças de 7, 8 e 9 anos de idade derramavam sangue até a morte depois de serem estupradas inúmeras vezes por dia pelas milícias do ISIS. As milícias do ISIS queimaram muitas meninas yazidis, vivas, por elas se recusarem a se converter e casar com homens do ISIS. Por que? Porque não somos muçulmanas... − Mirza Ismail, presidente da Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi.

- "É um genocídio contra as mulheres". — Zeynep Kaya Cavus, líder ativista alevita.

- Lamentavelmente muitas das organizadoras e integrantes da Marcha das Mulheres em Washington optaram por ignorar as mulheres que estão sendo torturadas e exterminadas por terroristas islâmicos, optaram também por ignorar o que acontece em outras partes do mundo onde elas não podem frequentar uma escola nem sair de casa sem a permissão de um homem.

- Se pelo menos essas mulheres se sentissem tão motivadas a protestar contra a escravidão, o estupro e a tortura de mulheres e crianças yazidis quanto estão em relação ao custo de absorventes femininos.
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Em 21 de janeiro, alguns grupos de direitos das mulheres organizaram "Marchas das Mulheres" em diversas cidades dos Estados Unidos e ao redor do mundo. Os comícios em grande medida direcionados ao recém-empossado presidente norte-americano Donald Trump.

Havia inúmeras oradoras e participantes. A atriz Ashley Judd, que também tomava parte, leu um poema em Washington D.C. que questionava porque os "absorventes femininos são tributados enquanto o Viagra e o Rogaine não".

Enquanto a Sra. Judd falava sobre a sua devastadora tragédia, milhares de crianças e mulheres yazidis estavam sendo forçadas a se tornarem escravas sexuais no Iraque e na Síria nas mãos do Estado Islâmico (ISIS) e estarem disponíveis para a compra em mercados de escravas sexuais.
Enquanto a atriz Ashley Judd se queixava em uma "Marcha das Mulheres" em Washington D.C. que "absorventes femininos são tributados enquanto Viagra e Rogaine não," milhares de crianças e mulheres yazidis estavam sendo forçadas a se tornarem escravas sexuais no Iraque e na Síria nas mãos do Estado Islâmico.


O ISIS atacou a terra natal dos yazidis, Shingal no Iraque em 3 de agosto de 2014, mais de 9.000 yazidis foram assassinados, sequestrados ou sexualmente escravizados. Os yazidis são uma minoria religiosa historicamente perseguida no Oriente Médio.

O Estado Islâmico institucionalizou a cultura do estupro e da escravidão sexual. O ISIS está literalmente travando uma guerra contra as mulheres. O grupo terrorista chegou a publicar uma "tabela de preços" de meninas yazidis e cristãs - com idades que variam de um a nove anos de idade.

Raymond Ibrahim especialista em Oriente Médio assinalou o seguinte acerca de uma menina yazidi escravizada aos 15 anos de idade e sofrendo meses no cativeiro antes de conseguir fugir:

"Lembro de um homem, que parecia ter pelo menos 40 anos de idade, ter aparecido e levado uma menina de dez anos. Quando ela se recusou a ir ele a espancou brutalmente usando pedras e teria atirado nela se ela não tivesse aceito acompanhá-lo. Tudo isso, obviamente, contra a sua vontade. Eles normalmente vinham e compravam as meninas que não tinham preço estabelecido, melhor dizendo, eles costumavam dizer às meninas yazidi: vocês são sabiya (espólios de guerra, escravas sexuais), vocês são kuffar (incrédulas), vocês estão aí para serem vendidas a qualquer preço", querendo dizer que não havia nenhum valor de referência. Algumas meninas yazidis eram "vendidas" por míseros maços de cigarro.

"Todo dia eu morria 100 vezes. Não apenas uma vez. A cada hora eu morria, a cada hora. Pelos espancamentos, pela miséria, pela tortura", disse ela.

Mirza Ismail, fundador presidente da Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi, salientou em seu discurso no Congresso dos Estados Unidos:

"Segundo relatos de inúmeras mulheres e meninas que conseguiram fugir e com as quais conversei no Norte do Iraque, as yazidis sequestradas, em sua maioria mulheres e crianças, somam mais de 7.000.

"Algumas dessas mulheres e crianças foram obrigadas a assistirem, bem diante de seus olhos, enquanto crianças de 7, 8 e 9 anos de idade derramavam sangue até a morte depois de serem estupradas inúmeras vezes por dia pelas milícias do ISIS. As milícias do ISIS queimaram muitas meninas yazidis, vivas, por elas se recusarem a se converter e casar com homens do ISIS. Por que? Porque não somos muçulmanas e porque o nosso caminho é o caminho da paz. Por isso estamos sendo queimadas vivas: por vivermos como homens e mulheres de paz".

Em dezembro de 2015 informes divulgaram que o ISIS vendia mulheres e crianças yazidis na cidade de Gaziantep (ou Antep), no sudeste da Turquia. Gaziantep ficou conhecida pela proliferação generalizada das atividades do Estado Islâmico na cidade.

No entanto, esta e muitas outras ameaças não impediram defensores dos direitos das mulheres em Gaziantep de protestarem devido a inércia do governo turco em face das atividades do Estado Islâmico.

A ativista do grupo "Plataforma das Mulheres Democráticas de Gaziantep", Fatma Keskintimur, leu um comunicado à imprensa que dizia em parte o seguinte:

"O fato de gangues de jihadistas que lutam na Síria terem recebido o maior apoio da Turquia e a existência de esconderijos de células usadas por eles... não é segredo para ninguém. Dado a natureza do perigo que esta situação apresenta para os habitantes de Antep o mal-estar está se intensificando a cada dia que passa".

Mesmo nessas condições os defensores dos direitos das mulheres na Turquia - em particular os curdos - continuam lutando e protestando contra o governo.

No ano passado, por exemplo, a "Assembleia das Mulheres Yazidis" comemorou o dia 3 de agosto como o "dia de ação internacional contra massacres das mulheres e do genocídio". Os membros do partido pró-curdo Partido da Democracia Popular (HDP) organizou protestos em várias cidades por toda a Turquia para condenar o genocídio Yazidi e mostrar solidariedade para com as vítimas.

Safak Ozanlı, ex-ministra do parlamento do HDP, assinalou que o ISIS ainda mantinha 3.000 mulheres yazidis como escravas sexuais: "o ISIS vê as mulheres em Shingal e Kobane como espólio de guerra. As mulheres que continuam vivas são vendidas para xeques árabes. Nós - como mulheres - permaneceremos unidas contra o ISIS e contra todos os ditadores".

