terça-feira, 13 de setembro de 2016

"O TERRORISMO ISLAMISTA JÁ CHEGOU NA ALEMANHA"

Um Mês de Islã e Multiculturalismo na Alemanha: Julho de 2016

"O terrorismo islamista já chegou na Alemanha."

-  Dados divulgados em julho pela Destatis, agência de estatísticas do governo, mostraram que mais de 2,1 milhões de pessoas migraram para a Alemanha em 2015.

-  Mais de 33.000 migrantes que já deveriam ter sido deportados ainda estão na Alemanha às custas dos contribuintes alemães. Muitos desses migrantes inutilizaram seus passaportes e acredita-se que tenham mentido sobre seus países de origem para impossibilitar que sejam deportados. Outros entraram para a clandestinidade para que a polícia de imigração não possa encontrá-los.

-  Uma reportagem investigativa realizada pela Bavarian Radio BR24 constatou que programas de desradicalização na Alemanha não estão dando os resultados esperados porque muitos salafistas não querem se desradicalizar.

-  "Minha impressão é que há um ano todos nós subestimamos o que nos esperava frente a este enorme ingresso de refugiados e migrantes. A integração é uma tarefa hercúlea que não termina com um curso de três semanas do idioma alemão." — Jens Spahn, político da CSU.

1º de julho. Um tribunal da Baviera deliberou que uma regulamentação que proíbe muçulmanas trainees na área jurídica de usarem véus é ilegal. O Tribunal Distrital de Augsburg deliberou a favor da Aqilah Sandhu, uma estudante de direito de 25 anos de idade que ajuizou uma ação contra o Estado por impedi-la de usar o véu em aparições públicas no tribunal enquanto estiver estagiando. Segundo a deliberação não há nenhum fundamento legal para tal restrição e que "não há lei formal que reze que estagiários de direito devam ter uma visão de mundo neutra ou uma neutralidade religiosa." O Ministro da Justiça da Baviera Winfried Bausback argumentou que os funcionários da área jurídica bem como estagiários no tribunal devem apresentar a aparência de imparcialidade e ressaltou que iria recorrer da sentença.

3 de julho. Uma mulher de 24 anos, que foi estuprada por três migrantes em Mannheim em janeiro admitiu ter mentido sobre a identidade dos estupradores. Selin Gören, turca-alemã, inicialmente disse que seus agressores eram de nacionalidade alemã, quando na verdade eram migrantes muçulmanos. Em uma entrevista concedida à revista Der Spiegel, Gören, a porta-voz do movimento Solid, da juventude de esquerda da Alemanha, assinalou que mentiu porque estava com receio de alimentar o racismo contra migrantes.

4 de julho. O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, reportou que as 30 maiores empresas alemãs listadas no índice da bolsa de valores DAX empregam apenas 54 refugiados, incluindo 50 que foram contratados como entregadores do provedor de logística Deutsche Post. O relatório levanta dúvidas sobre a promessa da Chanceler Angela Merkel de integrar os 1,1 milhões de migrantes que chegaram na Alemanha em 2015 no mercado de trabalho alemão o mais rápido possível. Os executivos da empresa dizem que o principal problema é que os migrantes não possuem qualificações profissionais e conhecimento da língua alemã.

4 de julho. Um tribunal de Frankfurt condenou um salafista turco-alemão de 35 anos a dois anos e meio da prisão por posse de armas, mas o absolveu das acusações relacionadas ao terrorismo. Inicialmente Halil D. tinha sido acusado de conspirar para atacar uma corrida de bicicletas em Frankfurt. Quando da sua prisão, a polícia descobriu um arsenal de armas, incluindo uma bomba caseira no porão da sua casa. Halil D. afirmou ter fabricado a bomba para explodir uma máquina de venda automática de cigarros. A polícia também encontrou vídeos de propaganda do Estado Islâmico bem como cópias da Dabiq, a revista do Estado Islâmico na Internet em seu computador. No momento da prisão Halil D. disse o seguinte: "eu acredito na Sharia. As leis alemãs não se aplicam a mim. " O tribunal deliberou que não havia provas suficientes de que Halil D. era terrorista.

Halil D. foi acusado de conspirar para atacar uma corrida de bicicletas em Frankfurt. Quando da sua prisão a polícia alemã descobriu um arsenal de armas, incluindo uma bomba caseira no porão de sua casa bem como material de propaganda do Estado Islâmico em seu computador. O tribunal deliberou que não havia provas suficientes de que Halil D. era terrorista.


7 de julho. O Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento) aprovou, por unanimidade, alterações ao código penal para expandir a definição de estupro e facilitar a deportação de migrantes que cometem crimes sexuais. Segundo o projeto de lei, também conhecido como a lei "Não Quer Dizer Não" ("Nein heißt Nein"), qualquer forma de sexo não consensual agora será considerada e punida como crime. Anteriormente apenas os casos em que as vítimas conseguiam provar que haviam resistido fisicamente aos seus agressores eram puníveis à luz da lei alemã. Como o sistema de justiça politicamente correto da Alemanha é notoriamente brando quando se trata de julgar, condenar e deportar criminosos estrangeiros, é improvável que as reformas acabem com a epidemia de estupros cometidos por migrantes na Alemanha.

7 de julho. Mais de seis meses depois que gangues de muçulmanos atacaram sexualmente mais de 1.000 mulheres em Colônia e em outras cidades alemãs na Passagem do Ano Novo, um tribunal alemão expediu as duas primeiras condenações: o Tribunal Distrital de Colônia concedeu suspensão condicional da execução da pena a um iraquiano de 20 anos de idade identificado apenas como Hussain A. e a um argelino de 26, identificado como Hassan T. libertando os dois. O iraquiano, que tinha 20 anos na época, foi condenado segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente a frequentar um curso de integração e prestar 80 horas de serviço comunitário. O jornalBild publicou fotografias do júbilo de Hassan T. sorrindo ao sair do tribunal. Um observador disse que a sentença leve era uma zombaria da justiça e serviria como um convite aos migrantes criminosos fazerem o que bem entenderem com as mulheres alemãs.

8 de julho. Professores da escola de ensino médio Kurt Tucholsky em Hamburgo boicotaram a cerimônia de formatura deste ano em sinal de protesto contra um estudante muçulmano que se recusou a apertar a mão de um membro do staff feminino. A diretora da escola Andrea Lüdtke tomou partido do estudante: "eu respeito a decisão dele" ressaltou ela. A colunista alemã Heike Klovert defendeu Lüdtke, argumentando que professores não devem ser encarregados de integrar estudantes:

"Ela levou a sério seu aluno muçulmano. Ela não tentou convencê-lo a se adaptar ao jeito dito como alemão de se fazer as coisas. Ela entende que respeito não depende de um aperto de mãos e que nem todo mundo que não quer apertar a mão é um misógino extremista."

10 de julho. Um inquérito do Departamento Federal de Polícia Criminal (BKA) sobre os ataques sexuais ocorridos em Colônia, Hamburgo, Stuttgart, Düsseldorf e outras cidades alemãs na Passagem do Ano Novo constatou que mais de 1.200 mulheres foram vítimas de ataques cometidos por mais de 2.000 homens, muitos dos quais se acredita serem do Norte da África. O presidente do BKA Holger Münch admitiu: "há uma relação entre os ataques e a intensa onda de migração de 2015."

10 de julho. Mais de cem xiitas muçulmanos tomaram as ruas de Bonn para festejar a morte de Ali, primo e genro de Maomé. Ali foi assassinado no ano de 661 d.C.. Evocando o cenário do Iraque do século VII, 130 homens sem camisa, em transe, batiam no próprio peito, cantando ao som de tambores, causando ferimentos em seu corpo a caminho do centro da cidade por mais de cinco horas (para acessar fotos clique aqui). Autoridades locais da saúde lembraram aos médicos que eles tinham responsabilidade legal com todos aqueles que se autoflagelaram.

11 de julho. Em uma nova pesquisa de opinião o Pew Research Center constatou que 61% dos alemães acreditam que o recente fluxo de refugiados vai "aumentar a probabilidade de ataques terroristas no país." A pesquisa também revelou que 61% dos alemães acreditam que os muçulmanos que estão em seu país "querem se isolar da sociedade como um todo".

13 de julho. A Platanus-Schule, uma escola particular bilíngue em Berlim, pediu desculpas a um imã muçulmano depois que uma professora daquela instituição de ensino o chamou de "misógino" e "mal adaptado à vida alemã" porque ele se recusou a apertar a mão dela. O advogado do imã disse que o pedido de desculpas era insuficiente; críticos acusaram a escola de "capitular" e colocar em risco o princípio da igualdade de gênero na Alemanha. O político Philipp Lengsfeld da CDU (União Democrata Cristã) escreveu no Twitter: "a essência do debate no tocante ao aperto de mão não está relacionada à religião ou à opinião das pessoas e sim quanto à autoridade do estado e à igualdade de gênero."

14 de julho. Dados divulgados pela Destatis, agência de estatísticas do governo, mostrou que mais de 2,1 milhões de pessoas migraram para a Alemanha em 2015. Mais de 633.000 vieram da Ásia, incluindo 309.000 da Síria, 84.000 do Afeganistão e 65.000 do Iraque. Mais de 113.000 migrantes chegaram da África.

14 de julho. Em uma investigação parlamentar sobre os ataques sexuais cometidos por migrantes em Colônia na Passagem do Ano Novo veio à tona que uma das mulheres estupradas ficou grávida. Ela não informou o ataque à polícia porque estava envergonhada.

14 de julho. Ruprecht Polenz ex-secretário geral da União Democrata Cristã (CDU) ora no poder, ressaltou que a lei alemã que regulamenta a mudança de nomes (Namensrecht) deveria ser emendada para que fique mais fácil para os imigrantes muçulmanos que se encontram na Alemanha e que se sentem discriminados de mudarem de nome para nomes cristãos. A lei alemã normalmente não permite que estrangeiros mudem de nome para nomes tipicamente alemães, além disso os tribunais alemães raramente acatam tais petições. Por hábito e costume, nomes alemães destinam-se tão somente aos alemães.

15 de julho. Pelo menos 24 mulheres foram vítimas de violência sexual em um festival de música em Bremen. Os ataques foram parecidos com os ataques chamados de taharrush(assédio coletivo) ocorridos em Colônia durante a Passagem do Ano Novo. A polícia encontrou apenas cinco dos perpetradores, todos migrantes do Afeganistão. Harald Lührs, investigador chefe de crimes sexuais em Bremen salientou: "nunca vimos ataques massivos dessa natureza em Bremen. Grupos de homens cercando mulheres para estuprá-las, isso nunca aconteceu aqui nessa magnitude. É um problema novo que a polícia terá que enfrentar".

