sábado, 7 de julho de 2012

PSICÓLOGOS E PSICOPATAS

O que leva alguém a defender mutações jurídico-políticas tão monstruosas quanto aquelas aqui mencionadas não é nenhum impulso sexual, seja homo, seja hetero. É a psicopatia pura e simples. 

Não creio que a atração erótica entre pessoas do mesmo sexo seja antinatural e não vejo mesmo nenhum motivo, em princípio, para classificá-la como doença. Também é fato que o termo "homossexualismo" não corresponde a um fenômeno homogêneo e sim a uma variedade de impulsos, desejos e comportamentos, numa gama que vai desde a repulsa ao outro sexo até a completa identificação com ele.

Se na linguagem da propaganda condutas tão díspares são reduzidas artificialmente à unidade de símbolos ideológicos, com valores opostos conforme as preferências de quem os use, isso não é motivo para que os profissionais da saúde mental se deixem levar por idêntica histeria semântica e, violando a regra mais básica da técnica lógica, tirem conclusões unívocas de termos equívocos. 

Resta, ademais, um fato incontornável: como toda e qualquer outra conduta sexual humana, o homossexualismo, em toda a diversidade das condutas que o termo encobre, nem sempre emana de um desejo sexual genuíno. Pode, em muitos casos, ser uma camuflagem, uma válvula de escape para conflitos emocionais de outra ordem, até mesmo alheios à vida sexual. É possível e obrigatório, nesse caso, falar de falso homossexualismo, de homossexualismo neurótico ou mesmo psicótico, para distingui-lo do homossexualismo normal, nascido de um autêntico e direto impulso erótico. 

A proibição de dar tratamento psicológico a pacientes que sintam desconforto com a sua vida homossexual resulta num impedimento legal de distinguir entre esses dois tipos de conduta especificamente diferentes, entre o mero impulso sexual e a sintomatologia neurótica, equalizando, portanto, homossexualismo e doença. 

Por outro lado, essa diferença, em cada caso concreto, não pode ser estabelecida a priori, mas só se revela no curso da psicoterapia mesma. É previsível que, uma vez removido o conflito profundo, o interesse pela prática homossexual diminuirá ou desaparecerá nos portadores de homossexualismo neurótico, ao passo que os homossexuais normais continuarão a sê-lo como antes. 

A proibição de distingui-los resulta, portanto, em encobrir a neurose sob uma carapaça de proteção legal, fazendo do Estado o guardião da doença em vez de guardião da saúde. 

A proposta de consagrar aquela proibição em lei revela, nos seus autores, a incapacidade de fazer distinções clínicas elementares, e esta incapacidade, por sua vez, nos dá a prova incontestável de uma incultura científica e de uma inépcia profissional suficientes para justificar que essas pessoas sejam excluídas da corporação dos psicólogos. A autoridade desses indivíduos para opinar em questões de psicologia é, rigorosamente, nenhuma. 

Porém há ainda algo de mais grave. A proposta da proibição acima mencionada vem no contexto de um movimento criado para proibir e punir como "crime de homofobia" toda opinião adversa à conduta homossexual, independentemente da linguagem serena ou inflamada, polida ou impolida, racional ou irracional com que essa opinião se expresse. Pareceres científicos, juízos filosóficos e ensinamentos doutrinais das religiões são assim nivelados, como delitos, aos insultos mais grosseiros e às manifestações mais ostensivas de preconceito e discriminação. 

Com toda a evidência, nenhuma palavra contra a conduta homossexual neurótica ou sã será permitida. Ao longo de toda a História, nenhuma outra conduta humana gozou jamais de tão vasto privilégio, de tão abrangente proteção. Nenhuma esteve jamais imunizada por lei contra a possibilidade de críticas. 

Não o é, por exemplo, nenhuma conduta política. Não o é nenhuma qualidade humana, por mais excelsa e respeitável. Não o é a genialidade artística ou científica, a honestidade impoluta ou mesmo a santidade. Não o é a vida pública ou privada de quem quer que seja. Não o é nem mesmo a conduta usual de um casal heterossexual, frequentemente criticada como sintoma de trivialidade e falta de imaginação. Não o é, por fim, o próprio Deus, contra o qual se dizem e se escrevem, livremente e sem medo de punição, toda sorte de barbaridades. 

A proteção legal que se reivindica para o homossexualismo é tão claramente megalômana, tão desproporcional com os direitos de todas as demais pessoas e grupos, que resultará em fazer dessa conduta um domínio – o único domínio – separado da vida e superior a ela, intocável, inacessível às opiniões humanas. 

A proposta é tão inequivocamente demencial que o simples fato de que a mídia e o Parlamento cheguem a discuti-la a sério já é prova de que boa parte da sociedade – justamente a parte mais falante e ativa – perdeu o senso inato da distinção não só entre o normal e o patológico, mas entre realidade e fantasia. 

Segundo o grande psiquiatra polonês Andrzei Lobaczewski (Political Ponerology, 2007), isso acontece justamente quando os postos de liderança estão repletos de personalidades psicopáticas, as quais, com suas ações temerárias e sua fria insensibilidade às emoções normais humanas, acabam, quando triunfantes, por espalhar na população em geral um estado de confusão atônita, de falta de discernimento e, no fim das contas, de estupidez moral. 

Homossexuais podem ser pessoas normais e saudáveis? É claro que podem. Mas o que leva alguém a defender mutações jurídico-políticas tão monstruosas quanto aquelas aqui mencionadas não é nenhum impulso sexual, seja homo, seja hetero. É a psicopatia pura e simples. 

Mais que incompetentes e indignos de exercer a profissão de psicólogos, os apóstolos de tais medidas são mentes deformadas, perigosas, destrutivas, cuja presença em altos postos é uma promessa segura de danos e sofrimentos para toda a população. Por: Olavo de Carvalho Publicado no Diário do Comércio.

EXPANSÃO ARTIFICIAL DE CRÉDITO

A relação entre expansão artificial do crédito e degradação ambiental 


Teóricos que defendem soluções de livre mercado para o ambiente já demonstraram que a melhor maneira de se preservar a natureza é estendendo a criatividade empreendedorial e os princípios do livre mercado para todos os recursos naturais, o que requer a completa privatização destes e uma correta definição e defesa dos direitos de propriedade que pertencem a eles. Sem estes direitos, todos eles baseados na propriedade privada, o cálculo econômico se torna impossível, a correta alocação de recursos escassos para as aplicações mais demandadas é impedida e todos os tipos de comportamentos irresponsáveis são encorajados, o que leva ao consumo e à destruição injustificados de vários recursos naturais. 

Não obstante, estes teóricos conservacionistas pró-livre mercado até hoje seguem ignorando uma outra grande causa do uso ineficiente e improdutivo dos recursos naturais: a expansão artificial do crédito que os bancos centrais orquestram e ciclicamente injetam nos sistemas econômicos por meio dos sistemas bancários, os quais, por operarem com o privilégio de utilizar reservas fracionárias, intensificam e ampliam ainda mais esta expansão artificial do crédito. 

Toda expansão creditícia artificial desencadeia, em sua fase inicial, uma bolha especulativa que pode ser caracterizada por uma "exuberância irracional". Esta fase da expansão creditícia provoca uma série de desequilíbrios e descoordenações na economia real, fazendo com que vários projetos e empreendimentos de longo prazo que antes da expansão do crédito se mostravam desvantajosos se tornem agora, por causa da queda dos juros, aparentemente (muito) lucrativos. 

E um dos resultados mais ignorados deste fenômeno é a desnecessária pressão que ele gera sobre todos os recursos naturais. Árvores que até então não deveriam ser derrubadas se tornam extremamente desejadas por madeireiras, cuja matéria-prima está agora sendo demandada por vários setores imobiliários. Por causa do boom na construção civil, a produção de cimento aumenta exponencialmente, o que por sua vez exige um aumento na produção de alumina, de sílica, de óxido de ferro e de magnésio, os quais são queimados juntos em um forno e pulverizados, transformando-se em seguida em concreto. Para aumentar a extração de minerais, várias montanhas e vales são explorados e perfurados mais atabalhoadamente, sempre com urgência para se suprir a crescente (e artificial) demanda. O aumento artificial da renda, gerado pelo crédito fácil, estimula uma maior demanda por uma gastronomia mais requintada, o que estimula a pesca predatória e uma maior quantidade de abate de animais. A criação de gado, uma atividade que os ambientalistas dizem ser extremamente poluidora, se expande. A atmosfera é poluída. Os rios são contaminados. Além dos minerais, aumenta-se também a prospecção de petróleo e gás com o intuito de se completar projetos excessivamente ambiciosos para os quais simplesmente não haverá demanda assim que eles ficarem prontos, dado que os consumidores estarão mais endividados e sua renda não terá aumentado com se previa inicialmente. 

