quarta-feira, 14 de setembro de 2016

EQUÍVOCOS HISTÓRICOS DOS ÁRABES EM SUAS INTERAÇÕES COM ISRAEL

- Nós árabes gerimos nosso relacionamento com Israel de maneira cruel, mas o pior de tudo é a contínua situação dos palestinos. Nosso pior erro foi não ter aceito o plano de partilha das Nações Unidas de 1947.


- Talvez não se deva iniciar uma guerra se não se estiver preparado para os resultados de uma possível derrota.

- Os judeus não mantêm os árabes em acampamentos, nós sim.

- A Jordânia integrou alguns refugiados, mas não todos. Nós poderíamos ter provado que nós árabes somos um povo maravilhoso e nobre, mas mostramos ao mundo, e continuamos mostrando, que o nosso ódio aos judeus e a nós mesmos é de longe muito maior do que qualquer conceito que implique em solidariedade árabe.

Esta é a primeira parte de um artigo dividido em duas partes. A segunda parte irá examinar as alternativas de hoje para nós árabes.

No estado atual das relações entre o mundo árabe e Israel vemos uma colcha de retalhos de hostilidades, paz tensa, cooperação limitada, tranquilidade e violência. Nós árabes gerimos nosso relacionamento com Israel de maneira cruel, mas o pior de tudo é a contínua situação dos palestinos.
Primeiro Equívoco

Nosso primeiro equívoco durou séculos, ocorrendo bem antes da declaração de independência de Israel, em maio de 1948. Consistiu em não reconhecer os judeus como iguais a nós.

Conforme documentado por um proeminente estudioso americano da história judaica no mundo muçulmano, Mark R. Cohen, naquela época "os judeus compartilhavam com os demais não muçulmanos o status de dhimmis (não muçulmanos que pagam por proteção e obedecem leis humilhantes, distintas, para serem tolerados nas regiões controladas pelos muçulmanos)... Não era permitido construir novas casas de culto e as antigas não podiam ser reformadas. Eles deviam se comportar discretamente na presença de muçulmanos. Em suas práticas litúrgicas eles tinham que honrar a supremacia do Islã. Eram obrigados a se diferenciar dos muçulmanos no tocante às roupas e tinham que se abster de usar insígnias. Eles também eram proibidos de ocupar cargos de autoridade no governo muçulmano".

Em 1º de março de 1944, enquanto os nazistas massacravam seis milhões de judeus, bem antes de Israel declarar a independência, Haj Amin al-Husseini, então o Grande Mufti de Jerusalém declarou na Rádio Berlim: "árabes, levantem-se como se fossem uno e lutem pelos seus direitos sagrados. Matem os judeus onde quer que vocês os encontrem. Isso agrada a Deus, história e religião. Isso salva suas honras, Deus está com vocês."

Se não tivéssemos cometido esse erro, talvez nos beneficiássemos de duas maneiras.

Provavelmente os judeus teriam permanecido em maior número no Oriente Médio muçulmano e teriam desenvolvido a civilização do Oriente Médio ao invés de desenvolver as civilizações dos lugares para onde fugiram, sobretudo a Europa e posteriormente os Estados Unidos.

Em segundo lugar, se os judeus se sentissem seguros e aceitos entre os árabes do Oriente Médio, talvez não tivessem sentido a necessidade de criar um estado independente, o que teria nos poupado de nossos equívocos subsequentes.
O Pior Equívoco

Nosso segundo e pior erro foi não ter aceito o plano de partilha das Nações Unidas de 1947. A Resolução 181 da ONU forneceu o fundamento legal para o estabelecimento de um estado judeu e um estado árabe, dividindo o que costumava ser o Mandato Britânico da Palestina (controlado pelos britânicos).

Conforme divulgado pela BBC, a resolução estipulava:

"Um estado judeu cobrindo 56.47% da área do Mandato Britânico da Palestina (excluindo Jerusalém), com uma população de 498.000 judeus e 325.000 árabes; um estado árabe cobrindo 43.53% do Mandato Britânico da Palestina (excluindo Jerusalém), com 807.000 habitantes árabes e 10.000 habitantes judeus; um regime de tutela internacional em Jerusalém, onde a população era formada de 100.000 judeus e 105.000 árabes."

A despeito da terra alocada ao estado judeu ter sido ligeiramente maior do que a terra alocada ao estado árabe, a maior parte da região judaica era totalmente desértica, Negev e Arava, com as terras férteis destinadas aos árabes. O plano também era vantajoso para os árabes por duas outras razões:
O estado judeu tinha apenas uma minúscula maioria de judeus, o que teria dado aos árabes praticamente a mesma influência dada aos judeus na condução do estado judeu, mas o estado árabe era quase que totalmente árabe, sem nenhum benefício político aos judeus que nele habitavam.
Cada estado proposto consistia de três áreas mais ou menos desconexas, resultando em forte interdependência geográfica entre os dois estados. Se os dois estados tivessem relações amigáveis, eles provavelmente trabalhariam em diversos aspectos como uma federação. Na federação, os árabes teriam uma maioria esmagadora.