16 de julho. Um documento vazado para a revista Der Spiegel, revelou que mais de 33.000 migrantes que já deveriam ter sido deportados ainda estão na Alemanha às custas dos contribuintes alemães. Muitos desses migrantes inutilizaram seus passaportes e acredita-se que tenham mentido sobre seus países de origem para impossibilitar que sejam deportados. Outros entraram para a clandestinidade para que a polícia de imigração não possa encontrá-los.

17 de julho. Uma reportagem investigativa realizada pela Bavarian Radio BR24 constatou que programas de desradicalização na Alemanha não estão dando os resultados esperados porque muitos salafistas não querem se desradicalizar. A reportagem também mostrou que muitos jihadistas que voltaram para a Alemanha do Iraque e da Síria estão produzindo vídeos de propaganda para o Estado Islâmico.

18 de julho. Um candidato a asilo afegão empunhando um machado foi morto a tiros pela polícia depois de ferir cinco pessoas em um trem em Würzburg. O homem gritou "Allahu Akbar" ("Deus é Grande") durante o ataque. Renate Künast, parlamentar do Partido Verdecriticou a polícia pelo uso de força letal. Em um tweet ela salientou: "por que o agressor não pôde simplesmente ter sido imobilizado em vez de morto???? Perguntas!" Os comentários de Künast provocaram uma reação negativa furiosa, muitos acusaram-na de ter mais compaixão para com o criminoso do que para com as vítimas. A manifestação de fúria contra Künast indica que os alemães já estão fartos dos políticos politicamente corretos.

18 de julho. Lutz Bachmann, líder do movimento contra a migração do Pegida, anunciou a formação do Partido Popular da Liberdade e Democracia Direta (Freiheitlich Direktdemokratische Volkspartei, FDDV). A iniciativa é uma resposta às ameaças do governo de banir o movimento Pegida.

19 de julho. Três adolescentes jihadistas que explodiram um Templo Sikh em Essen em 16 de abril foram formalmente acusados de tentativa de assassinato, lesão corporal grave e "ocasionarem uma explosão." Os adolescentes que disseram estar aborrecidos com a maneira como os muçulmanos estão sendo tratados pelos Sikhs no norte da Índia não foram acusados de crimes de terrorismo.

19 de julho. Os responsáveis por um abrigo para refugiados da Cruz Vermelha alemã em Potsdam foram acusados de encobrir o abuso sexual de mulheres naquelas dependências.

20 de julho. O Departamento Federal do Trabalho (Bundesagentur für Arbeit, BA) informouque o nível educacional dos migrantes recém-chegados na Alemanha é bem menor do que o esperado: apenas um quarto tem diploma do ensino médio, ao passo que três quartos não têm nenhuma formação profissional. Somente 4% dos recém-chegados à Alemanha são altamente qualificados.

22 de julho. Ali Sonboly, um alemão-iraniano de 18 anos de idade que alimentava ódio aos árabes e turcos, assassinou dez pessoas e feriu outras 35 (suicidando-se em seguida) em uma lanchonete da rede McDonald's em Munique.

23 de julho. Uma multidão de homens gritando "Allahu Akbar" invadiu uma praia de nudismo em Xanten "insultando e ameaçando" os banhistas. A polícia manteve o incidente em segredo, ao que tudo indica, para evitar a cobertura negativa da mídia em relação aos muçulmanos "nesses tempos de alta suscetibilidade."

24 de julho. Mohammed Daleel, um migrante de 27 anos oriundo da Síria, cujo pedido de asilo foi rejeitado, feriu 15 pessoas ao detonar uma bomba presa ao corpo em um concerto em Ansbach. Este foi o primeiro ataque suicida na Alemanha atribuído ao Estado Islâmico. Daleel tinha lutado ao lado do Estado Islâmico e da al-Qaeda no Iraque antes de vir para a Alemanha. Em um vídeo gravado a partir do telefone celular antes do ataque, Daleel jurou que os alemães "não dormirão mais em paz." Embora as autoridades alemãs tenham tentado deportar Daleel no início de 2016, a iniciativa foi bloqueada pelo parlamentar Harald Weinberg do partido alemão A Esquerda, que exigiu que Daleel receba tratamento médico em virtude de uma lesão no joelho. "Considerando tudo o que eu sabia naquela época eu faria o mesmo hoje," disse Weinberg ao jornal Bild.

24 de julho. Um candidato a asilo sírio de 21 anos de idade assassinou uma polonesa de 45 anos e seu bebê ainda por nascer em um ataque com um facão em Reutlingen.

24 de julho. Um migrante de 40 anos da Eritreia estuprou uma idosa de 79 anos de idade em um cemitério em Ibbenbüren. A mulher, que reside em uma casa de repouso local, estava visitando o túmulo de sua irmã às 06h00 quando ocorreu o ataque. O migrante que se encontra na Alemanha como refugiado desde 2013 foi preso em flagrante. Entretanto é improvável que ele seja deportado porque a Eritreia é considerada zona de conflito.

25 de julho. Um palestino de 45 anos de idade, brandindo uma "faca do tipo usada no filme Rambo" gritando "Allahu Akbar" tentou decapitar um médico em Bonn. O filho do agressor de 19 anos havia se queixado do tratamento ministrado pelo médico em sua perna fraturada. Segurando o médico imobilizado no chão, o homem disse: "Peça desculpas ao meu filho. Fique de joelhos e beije a mão dele." O agressor foi preso e em seguida liberado.

25 de julho. Sahra Wagenknecht, líder do partido A Esquerda (Die Linke), atacou a política de portas abertas de Merkel para a imigração:

"Os acontecimentos dos últimos dias mostram que a aceitação e a integração de um grande número de refugiados e migrantes apresentam problemas de grande vulto. É muito mais difícil do que Merkel tentou nos mostrar e nos persuadir no outono passado com a sua imprudente 'Nós chegaremos lá' ('Wir schaffen das'). Agora o governo deve fazer todo o possível para assegurar que as pessoas em nosso país possam se sentir seguras novamente."

25 de julho. Frank Henkel Senador da União Democrata Cristã (CDU) de Berlim ressaltou:

"Que ninguém se iluda: nós obviamente importamos algumas pessoas selvagens capazes de cometerem crimes bárbaros em nosso país. Temos que dizer isso claramente e sem tabus. O que também significa que temos que lidar agressivamente com o islamismo. Se não o fizermos corremos o risco da política alemã ser vista como se estivesse fora da realidade."

25 de julho. O Ministro do Interior Thomas de Maizière revelou que as autoridades alemãs estão investigando 59 refugiados devido à "suspeita deles estarem envolvidos com o terrorismo."

25 de julho. Após uma série de ataques relacionados ao Islã em uma única semana, o Presidente da Baviera Horst Seehofer, ressaltou: "nós temos que saber quem está em nosso país."

26 de julho. Seehofer disse: "o terrorismo islamista já chegou na Alemanha."

27 de julho. A polícia invadiu uma mesquita em Hildesheim. Os policiais também revistaram oito apartamentos pertencentes aos membros da mesquita. Boris Pistorius, ministro do interior da Baixa Saxônia, salientou: "a mesquita em Hildesheim está no olho do furação nacional no cenário salafista radical. Após meses de preparação, tendo em vista as invasões de hoje, demos um passo importante no sentido de banir o grupo."

27 de julho. A polícia de Ludwigsburg prendeu um adolescente de 15 anos que segundo ela estava planejando um tiroteio em massa parecido com o ataque de 22 de julho em Munique. Em uma busca na residência do adolescente a polícia encontrou mais de 300 cartuchos de munição, bem como facas, produtos químicos e coletes à prova de bala.

28 de julho. Ao discursar em uma entrevista coletiva à imprensa, realizada anualmente na época do verão em Berlim, Merkel insistiu que não haverá mudanças em sua posição quanto à política de migração de portas abertas: "estamos decididos a cumprir com as nossas obrigações humanitárias. Eu não gosto da ideia de recusar apoio humanitário, eu não recomendaria isso para a Alemanha... Ansiedade e medo não podem nortear as nossas decisões políticas." Ela também salientou: "serei franca, estamos em guerra contra o Estado Islâmico; não estamos em guerra contra o Islã."

29 de julho. Thomas Jahn, vice-presidente da União Social Cristã (CSU), desancou a política de portas abertas para a imigração de Merkel: "precisamos controlar as nossas fronteiras. Esta é a coisa mais importante a se fazer no momento. E precisamos mandar as pessoas perigosas, com ideologia islamista de volta aos seus países, fora da Europa e da União Europeia".

30 de julho. O político Jens Spahn da CSU ressaltou: "minha impressão é que há um ano todos nós subestimamos o que nos esperava frente a este enorme ingresso de refugiados e migrantes. A integração é uma tarefa hercúlea que não termina com um curso de três semanas do idioma alemão." Ele também pediu a proibição da burca: "a proibição do véu de corpo inteiro — a niqab e a burca -- já passou da hora -- não quero mais saber de burcas neste país. Nesse sentido, eu sou um burcáfobo."


Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro Global Fire, estará nas livrarias em 2016.
Por Soeren Kern 25 de Agosto de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

NOVOS "PANTERAS NEGRAS": A ESQUERDA FOMENTA O RASCISMO PARA ACELERAR A REVOLUÇÃO


A violência nos EUA entre cidadãos negros e policiais qualificados generalizadamente de “brancos” enchem os espaços da mídia. O assassinato de cinco policiais e o ferimento de nove, mirados por um franco-atirador durante uma passeata pacífica em Dallas, foi um dos mais explorados.

Tratou-se do mais elevado número de baixas policiais desde o atentado de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque pelos terroristas islâmicos de Bin Laden. 

A barulheira midiática logo interpretou o fato como a profecia de luta racial no continente americano, que pode dar em guerra civil. Porém, os fatos não resistiram à enviesada interpretação.

O impacto sensacionalista deixa, porém, nos leitores desavisados, uma impressão que pode ser duradoura. Por isso, abaixando a poeira, é recomendável analisar com cautela os fatos, e ver se esses são suscetíveis de uma explicação mais verdadeira e profunda.

Aconteceu assim com a correspondente nos EUA do jornal “La Nación” de Buenos Aires, a propósito do crime coletivo de Dallas.

Ela observou, em meio às primeiras informações enviesadas: “de uma coisa há certeza: o acontecido é diverso de todos os protestos contra a violência policial e acumula provas inquietantes de coordenação, treino e poder de fogo dos matadores”.