Membros da minoria religiosa alevita também apoiaram o protesto em Mersin. Zeynep Kaya Cavus, uma líder ativista alevita, assinalou que as mulheres yazidis são "sequestradas e escravizadas como espólio de guerra e expostas a sistemáticas agressões sexuais e isto constitui um genocídio contra as mulheres".

Há também um número bem reduzido de americanas que está dando o melhor de si para ajudar os yazidis, como por exemplo Amy L. Beam, uma ativista de direitos humanos que vive juntamente com os yazidis e os defende em tempo integral desde 2014. Seu livro O Último Genocídio Yazidi deve ser publicado em breve. Ela é a diretora executiva da "Amy, Azadi and Jiyan" (AAJ -- "Friend, Freedom, and Life"), uma organização humanitária localizada no Curdistão iraquiano.

"Milhares de yazidis têm uma longa lista de familiares mortos ou desaparecidos em poder do ISIS no Iraque ou na Síria", ressaltou ela. "O estado de espírito deles é muito ruim por contarem com uma ajuda internacional muito tímida desde o primeiro aniversário do ataque."

"Meninas e mulheres yazidis juntamente com suas filhas... são submetidas a espancamentos e estupros por combatentes do ISIS. A cada combatente é dado uma menina como troféu de guerra. Mais de 1.000 dessas meninas e mulheres conseguiram fugir ou foram libertadas pelo ISIS".

Espera-se que as ativistas nos EUA façam com que suas vozes sejam ouvidas no tocante aos ataques genocidas contra mulheres e crianças yazidis. Mas elas nada fazem. "Grupos de direitos das mulheres nos EUA não têm dado apoio às mulheres do Iraque e da Síria que estão sendo oprimidas, sequestradas e estupradas" de verdade, ressaltou Beam ao Gatestone Institute.

Algumas das integrantes da marcha das mulheres em Washington afirmam que Trump irá tolher seus direitos - Acusação esta que muitas mulheres que sofrem debaixo de governos ou organizações islamistas achariam ridícula. Elas estão preocupadas em poder fazer um aborto e a preocupação é justificada. Mas não são os aiatolás que chegaram ao poder nos EUA. Além disso Trump parece determinado a combater o terrorismo islâmico radical, a maior ameaça à dignidade e liberdade das mulheres em todo o mundo. Isso por si só já mostra seu compromisso com a liberdade - especialmente a liberdade das mulheres.

A ideologia islâmica radical é uma ameaça universal. Onde quer que ela possa ser enfraquecida ou derrotada, também ajudará a libertar as vítimas em outras regiões do mundo.

Para os povos perseguidos do Oriente Médio, que são muitos, a presidência de Trump representa a esperança de uma mudança positiva.

Em 7 de Novembro, a Organização Internacional de Direitos Humanos Yazidi emitiu um comunicado público intitulado "Yazidis não veem a hora da presidência de Trump ajudá-los a acabar com o ISIS". Uma yazidi no Iraque, há pouco, deu o nome "Trump" ao seu bebê recém-nascido.

A marcha das mulheres, com todas as boas intenções por parte de muitas, violou o princípio fundamental dos direitos humanos: "O pior em primeiro lugar".

Lamentavelmente muitos dos organizadores e integrantes da marcha optaram por ficar em modo de espera ignorando as mulheres que estão sendo torturadas e exterminadas por terroristas islâmicos, optaram também por ignorar o que acontece em outras partes do mundo onde elas não podem frequentar uma escola nem sair de casa sem a permissão de um homem.

Se pelo menos essas mulheres se sentissem tão motivadas a protestar contra a escravidão, o estupro e a tortura de mulheres e crianças yazidis quanto estão em relação ao custo de absorventes femininos.

Agindo como fanáticas delirantes a serviço próprio, cujo ódio gratuito a um presidente eleito cega seus olhos aos verdadeiros problemas do mundo, não ajuda nada a ninguém. Já houve esse mesmo número de pessoas que odiaram outros presidentes.

Vamos por meio de nossas ações lembrar às mulheres do Oriente Médio que nós levamos seu sofrimento a sério.

Uzay Bulut, jornalista nascida e criada como muçulmana na Turquia, está atualmente radicada em Washington D.C.

Meninas Yazidi são Vendidas como Escravas Sexuais Enquanto Mulheres Marcham Contra Trump
Por Uzay Bulut 5 de Fevereiro de 2017
Tradução: Joseph Skilnik

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

FILHOS HERDAM INTELIGÊNCIA DA MÃE, APONTA ESTUDO

Pode não parecer surpreendente, mas estudos iniciados na Universidade de Cambrigde, em 1984, apontam para o fato de que a inteligência dos filhos têm muito mais chances de vir da mãe do que do pai.


COMO ISSO FUNCIONA GENETICAMENTE?

Isso acontece, pois a inteligência (identificada em comportamentos estudados no córtex cerebral) é originada do cromossomo X.

Tendo isso em vista, a matemática é simples: a informação genética da mãe contém dois X enquanto a do pai apenas um (XX vs XY).

Por esse motivo, a mulher é mais propensa a transmitir genes de inteligência do que o homem.
Isso é observado por meio de estudos em laboratório com ratos geneticamente modificados em que aqueles com uma dose extra de genes maternos desenvolviam cabeças e cérebros maiores, juntamente com corpos menores.

Já aqueles com uma dose extra de genes paternos tinham cérebros pequenos e corpos grandes.


Nesse estudo, os pesquisadores identificaram células que continham apenas genes maternos ou paternos em seis partes diferentes do cérebro do rato que controlavam diferentes funções cognitivas: desde hábitos alimentares até memória.

O resultado foi um acúmulo de genes paternos em partes do sistema límbico, o qual está relacionado a funções tais como o sexo, alimentação e agressividade.

Por outro lado, esses mesmos genes do pai não foram encontrados no córtex cerebral, que é onde as funções cognitivas mais avançadas ocorrem, como o raciocínio, pensamento, linguagem e planejamento.

“Mas nós não somos ratos!”, você pode alegar. E com razão.

Por conta disso, pesquisadores de Glasgow, na Escócia, escolheram uma abordagem mais humana para explorar as origens da nossa inteligência.

Eles entrevistaram 12.686 jovens entre as idades de 14 e 22 de cada ano a partir de 1994.

Apesar de terem levado em conta vários fatores como educação, raça e status sócio-econômico, a equipe ainda concorda que o melhor ancestral de inteligência humana é o QI da mãe.
FATORES EXTERNOS À GENÉTICA TAMBÉM COLABORAM

No entanto, a investigação também torna claro que a genética não é o único fator determinante da inteligência, já que apenas 40% a 60% dela é estimada para ser hereditária, deixando uma boa parte da responsabilidade para o meio.

