domingo, 4 de dezembro de 2016

DONALD TRUMP E A VOLTA DO ANTIAMERICANISMO EUROPEU

- A desaprovação europeia em relação a Trump vai muito além de um simples descontentamento com o próximo presidente. A condenação revela um profundo desprezo para com os Estados Unidos e pelos eleitores americanos que elegeram democraticamente um candidato comprometido em restabelecer o poder econômico e militar norte-americano.


- A principal causa da desordem mundial é a falta da liderança americana tanto em casa quanto no exterior. Uma série de decisões irresponsáveis tomadas por Obama com o objetivo de reduzir a influência militar norte-americana no exterior criou um vazio de poder geopolítico que está sendo ocupado por países e ideologias inerentemente hostis aos interesses e valores do Ocidente.

- Nas últimas sete décadas os Estados Unidos gastaram centenas de milhões de dólares todos os anos para assegurar a segurança alemã, apesar da Alemanha se recusar terminantemente em honrar uma promessa feita à NATO de contribuir com um mínimo de 2% do PIB em gastos para a defesa. Os alemães agora estão ofendidos porque Trump está pedindo que contribuam com a sua cota para a sua própria defesa.

- Muito embora os tropeços da política externa do presidente Obama tivessem feito com que a Europa ficasse muito menos segura do que há oito anos, as elites europeias têm ignorado os equívocos de Obama porque ele é um "globalista" que, ao que tudo indica, favorece a recriação dos Estados Unidos na imagem europeia. Trump, pelo contrário, é um nacionalista que quer reconstruir os Estados Unidos na imagem americana, não na europeia.

- É líquido e certo que o antiamericanismo europeu irá crescer nos próximos anos, não por causa de Trump ou de suas políticas, mas porque os "globalistas" parecem estar desesperados para salvar a fracassada União Europeia, uma alternativa não-transparente, que não presta contas, anti-democrática, destituidora da soberania se comparada com o estado-nação.
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O antiamericanismo europeu - que estava em declínio durante a presidência de Barack Obama, que dirigiu os Estados Unidos em um curso priorizando o globalismo em vez do nacionalismo - está de volta e com espírito vingativo.

Os meios de comunicação europeus receberam a vitória eleitoral de Donald Trump com um amargor não observado desde a presidência de George W. Bush, quando o antiamericanismo na Europa estava no auge.

Desde a eleição americana ocorrida em 9 de novembro a televisão, o rádio e a mídia impressa europeia vêm produzido uma avalanche de notícias negativas, editoriais e comentários espumando de raiva no tocante ao resultado da votação.

A desaprovação europeia em relação a Trump vai muito além de um simples descontentamento com o próximo presidente. A condenação revela um profundo desprezo para com os Estados Unidos e pelos eleitores americanos que elegeram democraticamente um candidato comprometido em restabelecer o poder econômico e militar norte-americano.

Se o passado for um indício de como será o futuro, o antiamericanismo europeu terá o atributo de permeabilizar as relações transatlânticas durante a presidência de Trump.

A despeito dos formadores de opinião europeus terem dirigido muito o foco de sua indignação na ameaça que Trump hipoteticamente representa para a ordem mundial, o presidente eleito irá herdar um mundo significativamente mais caótico e inseguro do que quando Obama se tornou presidente em janeiro de 2009.

A principal causa da desordem mundial é a falta da liderança americana - liderar na retaguarda - em casa e no exterior.

Uma série de decisões irresponsáveis tomadas por Obama com o objetivo de reduzir a influência militar norte-americana no exterior criou um vazio de poder geopolítico que está sendo preenchido por países e ideologias inerentemente hostis aos interesses e valores do Ocidente. China, Rússia, Irã, Coreia do Norte e o Islã radical - além de muitos outros fatores - têm sido encorajados a desafiar os Estados Unidos e seus aliados impunemente.

As elites europeias têm se mantido caladas em face aos fracassos da política externa de Obama e agora estão atacando Trump por ele se comprometer em restabelecer a ordem "fazendo a América grande novamente".