“Isso, sublinhou, foi diverso de todo o visto nos últimos anos. Foi um ataque coordenado, com enorme capacidade de fogo e levado a cabo por franco-atiradores treinados que escolheram policiais como alvo”.

Segundo uma testemunha, o franco-atirador abatido pela polícia “tinha tanta munição que literalmente lhe caía dos bolsos”.

Não foi um honesto cidadão negro irado pelos crimes racistas atribuídos a uma polícia que, na verdade, é um modelo de integração racial. 

Então, que organização é essa, referida pela jornalista, tão bem armada, treinada, coordenada e determinada a incendiar um conflito racial a que serviu o franco-atirador?

Na moradia do assassino foi encontrado um diário sobre táticas de combate e “seu perfil no Facebook mostrava que ele tinha simpatia pelo Black Power — movimento pelos direitos civis dos negros que marcou os Estados Unidos nos anos 60”, noticiou “O Estado de S. Paulo”, em 9 de julho.

Uma semana depois, o jornal “Le Monde”, de Paris, publicou reportagem sobre a reconstituição do velho movimento subversivo das Panteras Negras nos EUA, e em especial nos estados do sul desse país. 

Acrescentou que o “New Black Panther Party” anunciou a reunião da ‘Convenção Nacional dos Oprimidos’ em Cleveland, Ohio, que concluiria na véspera do início da Convenção Nacional republicana que investiu Donald D. Trump como candidato presidencial.

A ocasião não podia ser mais propícia para voltar à cena. A ideia central é a do velho marxismo: a aliança dos oprimidos da Terra contra as classes ricas, brancas e opressoras. 

O upgrade da imagem do velho movimento incluiu a classificação do “New Black Panther Party” de ‘partido nacionalista’, um rótulo hoje ambíguo, mas muito na moda na “URSS 2.0” de Vladimir Putin.

O presidente das novas Panteras Negras, Hashim Nzinga, convidou centenas de participantes, previstos para comparecerem armados, a fim de se defender dos apoiadores republicanos e de “outros partidários da superioridade da raça branca”. Demagogia e guerra de classes marxista típica.

E o comunismo não tinha morrido? 

Morreu como a taturana que se metamorfoseia e se transforma numa mariposa repugnante com as cores e sinais do velho monstro.
ESCRITO POR LUIS DUFAUR | 23 AGOSTO 2016 
ARTIGOS - MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
http://flagelorusso.blogspot.com Do site: http://www.midiasemmascara.org/

domingo, 11 de setembro de 2016

PORQUE O MOVIMENTO BDS ESTÁ DESTRUINDO UM FUTURO ESTADO PALESTINO

- Israel poderia ter jogado segundo as regras árabes e deportado todos os árabes das terras que ocupou, mas não o fez. Precisamente porque Israel respeitou os direitos humanos dos árabes e, sem levar em conta seus próprios interesses, Israel deu aos palestinos uma plataforma a partir da qual eles promovem a destruição de Israel.


- A esperança é que os palestinos, assim como o Egito e a Jordânia já o fizeram, decidam em breve viver em paz com um vizinho que é de longe muito melhor na maneira de tratar os palestinos do que os seus próprios "irmãos árabes" -- afinal de contas, no fundo não é tão ruim assim. A esperança é que os líderes palestinos comecem a promover a cultura da paz em vez da cultura da guerra.

Desde o momento em que Israel declarou sua independência, uma das principais táticas dos árabes tem sido a exploração do calcanhar de Aquiles dos judeus – sua cultura altamente desenvolvida, que respeita e valoriza a vida e seu apoio aos direitos humanos.

Sendo de origem árabe, eu tenho conhecimento, de longa data, sobre o esteriótipo árabe com respeito ao Ocidente e Israel -- ou seja: que eles são fracos porque se importam com a vida de seu próprio povo e são ávidos em respeitar os direitos humanos de seus inimigos. Consta que Golda Meir disse: "nós podemos desculpar os árabes por matarem nossos filhos. Nós não podemos desculpá-los por nos forçarem a matar seus filhos".

Até agora Israel se encaixa nesse esteriótipo árabe -- como por exemplo "quando dá tiros de advertência" em Gaza para alertar os residentes para saírem dos edifícios que estão sendo usados para fins militares antes de serem alvejados -- em conversas com sionistas, porém, têm se a impressão que esta atitude está mudando. Embora os judeus sempre valorizarão a vida, a determinação em minimizar as baixas inimigas e respeitar seus direitos humanos a quase a qualquer custo, pode estar começando a se atenuar e são os palestinos que provavelmente pagarão o preço.

Durante a Guerra da Independência, o lado árabe assegurou que nenhum judeu permanecesse do lado árabe das linhas do armistício de 1949, mas os judeus permitiram que um grande contingente de árabes permanecesse do lado israelense. Hoje esses árabes constituem 20% da população israelense.

O respeito de Israel pelos direitos humanos dos árabes que vivem em Israel tem sido usado pelos árabes contra Israel. A ideia de algum judeu estar no lado árabe é demonizada e qualquer tipo de "normalização" com os judeus é agressivamente desencorajada.

Por sua vez os árabes que vivem em Israel têm eleito consistentemente parlamentares árabes, até antissionistas que apoiam abertamente os terroristas palestinos. Se Israel expulsar esses políticos do Knesset -- já há um projeto de lei propondo tal medida -- o país será acusado pelo Ocidente de ser antidemocrático, mas se não expulsá-los será visto como fraco pelos árabes.

Na Guerra dos Seis Dias de junho de 1967 -- uma guerra defensiva na qual Israel rechaçou forças armadas que atacaram o país, das quais faziam parte a Jordânia e o Egito -- Israel penetrou em grandes extensões de terra, incluindo a Península do Sinai, Cisjordânia e Gaza. Israel imediatamente se prontificou a devolver terras em troca de reconhecimento e paz. Em menos de três meses, em 1º de setembro de 1967, veio a resposta na forma dos famosos "Três Nãos" da Conferência de Cartum: não à paz com Israel, não ao reconhecimento, não às negociações.

Israel poderia ter jogado segundo as regras árabes e deportado todos os árabes das terras que ocupou, mas não o fez. Precisamente porque Israel respeitou os direitos humanos dos árabes e, sem levar em conta seus próprios interesses, Israel deu aos palestinos uma plataforma a partir da qual eles promovem a destruição de Israel.

O movimento BDS de hoje, "Boicote, Desinvestimento e Sanções" continua aplicando os mesmos duplos e hipócritas padrões morais em um esforço transparente de fazer Israel se tornar extinto. Seus líderes declararam em termos inequívocos que não estão interessados em uma solução de dois estados. Eles querem um único país árabe no lugar de Israel. Eles continuam assumindo que, mais cedo ou mais tarde, Israel será forçado a anexar a Cisjordânia e dar cidadania israelense a todos os seus residentes. Depois disso, a destruição de Israel como estado judeu será apenas uma questão de tempo.

O sentimento dominante no lado sionista hoje é que a solução que a maioria dos judeus vêm aceitando desde os anos 1940 como ética -- a solução de dois estados -- simplesmente não está dando certo. A vasta maioria dos sionistas coloca a culpa na recusa sem fim dos árabes em aceitar esse tipo de solução e no fato de que, quando das vezes em que houve negociações, os palestinos jamais apresentaram uma contraproposta razoável. Até o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, supostamente o mais moderado dos líderes palestinos, nunca aceitou a solução de dois estados a menos que incluísse o "direito de retorno" dos palestinos, o que resultaria em um estado totalmente árabe ao lado de um estado de maioria árabe -- outra maneira de extinguir o estado de Israel.

Israel, colocado contra a parede, terá mais cedo ou mais tarde que escolher entre desistir do estado judeu ou reduzir os padrões dos direitos humanos dos palestinos. Parece cada vez mais claro que os israelenses não irão escolher a primeira opção. Se estivesse no lugar deles eu não escolheria nenhuma das duas. Um indício é um projeto de lei que irá deportar as famílias dos terroristas. Outro é um projeto de lei de irá expulsar membros do Knesset que apoiam abertamente os terroristas.

Alan Dershowitz advogado americano, defensor dos direitos humanos vem alertandorecorrentemente que o movimento BDS está destruindo a possibilidade de uma negociação de dois estados ao induzirem os líderes palestinos a acreditarem que não precisam fazer concessões. Dershowitz não se arrisca em dizer o que acontecerá se o movimento BDS continuar na sua atual rota. Ele apenas fez a usual e óbvia previsão que levará a "mais guerras, mais mortes e mais sofrimento".

Se esta tática árabe/BDS continuar, Israel poderá muito bem se mover mais à direita do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e eleger um governo para o qual respeito pelos direitos humanos dos palestinos será uma prioridade menor que a atual. Um governo desses será muito menos relutante que Netanyahu em expandir os assentamentos na Cisjordânia e responder com força esmagadora a ataques terroristas, tornando assim a vida dos palestinos muito mais difícil, prejudicando seriamente os sonhos de soberania palestina.
Os defensores do BDS parecem se apoiar na crença de que Israel jamais fará isso, mas eles estão equivocados por várias razões:
Os judeus de Israel não irão de livre e espontânea vontade cometer suicídio. Até agora, toda vez que se recusaram a adotar abordagens contrárias aos direitos humanos, elas não têm sido fatais a Israel. Uma solução de um estado com direitos iguais para todos, no entanto, será fatal para Israel e a maioria dos judeus de Israel não concordará com isso.
Israel vê como o resto do Oriente Médio se engajou com impunidade na limpeza étnica, da limpeza étnica de judeus à limpeza étnica de cristãos e de todos os grupos entre os dois. Israel também vê que o Ocidente nada faz de concreto contra isso.
Os israelenses sabem que os árabes vêm maltratando os palestinos por quase 70 anos, de modo que os países árabes não irão se aventurar em perder mais guerras contra Israel em nome dos palestinos, a quem eles de qualquer maneira já desprezam (isso assumindo que os árabes, divididos, possam até conseguir formar uma coalizão viável contra Israel).
Um dos fatores que está no momento segurando a direita de Israel é o risco de perder o apoio ocidental. Entretanto, tendo em vista o crescimento do movimento BDS, Israel pode muito bem sentir que, de qualquer maneira, perdeu o apoio do Ocidente e que não há mais nada a perder.