Será que, como diria Rousseau, “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”?

Bom, nesse contexto, não só as mães como os indivíduos que fazem parte do crescimento da criança ganham um papel significativo na formação “não-genética” da inteligência.


Para provar isso, pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que uma ligação emocional segura entre mãe e filho(a) é crucial para o crescimento de algumas partes do cérebro.

Depois de analisar a forma como um grupo de mães se relacionavam com seus filhos durante sete anos, os pesquisadores descobriram que crianças que foram apoiados emocionalmente e tiveram suas necessidades intelectuais cumpridas tinha um 10% do hipocampo (área do cérebro associada à memória, aprendizagem e resposta ao estresse) maior do que as crianças cujas mães eram emocionalmente distantes.

A forte ligação com a mãe, de acordo com essa pesquisa, dá à criança uma sensação de segurança que lhes permite explorar o mundo, e a confiança necessária para resolver problemas.

Eu ainda aproveitaria para reforçar a importância de todos os membros na formação cognitiva de uma criança em vez de responsabilizar, mais uma vez, total e exclusivamente, a mãe sobre os resultados do filho.

Não há nenhuma razão para que os pais (avós, tios, padrinhos ou quem quer que seja que eduque com amor) não possam desempenhar um papel tão grande quanto o das mães.

Além do mais, os cientistas ainda acreditam que há uma série de outras características genéticas determinadas – como intuição e emoções – que podem ser a chave para libertar o potencial de inteligência, e que – pasmem – podem ser herdadas do pai também.

Se você achou este artigo interessante, compartilhe (principalmente se for com a sua mãe, ela vai adorar esta notícia)!

Por: Letícia Flores Do site: https://awebic.com Fonte: independent.co.uk.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

AUROVILLE, A CIDADE ONDE É POSSÍVEL VIVER TOTALMENTE SEM DINHEIRO

Existem em Auroville mais de uma dezena de fazendas de diferentes tamanhos



É preciso ter muito senso de humor quando o governo declara que a maioria das notas que você tem na carteira não vale mais nada. Foi o que aconteceu na Índia: no fim do ano passado, o país retirou de circulação as cédulas de alto valor mais alto.

Em um país com 1,2 bilhão de habitantes, a corrida para trocar as notas de 500 (R$ 25) e 1 mil (R$ 50) rúpias ou depositar o valor em contas provocou grandes filas nos bancos - as cédulas que deixaram de valer correspondiam a 85% de todo o dinheiro em circulação no país.

A decisão do governo indiano pretende combater a corrupção, o mercado negro e a evasão de divisas, já que muitos trabalhadores recebem em dinheiro vivo.

Em novembro, poucos eram os sinais de revolta nas filas: as pessoas concordavam com a medida. Mas assim que as notas saíram de circulação, os jornais noticiaram que qualquer transação exigia negociações complicadas.

Houve festas de casamento em que convidados tiveram que pagar a conta. O governo chegou a declarar, por exemplo, que os pedágios seriam grátis porque não haveria dinheiro suficiente para troco.

Talvez o único lugar na Índia onde o desaparecimento das cédulas não tenha produzido nenhum efeito seja Auroville, também chamada de "A Cidade do Amanhecer", localizada próximo a Pondicherry, no sul do país.

A cidade foi fundada a partir dos princípios da ioga integral e é uma comunidade internacional, onde vivem 50 mil pessoas de 50 países, inclusive do Brasil.
A Mãe e a 'bola de golfe dourada'

Auroville foi fundada em 1968 como um povoado internacional dedicado à busca de uma vida sustentável e harmoniosa.

A fundadora é uma parisiense chamada Mirra Alfassa (1878-1973) - que depois seria conhecida como "a Mãe".

Alfassa é conhecida como a 'Mãe'
Filha de mãe egípcia e pai turco, ela nasceu na França e estudou ocultismo na Argélia. Em 1914, conheceu na Índia o poeta, nacionalista e professor de ioga Sri Aurobindo, seu mentor e companheiro.
As regras de Auroville

Para viver na "Cidade do Amanhecer" é preciso conhecer algumas regras:

- Auroville não pertence a ninguém em particular, mas a toda a humanidade. No entanto, para viver em Auroville é preciso ser um servidor voluntário da consciência divina.

- Auroville será o lugar de uma educação infinita, do progresso constante e de uma juventude que nunca envelhece.

- Auroville pretende ser a ponte entre o passado e o futuro, aproveitando todas as descobertas para avançar rumo ao futuro.

- Auroville será o lugar de uma pesquisa material e espiritual que vai resultar na manifestação viva da unidade humana verdadeira.

Alfassa sonhava com uma sociedade sem dinheiro, na qual o trabalho coletivo e a troca de trabalho por serviços tornaria moedas e cédulas irrelevantes.

A comunidade, que ocupa atualmente uma área de 20 quilômetros quadrados, plantou um milhão de árvores e transformou um terreno deserto e abandonado em área verde.

Mas não se pode dizer que a Auroville de hoje é a sociedade ideal que Alfassa imaginou: sua história inclui crimes, conflitos e constantes dúvidas sobre sua transparência financeira.

Mesmo assim, o empreendimento floresce: os aurovilianos têm empresas de todo o tipo, desde tecnológicas até têxteis.

Seu centro nevrálgico é o Matrimandir ("Templo da Mãe Divina", em sânscrito), um local de meditação que se assemelha a uma gigantesca bola de golfe dourada.

Getty Images
Matrimandir, ou Templo da Mãe Divina, tem 30 m de altura e 36 m de diâmetro

Sonhando com café

No Café dos Sonhadores, perto do centro de informações para visitantes, ofereço um café a uma auroviliana recente em troca da sua história.

"Os sonhadores fazem o melhor café", me diz a mulher, que prefere ficar no anonimato. "Mas é caro."

O garçom pede o número da conta dela e ela indica que sou eu quem vai pagar.

"Cada um tem uma conta onde é depositada a sua manutenção. Estou aqui há três meses e, no primeiro ano, cada pessoa tem que financiar a sua estada", explica.

Muitos residentes têm rendimentos próprios ou o apoio econômico de parentes e amigos.

A manutenção é uma quantia mensal normalmente suficiente para atender as necessidades básicas em Auroville. O valor é pago na unidade comercial ou no serviço comunitário onde eles trabalham.
McKay Savage
O Parque da Unidade reúne exemplares do um milhão de árvores

"Na Suíça eu era pobre, mas aqui posso me dar ao luxo de doar dinheiro."

A nova auroviliana aparenta ter menos que seus 70 anos.

"Isso é por causa da minha dieta e porque ando de bicicleta", garante.