No final deste ciclo, quando a expansão creditícia — que não pode se perpetuar para sempre — for interrompida, o mercado inevitavelmente irá impor o desejo dos consumidores e todos estes empreendimentos que até então pareciam lucrativos revelar-se-ão um grande desperdício. Vários bens de capital produzidos durante o período da euforia se tornam ociosos, revelando que sua produção foi um erro e um esbanjamento desnecessário (o que os fez ser distribuídos incorretamente no tempo e no espaço) porque os empreendedores se deixaram enganar pela abundância do crédito, pela facilidade de seus termos e pelos juros baixos estipulados pelas autoridades monetárias. 

O resultado de tudo isso é que o ambiente é danificado desnecessariamente, uma vez que, no final, o padrão de vida dos consumidores não aumentou em nada. Pelo contrário, aliás: os consumidores estão agora relativamente mais pobres em decorrência de todos estes investimentos errôneos e insustentáveis que foram empreendidos em decorrência da expansão artificial do crédito, investimentos estes que imobilizaram capital e recursos escassos para seus projetos, recursos estes que agora não mais estão disponíveis para serem utilizados em outros setores da economia. No geral, a economia está agora com menos capital e menos recursos escassos disponíveis. Na Espanha, por exemplo, há hoje um milhão de casas vazias, sem compradores. Capitais e recursos escassos foram desperdiçados na construção destes imóveis, capitais e recursos que poderiam estar hoje sendo aplicados em outros setores da economia espanhola. 

É assim que a expansão do crédito, além de afetar toda a economia, ainda degrada desnecessariamente o ambiente. 

Esta extremamente sucinta análise nos leva a uma óbvia conclusão: amantes da natureza, além de defender a privatização de todos os recursos naturais, deveriam também defender um sistema monetário de livre mercado, o qual não comporta um banco central manipulando e expandindo a oferta monetária e o crédito para atender aos desejos de curto prazo dos políticos. Em suma, um sistema monetário baseado em um padrão-ouro puro. Este seria o único arranjo capaz de erradicar as recorrentes expansões econômicas artificiais e insustentáveis e suas subsequentes crises financeiras e recessões, ciclo este que tanto mal faz ao ambiente, à humanidade e a todo o processo de cooperação social. 

Jesús Huerta de Soto professor de economia da Universidade Complutense de Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do liberalismo clássico no mundo. Ele é o autor da monumental obra Money, Bank Credit, and Economic Cycles.

UMA NOVA POLÍTICA AGRÍCOLA

Após o enriquecimento no meio urbano, chegou a hora de o campo também colher os frutos do avanço do país O Brasil transformou-se em um dos três maiores produtores e exportadores de produtos agropecuários do mundo em menos de 40 anos. Essa transformação foi resultado da combinação de empreendedorismo privado, apoio do Estado (por meio do crédito rural) e difusão da pesquisa agronômica. As políticas públicas de apoio à produção rural, contudo, permaneceram as mesmas da década de 1970. 

O Plano Agrícola e Pecuário 2012/13, lançado na semana passada, deve ser visto como um marco divisório. Reduziu juros, aumentou recursos para custeio e investimento e abriu novos e amplos caminhos que poderão fazer toda a diferença para o agronegócio brasileiro. 

A primeira e mais profunda mudança de rumo na política agrícola do país é o aumento substancial do seguro rural. O volume era muito modesto e não cobria mais de 5% de nossa área plantada. O governo agora eleva substancialmente as dotações, permitindo que o Brasil possa ter cerca de 20% da área plantada coberta por seguro. Até 2015, esperamos ter 50% da área coberta. Sem dúvida, uma mudança de paradigma. 

Ainda precisaremos desenvolver modelos que assegurem não só a cobertura contra eventos climáticos, mas também contra as variações extremas de preço, que tanto punem a atividade rural. A indústria pode regular a sua produção a qualquer momento. Na agricultura, se entre o plantio e a colheita mudam as condições de mercado, o produtor não tem como se proteger. Nos países onde o seguro agrícola está acima de 80% da área plantada, como nos Estados Unidos, o crédito público foi substituído pelo crédito privado, pois o risco de financiar um produtor com seguro agrícola é praticamente zero. 

Nesse novo modelo, as operações de crédito ocorrerão com maior transparência. Uma central única de riscos permitirá aos agentes financeiros conhecer com mais segurança o nível de endividamento dos tomadores de crédito e, nesse ramo, mais conhecimento significa juros menores. 

Outra iniciativa que merece destaque é a criação de uma instituição com a função de coordenar e de fomentar a extensão rural no país. Mais de 3,5 milhões de produtores rurais (cerca de 70% do setor) vivem praticamente da agricultura de subsistência, nos limites da situação de pobreza. Enquanto na economia urbana um número cada vez maior de brasileiros ascende à classe média, na zona rural o progresso não alcança a grande maioria. Ao contrário, a classe média do campo está sendo comprimida. 

Sabemos que o ativo que determina o nível de renda no mundo moderno é o conhecimento. E esse conhecimento não pode continuar distribuído de modo desigual entre os brasileiros do campo. É preciso dar a todos condições iguais de acesso a insumos tecnológicos modernos, democratizando o conhecimento produzido por pesquisadores país afora, em especial na Embrapa, nas nossas excelentes universidades rurais e em um número cada vez maior de empresas privadas -que nos deram a agricultura de precisão, o etanol de segunda geração e as técnicas de baixa emissão de carbono, por exemplo. 

Parece ter chegado a hora de recriar, de forma moderna, baseados em meritocracia, os sistemas de extensão rural no Brasil. O governo federal merece nosso aplauso por essa iniciativa de longo alcance. 

A participação do custo da alimentação na renda do trabalhador da cidade caiu de mais de 40% para 17%, nas últimas décadas. Essa diferença virou eletrodomésticos, educação para os filhos, carro, casa própria. Impulsionou as classes mais baixas da população urbana para a classe média. 

Chegou a hora de o campo também colher os frutos do crescimento do Brasil. O seguro agrícola vai diminuir o risco, ampliando a capacidade de produção e o tamanho da classe média rural. Extensão e assistência técnica reduzirão o abismo entre os que praticam a boa gestão e os que nem sequer a conhecem, tirando milhões de agricultores da pobreza. 

Confio em que estamos iniciando um círculo virtuoso, fruto da união de produtores e do governo, que estão dando as mãos para construir um Brasil mais igual e mais justo. KÁTIA ABREU, 50, senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)

A VERGONHOSA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA


Dilma é protagonista do episódio mais vergonhoso da política externa brasileira em quase 10 anos de governo petista: incitamento a um golpe militar! Ou: Venezuela de Chávez no Mercosul traz o narcotráfico para o bloco