Por quase 70 anos, os árabes jogaram um jogo muito perigoso, contando com os escrúpulos dos judeus para tornar toda derrota em parcial vitória. Considerando-se que através da história, aqueles que perdem guerras -- especialmente guerras que eles próprios começaram -- são forçados a viverem segundo as regras do vencedor, os árabes se recusaram a viver segundo as regras de Israel, e não só isso, eles rejeitaram, consistentemente, soluções moderadas de dois estados o que seria razoável para ambos os lados. A esperança é que eles, assim como o Egito e a Jordânia já o fizeram, decidam em breve viver em paz com um vizinho que é de longe muito melhor na maneira de tratar os palestinos do que os seus próprios "irmãos árabes" -- afinal de contas, no fundo não é tão ruim assim. A esperança é que os líderes palestinos comecem a promover a cultura da paz em vez da cultura da guerra.
Por: Fred Maroun, árabe com viés de esquerda radicado no Canadá, autor de artigos opinativos para a New Canadian Media, entre outros veículos de mídia. De 1961 a 1984, Maroun residiu no Líbano. 24 de Agosto de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: pt.gatestoneinstitute.org

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

NOTAS: REVOLUÇÃO CULTURAL, MATERNIDADE, TRUMP, ETC.


Até há umas três décadas atrás a maternidade ainda era valorizada em filmes e séries. Eram comuns as cenas em que a mulher anunciava a gravidez, para alegria geral ou para desmaio do marido por excesso emoção. Eram coisas de uma certa ingenuidade mas que funcionavam porque correspondiam ao sentimento geral das pessoas.

Depois essas cenas foram desaparecendo e sendo substituídas por outras, em que a mulher ficava aliviada por descobrir que não estava grávida. Paradoxalmente, a vinda da menstruação tornava-se num pico de felicidade. Todos suspiravam de alívio. A minha geração viu isto repetido milhares de vezes e acreditou, aliás, aceitou como sendo a coisa mais natural do mundo.

A maternidade e a paternidade passaram a ser vistas como coisas ridículos e que roubavam a liberdade. Aqueles que ainda queriam ser pais eram vistos como uns simplórios e muitos esconderam esse desejo. Toda a gente queria ver o mundo, fazer carreira, explorar tudo o que a sociedade moderna parecia oferecer.

Mas aos trinta anos de idade essa geração ficou esgotada, envelhecida de corpo e mente mas com uma personalidade acriançada. Não viram o mundo (viram apenas aquilo que outros lhe disseram para ver) e nem fizeram carreira. Ostentam desprezo pela vida como se nada mais houvesse a fazer a não ser assistir ao último capítulo da civilização.

*
As pessoas que começaram a última vaga de destruição cultural, há cerca de uns quarenta anos, foram muito eficazes não só porque tinham uma estratégia mas porque conheciam muito bem aquilo que iam destruir, que era a sociedade da qual faziam parte.

Combater hoje o abortismo, o casamento gay, a ideologia de género e afins é muito fácil em termos intelectuais, porque tudo aquilo é 'non sense' e já foi desmascarado, basta pesquisar um pouco. Contudo, em termos culturais e sociais o efeito tem sido quase nulo e caminhamos aceleradamente para um precipício com fundo desconhecido.

Então, de um lado, temos um lado que tem as ideias todas erradas mas que tem uma estratégia para avançar e conhece o inimigo a abater. E do outro lado há apenas pessoas que têm apenas “ideias certas” (quando têm) mas não têm estratégia de combate e nem conhecem o inimigo. Compreender a psicologia dos revolucionários é fundamental mas quase ninguém se interessa por isso, também porque significa espreitar directamente para além das portas do inferno.

Assim, a única maneira de inverter a situação é esperar que a Providência faça com que existam deserções do outro lado (feministas, gayzistas, etc). Estas pessoas conhecem bem o campo de batalha e têm a energia certa, até porque têm a consciência de que necessitam passar o resto da vida limpando a porcaria que fizeram. Todos aqueles que desconfiam de pessoas que mudaram de posição, como já vi acontecer com ex-feministas, são cretinos incuráveis que devem ser escorraçados a pontapé.

Ninguém pode se admirar por ver quase todos os jornalistas pelo mundo fora fazer campanha contra Donald Trump, porque é quase um inevitabilidade metafísica.

Contudo, que esses mesmos jornalistas escondam os indícios de que Obama e Hillary Clinton promoveram o Estado Islâmico é muito mais grave. Toda esta gente é cúmplice do terrorismo e deve ser presa por crime de alta traição.

*
Obama conseguiu a proeza de ser adorado no mundo inteiro enquanto os americanos continuam a ser odiados. Não deixa de ter a sua lógica porque ele nem americano deve ser.
*
O que seria deste mundo sem o futebol? Onde iriam as pessoas aprender a discutir sobre política e religião?

*
A ONU fabricou uma nação com refugiados para participar nos jogos olímpicos. Até agora, este deve ser o único facto histórico relevante ocorrido no século XXI.
ESCRITO POR MÁRIO CHAINHO | 23 AGOSTO 2016 
ARTIGOS - CULTURA Do site: http://www.midiasemmascara.org/

terça-feira, 6 de setembro de 2016

OS 10 MANDAMENTOS DO POLITICAMENTE CORRETO


Antigamente a religião estava presente em todas as esferas da vida, mas hoje não é muito diferente. O que mudou foi a doutrina desta religião que, como temos observado, ganha cada vez mais adeptos. Me refiro à religião – ou seita – do politicamente correto, que, assim como nas teocracias, fica cada vez mais autoritária.

Embora ninguém tenha sistematizado os mandamentos dessa religião, podemos resumir, ainda que seja difícil, 10 de seus principais mandamentos. São eles:

1 – Amar a Política sobre todas as coisas;

2 – Politizarás tudo o que puderes e o que não puderes;

3 – Guardarás frases de efeito;

4 – Honrarás ideólogos ressentidos;

5 – Deixarás que radicais matem seus irmãos relativizando sua violência;


6 – Pecar contra a castidade até fazer o sexo perder a graça;

7 – Verás preconceito e luta de classes em todas as coisas;

8 – Levantarás falso testemunho o tempo todo a fim de promover seus próprios ideais;

9 – Não desejar mulheres para não ser machista;

10 – Cobiçar a propriedade alheia alegando indignação com a injustiça social.

Evidente que a lista poderia ser enorme, quase que infindável, afinal de contas, todos os dias surgem polêmicas, fobias e preconceitos de toda sorte, por mais bizarros que sejam. Christopher Hitchens, um ateu polêmico, disse que seguir os 10 mandamentos cristãos seria impossível, todavia, o mesmo parece não proceder com os 10 mandamentos politicamente corretos, já que eles são fielmente cumpridos por todos os inquisidores da seita.

SOBRE O AUTOR
Por: Thiago Kistenmacher é estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tem interesse por História das Ideias, Filosofia, Literatura e tradição dos livros clássicos. Do site: www.institutoliberal.org.br

OS VERDADEIROS CAMPEÕES DAS OLIMPÍADAS


Mais uma vez o único país de grandes proporções que, pelo que vejo, termina os jogos olímpicos com algum crédito é a Índia. Respondendo por algo como 1/6 da população mundial, ela não ganhou – até a última vez que chequei o quadro – nem uma única medalha em nenhuma modalidade. Isto prova que, ao menos neste quesito, ela acerta em suas prioridades. Ela se recusa peremptoriamente a se avaliar segundo o número de medalhas que ganha nas Olimpíadas e não faz absolutamente nada para encorajar seus cidadãos a dedicar suas vidas para tentar pular um mísero centímetro mais longe ou mais alto que qualquer outra pessoa já pulou na história da humanidade.

Este é o tipo de objetivo que regimes totalitários estabelecem para os seus cidadãos (ou talvez devêssemos nos referir a eles como prisioneiros). O Marquês de Custine observou há muito tempo, em sua grande obraRússia em 1839, que tiranos demandam esforços imensos de suas populações para produzirem inutilidades, e não pode haver inutilidade mais inútil do que um recorde olímpico, ou mesmo uma vitória sem um recorde. Ser o melhor do mundo em alguma coisa não tem nenhum mérito se essa coisa não for algo que valha a pena. Um homem que joga um dardo mais longe do que todo mundo (nem tenho certeza se essa modalidade ainda existe) não é algo a ser admirado, mas a ser lamentado, isto se a pessoa dedicou muitas horas a essa atividade, o que certamente ele deve ter feito para ser o melhor nisto neste mundo de tolos.

Não vale a pena fazer algo se não for pra fazer direito, mas uma coisa feita direito que não valha a pena ser feita é algo muito errado – na verdade, muito mais errada do que uma coisa direita feita errada. Entre outras coisas, isto exprime um desperdício de habilidades, o que poderia ser considerado uma ofensa a Deus, se formos considerar as habilidades como uma graça divina.

A primeira vez que pensei neste assunto foi há muitos anos quando meu irmão fez questão de me levar ao cinema para ver um daqueles filmes tecnicamente sofisticados, mas que em todos os outros quesitos é apenas infantil, que geralmente são grandes sucessos de bilheteria.

“O que você achou?” meu irmão me perguntou quando estávamos saindo do cinema.

“Eu achei uma porcaria.”

“Mas foi muito bem feito.”

“Uma porcaria bem feita não deixa de ser uma porcaria”, eu disse. “O fato de ter sido bem feita a torna pior, não melhor.”

Isto com certeza foi um pouco pesado. As pessoas, e até mesmo os diretores de cinema, têm que sobreviver, e nós, todos nós, por inúmeras razões, quase sempre damos menos que o nosso melhor. No entanto, a produção deliberada de lixo intelectual, moral e artístico – aquilo que Orwell chamou de “prolefeed” em seu 1984 – é uma forma maligna peculiar de cinismo.

Mas voltemos às Olimpíadas. Não preciso nem dizer que se eu fosse um brasileiro pobre da periferia de São Paulo que tivesse que sofrer por duas horas na ida e na volta do trabalho todos os dias por causa das péssimas condições das ruas e dos transportes públicos, e que tivesse testemunhado os bilhões de gastos em infraestrutura que logo irão se transformar em elefantes-branco e dívidas, tudo por causa de três semanas de uma diversão global idiota, eu estaria furioso e pronto para uma revolta. Somente alguém com titica na cabeça (como o Sr. Blair, ex-primeiro ministro que trouxe os jogos olímpicos para Londres) poderia pensar que isso vale a pena; que não chega a ser tão trágico quanto os eternos desfiles de massa em Pyongyang, mas que são do mesmo gênero.

Todavia, se os jogos fossem genuinamente amadores, se os competidores fossem professores ou garis que, depois do trabalho fossem pra algum ginásio esportivo encardido para praticar tiro ao alvo ou outra modalidade estúpida, eu seria a favor deles, ou ao menos não seria contra. Logicamente, os padrões de desempenho seriam incomparavelmente menores, mas o nível de humanidade dos competidores seria analogamente maior.