Com uma bata de algodão e um colar que, explica, simboliza a amizade, ela irradia um grande entusiasmo com a sua nova vida.

"Eu trabalhava com tecnologia da informação na Nestlé, na Suíça... Ainda não posso acreditar", exclama, entre risos.

O contraste entre a multinacional altamente tecnológica e os centros de saúde e lojas de roupas artesanais é absurdo.

"Mas eu tinha que criar meu filho. Mas passei a procurar uma comunidade e, quando encontrei a página de Auroville na internet, soube imediatamente que este era o lugar em que eu queria estar", lembra.

"Foi uma energia estranha."

Em Auroville não existe propriedade privada da terra, de casas ou comércio. Tudo é coletivo.

A página da comunidade na internet afirma que "em Auroville o trabalho não é uma forma de ganhar o sustento, mas sim uma forma de servir ao divino".
Contribuir para a utopia

"Minha missão é trazer o transporte elétrico para Auroville", explicou. "Fiquei horrorizada ao ver tantas motocicletas!"

Por isso, ela está financiando o projeto e atendendo os visitantes no centro de informações. Ela fez amigos e está decidida a passar o resto dos dias na comunidade.

"Existe algo neste lugar que é maior do que a gente", diz.

Embora não seja devota dos ensinamentos da "Mãe" e seja mais realista do que peregrina, ela fala sobre algo parecido com destino.

"Quando se recebe um chamado, as coisas fluem", diz.

Divulgação
O arquiteto francês Roger Anger desenhou Auroville no formato de uma galáxia

E o que ela oferece é mais do que tempo de trabalho.

"Tenho uma aposentadoria, assim não preciso que me paguem. Simplesmente quero contribuir com esta ideia."

"Auroville faz com que as coisas sejam mais fáceis se você tem um sonho", continua.

No entanto, o sonho de Auroville de libertar-se do dinheiro "ainda não está funcionando muito bem", admite ela. "Mas não lidamos com dinheiro, o que é agradável."

"Quem não tem rendimentos recebe ajuda, mas é um valor que dá apenas para viver modestamente. O importante é fazer amigos na comunidade e encontrar uma maneira de contribuir com a sua energia", conclui.

O intervalo de descanso termina e ela volta ao seu posto no centro de informações.

Em muitas partes do mundo, pessoas relativamente saudáveis e aposentadas contribuem com seu tempo e conhecimento para o sustento das sociedades.

O que me surpreendeu depois de conversar com esta auroviliana é saber que ela vive numa comunidade na qual efetivamente paga para trabalhar.

E, ao que parece, sente uma satisfação que o dinheiro não consegue comprar. 
Do site:  economia.uol.com.br  

FIDEL CASTRO E OS TRAÇO DA CULTURA POLÍTICA TOTALITÁRIA


“A mente comunista não funciona segundo os cânones da psicologia usual, mas segue uma lógica própria onde se misturam, em doses indistinguíveis, a habilidade dialética, o auto-engano histérico e a mendacidade psicopática.”
Olavo de Carvalho

No dia 25 de Novembro de 2016, Fidel Castro morreu, após um longo reinado de terror e miséria imposto pela (sua) Cuba “revolucionária”.

Esteve no poder durante décadas, desde a gesta comunista de 1959, um festival de fracassos socioeconómicos, propaganda descarada, falso progressismo e dogmatismo ideológico sem fim, para consumo dos seus asseclas e demais idiotas úteis.

Fidel foi um ditador implacável e, mau grado o lamento cínico das carpideiras do regime, um psicopata sem escrúpulos, responsável, refira-se, pela morte de mais de 100 mil pessoas.

Foi talvez o pior ditador que a América Latina conheceu em toda a sua martirizada história.

Além do mais, foi um chefe militar perigoso.

Basta recordarmos a famosa “crise dos mísseis” de 1962, que esteve, num curto espaço de tempo, cedendo às manobras de Nikita Khrushchev, a um passo de lançar o mundo no holocausto nuclear, com consequências imprevisíveis.

Exportou, com primor, tácticas de guerrilha e ajudou a implantar ferozes tiranias políticas em África e um pouco por toda a América Latina.

Foi na verdade um génio perverso, arquitectando, qual Maquiavel enfurecido, revoltas e sedições armadas, arruinando, decerto, nações inteiras com o rolo compressor da sua famigerada ideologia totalitária. Só a OLAS, instância que comandava a vasta guerrilha na América Latina, matou milhares de pessoas.

Fidel Castro declarou então, com a raiva típica dos revolucionários, inspirada, quem sabe, em Eugène Sorel: “Faremos um Vietname em cada país da América Latina”. Dito e feito.

A OLAS foi fundada em 1966, após a Tricontinental de Havana, sob proposta de Salvador Allende, o qual, em pouco tempo, arruinou o Chile com o seu socialismo rapace e de caserna (sobre estoutra figura patética do comunismo internacional, ver Casimiro de Pina, Sociedade Civil, Estado de Direito, Economia e Governo Representativo – Repensando a Tradição Liberal-Conservadora no Séc. XXI, Chiado Editora, Lisboa, 2016, pp. 666-668, maxime).

Após a queda do Muro de Berlim e a implosão da URSS, o torcionário de Havana haveria de criar, com Lula da Silva e frei Betto, o Foro de São Paulo (reunindo partidos políticos de esquerda, organizações terroristas, ONGs comunistas, traficantes de droga, FARC, MIR chileno, etc., etc. – ver, em síntese, https://www.youtube.com/watch?v=NzOSNKtHOek, http://olavodecarvalho.org/semana/070115dc.html e http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/conheca-o-foro-de-sao-paulo-o-maior-inimigo-do-brasil/), cujo objectivo era, basicamente, “Recuperar na América Latina aquilo que foi perdido no Leste europeu”.

Os “analistas” políticos cabo-verdianos, diligentes como são, nunca falam desse poderoso esquema de poder e dominação continental. Preferem, oops, as balelas do costume.

As pseudoalvoradas castristas sempre se cobriram, todavia, com o manto tenebroso da opressão, sob o ferrete de um partido hegemónico, intolerante e incapaz de conviver com a oposição livre e civilizada.

A autêntica Revolução, como salientou, com subtileza, o insuspeito Edgar Morin, aconteceu em Miami e não em Havana!

E não é por acaso que os cubanos, aos milhares, fogem para a pátria livre de George Washington, onde as oportunidades existem e a condição humana, longe de ser um slogan vazio, é valorizada. E protegida. 

Racionalmente, não há como glorificar um tirano dessa estirpe. Jamais. O seu legado é, no mínimo, horrível e indefensável.