Eládio Aponte: era juiz da Corte de Jutiça da Venezuela e confessa: protegia o narcotráfico a mando de Chávez e de militares venezuelanos
Eládio Aponte era presidente do Tribunal Superior de Justiça da Venezuela e confessa: protegia o narcotráfico a mando de Chávez e de militares venezuelanos
Na política externa, Dilma Rousseff chegou a emitir alguns sinais benignos na relação com o Irã. Chegou-se a imaginar que o país pudesse ter se reconciliado com a racionalidade e com os fundamentos universais da democracia. Que nada! Oito anos do megalonaniquismo de Celso Amorim no Itamaraty não levaram o país a um papel tão vergonhoso quanto o desempenhado na crise paraguaia.
Sim, senhores! Dona Dilma Rousseff, aquela que deu posse à Comissão da Verdade, aquela que não perde a chance de exaltar seus “camaradas” de luta — todos eles, como ela própria, empenhados então em instalar no Brasil uma ditadura comunista, aquela que tentou punir militares da reserva porque expressaram um descontentamento (e o fizeram dentro da lei), esta mesma Dilma Rousseff pôs as suas digitais no que foi nada mais, nada menos do que o incitamento a um golpe militar no Paraguai. A safra de esquerdistas latino-americanos no poder não descarta, então, apelar às forças uniformizadas, não é? Desde que os tanques estejam a favor da “boa causa”: a deles!
As revelações feitas agora pela cúpula do governo uruguaio não deixam a menor dúvida: Dilma não foi apenas uma das articuladoras da suspensão do Paraguai do Mercosul. Ela também foi a principal artífice do golpe — este na esfera diplomática — que aprovou o ingresso da Venezuela no grupo. A presidente brasileira atuou para acolher um governo que, dias antes, havia se reunido com a cúpula militar paraguaia para incitar uma quartelada.
Se os generais do Paraguai tivessem feito o que lhes recomendou Chávez, a Constituição do país teria sido rasgada. Fernando Lugo teria sido mantido no poder pelos tanques, e a nossa presidenta certamente estaria chamando a solução, agora, de “democrática”. VEJA Online havia revelado em primeira mão a tentativa de quartelada chavista. Os filmes que vieram a público não deixam a menor dúvida.
O Apedeuta e seu Megalonanico tentaram desestabilizar Honduras também. Naquele caso, no entanto, tentou-se criar um levante popular em favor de Manuel Zelaya. Ocorre que o povo hondurenho não queria o malucão de volta, como o paraguaio não quer o retorno do bispo “pegador”. Desta feita, a coisa chega a ser mais asquerosa porque se tentou uma solução que já foi, digamos assim, um clássico na América Latina: a quartelada!
NarcotráficoA cúpula do governo de Hugo Chávez está infiltrada pelo narcotráfico, e muitos de seus generais são parceiros da Farc. Não se esqueçam de que armamento pesado das forças venezuelanas já foram encontrados com os narcoguerrilheiros. No dia 5 de maio, José Casado informava no Globo:
Desde a última quarta-feira, o nome do venezuelano Eladio Ramón Aponte Aponte reluz na lista “vermelha” da Interpol, a pedido do governo de seu país.
(…)
A vida de Aponte, de 63 anos, mudou seis semanas atrás. Era um homem da lei. Virou foragido da Justiça. Era um dos pilares do governo Hugo Chávez. Tornou-se o “inimigo número um” caçado pelos chavistas. Era presidente do Tribunal Superior de Justiça - a Suprema Corte venezuelana. Agora é um delator da DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos.
Ele confessou cumplicidade com uma rede sul-americana de narcotráfico. E admitiu ter manipulado processos judiciais para favorecer traficantes cujos negócios — contou — eram partilhados com alguns dos mais graduados funcionários civis e militares do governo Chávez.
Citou especificamente: o ministro da Defesa, general de brigada Henry de Jesús Rangel Silva; o presidente da Assembleia Nacional, deputado Diosdado Cabello; o vice-ministro de Segurança Interna e diretor do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Luis Reverol; o comandante da IVa Divisão Blindada do Exército, Clíver Alcalá; e o ex-diretor da seção de Inteligência Militar, Hugo Carvajal.
O juiz Aponte Aponte conheceu a desgraça em março, quando seu nome foi descoberto na folha de pagamentos de um narcotraficante civil, Walid Makled. Convocado para uma audiência na Assembleia Nacional, desconfiou. Na tarde de 2 de abril, ajeitou papéis em uma caixa, deixou o tribunal e entrou em um táxi. Rodou 500 quilômetros até um aeroporto do interior, alugou um avião e aterrissou na Costa Rica. Ali, pediu para entrar no sistema de proteção que a agência antidrogas dos EUA oferece aos delatores considerados importantes.
Três semanas atrás, o juiz-delator reapareceu em uma entrevista ao canal Soi TV, da Costa Rica, contando em detalhes como é feita a manipulação de processos judiciais para livrar da prisão traficantes vinculados a personalidades do governo.
Deu como exemplo um caso no qual está envolvido um ex-adido militar venezuelano no Brasil, o tenente-coronel Pedro José Maggino Belicchi. Segundo o juiz-delator, Maggino Belicchi integra a rede militar que há anos utiliza quartéis da IVª Divisão Blindada do Exército da Venezuela como bases logísticas para transporte de pasta-base e de cocaína exportadas por facções da Farc, a narcoguerrilha colombiana. O tenente-coronel foi preso em flagrante no dia 16 de novembro de 2005, com outros militares, transportando 2,2 toneladas de cocaína em um caminhão do Exército (placa EJ-746).
Na presidência da Suprema Corte, Aponte Aponte diz ter recebido e atendido aos apelos da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do organismo venezuelano de repressão a drogas para liberar Magino Belicchi e os demais militares envolvidos. Faz parte da rotina judicial venezuelana, ele contou na entrevista à televisão da Costa Rica.
O general Henry de Jesus Rangel Silva, citado pelo juiz-delator, comandou a Quarta Divisão Blindada, uma das unidades mais importantes do Exército venezuelano. Desde 2008, ele figura na lista oficial de narcotraficantes vinculados às Farc colombianas e cujos bens e contas bancárias estão interditados pelo governo dos Estados Unidos. Em janeiro, o presidente Hugo Chávez decidiu condecorá-lo em público e promovê-lo ao cargo de ministro da Defesa. “Rangel Silva é atacado”, justificou Chávez em discurso.
(…)
EncerroÉ essa gente que Dilma Rousseff e Cristina Kirchner estão levando para o Mercosul.
Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 6 de julho de 2012

MULHERES GANHAM 30% A MENOS DO QUE OS HOMENS?

Corre de tempos em tempos uma lenda urbana de que empresas, "corporações" e empresários deliberadamente discriminam mulheres e pagam 30% a menos pelo mesmo trabalho feito por uma mulher do que pagam para um homem. 

São pesquisas feitas por Universidades sérias, por sociólogos, antropólogos e economistas do trabalho. O que impressiona é como estas pesquisas são aceitas pela imprensa mundial, sem pestanejar. 

Por isto, insisto que todo jornalista faça um MBA para poder fazer as perguntas relevantes antes de sair publicando pesquisas por aí. 

Um MBA perguntaria de cara: Por que as empresas pagariam 42% a mais para contratar um homem quando uma mulher faria a mesma coisa, por um preço bem menor? 

Nem sabem calcular estes 42%. De onde veio, você sabe? Não continue se não souber. Matricule-se. 

E o que é mais impressionante, mais 42%, uma estatística muito mais forte jornalisticamente e mais chamativa do que menos 30%. 

Um salário de R$ 1.000 dividido por R$ 700 é igual 42% minha gente, muito mais chamativo do que R$ 700 dividido por R$ 1.000 - 1, que é 30%. 

Os defensores da causa feminista não são bons em números, e isto é preocupante. 

Voltando à questão. Por que empresários gananciosos, ávidos de lucros, imbuídos de espíritos animais segundo estas mesmas economistas, contratariam só homens pagando 42% a mais? 

Se existisse este tal espírito animal, administradores prefeririam ser rodeados somente de mulheres e não homens, evitando 42% de custos adicionais. 

Fico muito assustado quando vejo um Obama e um Congresso Brasileiro passarem leis baseadas em pesquisas como estas, que não tem nem pé nem cabeça. 

O que está de fato acontecendo? 

Vejamos a profissão de taxistas. 

Mesma profissão, mesmas ruas, mesmas horas de trabalho, e de fato mulheres ganham 15% a menos do que homens. 

Isto porque mulheres preferem não fazer o período noturno com a bandeira 2 suplementar, que varia de cidade em cidade. 

Engenheiras da Petrobras ganham menos do que seus companheiros porque elas preferem não trabalhar nas plataformas marítimas, onde se ganham várias vantagens extras, em troca de ficar longe da família. 

Mulheres tendem a evitar posições de risco. Homens solteiros são mais atirados e mais estressados, por sinal. 

Em contrapartida, mulheres vivem 9% mais do que os homens, o que por sinal aumenta o custo atuarial de se contratar uma mulher. 