No entanto, este é um sonho totalmente utópico. Os jogos olímpicos têm sido há muito tempo um tipo de patologia política, talvez até antes das Olimpíadas de Berlim de 1936. Minha mãe viu Hitler no Estádio Olímpico, e eu me lembro de ver a chama olímpica passando por mim em Amalfi sendo carregada para Roma em 1960, época na qual os jogos olímpicos já haviam se tornado há muito tempo um espetáculo profundamente depravado. Quem ainda se lembra das irmãs Press, que ganharam medalhas para a União Soviética nas Olimpíadas de Roma, e que se aposentaram precocemente da vida esportiva quando tornaram obrigatórios os testes de sexo? Eu acho que hoje em dia este tipo de teste não as teria retirado dos jogos ou sequer seria considerado relevante; afinal, você agora pertence ao sexo –ou gênero, para usar a terminologia correta – que você acha que pertence. Mas, em todo caso, o sucesso das irmãs Press (ou irmãos, como foram depreciativamente chamados) foi em alguns locais promovido a evidência da superioridade do sistema social e político soviético, como se acertar um tiro, arremessar um disco ou pular barreiras (atividades em que as duas Press se destacaram, ao menos contra competidoras femininas) fosse o que Alexander Pope chamou de “o estudo correto da Humanidade”.

Eu lamento dizer que meu país, o Reino Unido, para sua eterna desgraça, saiu-se extremamente bem nestas Olimpíadas. Per capita superou os Estados Unidos. Apesar de que, pelo mesmo critério, a Nova Zelândia, para sua grande e infinita vergonha, superou de longe até mesmo o Reino Unido.

Um artigo recente no The Guardian, o Izvestia dos progressistas britânicos, glorificou as conquistas do planejamento central, por estarem certos do que era um sucesso – para não dizer conquista total do mundo – da equipe de ciclismo britânica. Ele foi atribuído ao “investimento” do governo – na minha opinião, um desvio criminoso de recursos – em instalações para corridas de ciclismo.

Consideremos por um momento aquilo que ainda não foi provado, que o sucesso britânico nesta modalidade tenha sido consequência de uma superioridade farmacológica, para nos perguntar: que tipo de pessoa iria se regozijar com uma vitória desse tipo para seu país? Teria que ser um retardado, se bem que temos que admitir que esse tipo de imbecilidade esteja muito bem espalhada pelo mundo, com a exceção da Índia.

Certamente, a Índia é a melhor esperança para a humanidade. Que ela perdure sempre, para sua eterna glória, sem ganhar nenhuma medalha.
Por Theodore Dalrymple| 23 agosto,2016 Texto original aqui.
Tradução de Fernando Chiocca Do site: http://rothbardbrasil.com/

domingo, 4 de setembro de 2016

UM CONFRONTO ENTRE POLÍTICAS POLICIAIS: OS FATOS AINDA IMPORTAM?

Em meio ao tumulto em Milwaukee, há também um confronto entre dois homens da lei lá – o xerife do Milwaukee County David Clarke, e o chefe de polícia da cidade Edward Flynn. Eles têm opiniões muito diferentes sobre como a aplicação da lei deve ser realizada.


O chefe Eduard Flynn expressa a visão prevalente há tempos entre aqueles que enfatizam as “causas estruturais” sociais do crime, tais como a disparidade das rendas e as desigualdades na educação, assim como a negligência da sociedade com as comunidades negras.

O chefe Flynn coloca menos ênfase na ação policial agressiva e mais no envolvimento com a comunidade e controle de armas.

O xerife David Clarke representa uma tradição oposta, na qual o trabalho da polícia é fazer cumprir as leis, com a força que for necessária, não dando desculpas para os crimes nem afrouxando na aplicação das leis, na esperança de que isso vá acalmar manifestantes. O xerife Clarke também gostaria de ver cidadãos corretos negros armados.

As diferenças de opinião na aplicação das leis são agudas e inconfundíveis – e assim têm sido por mais de 50 anos. Porém, como costumava dizer Daniel Patrick Moynihan, “você tem direito à sua própria opinião, mas não tem direito aos seus próprios fatos”.

Infelizmente, os fatos parecem desempenhar um papel extremamente pequeno em confrontos entre políticas de aplicação da lei. E isso também tem sido verdade há mais de 50 anos.

Em suas memórias, o Chief Justice Earl Warren, do Supremo Tribunal, declarou que “todos nós devemos assumir uma parte da responsabilidade” pelo aumento das taxas de criminalidade na década de 1960 porque “há décadas que temos varrido para debaixo do tapete” as condições das favelas que alimentam o crime.

Mas a dura realidade é que a taxa de homicídios no país como um todo estava indo para baixo durante essas mesmas décadas, quando os problemas sociais nas favelas eram supostamente negligenciados.

As taxas de homicídio entre os homens negros diminuíram em 18% nos anos 1940 e 22% nos anos 1950. Foi na década de 1960, quando as ideias do Chief Justice Warren e outros triunfaram, que este longo declínio nas taxas de homicídio entre os homens negros se inverteu e disparou em 89%, acabando com todo o progresso dos 20 anos anteriores.

A mesmo reversão no país em grandes taxas viu o assassinato, em 1974, mais de duas vezes maior que em 1960. Isso foi depois que a taxa de homicídios tinha sido cortada ao meio de onde ela tinha sido na década de 1930.

Tumultos nos guetos, que eclodiram na década de 1960, foram atribuídos à pobreza e à discriminação. Mas quais foram os fatos?

A pobreza e a discriminação eram piores no sul do que no resto do país. Mas tumultos nos guetos não eram tão comuns no sul.

O motim de gueto mais mortal da década de 1960 ocorreu em Detroit, onde 43 pessoas foram mortas – 33 dos quais eram negros. Em Detroit, nesse momento, a renda familiar média negra era de 95 por cento da renda familiar média branca. A taxa de desemprego entre os negros era de 3,4% e a aquisição de casa pelos negros foi maior em Detroit que em qualquer outra grande cidade.

O que era diferente sobre Detroit era que os políticos colocavam a polícia sob ordens que restringiam sua resposta a distúrbios – e alguns manifestantes diziam que “os caras estão com medo”. Foram vítimas negras que pagaram o preço mais alto por deixarem manifestantes cometerem loucuras.

Por outro lado, o prefeito Richard Daley, de Chicago na década de 1960, foi na televisão para dizer que tinha ordenado sua polícia a “atirar para matar” em manifestantes que iniciassem incêndios. Houve indignação da turma do politicamente correto em todo o país. Mas Chicago, com uma população maior do que Detroit, não teve essa taxa de mortalidade em motins.

Nos últimos anos, as políticas policiais agressivas do prefeito de Nova York Rudolph Giuliani em bairros de alta criminalidade cortaram a taxa de homicídios para baixo a uma fração do que tinham sido antes.

Mas, na Inglaterra, políticas opostas prevaleceram, com aquilo que o jornal “Daily Telegraph” de Londres se referiu como “policiamento politicamente correto”, que tem a polícia agindo “mais como assistentes sociais do que os defensores da lei e da ordem”.

Embora a Inglaterra tenha sido considerada há tempos como uma das nações mais cumpridores da lei na Terra, tumultos que varreram Londres, Manchester e outras cidades britânicas em 2011 foram praticamente idênticos aos tumultos em Ferguson, Baltimore e outras cidades americanas. A maioria dos manifestantes britânicos era de brancos, mas o que eles fizeram foi o mesmo, até atear fogo em carros de polícia.

Mas os fatos ainda importam?
Por Thomas Sowell, publicado originalmente no Townhall.com, tradução livre. 
23 de agosto de 2016 Do site: http://rodrigoconstantino.com/

POR QUE A POLÍTICA É COMPOSTA PELOS PIORES

A crença de que devemos confiar ao estado a promoção do bem-estar social sustenta-se numa idealização do “bom político”, do representante popular modelo de honestidade e de competência, cuja sabedoria e espiritualidade farão jus à confiança que a sociedade lhe conceder. Para ajudá-lo na construção da justiça social, a maior parte da sociedade idealiza um partido político diferente dos outros, cujos membros seriam tão honestos, tão competentes, tão sábios e espiritualizados quanto o seu líder – como o PT já foi visto um dia, como o PSOL é visto por muitos hoje. A ingenuidade da massa atinge o mais alto nível ao acreditar que existem seres humanos que dariam função social ao poder que tivessem em vez de utilizá-lo em benefício próprio; e essas criaturas abnegadas seriam detectadas a partir dos discursos lindos e bonitinhos que fazem – Lula noutros tempos e o que Luciana Genro, Jean Wyllys e Marcelo Freixo tentam nos dias de hoje.

F.H. Hayek, em seu livro O Caminho da Servidão, explica não apenas a impossibilidade de realização desse desejo, mas também a razão pela qual a política é preenchida sempre pelas pessoas menos aptas à administração do Estado e do poder. Para tanto, Hayek identifica três condicionantes que se correlacionam através do sistema político mais admirado da humanidade, a democracia.

Em primeiro lugar, ele nos lembra que quanto maior o nível de instrução do ser humano, maiores serão suas divergências sobre a grande maioria dos assuntos, afinal, a instrução amplia a visão sobre o mundo e sobre nós mesmos. Diante disso, enxergamos que “se quisermos encontrar um alto grau de uniformidade e semelhanças de pontos de vista, teremos de descer às camadas em que os padrões morais e intelectuais são inferiores e prevaleçam os instintos mais primitivos e comuns”, escreve Hayek, o que significa que é o menor denominador comum que elege um representante do povo. Para se comprovar o fundamento desse fenômeno, podemos correlacioná-lo à atenção que determinadas pessoas e assuntos cativam.

Quanto mais superficiais forem as letras de um cantor, mais fãs ele cativará. Entre um quadro de Romero Brito e um de Willys de Castro, a grande maioria das pessoas optará pelo primeiro para se decorar a sala. Entre uma entrevista com um atleta famoso e outra com um cientista qualquer, certamente o povão preferirá ouvir o atleta. Um discurso sobre “justiça social” e “redistribuição de renda” certamente atrairá a atenção de muito mais pessoas do que uma palestra sobre a curva de laffer ou sobre o princípio da escassez.

A segunda condicionante identificada por Hayek diz que o pretendente a líder terá necessariamente que conseguir o apoio dos “dóceis e dos simplórios, que não têm fortes convicções próprias, mas que estão prontos a aceitar um sistema de valores previamente elaborado, contando que este lhes seja apregoado com bastante estrépito e insistência”.