Assim como ocorreu durante a administração Bush, o anti-americanismo na Europa é mais uma vez conduzido pela Alemanha, um país que foi efetivamente reconstruído pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. O Plano Marshall concedeu à Alemanha Ocidental cerca de US$ 1,5 bilhão (US$15 bilhões atualizados para 2016) entre 1948 e 1951 em ajuda para a reconstrução do país.

Nas últimas sete décadas os Estados Unidos gastaram centenas de milhões de dólares todos os anos para assegurar a segurança alemã, apesar da Alemanha se recusar terminantemente em honrar uma promessa feita à NATO de contribuir com um mínimo de 2% do PIB em gastos para a defesa. A Alemanha gastou apenas 1,16% do PIB para a sua própria defesa em 2015 e 1,15% em 2016. As autoridades alemãs estão ofendidas porque Trump está pedindo que a Alemanha contribua com a sua cota para a sua própria defesa.

Abaixo uma pequena amostra dos recentes comentários europeus sobre Donald Trump e sobre os Estados Unidos:

Na Alemanha a revista Der Spiegel com sede em Hamburgo, uma das publicações de maior circulação na Europa, publicou na capa a imagem de um meteoro gigante na forma da cabeça de Trump avançando contra a terra. A manchete diz: "O Fim do Mundo (Como Nós O Conhecemos). A reportagem inclui mais de 50 páginas sobre o assunto, incluindo um artigo de Dirk Kurbjuweit com o seguinte título: "Cem Anos de Medo: Os Estados Unidos Abdicaram da Liderança do Ocidente."Ele ressalta:


"Por 100 anos os Estados Unidos foram o líder do mundo livre. Com a eleição de Donald Trump a América abdicou desse papel. Chegou a vez da Europa e de Angela Merkel preencher o vazio..."

"Trump que não quer nada com a globalização, Trump que prega o nacionalismo americano, o isolamento, a retirada parcial do comércio mundial e zero de responsabilidade quanto a um problema global como a mudança climática..."

"Estamos agora diante do vazio - o medo do vazio. O que irá acontecer com o Ocidente, com a Europa, com a Alemanha sem os Estados Unidos com seu poder de liderança?"


Na Alemanha a revista Der Spiegel, uma das publicações de maior circulação na Europa, publicou na capa a imagem, após a vitória eleitoral de Donald Trump, de um meteoro gigante na forma da cabeça de Trump avançando contra a terra. A manchete diz: "O Fim do Mundo (Como Nós O Conhecemos)".




No artigo, "A Vitória de Trump Marca o Início de uma Perigosa Instabilidade", o comentarista Roland Nelles da revista Spiegel assinalou:

"Isso realmente aconteceu. Ele conseguiu. Donald Trump provou que todos os especialistas estavam errados... Um homem que... prega o ódio e despreza os parceiros mais importantes dos Estados Unidos irá dirigir o país mais poderoso da terra. É uma catástrofe política."

"O populismo grosseiro triunfou sobre a razão. O sucesso de Trump é um choque para todos aqueles que contavam com o discernimento político dos eleitores americanos..."

"O mundo e a América estão agora ameaçados por uma perigosa fase de instabilidade: Donald Trump quer fazer a América 'grande' novamente. Se acreditarmos nesses pronunciamentos, ele irá proceder de maneira implacável: ele quer expulsar do país 11 milhões de migrantes, renegociar todos os acordos comerciais mais importantes e cobrar dos maiores aliados como a Alemanha pela proteção militar americana. Isso irá desencadear conflitos significativos, incitar novas rivalidades e estimular novas crises".

No editorial "Um Presidente Absurdo e Perigoso", o cronista Klaus Brinkbäumer da revista Spiegelrealçou:

"Os Estados Unidos votaram em um homem perigosamente inexperiente e racista − alguém que foi levado para a Casa Branca por um exército de trabalhadores brancos marginalizados e americanos de classe média. É um gesto que ameaça a democracia em todo o mundo..."

"Em outras palavras 60 milhões de americanos agiram de maneira insensata. Eles votaram a favor da xenofobia, do racismo e do nacionalismo, do fim da igualdade de direitos e da consciência social, do fim de tratados sobre o clima e seguro saúde. Sessenta milhões de pessoas foram atrás de um demagogo que pouco vai fazer por eles."