Mulheres possuem várias vantagens trabalhistas devido à gravidez, meses onde ela recebe mas não trabalha. Isto aumenta o custo de se contratar uma mulher, custo que deveria ser dividido com o marido e não somente com a empresa, mas não o é. 

Uma mulher que tenha 3 a 4 filhos, pode custar 9% a mais do que um homem, por meses trabalhado. 

Do ponto de vista econômico, o consumidor não está disposto a pagar 9% a mais pelos produtos da empresa X, só porque as funcionárias decidiram ter mais filhos do que as funcionárias de uma empresa chinesa. 

Em 2007, a Academia de Administração Americana publicou uma pesquisa de uma economista do trabalho, Francine Blau, onde ajustando por anos de estudo, cargo, raça, indústria e ocupação, mulheres ganhavam 91% do que ganhavam os homens. Ou seja, 9% a menos e não 30%. 

Empresas americanas pagam sim 10% a mais para contratar um homem do que uma mulher, porque assim evitam pagar maiores custos atuariais, custos com gravidez, creches obrigatórias, e assim por diante. 

Portanto, acredito que o mercado ajusta o preço entre mulheres e homens, segundo estas diferenças de custos, e não por machismo corporativo. 

Eu sempre preferi contratar uma mulher mesmo com o mesmo salário, o que já é uma discriminação neste caso a favor. Subordinado macho é sempre uma encrenca a mais. 

Na realidade, os 9% de diferença de salários são custos adicionais impostos por leis feitas por pessoas que nunca trabalharam numa empresa na vida. 

Ou talvez, seja uma conspiração de jornalistas masculinos. 

Ao publicarem que mulheres ganham 30% a menos, elas aceitarão ganhar 20% a menos, como jornalistas, de bom grado. Assim, eles pagam menos e ficam rodeados de mulheres. 

Brilhante!     Por: Stephen kanitz

SAUDADES DO BARÃO

Saudades do Barão: o Itamaraty virou correia de transmissão dos caudilhos. Depois das últimas trapalhadas do Itamaraty (especialmente apoiando a suspensão do Paraguai e a entrada pela janela da Venezuela no Mercosul), creio que vale republicar o artigo "Saudades do Barão" que saiu na "Folha de S. Paulo" de 4 de outubro de 2009. Seria bom aproveitar as próximas eleições e, pela primeira vez, transformar a política externa em tema eleitoral AS TRAPALHADAS na condução da crise de Honduras sintetizam de forma cristalina a ação do Itamaraty nos últimos sete anos. É um misto de voluntarismo com irresponsabilidade. Algumas vezes, Celso Amorim mais parece um líder estudantil do que ministro das Relações Exteriores. O Brasil não tem nenhuma vinculação histórica com a América Central. Contudo, o governo brasileiro insistiu em ter participação direta na crise hondurenha. Queria demonstrar liderança regional numa área historicamente de influência norte-americana. Como uma espécie de recado do "cara" para Barack Obama, comunicando que o Brasil era a nova potência da região. Potência sem "marines", mas com muita retórica e bazófia. Claro que tinha tudo para dar errado, como se, em um filme de faroeste, John Wayne fosse substituído por Oscarito. A aventura alcançou o ápice quando Zelaya chegou à embaixada brasileira. Minutos depois, recebeu a adesão de centenas de seguidores. Logo o local virou um acampamento. A tradição latino-americana se impôs. Muitos discursos, acusações, traições e atos de valentia sem nenhuma consequência prática. E tudo isso na embaixada brasileira, território nacional. Quando o governo hondurenho cercou o prédio, o ato foi considerado autoritário. Imagine o que faria Fidel Castro se um líder anticastrista entrasse na embaixada brasileira em Havana e de lá insuflasse a população cubana à rebelião... Celso Amorim declarou diversas vezes que lá em Honduras estava sendo jogada a sorte da democracia na América. Não era possível transigir com princípios democráticos e legais. Era necessário não retroceder. Estranhamente, essa determinação não é aplicada na América do Sul. Mais ainda quando nossos vizinhos agem deliberadamente contra os interesses brasileiros, violando tratados, leis e contratos. Tivemos o caso das refinarias da Petrobras na Bolívia, que foram tomadas abusivamente pelo governo local. Tivemos a insistência paraguaia impondo a revisão do tratado de Itaipu 15 anos antes do seu término. Tivemos as sucessivas violações do tratado do Mercosul realizadas pela Argentina e as abusivas medidas adotadas pelo governo equatoriano contra empresa brasileira. A tudo isso o governo Lula assistiu passivamente. Não moveu um dedo. Pelo contrário, concordou com as arbitrariedades, desmoralizou as gestões anteriores do Itamaraty e, assim, abriu caminho para que amanhã um governo resolva, de moto próprio, descumprir um tratado ou acordo. A simpatia política com os governos chamados bolivarianos e subserviência a eles chegou ao ponto da absoluta irresponsabilidade. A Colômbia, que tem tentado estabelecer uma política de cooperação com o governo Lula para melhorar a fiscalização da fronteira, é sistematicamente tratada com hostilidade, inclusive nos fóruns regionais. Já a Venezuela, que disputa claramente espaço político com o Brasil e que não perde uma oportunidade para debilitar os interesses brasileiros na região (como durante a encampação das refinarias da Petrobras na Bolívia), é tratada como aliada, mesmo tendo uma política externa agressiva, sustentada por fabulosas compras de modernos armamentos. E, como o que está ruim pode piorar, a Venezuela vai entrar no Mercosul. A diplomacia brasileira tentou por todos os meios ter presença diretiva em vários organismos internacionais e no Conselho de Segurança da ONU. Como necessitava de votos, considerou natural ignorar graves violações dos direitos humanos em vários países (como o genocídio de Darfur), apoiou ditadores (como Muammar Gaddafi) e até fez campanha para um aspirante a diretor-geral da Unesco notabilizado por declarações de cunho antissemita. Mesmo assim, os candidatos brasileiros foram derrotados, e a estratégia fracassou. O presidente Lula transformou o Itamaraty em uma espécie de Íbis, clube de futebol pernambucano celebrizado pelo número de derrotas. O Brasil precisa ter papel relevante nos organismos e nas negociações internacionais. Disso ninguém discorda. Mas a maturidade econômica do país não condiz com uma política externa inconsequente. Não é com base em aventureirismo que o país vai ser respeitado. E muito menos servindo de cavalo de troia de bufões latino-americanos. Um dos grandes desafios para o século 21 brasileiro é a construção de uma política externa global, que enfrente os desafios da nova ordem internacional. Um bom caminho para dar início a essa discussão é aproveitar a próxima eleição e, pela primeira vez, transformar a política externa em tema eleitoral.Por: MARCO ANTONIO VILLA

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"PARTÍCULA DE DEUS"


‘Nunca pensei que viveria para ver essa descoberta’

Aos 83 anos, autor da teoria que foi em grande parte confirmada espera que modelo tenha conexão com a cosmologia

04 de julho de 2012 | 22h 30
  • NotíciaJamil Chade; correspondente em Genebra
 “Nunca pensei que viveria para ver essa descoberta.” A frase emocionada é de Peter Ware Higgs, autor da teoria que foi em grande parte confirmada por uma máquina que custou US$ 8 bilhões e quase 50 anos de estudos. Com 83 anos, dificuldade para ouvir, com uma voz fraca e problemas para andar, o cientista da Universidade de Edimburgo não escondia sua emoção na sede do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern).