Partindo do princípio de que boas ideias precisam de bons cérebros para processá-las, enxergamos a razão pelas quais as ideias mais insustentáveis são assimiladas pela maioria das pessoas com tanta facilidade − de serviços gratuitos a intervenções econômicas. Socialistas de bandeiras vermelhas e socialistas de gravatas azuis conquistam o poder com tanta facilidade porque suas ideias refletem a debilidade intelectual das massas, o que torna quase impossível que alguém de ideias construtivas seja eleito.

As primeiras filas dos partidos políticos sempre serão ocupadas por aqueles cujas ideais vagas e imperfeitas influenciam com facilidade, aqueles que não têm dificuldades para despertar paixões e emoções nas massas e nos demais colegas.

Hayek finaliza esclarecendo sobre um comportamento comum à grande maioria dos seres humanos: A propensão a aceitar com muito mais facilidade programas negativos – “o ódio a um inimigo ou a inveja aos que estão em situação melhor” – do que um plano positivo, por exemplo, a potência individual. A ideia de destruição da riqueza para a eliminação da pobreza é muito mais assimilável do que o princípio de que cada pessoa deve perseguir seus objetivos a partir de seus próprios talentos e esforços. A antítese “nós” e “eles”, o incentivo à desconfiança de um grupo em relação ao outro, a distinção de classe, de raça e de inclinação sexual são os ingredientes essenciais da liderança dos demagogos sobre os simplórios. Não houve na história humana um líder que não tenha se erguido por meio da identificação de inimigos e da distinção dos “bons” e dos “maus”, dos “justos” e dos “injustos”, o que sempre lhes deu liberdade para pregar e agir em nome do “bem” e da “justiça” desenhados a partir de seus próprios valores, para suprir seus próprios interesses. Hayek, falando sobre seu tempo, observou este fenômeno como o responsável pelo sentimento antissemita e anticapitalista na Alemanha nazista, o que é evidenciado nas publicações de autores como Werner Sombart, Johann Plenge, Paul Lensch e Oswald Spengler.

De fato, essa percepção é um tanto desmotivante, o que me leva a crer que a redução do estado e de seu papel na vida das pessoas se dará a partir de algum “acidente político”. Se nos Estados Unidos foi um ator (Reagan) e no Reino Unido foi uma “dona de casa” (Thatcher) que colocaram certa ordem na casa, quem sabe surja por aqui alguém que preze apenas o resultado das ideias, não as intenções das ideias. Quem sabe um dia, por algum capricho da vida, surja alguém tão distante do ideal popular que acabe sendo transformado numa farra democrática e por isso seja eleito.
Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

UMA BREVE HISTÓRIA TRIBUTÁRIA DO BRASIL


O Imposto de Renda somente foi instituído no Brasil em 1843, ainda assim incidia apenas sobre vencimentos provenientes dos cofres públicos, com alíquotas entre 2% e 10%. Ainda assim, tais alíquotas foram reduzidas em 1867 para uma alíquota única de 3%. Nesse ano, foi instituído o IR sobre dividendos pagos pelas S/A, com alíquota de 1,5%. Contudo, em 1891 o IR foi abolido.

Em 1922 é recriado o Imposto de Renda, agora ele incidiria sobre os rendimentos de todas as pessoas físicas e jurídicas do país (exceto os rendimentos provenientes da agropecuária). As alíquotas variavam entre 0,5% e 8%. Mas é bom lembrar que havia um desconto de até 75% do valor devido para pagamentos feitos em dia. Ainda em 1922 é criado o Imposto sobre Vendas e Consignações, embrião do futuro ICMS, com alíquota de 0,25%. Isso mesmo, 0,25% era a alíquota do que viria a ser o futuro ICMS.

Até 1964 a carga tributária brasileira era INFERIOR a 20% do PIB. Isto é, em conformidade com a gloriosa reivindicação dos inconfidentes mineiros, que lutaram contra o quinto. Já em 1995, após a estabilização econômica, a carga tributária alcançava 27% do PIB. No ano de 2000, isto é, cinco anos após a estabilização econômica, a carga tributária atingia 30% do PIB. Dessa forma, pode-se verificar que esse número é compatível com um orçamento equilibrado sem a necessidade de geração de inflação.

Se avançarmos até 2010, isto é, quando não só a economia já se encontrava estabilizada, mas também todos os programas sociais já estavam em curso, temos uma carga tributária de 33,5% do PIB. Sendo assim, o ano de 2010 pode ser visto como um objetivo a ser perseguido. Claro que pode ser argumentado que em 2010 várias desonerações tributárias foram realizadas para amenizar os efeitos da crise internacional. Sim, isso está correto. Mas, mesmo assim, vale a lembrança de que a carga tributária de 2010 era 3,5 pontos percentuais do PIB mais alta do que a de 2000. Mas, para evitar polêmicas, podemos fazer uso da carga tributária de 2005. Nesse ano a economia estava estabilizada, com uma inflação sob controle, e todos os programas sociais atuais já estavam implementados. A carga tributária em 2005 foi de 33,9% do PIB. Isto é, aproximadamente 3 pontos percentuais abaixo da carga tributária estimada para 2014.

Este breve texto mostra que é perfeitamente possível reduzir a carga tributária em 3 pontos percentuais do PIB, retornando ao patamar de 33,9% do PIB, que era seu valor em 2005. Lembrando ainda que, historicamente, foi apenas a partir do ano de 2000 que a carga tributária superou a barreira dos 30% do PIB.

Por fim, esse texto mostra o óbvio: quando o governo aumenta os impostos os gastos públicos aumentam!!! Não adianta acreditar que aumento de impostos no Brasil está associado a ajuste fiscal, não está!!! Aumento de impostos no Brasil sugerem apenas que o gasto do governo irá crescer ainda mais no futuro. Um ajuste fiscal sério no Brasil passa pela REDUÇÃO do tamanho do Estado, pela redução dos gastos públicos, e não pelo aumento de impostos. Entre 2000 e 2014 a carga tributária aumentou aproximadamente 7 pontos percentuais do PIB, e nossa situação fiscal em nada melhorou. A solução para o Brasil é menos impostos, e menos gastos públicos. Qualquer ajuste fiscal que implique em aumento de impostos demonstra uma brutal incompreensão dos números presentes nesse texto.
Por: Adolfo Sachsida, Doutor em Economia (UnB) e Pós-Doutor (University of Alabama) orientado pelo Prof. Walter Enders. Lecionou economia na University of Texas - Pan American e foi consultor short-term do Banco Mundial para Angola. Atualmente é pesquisador do IPEA. Publicou vários artigos nacional e internacionalmente, sendo de acordo com Faria et al. (2007) um dos pesquisadores brasileiros mais produtivos na área de economia. Do site: https://www.institutoliberal.org.br/blog/uma-breve-historia-tributaria-brasil/

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AO CONTRÁRIO DO SENDO COMUM, QUEM VOTA É QUE NÃO PODE RECLAMAR


Se você, assim como eu, não acredita em soluções pela via política, tenho a certeza de que, em algum momento, ao discutir política, você já se deparou com um interlocutor que, peito estufado e ar soberbo, disparou: “Se você não vota, então você não tem nenhum direito de reclamar!”

Qual o problema com esta afirmação? Simples: sua lógica está totalmente invertida. E é fácil explicar por quê.

Para começo de conversa, se eu não aceito a existência de algo (no caso, esta própria instituição chamada ‘governo’), qual seria a lógica de eu participar de um ato que implica meu consentimento para com sua existência? Qual é a lógica de eu participar de um ato que serve apenas para chancelar minha aprovação à existência deste esquema? Mais ainda: qual seria a lógica de eu fazer tudo isso e ainda reclamar da existência deste algo que desprezo?

Se você se associa a alguma coisa ou passa a lidar diretamente com ela, então passa a existir um entendimento tácito de que você aceitou suas condições. Torna-se subentendido que você chancelou sua existência.

Por exemplo, se eu não gosto de comida japonesa, eu não vou a restaurantes japoneses. Simples. E dado que os proprietários de restaurantes japoneses não podem vir atrás de mim e me forçar a frequentar seus estabelecimentos, então não há absolutamente nenhum motivo para eu reclamar de comida japonesa. Por outro lado, se eu voluntariamente for a um restaurante japonês, então isso significa que eu estou deixando claro que quero receber os serviços que ele oferta.

Da mesma forma, se você é um antipetista que defende a existência do estado — mas que obviamente não votou em Dilma —, você não tem direito nenhum de reclamar do governo; afinal, você, ao simplesmente ter votado em alguém (Serra, Marina ou Plínio), demonstrou concordar com a condição de que você iria aceitar os resultados da eleição independentemente de quem fosse o vencedor. Sim, você pode reclamar de alguns aspectos do governo, da mesma maneira que eu posso reclamar de alguma coisa na comida do restaurante do qual sou cliente. Mas isso não muda o fato de que, ao votar em alguém, você automaticamente demonstrou consentir com a existência do atual sistema e com todos os seus possíveis resultados e consequências.

Não faz sentido dizer “Eu defendo a existência de um governo, mas não gosto das políticas do atual governo”. Governos sempre fazem a mesma coisa: dão ordens, controlam, espoliam e redistribuem. O que varia é apenas a intensidade com que estes crimes são cometidos e quem é o espoliado. Mas os crimes nunca deixam de ser cometidos e pessoas nunca deixam de ser espoliadas. Esta é a essência de todo governo.

Por outro lado, dado que eu não aceito a legitimidade de um governo — tampouco creio ser necessário existir qualquer governo —, então eu, e apenas eu, tenho o direito de reclamar de absolutamente qualquer coisa relacionada a este sistema nefasto. Apenas eu posso criticar, sem nenhuma incoerência, todo e qualquer aspecto deste monopólio ineficiente e corrupto que me oprime e me espolia sem que eu sequer queira os “serviços” que ele fornece.

Você, que defende a existência deste ente sórdido e espoliador — mas que acha que ele poderia “ser gerenciado por pessoas melhores, mais honestas e mais competentes” — não tem nenhum direito de reclamar de qualquer aspecto negativo dele. Você está recebendo exatamente aquilo que você defende.

E aí, já decidiu em quem vai votar neste fim de semana?

Por Luis Almeida Um brasileiro indignado Do site: http://rothbardbrasil.com/

DIAS DOS PAIS: A DECADÊNCIA DA CULTURA OCIDENTAL

Filhas perdem o respeito para sempre de pais que traem a mãe delas


Metade das famílias americanas não irão festejar o Dia dos Pais.

Isso porque papai está morando com outra, e celebrando com os filhos dela.