"Aqueles que viveram em Nova Iorque ou estiveram presentes em conversas em jantares em Georgetown e em debates na Kennedy School of Government da Universidade de Harvard, sabem como brilhantemente inteligentes e cosmopolitas os americanos podem ser... Quando você sai desses círculos, esse modo de pensar cosmopolita não é tão difundido assim".

O jornal Süddeutsche Zeitung, de Munique publicou um artigo com o título "Política Externa de Trump: O Que Esta Eleição Significa para o Mundo", no qual afirma:

"O homem que os políticos ao redor do mundo classificam de 'assustador', 'ignorante' e 'irracional' vai se mudar para a Casa Branca. A incerteza nos quatro cantos da terra é muito grande. Se fossem acreditar nos cartunistas, a concepção de mundo de Donald Trump é deveras simplista. A África é o lugar de nascimento de Barack Obama. A Rússia é um país que ficou grande novamente. A Grã-Bretanha é uma zona proibida."

O artigo "Trump e Como Ele Vê o Mundo" no jornal Die Zeit de Hamburgo assinalou:

"Uau. O Ocidente desmorona diante de nossos olhos. O que está acontecendo aqui pode ser explicado por dados: em 9 de novembro de 1989 o muro de Berlim caiu... Em 9 de novembro de 2016 exatamente 27 anos depois um homem foi eleito para a Casa Branca, cuja principal promessa eleitoral foi a de construir um muro.

"As ideias do novo presidente não são nem contraditórias nem confusas. Suas exigências podem ser facilmente resumidas na tampa de uma garrafa de cerveja: integrar Putin, proibir a entrada de mexicanos e tratar os aliados americanos como clientes de um serviço de segurança. Só haverá proteção se ela for paga em dinheiro vivo, mesmo no caso da OTAN."

Na crônica "O fim do Iluminismo", o ensaísta Adrian Daub da revista semanal Zeit ressaltou:

"Donald Trump é um remanescente de uma América que está morrendo... Ele transformou o país de farol multicultural em uma ilha isolada de pessoas brancas que têm medo da própria sombra.

"A concepção do excepcionalismo americano, o farol, já estava presente quando da fundação da nação americana... A ideia de radiância americana é uma das ideias do Iluminismo que vieram da Europa para as colônias. Ideias como valores universais ou a do ser humano em busca da verdade.

"A eleição de Trump significa o fim deste projeto. Os Estados Unidos já não são mais um farol, mas um fogo flamejante de sombras cansadas, armadas até os dentes. Não resta nenhum vestígio de seu caráter prototípico, da sua imitabilidade. É desafiador, fechado para o mundo. O nacionalismo do isolacionismo... o tumulto do tribalismo... estão balançando as bases do Iluminismo."

"Os Estados Unidos mantiveram os valores do Iluminismo - humanismo, uma imagem otimista do ser humano, da dignidade humana e dos direitos civis - quando a Europa se desviou nos anos trinta. Usou o humanismo como arma na luta contra o fascismo, a sua universalidade como contrapartida ao nacionalismo e com a sua reimportação após a Segunda Guerra Mundial contribuiu para o restabelecimento do projeto europeu. Hoje esses valores, mais uma vez, correm perigo na Europa, mas a maneira de ver as coisas do outro lado do Atlântico não será mais tranquilizadora a partir de janeiro".


Na Grã-Bretanha o jornal Guardian publicou o seguinte editorial: "Como o Guardian vê a Política Externa de Trump: Uma Ameaça à Paz", ressaltando:

"A vitória de Donald Trump quebra a noção de que os aliados podem contar com os EUA não só no tocante às garantias de defesa e cooperação econômica, mas até como defensor da democracia liberal e não uma ameaça a ela. Ele coloca em dúvida o tradicional papel dos Estados Unidos como protetor de uma arquitetura global do multilateralismo tendo a ONU como sustentáculo..."