Cuba, na sua decadência formidável, é hoje a marca registada de Fidel, o grotesco.

Os dissidentes são fuzilados, os críticos reiteradamente amordaçados, os intelectuais e poetas condenados ao exílio (lembremo-nos, por ex., de um G. Cabrera Infante) e a população, tão meiga e cheia de alma e musicalidade, lançada no abismo imerecido do atraso, no meio de abusos/atropelos de toda a espécie, que ferem, aliás, o mais elementar sentimento de dignidade humana.

República da Arbitrariedade e do Medo, eis a herança dessa gente que lê pela cartilha de Marx, instituindo um sistema bárbaro de controlo das consciências através do Comité de Defensa de la Revolución.

Cuba, durante o triste reinado de Fidel, foi transformada num prostíbulo (para gáudio dos turistas…) e na pátria dos “balseros”, os renegados de uma utopia assassina e sem futuro, enquanto os homens da Nomenklatura, senhores de um poder absoluto, vivem no luxo requintado, quase obsceno, circulando, tranquilamente, em carros de alta cilindrada e consumindo produtos ocidentais que as camadas mais pobres não podem ver, diga-se, nem nos melhores sonhos.

Os porcos elitistas de George Orwell, já se sabe, são mais iguais do que os outros.

O próprio Fidel Castro, apesar da imagem de frugalidade que ostentava, para consumo, é certo, da legião de néscios embevecidos, possuía uma ilha privada e adorava lagostas, whiskies e outros produtos caros.

Sempre viveu como um nababo.

É essa figura macabra, deveras monstruosa, daninha e orgulhosamente terrorista – transformando uma nação pacífica na encarnação do inferno de Dante –, que recebe, entre nós, marchas de solidariedade e elogios rasgados do “comandante” Pedro Pires e de escritores como Mário Lúcio Sousa e Filinto Correia e Silva, mais uma prova cabal do arcaísmo insuperável da nossa cultura política, pintando o tirano-mor das Caraíbas com as cores lindas e românticas da velha utopia comunista. Nada mudou, no essencial.

O poeta francês Louis Aragon também declarava, sem qualquer hesitação ou sentimento de remorso, no altar da propaganda comunista, o seguinte: “Os olhos azuis da revolução brilham com uma crueldade necessária”.

Ou seja, toda a brutalidade é justificável, porque há um “paraíso” sublime, prometido pelo santo Karl Marx no Manifesto de 1848, à nossa espera numa esquina qualquer do futuro!

Há, por isso, crimes lógicos, acima do julgamento dos homens. O assassino é um herói.

Filinto chega a justificar a tirania castrista com as célebres “conquistas sociais”. É um mito frágil. Pura falsidade, e propaganda comunista larvar.

Quando Fidel Castro entrou triunfalmente em Havana, em Janeiro de 1959, Cuba era o país com o melhor índice de saúde e educação em toda a América Latina, à frente, inclusive, de alguns países europeus.

In illo tempore, a economia cubana suplantava a brasileira.

A “revolução” comunista só fez uma coisa admirável: teve a habilidade, após décadas de experimentação, de fazer regredir essas conquistas, estando Cuba, nos dias que correm, muito atrás de alguns países daquele hemisfério.

O aparelho produtivo de Cuba foi destruído pela política socialista.

Mas o país especializou-se, entretanto, na exportação de…mentiras, a mais próspera indústria da ilha-cárcere.

Eis a imensa glória de Fidel.
Por: Casimiro de Pina é jurista e autor do livro 'Ensaios Jurídicos: Entre a Validade-Fundamento e os Desafios Metodológicos'. 
Do site: http://www.midiasemmascara.org/

APERTEM OS CINTOS, TURBULÊNCIA À FRENTE

É comum lermos sobre uma China dominante, em marcha forçada rumo ao capitalismo. Existem até os que imaginam que a China seja um modelo alternativo ao figurino neoliberal imposto por Wall Street.

Mais raro é termos notícia da outra China, que vive, no ciclo Xi Jinping, um soluço nacional-autoritário. Mais voltada para dentro, cresce menos e é ainda mais intolerante com a crítica. Censura as universidades, demite professores, prende intelectuais que ousam pensar mais livremente.

Recentemente, o presidente de uma das mais liberais universidades chinesas, de Sun Yat-sen, na província de Guangzhou, editou uma ordem com uma lista de dez proibições para professores e alunos. Expandia a lista de sete proibições de um édito do Comitê Central. No topo das vedações estão criticar a constituição, os líderes do Partido Comunista Chinês e espalhar a religião e a superstição. O presidente Xi Jinping, em uma reunião recente do alto escalão do PCC, prometeu transformar as universidades chinesas em "fortalezas da liderança do partido" que "manterão com firmeza a correta direção política".

O professor da universidade de Jinan, Deng Xiangchao, foi obrigado a se aposentar e perdeu seus títulos no partido porque criticou Mao Tsé Tung. O escritor Lu Yong ao participar de uma pequena manifestação a favor de Deng, no campus da universidade, foi cercado por maoístas e espancado. A manifestação foi desbaratada a porretadas pelo grupo de fiéis. Há uma onda de nacionalismo "neomaoísta" varrendo a China impulsionada pelo sopro poderoso do novo "chairman". Filho de um aliado de Mao, já em seu primeiro discurso no poder alertou que os últimos 30 anos de reformas e liberalização não podiam ser considerados como um repúdio aos 30 anos sob Mao.

Uma das consequências das reformas e da aproximação com os Estados Unidos e a Europa foi a abertura das universidades chinesas à cooperação acadêmica global. Agora, as autoridades governamentais alertam contra a presença de valores liberais ocidentais nas universidades e escolas. Aumentou a repressão a professores, intelectuais, advogados que defendem perseguidos do regime e ativistas políticos. Yau Wai-Ching, ativista pró-independência, foi cassada do parlamento de Hong Kong, por ordem de Pequim. O produtor da TV Luohe, na província de Hunan, Liu Yong, foi demitido, por ter defendido um crítico de Mao no ar, numa controvérsia sobre o aniversário do líder da revolução comunista chinesa no dia 26 de dezembro.

A revisão da história também retornou nessa fase "neomaoísta". Tem sido sistemática a censura e a "correção" de livros de história adotados nas escolas, para extirpar as narrativas consideradas mentirosas ou ofensivas. Em geral, são aquelas que tratam criticamente as versões que haviam sido impostas pela chamada "revolução cultural" de Mao. Analistas chineses abrigados em universidades ocidentais comparam o estilo de repressão e o uso de movimentos de fiéis para atemorizar e agredir os críticos do regime, com o estilo da época da revolução cultural e da temida Guarda Vermelha.