Vendo o respeito que os quatro filhos do Trump têm de seu pai, comecei a pensar se essa não é a causa da decadência do Ocidente, que está ocorrendo a olhos vistos.

Filhos que não veem em seu pai um modelo a ser seguido, começam a vida com um problema.

Um grave problema!

Nascem perdidos, à procura de um modelo que não encontraram em casa.

E daí, podem cair nas graças de movimentos espertos que caçam jovens perdidos por aí: igrejas espertas, marxistas espertos, anarquistas e nihilistas.

O movimento feminista, no fundo, no fundo, não é um movimento a favor da mulher e sim um movimento contra o marido, o pai.

Um estudo científico, que li quarenta anos atrás, dizia que apesar da mãe estar muito mais presente, de cuidar da criança como ninguém, no fundo os filhos seguem os valores do pai.

Uma injustiça sem dúvida, mas explica muita coisa que as feministas odeiam.

Hoje, filhos e especialmente filhas são levados a não respeitar os pais, e muitos pais perdem facilmente o respeito dos filhos.

Filhas perdem o respeito para sempre de pais que traem a mãe delas, e com razão, e assim por diante.

Noventa por cento dos negros americanos não têm um pai presente, devido a um bolsa família dado pela esquerda americana para a mãe solteira.

No desespero, muitos negros abandonam seus filhos e filhas para que esses possam ter o bolsa família americano que é maior do que um negro ganha.

Marta Suplicy criou uma lei que proíbe o termo pai, para não constranger as famílias de lésbicas.

Logo logo vão suprir o próprio Dia dos Pais, um dos poucos dias do ano em que filhos e filhas paparicam hoje em dia os seus pais.

Sorte têm os poucos filhos de hoje que podem olhar para o pai com orgulho.

Que civilização sobrevive sem heróis a serem seguidos?

Se queremos salvar a decadência da cultura ocidental, seja um pai que se possa orgulhar todo dia do ano.

Não somente pelos seus filhos, mas pela sua esposa e comunidade.

Conselho de amigo. Por: Stephen Kanitz  Do site: http://blog.kanitz.com.br/


terça-feira, 30 de agosto de 2016

BASE FILOSÓFICA DO DINHEIRO

A editora norte-americana Lexington Books lançou recentemente o livro The Ontology and Function of Money – The Philosophical Fundamentals of Monetary Institutions, de Leonidas Zelmanovitz. O autor é brasileiro, com graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.


A obra não apenas versa sobre os fundamentos filosóficos das instituições financeiras e do dinheiro, como aborda inúmeros temas correlatos que têm atraído a atenção dos especialistas nos últimos tempos. E surge numa época em que, assolados por um cortejo de novidades ensejadas pelos avanços da tecnologia, os economistas, entre blackchains e bitcoins, a cada dia são levados a discutir mais intensamente algo tão instigante e intrigante como o fim do dinheiro. Não do dinheiro em sua acepção mais genérica, mas do dinheiro com suas funções clássicas, como hoje o conhecemos. Mais especificamente, do meio circulante fiduciário, ou seja, do papel pintado sem valor intrínseco, com legitimidade e aceitação baseadas tão somente na confiança.

O livro compõe um volume alentado, de quase 450 páginas, e trata de uma variedade considerável de questões teóricas com desdobramentos práticos, constituindo, assim, além de valioso roteiro de consulta, preciosa fonte de significativo valor instrumental. Relevante, portanto, sob inúmeros aspectos. No âmbito limitado de um simples artigo-resenha, é possível destacar apenas três deles.

O primeiro é a inegável contribuição da obra no mundo acadêmico, pois, como adiantado, ela aborda várias questões teóricas relevantes de inequívoco interesse para a formação e o treinamento das novas gerações de economistas.

Como o autor discute conceitos importantes na busca do aprimoramento da gestão pública nas esferas fiscal e monetária, o segundo ponto a ressaltar é a valia do livro como suporte teórico na formulação de políticas públicas eficazes. O que pode contribuir para melhorar as condições de inserção das economias emergentes no sistema financeiro global, que está a cada dia mais ágil e integrado.

O terceiro aspecto situa-se na esfera dos valores políticos e decorre da explicitação que o autor faz dos fundamentos filosóficos da moeda e das instituições financeiras. Como se sabe, a moeda, os negócios e os banqueiros não são invenções do capitalismo. Todavia o fato de que hoje o mundo se volta cada vez mais para a economia de mercado faz com que as idealizações do sistema financeiro, da moeda e dos negócios estejam, no imaginário popular, associadas ao modo de produção capitalista.

E em se tratando de capitalismo, o que se verifica no mundo real é que a vulgata panfletária do marxismo propaga, com eficácia, a ideia de que os empresários – em especial os banqueiros, ícones desse sistema – são a expressão maior do mal na Terra. A imagem difundida é a de que a atividade empresarial, notadamente no setor financeiro, é exclusivamente motivada pela cupidez humana. Como se todo empreendedor, por definição, fosse intrinsecamente aético e desonesto.

É inegável que existem empresários e banqueiros aéticos e desonestos. Como há, por exemplo, políticos e burocratas aéticos e desonestos. Mas daí à generalização vai uma grande distância. Ainda que a alguns soe estranho, o fato é que existe um ethos empresarial, um ethos capitalista. Negar isso é negar a própria realidade. Nesse sentido, a obra explicita à exaustão, sobretudo no campo da ética, a importância dos fundamentos filosóficos da atividade empresarial em geral e da financeira em particular.

A propósito, cabem duas menções. A primeira, a de que Adam Smith, um dos principais formuladores do liberalismo econômico, era professor de Ética em Glasgow. Na época, e para ele, a Ética e a Economia constituíam uma mesma e indissociável disciplina.

A outra menção se liga a uma das causas que levaram Max Weber a se interessar pela ética protestante e o espírito do capitalismo. Ainda jovem, ao pesquisar a atividade rural nas províncias a leste do Elba, Weber impressionou-se com a postura ética dos negociadores de produtos agrícolas. Para sua surpresa, ele constatou que os preços acertados de boca com os agricultores meses antes da colheita eram, depois, rigorosamente honrados, mesmo quando circunstâncias supervenientes, como as de ordem climática, alteravam de forma significativa o valor da produção, gerando lucro inesperado para uns e prejuízo para outros.

Compete, ainda, registrar que, dirigida principalmente aos economistas, a obra inclui algumas passagens aparentemente menos acessíveis aos não iniciados. Como, por exemplo, quando, ao projetar o futuro da moeda, indaga “(...) se pode o dinheiro tornar-se apenas uma unidade de conta sem existência material e não mais um meio de pagamento”. Ou “(...) se o dinheiro será sempre um meio de pagamento e não mais uma unidade de conta”. Ou, ainda, (...) se caminharemos para “um sistema monetário com base zero e a divisão do dinheiro em uma unidade de conta, e um ou mais meios de pagamento”.

Não obstante tais passagens menos abertas ao grande público, a obra em comento pode, ainda assim, contemplar o interesse de leitores não especializados, sobretudo os afeitos à filosofia, à História e à política.

Escrito e lançado em inglês, espera-se que o livro seja editado também em espanhol e em português. Isso porque sua maior difusão, sobretudo na América Latina (AL), viria a constituir importante ferramenta para auxílio à formulação de políticas públicas fiscais e monetárias nos países da região. Além de estender seus ensinamentos às universidades destas longitudes. 
Por: Marcos Poggi É economista e escritor Publicado originalmente no Estadão

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O NORMAL E O PATOLÓGICO NUMA SOCIEDADE CONTURBADA

É completamente demagógico e irresponsável querer educar as crianças e os jovens sem lhes criar limites, e sem lhes dizer claramente que existem comportamentos normais e outros patológicos.


Nas últimas semanas fomos confrontados com dois temas noticiosos referentes a enormes tragédias: os atentados homicidas na Europa e os fogos que destroem o país. De acordo com a informação disponível, em alguns casos, na sua origem há fortes indícios de terem sido cometidos por indivíduos mentalmente perturbados, criando um sentimento de insegurança na população. Apesar destes temas serem complexos e multifatoriais, eles também são do campo da psiquiatria, podendo ter várias origens e algumas delas pouco evidentes.

Julgo que se tem caminhado para um esbatimento perigoso dos limites entre o normal e o patológico, reforçado pela negação da existência de uma lei natural, coincidente com um conjunto de normas morais comuns, que qualquer ser humano pode conhecer à luz da razão: não matar, roubar, mentir, agredir, etc. Se forem esbatidos os limites entre o normal e o patológico coloca-se em risco a liberdade, destruindo-se uma legitima barreira de proteção contra o arbítrio dos insanos e dos perversos.

Apesar de ser um tema controverso, e com alguns dados contraditórios, existem diversos estudos científicos que estabelecem uma relação entre o aumento do risco de comportamentos disruptivos e agressivos e os videojogos violentos. A exposição continuada a este tipo de jogos pode reduzir a empatia e o comportamento social ajustado. Por outro lado, o uso excessivo da internet foi relacionado com baixa autoestima, sentimentos de isolamento e problemas de comportamento.

Os jovens de hoje passam cada vez mais tempo a jogar videojogos. Um dos jogos mais populares é o Grand Theft Auto (GTA). Embora destinado a adultos, é jogado maioritariamente por crianças e adolescentes. Basta ler a descrição do jogo, retirada da Wikipédia, para se perceber o que está em causa:

“O jogo é considerado exclusivamente dedicado a adultos, devido a temas como violência, assassinato, drogas, incitações e exposições sexuais, tortura, mutilação e etc. E também pela grande liberdade que o jogo dá em relação ao que o personagem pode fazer: este é capaz de agredir e matar pessoas, roubar veículos, propagar o caos, entre muitas outras coisas”.

Se é verdade que muitos jovens poderão jogar alguns jogos violentos sem haver um grande impacto na sua saúde psíquica, também é verdade que estes fatores podem ter um efeito cumulativo com uma fragilidade psíquica pré-mórbida, funcionando como um rastilho para comportamentos antissociais extremamente violentos. É preciso haver controlo parental, não apenas no tempo que as crianças passam a jogar, como ainda no conteúdo temático dos jogos.

Temos de admitir abertamente que nem tudo aquilo que nos é proposto é bom para nós, e que o autocontrolo é uma característica ligada à maturidade. É completamente demagógico e irresponsável querer educar as crianças e os jovens sem lhes criar limites, e sem lhes dizer claramente que existem comportamentos normais e outros patológicos. Por exemplo, pode ser normal beber álcool moderadamente, mas é patológico beber em excesso.