"Para Donald Trump, a política - assim como os negócios − gira em torno de acordos. Ele acredita que a conversa de homem para homem com ditadores pode instantaneamente resolver problemas e aborda as relações exteriores como um jogo de soma zero, no qual fazer a América grande pode significar desprestigiar seus amigos tradicionais. Sua eleição torna o mundo um lugar mais perigoso e também um lugar mais imprevisível, por ser ainda muito cedo para avaliar com precisão como esses perigos irão se materializar − ou como o próximo presidente dos EUA irá enfrentá-los."

No ensaio: "A vitória de Trump foi a Vitória da Intolerância", o colunista Owen Jones do jornal Guardian assinalou:

"Espere um pouco: que direito tenho eu como britânico de interferir nos assuntos internos de um país estrangeiro? O problema é que agora o mundo inteiro está sujeito às ordens do líder da última superpotência. Estamos todos, de certa maneira, sob o seu domínio...

"O trumpismo é, por natureza, um movimento autoritário que considera as normas democráticas desnecessárias se elas não servirem para seus fins políticos. A aspiração - factível ou não - é clara: sociedades autoritárias, como a Rússia de Putin, a Turquia de Erdoğan e a Hungria de Orbán mantêm certos adereços democráticos para servirem de fachada.

"Se o povo americano simplesmente aceitar a legitimidade desse presidente e se conformar com este futuro tirano, ele (povo) só irá encorajá-lo... A desobediência civil deve ser empregada sempre que necessário. Não basta fazê-lo só por você mesmo, América. O destino do resto do mundo será determinado por suas opções".

Mais exemplos de manchetes britânicas: "Será que Donald Trump irá destruir a América?","Por Que o Presidente Donald Trump é um Desastre Ainda Maior do que se Imaginava","A Vitória de Donald Trump é um Desastre para os Valores Liberais","A vitória de Donald Trump é um Desastre para a Masculinidade Moderna","Especialistas em Privacidade Temem pela Rede de Vigilância Global Dirigida por Donald Trump ","O Assustador Trump irá se Transformar em Trump Domesticado? Pura Ilusão","A Atração Magnética de Trump, Rei Narcisista","Será que por Causa de Donald Trump os Almoços nas Escolas Ficarão Insalubres? Médicos Alertam que a Propensão do Presidente Eleito em Comer Hambúrguer e Frango Frito Poderá Chegar às Bandejas Escolares","Na Época Trump, Para Que Ensinar os Estudantes a Argumentarem com Lógica?, "e "Acredita-se que Donald Trump Seja Descendente Direto de Rurik, o Viking que Fundou o Estado Russo".

Na Espanha, onde o antiamericanismo predominou por muitas décadas, o jornal El Paíspublicou o ensaio: "Declaração de Guerra Contra a Estupidez", que mostra o desprezo que muitos europeus têm pelos americanos comuns. O ensaísta de longa data do jornal, John Carlin, salientou:


"A vitória de Trump representa uma rebelião contra a razão e a decência É o triunfo do racismo ou da misoginia ou da estupidez − Ou todas as três coisas ao mesmo tempo. É a expressão da falta de discernimento e mau gosto de 60 milhões de americanos, cuja grande maioria, homens e mulheres de pele branca que possuem casas, carros, armas de fogo e comem mais do que os cidadãos de qualquer outro país do planeta.

"É aqui que se vê com perfeita clareza a estupidez, a futilidade e a irresponsabilidade dos que votaram em Trump. Todos os defeitos de Clinton são triviais em comparação com os de Trump, cuja ignorância, princípio zero e zero de experiência em governança vêm acompanhados de todas as formas de imoralidades pessoais que qualquer um em seu juízo perfeito, em qualquer latitude do planeta, considera deplorável.