A Anistia Internacional comentou em seu relatório o desaparecimento de cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram e foram encontrados encarcerados pela polícia chinesa. Aumentaram também os ataques a jornalistas.

Se juntamos o discurso de Donald Trump, a agressiva investida de Putin na reconquista do poder russo e a onda neomaoísta na China, temos um quadro que parece de convergência. Mas não há convergência, embora estejamos diante de dois tipos de nacionalismo populista e do revigoramento do nacionalismo autoritário chinês. Os Estados Unidos, mesmo com as disfunções de seu sistema político, nasceram como uma democracia republicana. É o país de maior tradição liberal do chamado "mundo ocidental". Sua democracia seja elitista viveu, pelo menos desde o final dos anos 1970, um movimento crescente de fortalecimento dos direitos constitucionais. A Rússia nunca foi democrática. Saiu do regime imperial dos czares para o autoritarismo leninista e stalinista. Com a glasnost e a perestroika, viveu um período de instabilidade, até a chegada de Putin, que implantou uma espécie de czarismo civil. Seu governo nada tem de democrático. A China foi imperial e com a revolução maoísta transitou para o autoritarismo. Tanto na União Soviética, como na China de Mao, os regimes, embora sustentados por uma máquina partidária, com uma cúpula no controle do poder político, os governos eram autocráticos. Na Rússia pós-soviética, houve apenas dois governantes: Yeltsin, entre 1991 e 1999, e Putin, desde 2000, incluindo-se o período em que dividiu o governo com Dmitry Medvedev ( 2008-2012). Mao liderou a China da revolução, em 1949, até sua morte, em 1976. Foi sucedido por Deng Xiaoping, o arquiteto das quatro reformas e do modelo de "um país, dois sistemas", para o retorno de Hong Kong.

Cada governante chinês buscou associar seu governo a uma doutrina. Deng propagou uma visão pragmática, que contrastava com o fervor ideológico da era Mao e desenvolveu a ideia do socialismo com características chinesas. Jiang Zemin, chegou ao poder, após o massacre que reprimiu os protestos de Tianamen. Líder sem carisma, propôs a teoria das três representações, que indicava a necessidade de ajustamento da China às novas forças da sociedade em mudança rápida. Era uma linha de continuidade com as reformas de Deng, que também trouxe ao poder Hu Jintao, que sucederia a Jiang. Xi Jinping representa uma outra facção da linhagem dos "príncipes" chineses e dá mostras de querer recuperar a tradição maoísta, numa síntese que não elimine inteiramente o pragmatismo de Deng.

O que há de similar entre as três grandes potências é o nacionalismo, mas cada um à sua moda. Uma reação a diferentes forças da globalização. No caso da China, um recuo para o mercado interno, que ficou negligenciado na fase voltada para fora do crescimento chinês. No caso da Rússia, uma reação ao avanço da União Europeia e da OTAN para países que estiveram na órbita da URSS. No caso de Trump, a rejeição aos imigrantes e aos produtos made in China. De qualquer modo, há o risco, no curto prazo, de modelos voltados para dentro, com repercussões negativas, principalmente nos casos de China e EUA, para a economia global. Ondas nacionalistas em geral associam-se a impulsos autoritários. Na Rússia, isso já é evidente. O nacional-populismo de Putin é claramente autoritário e belicoso. No caso da China, como diz o filósofo confucionista, Jiang Qing, seja o maoísmo, seja o não podem ser democráticos. Trump tem uma personalidade autoritária e intolerante, mostrou isso, novamente, em sua primeira coletiva de imprensa. Se vai ou não conseguir transferir essa personalidade para o governo é uma questão que dependerá dos freios e contrapesos (checks and balances) da democracia americana. Seja como for, teremos tempos turbulentos à frente, é bom apertar os cintos.
Por: Sérgio Abranches é cientista político, escritor e comentarista da CBN. É colaborador do blog com análises do cenário político internacional Do site: http://g1.globo.com/

IGNORÂNCIA SOBRE A PRÓPRIA BURRICE...

Ignorância sobre a própria burrice pode explicar muitos dos problemas da sociedade


Várias pesquisas psicológicas estão chegando à conclusão que a incompetência priva as pessoas da capacidade de reconhecer sua própria incompetência. Ou seja: as pessoas burras são burras demais para saber que são burras.

E essa desconexão pode ser responsável por muitos dos problemas da sociedade.

Com mais de uma década de pesquisa, David Dunning, um psicólogo da Universidade de Cornell, demonstrou que os seres humanos acham “intrinsecamente difícil ter uma noção do que não sabem”.

Se um indivíduo não tem competência em raciocínio lógico, inteligência emocional, humor ou mesmo habilidades de xadrez, a pessoa ainda tende a classificar suas habilidades naquela área como sendo acima da média.

Dunning e seu colega, Justin Kruger, agora na Universidade de Nova York, fizeram uma série de estudos nos quais deram às pessoas um teste de alguma área do conhecimento, como raciocínio lógico, conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis e como evitá-los, inteligência emocional, etc.

Então eles determinaram as suas pontuações, e, basicamente, pediram que eles lhe dissessem o quão bem eles achavam que tinham ido.

Os resultados são uniformes em todos os domínios do conhecimento. As pessoas que realmente se saíram bem nos testes tenderam a se sentir mais confiantes sobre o seu desempenho, mas apenas ligeiramente. Quase todo mundo achou que foi melhor do que a média.

“As pessoas que realmente foram mal – os 10 ou 15% de fundo – acharam que seu desempenho caía em 60 ou 55%, portanto, acima da média”, disse Dunning.

O mesmo padrão aparece em testes sobre a capacidade das pessoas em classificar a graça de piadas, gramática correta, ou até mesmo seu próprio desempenho em um jogo de xadrez.

O pior é que não é apenas otimismo. Os pesquisadores descobriram uma total falta de experiência que torna as pessoas incapazes de reconhecer a sua deficiência.

Mesmo quando eles ofereceram aos participantes do estudo uma recompensa de US$ 100 caso eles classificassem seu desempenho com precisão, eles não o fizeram, achando que tinham ido melhor do que realmente foram. “Eles realmente estavam tentando ser honestos e imparciais”, disse Dunning.

Sociedade burra

Dunning acredita que a incapacidade das pessoas em avaliar o seu próprio conhecimento é a causa de muitos dos males da sociedade, incluindo a negação das alterações climáticas.

“Muitas pessoas não têm formação em ciência, e assim podem muito bem não compreender os acontecimentos climáticos. E como elas não têm o conhecimento necessário para avaliá-los, não percebem o quão ruim suas avaliações podem ser”, disse ele.