O ambiente familiar está na origem de muitas doenças psiquiátricas. A educação facultada pelos pais aos filhos é uma missão partilhada em família. A transmissão de valores éticos, morais, e um conjunto de competências para se viver ajustado em sociedade, é garantida pela educação. Mas a vida familiar tem mudado muito nos últimos tempos. O sequestro de pais e filhos pelos ecrãs (computador, telemóveis, televisão, etc.) é quase total, desaparecendo o espaço para a comunicação e o tempo destinado à partilha. O esgotamento de um dia de trabalho, que na sociedade atual se tem revelado cada vez mais prolongado, priva os educadores da energia e da disponibilidade indispensável para educar. A procura de fármacos para controlar os comportamentos das crianças, numa tentativa de substituir o afeto e a educação proporcionada pelos pais, é cada vez maior.

A saúde mental também se previne, e os comportamentos antissociais são muitas vezes reflexo de um desequilíbrio psíquico. Tal como na nossa vida pessoal, na sociedade os erros pagam-se sempre. A desconstrução entre o normal e o patológico, a prática, ainda que num mundo virtual, de comportamentos antissociais, juntamente com o esvaziamento do papel da família e de uma educação estruturada com regras e limites, terá como consequência o aumento do número de casos de perturbações psiquiátricas. Para defesa da sociedade, é importante garantir que hajam limites definidos entre o normal e o patológico, evitando-se a ideia de que a doença mental é apenas um problema de vida.
Por: Pedro Alfonso Médico Psiquiatra Do site: http://observador.pt/

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

ALEMANHA: "SEM MUDANÇAS NA POLÍTICA DE PORTAS ABERTAS PARA A IMIGRAÇÃO"

- A Chanceler Merkel disse estar ciente que os alemães estão preocupados com a segurança pessoal: "estamos fazendo o humanamente possível para garantir a segurança na Alemanha," observou ela, acrescentando: "ansiedade e medo não podem nortear nossas decisões políticas."


- "A chanceler continua empenhada em seguir na direção atual. Segue a ladainha clássica de Merkel: 'é necessário que haja uma avaliação minuciosa'." — Thomas Vitzthum, editor político do jornal Die Welt.

- "O país está dividido, seus cidadãos têm enorme sensação de insegurança? 'Nós chegaremos lá!' Ataques sexuais contra mulheres em piscinas e em festivais? 'Nós chegaremos lá!' Ataques terroristas perpetrados por islamitas na Alemanha? 'Nós chegaremos lá!' Crescente frustração e aumento da apatia política entre a população? 'Nós chegaremos lá!' Mas quem são esses 'nós'? ... Nem uma palavra aos cidadãos que, por um ano, tiveram que lidar com as consequências dos ataques dos asilados. Nem uma palavra às comunidades locais que não têm condições de lidar com o custo e o peso do acolhimento dos candidatos a asilo." — Editorial do jornal Junge Freiheit.

A chanceler alemã Angela Merkel rejeitou as críticas quanto à sua decisão de permitir a entrada de mais de 1 milhão de migrantes, em sua maioria de muçulmanos, na Alemanha no ano passado.

Discursando em uma entrevista coletiva que acontece anualmente no verão, em 28 de julho em Berlim, Merkel em tom desafiador ignorou as críticas em relação a política no tocante aos refugiados, insistindo que não haverá nenhuma mudança de postura quanto a política de portas abertas para a imigração. Ela também afirmou que não tem nenhuma responsabilidade pela recente onda de ataques violentos ocorridos na Alemanha.

A Alemanha ficou chocada por causa de um ataque com um machado em um trem em Würzburg, um tiroteio em massa em Munique, um ataque com um facão em Reutlingen e um atentado suicida em Ansbach — tudo em apenas uma semana.

Os ataques, que deixaram 13 mortos, foram cometidos por muçulmanos: três dos ataques foram perpetrados por candidatos a asilo juntamente com um iraniano-alemão que alimentava ódio aos árabes e turcos.

Merkel, que interrompeu as férias de verão para participar da entrevista coletiva de 90 minutos, entrevista esta que foi adiada por um mês, reiterou seu lema: "Nós chegaremos lá!" ("Wir schaffen das!"). Ela tem repetido a frase diversas vezes desde que a crise migratória explodiu na Alemanha em 4 de setembro de 2015, quando ela abriu a fronteira alemã para dezenas de milhares de migrantes retidos na Hungria. Ela ressaltou:


"Estamos determinados a cumprir as nossas obrigações humanitárias. Eu não disse que seria fácil. Eu disse naquela época e vou dizer novamente agora, temos condições de atingir nossa missão histórica — é um teste histórico em tempos de globalização — assim como alcançamos tanta coisa até agora, nós chegaremos lá também. A Alemanha é um país forte."

Merkel disse que a meta dos jihadistas é "dividir nossa união e minar o nosso estilo de vida. Eles querem frustrar nossa abertura de acolher pessoas. Eles também querem semear ódio e medo entre culturas e entre religiões."

A chanceler disse estar ciente que os alemães estão preocupados com a segurança pessoal: "estamos fazendo o humanamente possível para garantir a segurança na Alemanha," observou ela, acrescentando: "ansiedade e medo não podem nortear nossas decisões políticas."

Merkel também traçou um plano de nove pontos para aumentar a segurança na Alemanha: 1) criação de um sistema de alerta antecipado para identificar a radicalização de migrantes; 2)aumento do staff nas agências de inteligência da Alemanha; 3) um departamento de tecnologia de informação, com o objetivo de rastrear as comunicações entre jihadistas na internet; 4) realizar regularmente exercícios conjuntos com a polícia e com as forças armadas com a finalidade de praticar medidas de contraterrorismo; 5) expandir a investigação sobre o terrorismo islâmico e a radicalização; 6) melhorar a cooperação europeia em relação ao compartilhamento de informações; 7) limitar a venda de armasonline; 8) registro nacional para monitorar as pessoas que entram e saem do país; e 9) facilitar a deportação de candidatos a asilo que infringem a lei.

Merkel concluiu se recusando em ceder um milímetro: "para mim está claro: seguiremos nossos princípios. Daremos refúgio e proteção, segundo a Convenção de Genebra, aos perseguidos politicamente", acrescentando: "eu não posso prometer que jamais teremos que absorver outra onda de refugiados em massa."

A chanceler alemã Angela Merkel (esquerda) rejeita as críticas quanto à sua decisão de permitir a entrada de mais de 1 milhão de migrantes, em sua maioria de muçulmanos, na Alemanha no ano passado. "Temos condições de atingir nossa missão histórica... Nós chegaremos lá. ... Ansiedade e medo não podem nortear nossas decisões políticas," salientou Merkel em uma entrevista coletiva à imprensa em 28 de julho, acrescentando: "eu não posso prometer que jamais teremos que absorver outra onda de refugiados em massa."

Merkel tem sido alvo de crescentes críticas pela sua maneira de lidar com a crise migratória. O partido anti-imigração, Alternativa para a Alemanha (AfD), observou:

"Dado o crescimento vertiginoso de incidentes de extrema gravidade, a AfD exorta urgentemente o governo a cumprir o seu dever e estabilizar a situação da segurança na Alemanha através de controles eficientes das fronteiras. É imperativo o prosseguimento de outras medidas como por exemplo a imediata e consistente deportação de criminosos."

O jornal, Bayernkurier, publicado pelo Partido União Social Cristã (CSU), partido gêmeo da Baviera da União Democrata Cristã (CDU) de Merkel, assinalou:

"As políticas de Angela Merkel não só serviram como pacote de estímulos para os populistas de direita, como os riscos de segurança que a chanceler criou com suas fronteiras abertas também mostraram ser inequivocamente claros."

O jornal Die Welt, ressaltou que a repetição de Merkel : "Nós chegaremos lá!" equivale a uma "provocação", criticando seu plano de nove pontos como "vago". Em um ataque áspero, o editor político do jornal Thomas Vitzthum, realçou:

"Angela Merkel mantém a sua posição. Ela defende suas ações do ano passado. Não há admissão de equívocos. Nem se deve esperar arrependimentos no futuro. A chanceler continua empenhada em seguir na direção atual. Segundo ela agora não é o momento certo de discutir a implementação de novas medidas. Segue a ladainha clássica de Merkel: 'é necessário que haja uma avaliação minuciosa'. "

Em um editorial, o jornal Junge Freiheit, com viés de direita, salienta que Merkel não se importa com as consequências de suas políticas:

"O país está dividido, seus cidadãos têm enorme sensação de insegurança? 'Nós chegaremos lá!' Ataques sexuais contra mulheres em piscinas e em festivais? 'Nós chegaremos lá!' Ataques terroristas perpetrados por islamitas na Alemanha? 'Nós chegaremos lá!' Crescente frustração e aumento da apatia política entre a população? 'Nós chegaremos lá!'

"Quem chegará lá? Nenhuma palavra de Merkel. Nenhuma palavra sobre as mulheres que foram vítimas de ataques sexuais em Colônia e em outros lugares — as vítimas daqueles que Merkel trouxe ao país com sua política de fronteiras abertas e rostos amigáveis.

"Nem uma palavra aos cidadãos que, por um ano, tiveram que lidar com as consequências dos ataques dos asilados. Nem uma palavra às comunidades locais que não têm condições de lidar com o custo e o peso do acolhimento dos candidatos a asilo. Nem uma palavra dirigida à polícia, que atingiu seu limite graças a imigração desenfreada. Nem uma palavra sobre o racionamento dos estoques de alimentos devido as batalhas sobre a distribuição de comida. Nem uma palavra sobre a divisão na sociedade, causada pela política de refugiados de Merkel — não se trata apenas de um país dividido, mas também da divisão nas famílias e em grupos de amigos. Nem uma palavra sobre suas decisões que diminuíram a influência da Alemanha na Europa."

O jornal Bild, ressaltou:

"As coisas só poderão ir bem se os problemas forem realmente resolvidos! Mais especificamente, as deportações de candidatos a asilo são um problema de vulto. Durante meses o governo vem se comprometendo a acelerar as repatriações, mas houve pouco avanço. Em relação ao plano de nove pontos para combater o terrorismo: queremos ver alguma ação ao invés de só lenga-lenga! Porque no próximo verão os alemães julgarão Merkel pelo que ela realmente fez."

Uma recente pesquisa de opinião constatou que dois terços dos alemães se opõem a um quarto mandato para Merkel. Somente 36% dos entrevistados disseram que queriam Merkel e a CDU para liderar o governo após as eleições federais de 2017.

Por: Soeren Kern: colaborador sênior do Gatestone Institutesediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias em 2016.Original em inglês: Germany: "No Change to Open-Door Migration Policy"
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org