"Conheço o tipo que votou em Trump. Eu os conheci quando fiz reportagens no Texas, Montana, Arizona, Oklahoma, Alabama e outros estados tipicamente republicanos. Eles tendem a ser pessoas gentis, religiosas e honestas, decentes em suas reduzidas órbitas sociais. Mas, depois de sentar e conversar com eles por algum tempo, eu sempre reagi com a mesma perplexidade: como é possível falarmos a mesma língua? Estou familiarizado com as palavras deles, mas os seus circuitos cerebrais funcionam de forma diferente. Eles são pessoas de fé simples, desconhecem a ironia, pessoas que escolhem as suas verdades não baseadas em fatos, mas em suas crenças ou preconceitos, pessoas que vivem longe do mar e do restante do planeta Terra, do qual eles têm medo. Eu nunca experimentei uma sensação semelhante de desconexão com a realidade na Europa, África ou na América Latina. Somente no interior dos Estados Unidos".

Na Áustria o jornal Kronen Zeitung publicou uma manchete com o título: "Maleta Nuclear: em 72 Dias Trump Poderá Aniquilar a Civilização". Também na Áustria, o Kurier publicou uma reportagem intitulada: "Vitória de Trump: Bom para Centros de Valorização da Vida. "Na França, o jornal Libération destacou Trump na capa com os dizeres: "Psicopata Americano". Outra manchete dizia: "Estados Unidos: O Império do Pior". L'Obs perguntou: "Com Trump, Será o Início da Desglobalização?" O Le Figaro assinalou: "Donald Trump: De Palhaço a Presidente, "e" Europa Paralisada pelo Choque Trump". O Le Monde escreve: "A Vitória de Donald Trump: Um Brexit para a América". Na Holanda o Telegraaf ressaltou: "Trump é um Pesadelo para a Europa".

Como interpretar o ressurgimento do sentimento antiamericano na Europa?

Muito embora os tropeços da política externa do presidente Obama, especialmente os no Oriente Médio, fizessem com que a Europa ficasse muito menos segura do que há oito anos, as elites europeias têm ignorado os equívocos de Obama porque ele é um "globalista" que ao que tudo indica, favorece a recriação dos Estados Unidos na imagem europeia. Trump, pelo contrário, é um nacionalista que quer reconstruir os Estados Unidos na imagem americana, não na europeia.

É líquido e certo que o antiamericanismo europeu irá crescer nos próximos anos, não por causa de Trump ou de suas políticas, mas porque os "globalistas" parecem estar desesperados para salvar a fracassada União Europeia, uma alternativa não-transparente, que não presta contas, anti-democrática, destituidora da soberania se comparada com o estado-nação.

Os europeus têm, recorrentemente, superestimado sua capacidade de fazer uma Europa fragmentada atuar como um único ator coeso. A bem da verdade, o antiamericanismo é uma ideologia poderosa que usufrui de enorme apelo em toda a Europa - não apenas no âmbito das elites.

No passado os federalistas europeus tentaram fazer do antiamericanismo a base de uma nova identidade pan-europeia. Esta "cidadania" pós-moderna, artificial, europeia que exige fidelidade a um super-estado burocrático sem rosto com sede em Bruxelas, tem sido apresentada como alternativa globalista ao nacionalismo dos Estados Unidos. Essencialmente, ser "europeu" significa não ser americano.

À medida que a União Europeia se transforma em uma instituição em frangalhos, espera-se que o establishment político da Europa tente explorar o antiamericanismo numa tentativa desesperada de usá-lo como elemento aglutinador, a fim de manter unida uma Europa fragmentada.

O resultado, seja ele positivo ou não, depende, ironicamente, do presidente eleito dos EUA Donald Trump. Se ele conseguir mostrar que é capaz de governar os Estados Unidos e produzir resultados tangíveis, especialmente através do crescimento da economia e contendo a imigração ilegal, Trump com certeza irá dar novas forças aos políticos anti-establishment da Europa, muitos dos quais já estão se saindo bem nas pesquisas de opinião para as próximas eleições gerais.

Ao tecer comentários sobre a vitória de Trump, o parlamentar holandês Geert Wilders ressaltou: "os Estados Unidos acabam de se libertar do politicamente correto. Os americanos expressaram o desejo de continuarem sendo um povo livre e democrático. Agora é a vez da Europa. Podemos e faremos o mesmo"!


Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter 
1 de Dezembro de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site:https://pt.gatestoneinstitute.org

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