Além disso, mesmo se uma pessoa chegue a uma conclusão muito lógica sobre se a mudança climática é real ou não com base em sua avaliação da ciência, isso não significa que a pessoa realmente tinha condições de avaliar a ciência.

Na mesma linha, as pessoas que não são talentosas em uma determinada área tendem a não reconhecer os talentos e boas ideias dos outros, de colegas de trabalho a políticos. Isso pode impedir o processo democrático, que conta com cidadãos com capacidade de identificar e apoiar o melhor candidato ou a melhor política.

Conclusão: você deve se lembrar de que pode não ser tão bom quanto pensa que é. E pode não estar certo sobre as coisas que você acredita que está certo. E, além de tudo, se você tentar fazer piadas sobre isso, pode não ser tão engraçado quanto você pensa.[LiveScience] Do site: http://hypescience.com/

'SEREMOS TODOS MUÇULMANOS POR CAUSA DA NOSSA IDIOTICE", DIZ ARCEBISPO ITALIANO

Religioso reclama que “Temos uma fé cristã fraca. Isso abre caminho para o Islã”.

Monsenhor Carlo Liberati, um influente arcebispo italiano, contrariou o papa e decidiu fazer um alerta aos católicos europeus. Observando o crescente número de incidentes que envolveram refugiados muçulmanos e os seguidos atentados terroristas feitos em nome de Alá, ele acredita que o continente poderá ser dominado em breve pela fé islâmica.

Para ele, esta é uma ameaça real. “Dentro de 10 anos seremos todos muçulmanos por causa da nossa idiotice. Na Itália e em boa parte da Europa vive-se como se Deus não existisse. Fazem leis que vão contra Deus e cultivam suas tradições pagãs. Toda essa decadência moral e religiosa favorece o Islã”, asseverou.

Sem medir palavras, sentenciou: “Temos uma fé cristã fraca. A Igreja hoje em dia não funciona bem e os seminários estão vazios. Precisamos de uma verdadeira vida cristã. Tudo isso abre o caminho para o Islã. Além disso, eles têm muitos filhos e nós, não. Estamos em pleno declínio”.

Monsenhor Carlo Liberati, um influente arcebispo italiano, contrariou o papa e decidiu fazer um alerta aos católicos europeus. Observando o crescente número de incidentes que envolveram refugiados muçulmanos e os seguidos atentados terroristas feitos em nome de Alá, ele acredita que o continente poderá ser dominado em breve pela fé islâmica.

O líder religioso também criticou a Igreja Católica por apoiar demais os imigrantes muçulmanos e esquecer dos cristãos. “Eu estou protestando. Se eu não fosse padre, estaria lá fora, segurando cartazes numa praça. Por que apoiar tantos migrantes que, em vez de agradecer pelo que lhes damos, simplesmente jogam fora e até mesmo organizam motins contra nós?”, avalia.

Liberati acredita que os governos europeus e a Igreja Católica não deveria doar tanto dinheiro e apoiar indiscriminadamente a vinda de imigrantes. Ele ecoa um questionamento cada vez mais comum. “Por que os ricos estados islâmicos não os recebem? Provavelmente é por causa do plano concebido para islamizar o Ocidente”.

Reconhece que o cristianismo ensina que devemos ter solidariedade, mas “isso deve ser combinado com cautela, responsabilidade e realismo”. Encerra dizendo “Simplesmente não podemos acomodar todo mundo. E aqueles que são terroristas escondidos? O populismo é uma ruína, não uma vantagem”.
Europa cada vez mais muçulmana

Porções da Europa estiveram durante séculos sob o domínio dos muçulmanos. A Sicília, no sul da Itália, por exemplo, foi conquistada pelos árabes a partir do ano 827. Em 965 foi criado o Emirado da Sicília. Islâmicos mantiveram o controle da região até sua expulsão pelos normandos, em 1072.

Entre 711 e 1492, havia porções da Península Ibérica (Portugal e Espanha) sob domínio de tribos árabes islâmicas. Elas atravessaram o estreito de Gibraltar e fizeram várias incursões sobre o território. Foram expulsos definitivamente pelos reis católicos que estavam unificando o território para a formação da Espanha moderna.

Porções do Leste europeu, nas atuais Bósnia, Sérvia, Albânia, Grécia e Hungria, estiveram total ou parcialmente sob domínio islâmico quando foram conquistados pelo Império Otomano. Apesar do fim do sultanato após a primeira guerra mundial, até hoje existem muitos muçulmanos nessas nações.

Em 2010, a União Europeia tinha 13 milhões de muçulmanos

Lar da maior comunidade da Europa, a Alemanha tem principalmente imigrantes turcos, mas também kosovares, iraquianos, bósnios e marroquinos. Já na França, cerca de três milhões de muçulmanos nasceram em ex-colônias, como Argélia, Marrocos e Tunísia.

A Alemanha e a França têm o maior número de muçulmanos entre os países-membros da União Europeia

Em 2010, antes do pico migratório, havia 4,8 milhões de muçulmanos na Alemanha, o que correspondia a 5,8% da população total, e 4,7 milhões na França (7,5%).

A cada década, a comunidade aumentou em um ponto percentual. Era de 4% em 1990 e foi para 6% em 2010. Este ritmo de crescimento é esperado até 2030, quando os muçulmanos serão cerca de 8% da população europeia. Com informações de Express
Por:Jarbas Aragão  Do site: https://noticias.gospelprime.com.br

16 FATOS SOBRE A SUÍÇA QUE O BRASIL PRECISA CONHECER

Muitos brasileiros ficam maravilhados com a Suíça, mas poucos se dão conta de alguns detalhes que fazem daqueles alpes um oásis invejado, onde tudo funciona, a segurança existe e a renda per capita é de R$ 267.000 reais.

Bom elenquei alguns pontos a serem observados:

1º OS POLÍTICOS: O presidente suíço tem tanta importância e relevância que eles o trocam anualmente e nunca ouvimos falar ou conhecemos por nome algum político suíço importante. Os suíços se opuseram a um governo central desde sempre, logo estes políticos não têm poder e isso substancialmente inibe a corrupção.

2º LIBERDADE ECONÔMICA: A Suíça é uma “ilha” de liberdade no auge da moderna era do estado maximamente intrusivo. É o quarto país com a maior liberdade econômica do mundo.

3º SERVIÇOS PRIVADOS: A maioria dos serviços “públicos” são feitos por empresas privadas (transporte público, trem, hospitais…).

4º SAÚDE: As redes hospitalares são privadas e o governo sugere que os cidadãos comprem um plano de saúde. Bem diferente do Brasil onde você é obrigado a pagar toda a superestrutura da saúde pública, que é aquela maravilha. Lá na Suíça, pelo menos você recebe aquilo que você paga.