O físico teórico Peter Higgs, autor da teoria - Efe
Efe
O físico teórico Peter Higgs, autor da teoria
A descoberta deverá abrir caminho para que ele, ao lado de seus colegas, receba o prêmio Nobel da Física. “É tudo muito incrível. Não creio que tenha vivido algo assim”, disse ao Estado, cercado por seguranças, como uma verdadeira estrela.
Higgs não teve uma infância fácil. A 2.ª Guerra obrigou sua família a deixar sua região, na Escócia. O jovem Peter foi obrigado a ter aulas em casa, mas logo se interessaria pela matemática.
A presença de Higgs no Cern teve uma pitada de ironia. Ele contou ter enviado um paper para a revista de física do Cern, que na época era a principal publicação científica, com a descoberta – e o material foi rejeitado, sob alegação de que a teoria proposta não tinha fundamento. Cinco décadas depois, a mesma instituição construiu o acelerador para provar sua teoria.
Ateu e claramente irritado por sua descoberta ter ganhado o apelido de “partícula de Deus”, Higgs abandonou o Greenpeace depois que a entidade passou a se opor a sementes geneticamente modificadas.
Ontem, Higgs era ovacionado pelos cientistas que passaram a noite na fila para obter pela manhã um lugar no auditório onde a descoberta seria realizada. A sala vibrava como uma arquibancada de um ginásio lotado numa final de campeonato, com aplausos, gritos e abraços. Higgs não disfarçava sua timidez, insistindo que os cientistas do Cern eram as estrelas, e não ele.
Higgs falou a um grupo de jornalistas. Eis os principais trechos da entrevista:
Qual a importância da descoberta para o sr. e para a física?
É uma confirmação de algo que fiz há 48 anos e dá muita satisfação ser provado que estava certo. Quando elaborei a teoria, não fui muito específico. Não estou preocupado se encontraram apenas um bóson de Higgs ou vários. Do ponto de vista da física, parece que é o fim de uma era e completamos o modelo. Mas o mais importante é que o estudo do que se descobriu hoje levará ao que está por trás do modelo que explica a física. E espero que haja conexão mais interessante com a cosmologia.
O sr. espera um prêmio Nobel por conta disso?
Eu não tenho ideia. Não tenho amigos próximos dentro do comitê do Nobel.
O sr. achou que um dia veria isso?
Não fiquei sonhando durante 48 anos porque tinha mais o que fazer na vida. No começo, não tinha nenhuma esperança de ver essa comprovação durante minha vida. Mas quando aceleradores do tamanho desse de Genebra começaram a aparecer, pensei que talvez haveria alguma chance.
Como o sr. se sente?
Bem tonto, mas muito feliz.
Buracos negros, antimatéria… O sr. acredita que isso tudo é ficção científica?
Vocês podem chamar de ficção científica. Mas para mim são teorias especulativas que existem há algum tempo e só agora começam a ser testadas. Assim como no caso do bóson de Higgs, há muita motivação teórica para que partes dessas teorias sejam verdadeiras.
Em especial a supersimetria, que acho que muitos acreditam que seja necessária em qualquer teoria e poderá unificar o Modelo Padrão com a gravidade. No momento, não parece ser nem mesmo suficiente, mas um passo necessário.
Se não unirmos essas teorias com a da gravidade, então nada divertido ocorrerá. Isso porque a gravidade por si só não se encaixa com a teoria quântica.

SUICÍDIO


Criciúma | Especial

Suicídio é segunda causa de mortes na região. Prevenção está na família

As ocorrências de suicídios ocupam o 2º lugar em causas de mortes na região, só ficando atrás dos acidentes de trânsito. Prevenção e atenção são palavras de ordem quando se trata de um suicida.
03/07/2012 20:10:59 - Atualizado em 03/07/2012 18:00:56
Douglas Saviato /Profª orientadora Marli Vitali (SC0903JP)
Perdas, problemas financeiros, dificuldades não superadas são exemplos de uma série de fatores que podem levar uma pessoa a tirar sua própria vida. Em 90% dos casos a depressão, uma das doenças que mais atinge pessoas no mundo, está ligada ao suicídio.
A região de Criciúma vem registrando mais casos de suicídio a cada ano. Muitos não conseguem vencer estas dificuldades, na maioria dos casos, é na mente dessas pessoas que fica alojado o pensamento de parar de viver. A intenção desta reportagem especial não é mostrar números, mesmo que ao longo da matéria eles surjam, mas sim focar na prevenção, evitando que mais pessoas venham a tirar sua própria vida.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

FIM DA UTOPIA

São inúmeras as explicações para os atuais problemas europeus. Uns apontam para a rigidez com que o BCE administra o Euro, outros para especulação dos mercados ou para a moderna engenharia financeira. Até mesmo o surrado espantalho neoliberal aparece de vez em quando como culpado. Embora evidências saltem aos olhos, essas análises constumam ignorar que, muito além de mera crise monetária ou de crédito, o que está em xeque é o próprio modelo de bem estar social, sob o qual sucessivos governos, tanto à direita quanto à esquerda, têm financiado “direitos” generosos com altos impostos e pilhas enormes de dívidas. Tudo isso sem que as economias do velho continente consigam crescer o bastante para manter a farra.

Malgrado sua concepção eminentemente coletivista, a experiência social-democrata que floresceu na Europa Ocidental após a Segunda Guerra manteve o modelo econômico capitalista, pelo menos no sentido de que a propriedade privada dos meios de produção era permitida, ainda que altamente concentrada nas mãos de poucos. O arquétipo do “capitalismo selvagem” foi substituído por um sistema híbrido, que combina grandes conglomerados industriais e financeiros, freqüentemente patrocinados e tutelados pelo Estado, uma agricultura altamente subsidiada, além de empresas miúdas – quase sempre comerciais ou de prestação de serviços. Para completar, a hipertrofia dos governos formou um enorme contingente de funcionários públicos que, em alguns países, chega perto de 50% da população economicamente ativa.

O apogeu da social-democracia européia ocorreu em meio à Guerra Fria, num período marcado pela limitação à livre movimentação de pessoas, capitais e produtos, quase sempre mediante rígidos controles burocráticos e barreiras tarifárias. Com queda do Muro de Berlim e a aceleração do processo de globalização, conseqüência direta da profusão de novas tecnologias que permitiram a movimentação muito mais dinâmica da informação, dos capitais, dos produtos e do próprio trabalho, as sociedades européias se viram, da noite para o dia, numa sinuca de bico, obrigadas a promover uma reavaliação profunda do modelo, algo até então impensável.

E não é para menos: enquanto a taxa de natalidade não pára de cair e os velhos vivem cada vez mais, os gastos com saúde e aposentadorias ficam cada vez mais caros. Por outro lado, a relação entre trabalhadores ativos e inativos segue diminuindo rapidamente. Tudo isso em meio ao baixo crescimento econômico que já dura décadas. Uma eventual mudança de rumo, entretanto, não deixará de ser traumática, notadamente para aqueles que se acostumaram com privilégios “sociais” abundantes e pouco trabalho.

Uma das primeiras a entender que as políticas da social-democracia precisavam ser revistas foi Margareth Thatcher, que compreendia a natureza daquela armadilha econômica em seus dois aspectos principais. Em primeiro lugar, não é possível manter um mercado de trabalho baseado na estabilidade do emprego, especialmente em vista da evolução tecnológica que cria e destrói ofícios e profissões numa velocidade tremenda. Em segundo lugar, as instituições de proteção social, concebidas fundamentalmente para compensar o fracasso individual, fomentam de modo inexorável a ineficiência, num mundo globalizado cada vez mais competitivo.

Thatcher concluiu, há trinta anos, que as premissas do “marco social” – que imperou a partir da 2ª Guerra – haviam sido derrubadas e, a menos que o modelo então vigente se transformasse profundamente, seria varrido pelo furacão da globalização. As reformas liberais que seu governo produziu, no entanto, se deram algum fôlego à economia britânica por algum tempo, já foram completamente revertidas pelos governos esquerdistas que o sucederam - preocupados, como sempre, não com os baixos índices de crescimento e produtividade, mais com a utopia do “bem comum”.

Evidentemente, a falência do “welfare state” não se dá de forma uniforme. Dependendo das instituições e da cultura de cada país, ela é mais lenta ou mais rápida. O modelo é mais resistente nos países nórdicos, germânicos e anglo-saxãos - ancorados numa ética severa, na primazia da responsabilidade individual e na valorização do trabalho - do que nos países mediterrâneos, mais chegados ao patrimonialismo e à cultura de privilégios. Mas não se iludam: a médio prazo, mesmo esses países precisarão promover mudanças liberalizantes que tornem suas economias mais dinâmicas e competitivas. Por: João Luiz Mauad, O GLOBO

RAIOS DE SOL ENTRE NUVENS CARREGADAS

Junho tinha tudo para ser mais um mês pesado para os mercados. As eleições gregas tiveram resultado positivo pela ótica dos investidores, com a derrota da esquerda radical representada pelo Syriza. Mas a alegria durou pouco e os mercados seguiram estressados. A Espanha anunciou novo pacote de ajuda aos bancos, na casa dos 100 bilhões de euros, mas nem isso foi suficiente para sustentar uma recuperação. Os títulos do governo espanhol de 5 anos chegaram a abrir 50 pontos-base durante o mês. Tudo parecia indicar a continuação do bear market, com os agentes rejeitando até as boas notícias.