5º BLOCOS ECONÔMICOS E MILITARES: Estão e fazem questão de se manterem fora da União Europeia, OTAN e similares.

6º AUTONOMIA REGIONAL: A Suíça não é de fato um país e sim uma confederação de cantões, amplamente autônomos, sendo que esses cantões competem entre si para ver qual fornece o ambiente tributário mais propício aos negócios.

7º OS SUPER RICOS E A GUERRA FISCAL: Apesar das baixas alíquotas, é perfeitamente possível para qualquer pessoa razoavelmente rica fazer um acordo especial com um cantão e conseguir uma alíquota bem mais baixa. Com efeito, quanto mais rico, melhor – a ausência de inveja social, e toda a politicagem por ela gerada, é algo atípico e notável.

8º ARMAS DE FOGO: o povo suíço não abre mão de suas armas. Os suíços são o quarto país com mais armas nas mãos de seus cidadãos e todo adulto do sexo masculino é legalmente permitido a posse de armas de fogo. Uma das poucas nações com taxa per capita de armas mais alta do que os Estados Unidos, a Suíça praticamente não ostenta crimes com armas de fogo.

9º PODER POLÍTICO: os políticos não têm a mesma liberdade irrestrita que seus colegas desfrutam em outros países e um referendo suíço nacional pode ser iniciado por qualquer cidadão que consiga levantar as 50.000 assinaturas necessárias.

10º PARTIDOS DE ESQUERDA: A esquerda suíça, recentemente provocou ampla indignação entre o povo suíço ao dar a impressão de que iria enfraquecer ou mesmo revogar o sigilo bancário suíço. E foram a partir de então considerados “traidores” e, dentro da Suíça, mesmo o coletor de impostos não pode violar essa regra do sigilo bancário.

11º PROTECIONISMO: Não existe protecionismo pelos bancos suíços, umas das áreas chave, lá existem cerca de 300 bancos concorrendo entre si.

12º IMPOSTOS: Você pode escolher em que cantão morar com base nos impostos cobrados localmente. No Brasil, os Estados não cobram impostos “diretos” da população, na Suíça você preenche uma declaração federal e uma declaração provincial (ou cantonal na Suíça). Assim você sabe exatamente quanto está deixando na mão de cada ente.

13º ESTRANGEIROS: Nem mesmo nascidos no país são considerados suíços se o pai e a mãe forem estrangeiros. Em torno de 50% dos crimes cometidos na Suíça são feitos por estrangeiros, vai querer o quê então?. Xenofobia, eu diria que não e sim defesa de sua terra e conquistas.

14º REFUGIADOS: Repúdio aos Sírios. Ao não lhes oferecer abrigo e assistencialismo os mesmos não buscam a Suíça como destino final. Os municípios podem fazer seus referendos se optam por abrigar sírios ou pagar uma “multa”, muitos preferem pagar. Os recursos financiam libaneses para estes abrigarem os Sírios lá pelo Oriente Médio mesmo. Também a fronteira suíça com a Itália foi reforçada evitando com que o país virasse meramente um caminho para os refugiados. Os solicitantes de refúgio que chegam à Suíça devem entregar às autoridades do país todos os seus bens que superarem o valor de 1 mil francos suíços (cerca de R$ 4 mil) para pagar as despesas de acolhimento.

15º DROGAS: A liberalização das drogas fez com que alguns destes mercados se tornassem inviáveis.

16º SALARIO MÍNIMO: No ano passado, a Suíça chegou a considerar uma renda garantida de 2,5 mil francos-suíços mensais para cada cidadão, algo como R$ 10.000 /mês, o projeto foi rejeitado no referendo – com mais de 75% dos suíços contra a medida.

É possível perceber que nós brasileiros estamos muito distantes da liberdade alcançada pelos suíços. Esses 16 fatos sobre a Suíça devem servir de inspiração para a mudança que tanto necessitamos.
Por: Odair Deters, é economista, professor e mestrando em Escola Austríaca pela Universidad Francisco Marroquim/OMMA Do site: https://www.institutoliberal.org.br

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PROFESSOR DE HISTÓRIA QUE NÃO É DE ESQUERDA

Hoje quero falar de um herói brasileiro: o professor de História que não é de esquerda. É verdade que todo ofício tem os seus ossos, mas o ofício do professor de História não esquerdista é um ossuário do Khmer Vermelho. Nada se compara às dificuldades deste mártir da educação. Perto dele, nossos problemas são idílicos.

Quando um petista fica sem argumento, costuma encerrar a discussão bradando: “Vá ler um livro de História!” Pois é. Esse professor leu. O problema é que leu não apenas um, mas vários livros. Não se limitou às obras recomendadas pelo MEC e abençoadas pelos discípulos de Paulo Freire; foi muito além. Tanto leu que acabou por descobrir as grandes farsas criadas pela esquerda para reescrever a história segundo a cartilha socialista.

O professor de História que não é de esquerda tem uma característica: ele sempre é muito bom. Só assim, sendo o melhor no que faz e tornando-se indispensável para as escolas sérias, ele consegue sobreviver ao bombardeio maciço dos colegas esquerdistas. O mestre não esquerdista precisa ter um conhecimento vasto, profundo e entusiasmante da matéria que leciona. Se ele é muito bom, sobrevive. Os companheiros dizem: “Ele é direitista, mas...” Ao menor vacilo, no entanto, o tapete lhe será puxado.

E notem bem: o professor de história que não é de esquerda não precisa obrigatoriamente ser de direita, conservador ou coisa que o valha. Basta que ele não comungue das teses da esquerda. O simples fato de ter uma religião ou acreditar que Idade Média e trevas não são sinônimos já faz dele um perigoso inimigo. Citar os 100 milhões de mortos do comunismo ou dizer, candidamente, que nenhuma experiência socialista deu certo na história, ah, isso já é praticamente um atestado de fascismo. Se ainda por cima disser que Che Guevara fuzilou mais que o pior inquisidor queimou ou lembrar que as pessoas fogem de Cuba e não para Cuba, aí já é um delegado Fleury consumado.

Por isso, eu rendo aqui a minha homenagem a esse discreto herói brasileiro que todos os dias arrisca sua reputação e o seu salário nas salas de aula – apenas por amor à verdade. Comparável a ele só existe um: o estudante universitário não esquerdista. Sobre ele falaremos em outra oportunidade.
Por Paulo Briguet. Artigo publicado em 10.01.2017
Artigo publicado originalmente na Gazeta do Povo (Londrina), em 27/11/2015