Até que aos 45 minutos do segundo tempo a Europa conseguiu marcar um gol importante. O desempenho positivo de junho foi todo feito no último dia útil do mês, após o comunicado do novo (o 19o) summit dos países do euro. A principal mensagem extraída do novo acordo foi a sinalização de que a Alemanha havia cedido mais do que parecia disposta, ao concordar com a criação de um mecanismo único de supervisão bancária e com o uso do European Stability Mechanism (ESM) para recapitalizar os bancos diretamente.

Com o mercado cansado de cair e leve, a notícia foi a deixa para o rali que salvou o fechamento do primeiro semestre do ano. O petróleo subiu 7% só no dia 29, ainda assim fechando com queda de 4% no mês. O S&P 500 subiu 4% e o DAX 2,5%, quase tudo no último dia de junho.

Mas será que o acordo desta vez foi realmente um game changer? Ou será que estamos diante de “mais do mesmo”, ou seja, um jogo de xadrez em que a Alemanha morde e assopra ao mesmo tempo, sem, entretanto, mergulhar de vez no caminho da união fiscal e dos euro-bonds? Esta parece ser a pergunta mais relevante, pois boa parte do mercado sonha com a emissão de bonds comunitários, enquanto Angela Merkel, poucas horas antes do resultado do summit, ainda afirmava que esta não seria a solução durante o tempo em que ela estivesse viva. São palavras fortes. Será que suas ações contradizem sua retórica?

Analisando o acordo com mais cuidado, talvez não exista motivo para tanto otimismo assim. É preciso lembrar que não houve aumento de capacidade de recursos no ESM, ou seja, a Alemanha não aceitou colocar novos recursos no bolo comum para resgatar bancos periféricos. Além disso, Merkel disse que só aceita recapitalizar esses bancos após um novo regime regulatório organizado pelo ECB, o que deve ocorrer somente no final do ano. Restam vários entraves a este passo, a começar pela Inglaterra aceitar que seus bancos sejam regulados pelo ECB. O diabo, como sempre, está nos detalhes. E estes só serão decididos no summit do dia 9 de julho.

Muitos investidores ainda alimentam a expectativa de que, no final do dia, a Alemanha terá que ceder às principais demandas dos demais e sucumbir ao projeto comunitário que criaria, na prática, os Estados Unidos da Europa. A própria Merkel parece desejar isso, desde que a Alemanha consiga, no processo, impor reformas estruturais que tornariam os outros países mais competitivos e parecidos com a própria Alemanha. Por ela reconhecer que dificilmente isso se dará durante sua gestão, a retórica de que não haverá euro-bonds enquanto ela estiver viva (politicamente) pode fazer sentido. O problema é que a economia não anda no passo lento da política.

O tempo joga contra este projeto, pois cada vez as divergências econômicas ficam maiores. O risco de vitória do Syriza na Grécia já foi um efeito disso. As tensões sociais se agravam, os ajustes impostos são muito dolorosos, e partidos radicais terão cada vez mais audiência para suas “soluções mágicas”. Os socialistas liderados por François Hollande tiveram expressiva vitória no Parlamento em junho também, marcando de vez a mudança de rumo na segunda maior economia da região. Em outras palavras, as reformas estruturais e de austeridade já subiram no telhado, e a Alemanha está totalmente isolada. As divergências devem aumentar daqui para frente.

A dúvida surge automaticamente: se a Alemanha tiver que antecipar o projeto comunitário mesmo sem as reformas estruturais dos outros, será que ela aceita? Será que o alemão aceita custos tão explícitos para transferir riqueza aos demais? Será que os alemães, os holandeses e os finlandeses deixarão o nacionalismo para trás e passarão a enxergar somente europeus em volta?

Considero esta hipótese bastante remota. Projetos paridos na elite e impostos de cima para baixo raramente vingam. São vítimas daquilo que Hayek chamou de “arrogância fatal”, e não contam com o apoio legítimo do povo. Não podemos esquecer que a Europa ainda possui democracias plenas em seus países membros. O antagonismo entre o euro e a democracia fica evidente quando se chega perto das eleições, principalmente nos elos mais fracos do grupo.

Eventualmente, na própria Alemanha isso poderá ocorrer, quando ficar mais claro o tamanho da conta que seus pagadores de impostos terão de arcar. Por isso muitos defendiam e ainda defendem o ECB como a única saída politicamente viável, ou seja, a rota disfarçada da inflação, que demora mais a escancarar a magnitude da fatura dos que são “convidados” a assumir os rombos.

Minha visão é de que o euro é um projeto fracassado. A questão que surge é a seguinte: insistir em seu salvamento com mais manipulações beneficia a Europa? Penso que não. Assim como a União Soviética, postergar o dia do julgamento faz apenas com que a dor seja maior depois. Quanto mais tempo levar para a ruptura do euro, maiores serão as divergências entre seus membros. E, por tabela, maior será a necessidade de transferências dos mais ricos para os mais pobres. Isso é socialismo. Ele nunca funciona.

Como um viciado em drogas, porém, o mercado celebra euforicamente cada nova rodada de estímulo das autoridades, ainda que a nova onda tenha menor intensidade e duração. Até o dia em que o organismo não agüenta mais.

A crise europeia está muito longe do fim. Haverá momentos de tranqüilidade aparente e até de otimismo. Um futuro sombrio aguarda a Europa. Não vamos nos enganar com alguns raios de sol esporádicos que surgem no horizonte. Por: Rodrigo Constantino

ONDE ESTÁ A GERENTE?

A economia vai da mal a pior 
 Produção industrial cai 3,4% e leva mercado a rebaixar previsão para o PIB 


Com resultado de maio, analistas já projetam alta do PIB de só 1,7% em 2012; Banco Central vai intervir no câmbio para ajudar a indústria 03 de julho de 2012 | 22h 35 Mônica Ciarelli, da Agência Estado RIO - Os números de maio da produção industrial divulgados na terça-feira pelo IBGE acentuam o atual quadro de retração do setor em 2012. Em queda há nove meses, o indicador amargou em maio perda de 4,3% frente ao mesmo período do ano passado. Foi o pior resultado desde setembro de 2009, quando a produção caiu 7,6%. Diante desse cenário, consultorias já começam a revisar para baixo as projeções de crescimento para o PIB em 2012. "O dólar abaixo desse nível de R$ 2 pode não ser bom para a indústria", disse o diretor de política monetária, Aldo Mendes, em entrevista à Agência Estado.O Banco Central deu um recado claro sobre a estratégia do governo para ajudar a indústria. Pela primeira vez, o BC admitiu que pode intervir no câmbio e evitar o fortalecimento do real, que prejudica a competitividade dos produtos brasileiros. Até então, o banco dizia que só atuava no câmbio para evitar oscilações bruscas e que sua missão era evitar a alta da inflação, e não proteger a produção. ‘Pibinho’. Cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que a produção industrial precisaria crescer 1,6% ao mês de junho a dezembro para fechar 2012 no azul. "Ainda não há indícios de que a aceleração começou a acontecer, mas esperamos que as políticas monetária e fiscal tenham algum efeito no segundo semestre", disse Leonardo Mello, técnico do Ipea. "Infelizmente teremos um ‘pibinho’ este ano", previu a sócia da MB Associados, Tereza Fernandez. Por causa do fraco desempenho da indústria, a MB rebaixou a expectativa de alta do PIB de 3,5% para 2,0%, com viés de baixa. Mesmo sem a revisão concluída, a Rosemberg & Associados já considera a possibilidade de uma queda dos atuais 2,3% para 1,7%. "Dificilmente veremos melhora na produção industrial neste ano", disse a economista-chefe da Rosemberg, Thaís Zara. "A primeira impressão é que os dados da indústria jogam por água abaixo os esforços do Planalto e da Fazenda em dar suporte ao humor empresarial", afirmou, em relatório, o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito. Segundo o gerente de coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, as medidas de estímulo adotadas pelo governo foram insuficientes. Tanto que a produção caiu 0,9% de abril para maio, acumulando perda de 3,4% em 2012. O efeito das medidas, lembrou, foi apenas pontual, com melhoria de resultado em segmentos como linha branca e móveis, que trabalham com IPI reduzido há mais tempo. A produção da linha branca subiu 8,5% na comparação com maior de 2011, enquanto a de móveis teve alta de 22,3%. "Os números de maio dizem que o perfil da indústria é de uma queda generalizada (...) Há uma predominância de resultados negativos em qualquer comparação que se faça." O setor automotivo é o que mais sofre com a retração da indústria. Para Macedo, a redução do IPI anunciada em 21 de maio ainda não se refletiu na produção. A resposta mais lenta em relação ao que já ocorreu no passado se deve ao cenário de aumento da inadimplência, de maior comprometimento da renda das famílias e também de maior restrição do crédito. A produção caiu 5,3% em relação a maio de 2011. Como a redução do IPI ainda é recente, Macedo afirma que não dá para prever se o crescimento das vendas informado pela Fenabrave - recorde para o mês de junho - será suficiente para "queimar" estoques e estimular um incremento da produção. (Colaboraram Daniela Amorim, Gustavo Porto e Francisco Carlos de Assis)Por: Marco Antonio Villa O Estado de S Paulo

IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NA AMÉRICA LATINA


Quarta-feira, Julho 04, 2012

SOB O DOMÍNIO DO PT, BRASIL PROMOVE A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO EM TODO OS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA

A questão que se coloca para a América Latina atualmente é de natureza eminentemente política: ou repudia o ataque comunista ou sucumbe aos seus algozes. Se alguém tinha alguma dúvida sobre isso basta analisar o noticiário internacional desta quarta-feira. O episódio da destituição do ex-bispo comunista da presidência do Paraguai trouxe à tona, além do fato em si mesmo, a brutal realidade que conspira contra a democracia em todo o continente latino-americano. 
No final de semana noticiei com exclusividade aqui no blog a presença de 210 militares venezuelanos no Uruguai, quando foram protagonistas de um evento dentro do Instituto Militar daquele país reivindicando "pátria socialista" num ato típico de doutrinação do chavismo que leva a política para dentro dos quartéis, agora não apenas na Venezuela, mas nos demais países latino-americanos.
Nesta terça-feira, como noticiei aqui no blog, o Ministério da Defesa do Paraguai revelou ao mundo um vídeo mostrando o chanceler Nicolás Maduro, a mando de Hugo Chávez, numa reunião com o alto comando militar paraguaio, enquanto  o Congresso dava seqüência ao julgamento de Fernando Lugo. Mais tarde o comando militar emitiu uma nota em que se perfilava ao lado da legalidade em obediência à Constituição do país.
Não é a primeira vez que Chávez se intromete em outros países para levar avante a sua loucura comuno-bolivariana. Fez isso em Honduras no caso da deposição do caricato aprendiz de tiranete Manuel Zelaya, que comia pelas mão do tiranete de Caracas.
Naquela funesto episódio o Brasil sob o domínio do PT repatriou Zelaya que já estava no exterior e o hospedou dentro da embaixada Brasileira em Tegucigalpa, transformando a representação diplomática brasileira num bizarro bunker dos comunitas cucarachas. 
Agora, em decorrência da crise paraguaia o Brasil é acusado pelo chanceler uruguaio, de ter pressionado os países do Mercosul a suspender o Paraguai do bloco regional. Aliás, a reação do Brasil quando explodiu a crise no vizinho país foi ridícula, quando acusou a existência de um golpe, para logo depois tergiversar através de nota do Itamaraty amansando o discurso.
Entretanto, na reunião do Mercosul, por trás dos panos, o Brasil foi protagonista de uma ação vegonhosa ao patrocinar a inclusão da Venezuela no Mercosul, quando se sabe que Chávez pisoteia sem cerimônia a cláusula democrática do tratado do bloco. Sob o tacão de Hugo Chávez a Venezuela, como todos sabem, já não é há muito tempo uma Nação democrática. 
O que está ocorrendo e a grande mídia continua escamoteando de forma miserável é que todos esses eventos fazem parte do plano estratégico de implantação do comunismo em toda a América Latina, sendo o Brasil, sob o domínio do PT, o principal artífice. A imprensa não alude ao fato da existência do Foro de São Paulo, entidade fundada por Lula no início dos anos 90 e que atua de forma sincronizada em todo a América Latina. Tanto é que no início do ano houve uma reunião do Foro de São Paulo no México, quando o secretário dessa organização, o petista Valter Pomar, leu ao final do evento um manifesto de apoio a Lopez Obrador, o candidato esquerdista à presidência do México, que derrotado agora esperneia acusando, sem qualquer prova, que teria havido fraude na eleição mexicana.
Em resumo: o Brasil sob governo do PT e berço do famigerado Foro de São Paulo é o principal ator dessa ação diabólica que tem em  mira transformar a América Latina numa versão da URSS do século XXI. 
As mirradas oposições nos países latino-americanos foram praticamente aniquiladas e são incapazes de trazer ao debate e denunciar o que estou delineando aqui e agora. Submetem-se covardemente à patrulha do Foro de São Paulo e têm medo de pronunciar a palavra "comunismo"!, quando se sabe pela evidêncica irretorquível dos fatos que a bandalha comunista já venceu pelo menos a metade da batalha. 
Como já afirmei aqui no blog em análise análoga, o movimento comunista internacional está mais vivo do que nunca, entretanto mudou o discurso, maquiou conceitos, adotou o pensamento politicamente correto, vestiu-se de verde e costuma ridicularizar todos aqueles que ousam denunciá-lo. Normalmente os comunistas saem-se com esta: "o comunismo não existe mais", o que é uma deslavada e sórdida mentira. 
Acreditem: Hugo Chávez é apenas um verme a serviço do Foro de São Paulo. A cabeca do monstrengo que dirige e organiza a implantação do comunismo na América Latina está aqui no Brasil, chama-se PT, o criador do Foro de São Paulo e seu dono absoluto. Tanto é que os marketeiros do PT atuam nas campanhas eleitorais de seus congêneres em todo o continente latino-americano. Que o digam Hugo Chávez, Olanta Humala, Lopez Obrador, Evo Moralles, o vovô tupamaro e o bispo comunista.
Como a grande imprensa escamoteia tudo isso esse artigo que você acaba de ler, prezado leitor, pode soar como mais uma teoria conspiratória. Antes fosse. O pior é que traduz a verdade absoluta.

O ESCÂNDALO DA TAXAS DE JUROS

Há mais de 30 anos venho criticando aqueles acadêmicos que defendem um sistema financeiro baseado em taxas Selic, TR e Libor, este precificava a nossa dívida externa no passado. Como todo advogado, psicólogo, engenheiro podem perceber sem ter tido uma única aula de Economia, Selic, TR e Libor não são números como 5%, mas são Letras. Ou seja, contratos com Selic, TR e Libor rezam que os juros irão flutuar APÓS a assinatura do contrato e os números revelados a posteriori. A cláusula de juros da famosa dívida externa Brasileira, e interna por sinal, reza que o Governo do Brasil pagará a taxa LIBOR, ou SELIC, QUALQUER QUE VENHA A SER ESSA TAXA NO FUTURO. Você assinaria um contrato desses? Desde 1964, dezenas de ministros e secretários da Fazenda assinaram sem pestanejar. A lista de acadêmicos que assinaram cheques em branco é assustadora, nem posso enumerá-los. Assinaram contratos indeterminados com relação aos juros. Um crime e tanto. Economistas assinam este tipo de dívida porque eles acham natural que juros flutuem ao sabor de mercado. Isto faz parte das premissas da Ciência Econômica. Economistas, especialmente liberais e neoliberais, são contra taxas de juros fixas, como 5% ou 7%. Administradores, por outro lado, jamais assinariam contratos com juros indeterminados e incertos. Isto é assinar um cheque em branco, proibido pelo bom senso administrativo. Perguntei ao melhor economista que tivemos, Mario Henrique Simonsen, por que ele assinara esses contratos flutuantes: "A ciência econômica não tinha meios de prever esse aumento excepcional dos juros." Concordo plenamente, mas essa é justamente uma razão para não assinar esse tipo de contrato. O resto da administração pública tem de se preocupar com o Orçamento da União, a Lei de Licitação, o Tribunal de Contas, de pagar preço fixo em tudo, enquanto um Ministério, o da Fazenda, tem carta branca para assinar preço incerto? Em 1986 fui trabalhar para o Ministério do Planejamento, a pedido do ministro João Sayad, para tentar cancelar esses contratos com juros flutuantes e negociar contratos com juros reais fixos pela duração do contrato, ou seja, criar uma alternativa. A revista Euromoney ficou sabendo do plano e, para minha grande surpresa, o endossou com o editorial intitulado "Entra em Cena o Alquimista". Os "alquimistas" éramos nós, do Ministério do Planejamento, que na opinião da publicação, estávamos transformando lixo em ouro, apresentando um plano ganha-ganha - além de reduzir os juros para 3% reais, fixos e imutáveis, e eliminar o risco da flutuação desestabilizadora. O editorial completo está em meu site, www.kanitz.com.br. Em 2000, economistas da escola nominalista de FHC pioraram a situação lançando o Global Bond 40, com juros nominais fixos de 13% ao ano por quarenta anos, meses antes de a taxa Libor começar a cair para o atual patamar de 1,8%. Que lógica é essa? Não seria melhor lançar títulos com juros reais fixos, como incentivou a Euromoney vinte anos atrás, medida posteriormente adotada pelo governo americano, o que lhe permitiu lançar títulos com juros reais de 3%, os famosos TIPS? (Revista Veja, Editora Abril, edição 1861, ano 37, nº 27, 7 de julho de 2004, página 22) Isto escrevi há mais de 20 anos, até na Veja. Agora vem o pior. Como se calcula a taxa Libor? São os próprios Bancos. Uma média feita pela Thompson Reuters que telefona de manhã para alguns bancos e faz a seguinte pergunta: “At what rate could you borrow funds, were you to do so by asking for and then accepting inter-bank offers in a reasonable market size just prior to 11 am?” Uma pesquisa oral, onde podem mentir quase à vontade, mas é mais sutil do que isto. Todo dia bancos ficam com um saldo positivo ou negativo de dinheiro, que precisam zerar até o final do dia. Por isto telefonam entre si, oferecendo ou tomando bilhões de dinheiro. Existem bancos atacadistas que se especializam nesta intermediação, e você liga para um deles e eles têm a obrigação de dar duas taxas: 1. A Libor, taxa pela qual eles oferecem te emprestar dinheiro, digamos 8,25%. 2. A Libid, taxa pela qual eles aceitam tomar o seu dinheiro, digamos 8,00%. Se você quiser manipular por uma hora a taxa Libor, bastaria você dizer 8,45%-8,00% que você estaria seguro. Ninguém provavelmente iria aceitar a sua oferta de 8,45%, somente os pesquisadores da Thompson Reuters, que anotariam o valor. Quando eu estive no Ministério do Planejamento assessorando os economistas da época em questões financeiras, recomendei que eles assinassem contratos com a taxa LIBID, e não a taxa LIBOR. Por que? Porque esta seria impossível de ser manipulada. Se você aumentasse a taxa LIBID, mesmo por uma única hora, os bancos estariam lhe socando dinheiro a uma taxa superior à do mercado, aquele que você está tentando manipular. Vejamos. - Nossas taxas são 8,25%-8,23%. - 8,23%? Cinco minutos atrás era 8,00%, fechado, estamos lhes transferindo 4 bilhões, para aplicação de 6 meses. Ou seja, manipular a LIBID daria prejuízo, manipular a LIBOR não. Adivinha qual será mais manipulada? Infelizmente, não consegui o meu intento. Todos os contratos assinados pelos nossos Ministros da Fazenda continuaram em Libor, que somente hoje a imprensa americana descobriu que são manipulados. Na época eu expliquei ao jornalista Bernardo Kusinski tudo isto, único que entendia de Dívida Externa, mas ele não publicou nada sobre o assunto. Como ninguém mais, apesar do óbvio que era esta manipulação. Agora 30 anos depois, depois do Brasil pagar alguns décimos de juros a mais do que deveria, a imprensa inglesa publica o que deveria ser feito. Suggestions for change have included: Uso de empréstimos efetivados e não cotações. Basing figures on actual trades – as there are very few long term trades, this would probably require using an overnight rate. This would be of limited use to the markets and is likely to skew figures as, in reality, only the most credit worthy institutions can obtain funding Auditoria independente Opening the process to independent verification – this does not solve the problem of figures being provided on a hypothetical basis but creating safeguards to ensure the consistency of a bank’s submissions may provide a useful control. Libid e não LIbor Asking two banks at what rate they would lend to each other, rather than at what rate they borrow at – it would be difficult for banks to be generic in answering this question as the answer depends on the risk profile of each borrower. Quando teremos administradores financeiros administrando as finanças deste país? Quantos bilhões vocês advogados, engenheiros, psicólogos, médicos querem pagar a mais, por esta discriminação profissional que ocorre há 500 anos neste país? Por: Stephen Kanitz

A HISTÓRIA DO BRASIL ESCRITA PELOS PERDEDORES


A história do Brasil escrita pelos perdedores transfere para a turma da bolsa-ditadura a vitória da resistência democrática

O presidente da República que não sabe escrever ─ e rabiscou em mais de 60 anos menos de cinco bilhetes de aluno de jardim da infância ─ assinou o tratado da reforma ortográfica. O ex-presidente que nunca leu um livro ─ e compara uma virada de páginas a exercício em esteira ─ virou colecionador de títulos de doutor honoris causa.
A presidente que não conseguiu administrar a lojinha em Porto Alegre foi promovida pelo padrinho a supergerente de país. A chefe de governo que nomeou um ministério infestado de corruptos é aplaudida por demissões feitas a contragosto pela única faxineira do mundo que gosta de lixo por perto. E as vítimas dos pitos da mulher rabugenta fazem de conta que estão ouvindo a voz que identifica a estadista enérgica.
O ex-ministro da Educação continua convencido de que está certo falar errado ─ “Nós pega os peixe”, por exemplo. O ministro da Fazenda acha que o Brasil fica melhor depois de cada crise econômica. O ministro da Pesca não sabe colocar minhoca em anzol. O ministro da Indústria apressou a falência de uma fábrica de tubaína com meia dúzia de conselhos. O ex-ministro da Justiça apadrinha terroristas italianos e, como atesta a portaria publicada na seção O País quer Saber, promove a anistiado político o assassino confesso de um companheiro.
No país anestesiado pela rotina do absurdo, é natural que uma Comissão da Verdade subscreva a História escrita pelos perdedores, confunda fato com fantasia e eternize mentiras. Entre tantas, uma das mais obscenas é a que atribui aos grupos que naufragaram na luta armada contra o regime dos generais uma relevância que jamais tiveram.
Essa visão deliberadamente distorcida permite enxergar mártires da liberdade onde só houve gente disposta a tudo para substituir a ditadura militar pela ditadura do proletariado. Quem não sofre de miopia malandra sabe que os marighelas, lamarcas, clementes e demais liberticidas só contribuíram para prolongar o período autoritário. A liberdade foi resgatada não pela turma da bolsa-ditadura, mas por milhões de brasileiros engajados na resistência democrática.
Como resume o título do post republicado na seção Vale Reprise, os democratas vitoriosos ao fim de 20 anos de luta garantiram a sobrevivência de centenas de devotos do partido único que erram a escolha na encruzilhada. Nós não lhes devemos nada. Eles nos devem tudo, a começar pela vida. E ainda assim afrontam seus salvadores com a tentativa de expropriação do triunfo do que foi, é e será para sempre dos democratas que resistiram.
Resistiram sem bravatas, sem rompantes juvenis. Resistiram com a tenacidade, a paciência e a bravura de quem aprendeu que duelos desse porte não são para moleques que mal aprenderam a manusear metralhadoras. É coisa a ser resolvida por combatentes adultos.