Em vez de aceitarmos um presente de plano como este quando ainda tínhamos condições, nós árabes resolvemos que não podíamos aceitar um estado judeu e ponto final. Em maio de 1948, Azzam Pasha, secretário-geral da Liga Árabe, respondendo à proposta da nova área judaica da partilha: "esta será uma guerra de extermínio, um massacre memorável, que será lembrado como são os massacres mongóis e as Cruzadas". Iniciamos uma guerra destinada a erradicar o novo estado em sua incipiência, mas perdemos e o resultado de nosso erro foi um estado judeu muito mais forte:
A maioria judaica do estado judeu cresceu de forma dramática devido à troca de populações que se sucedeu, muitos árabes fugindo da guerra em Israel e muitos judeus fugindo de um mundo árabe hostil para se juntarem ao novo estado.
Os judeus adquiriram mais terras durante a guerra que nós iniciamos, resultando em linhas de armistício (hoje chamadas de Linha Verde ou fronteira pré-1967), que deram a Israel uma parte das terras anteriormente alocadas ao estado árabe. O estado judeu também adquiriu melhor contiguidade, ao passo que as porções árabes ficaram divididas em duas partes: (Gaza e Cisjordânia) separadas por quase 50 quilômetros.

Talvez não se deva iniciar uma guerra se não se estiver preparado para os resultados de uma possível derrota.



Em maio de 1948, Azzam Pasha (direita), secretário-geral da Liga Árabe, reagiu à proposta da nova área judaica da partilha: "esta será uma guerra de extermínio, um massacre memorável, que será lembrado como são os massacres mongóis e as Cruzadas."

Mais Guerras e Mais Equívocos

Após a Guerra de Independência (nome que os judeus deram à guerra de 1947-1948), Israel ficou, para todos os efeitos práticos, confinado às terras dentro da Linha Verde. Israel não tinha autoridade ou demanda sobre Gaza ou a Cisjordânia. Naquela época nós árabes tínhamos duas opções se quiséssemos fechar um acordo de paz com Israel:
Nós poderíamos ter incorporado Gaza ao Egito e a Cisjordânia à Jordânia, proporcionando aos palestinos cidadania em um dos dois países árabes relativamente fortes, tanto numérica quanto geograficamente mais fortes que Israel.
Poderíamos ter criado um novo estado em Gaza e na Cisjordânia.

Mas preferimos optar por continuar as hostilidades com Israel. Na primavera de 1967 formamos uma coalizão para atacar Israel. Em 20 de maio de 1967, o Ministro da Defesa da Síria Hafez Assad declarou: "chegou a hora de travarmos uma guerra de aniquilação." Em 27 de maio de 1967, o Presidente do Egito Abdul Nasser declarou: "nosso objetivo fundamental é a destruição de Israel". Em junho, em apenas seis dias Israel nos impôs a derrota que nos humilhou perante o mundo. Na guerra, perdemos muito mais território, incluindo Gaza e Cisjordânia.

Após a guerra de 1967 (guerra que os judeus chamam de Guerra dos Seis Dias), Israel nos ofereceu território em troca da paz, oferecendo-nos assim a oportunidade de nos recuperarmos do equívoco da Guerra dos Seis Dias. Respondemos com as Resoluções de Cartum, afirmando: "não à paz com Israel, não ao reconhecimento de Israel e não às negociações com Israel".

Não tendo aprendido a lição de 1967, formamos outra coligação em outubro de 1973 e tentamos de novo destruir Israel. Alcançamos algumas conquistas, mas depois a maré mudou e fomos derrotados mais uma vez. Após a terceira humilhante derrota, nossa coligação contra Israel ruiu e o Egito e a Jordânia decidiram assinar um acordo de paz com Israel.

Os outros árabes permaneceram obstinadamente contrários à existência de Israel, até mesmo a Síria que, como o Egito e a Jordânia, havia perdido território para Israel na Guerra dos Seis Dias. Hoje Israel ainda mantém esse território e não há nenhuma perspectiva real dele voltar para as mãos da Síria; recentemente o Primeiro Ministro de Israel declarou que "Israel jamais deixará as Colinas de Golã".
A Tragédia dos Palestinos

Nossos equívocos mais repreensíveis e mais trágicos se resumem na maneira que nós árabes tratamos os palestinos desde a declaração da independência de Israel.

Os judeus de Israel festejaram a vinda de refugiados judeus dos países árabes e muçulmanos para que se juntassem à comunidade israelense, independentemente do custo ou da dificuldade em integrar pessoas com backgrounds totalmente heterogêneos. Israel diligentemente integrou refugiados de terras longínquas, incluindo Etiópia, Índia, Marrocos,Brasil, Irã, Ucrânia e Rússia. Com isso eles demonstraram o poderoso vínculo que une os judeus. Ao mesmo tempo nós também tivemos a oportunidade de mostrar a ligação que une os árabes, mas em vez de darmos boas-vindas aos refugiados árabes da guerra de 1947-1948, nós os confinamos em campos, com rigorosas restrições na vida do dia a dia.

Conforme relatado pela Anistia Internacional, no Líbano "os palestinos continuam sofrendo discriminação e marginalização no mercado de trabalho, o que contribui para os altos índices de desemprego, baixos salários e péssimas condições de trabalho. Recentemente as autoridades libanesas suspenderam a proibição dos palestinos de trabalharem em 50 dos 70 empregos a eles vetados, os palestinos continuam a enfrentar obstáculos em achar emprego mesmo naqueles segmentos. A falta de perspectiva em encontrar emprego adequado, leva a um alto índice de abandono escolar de alunos palestinos, que também têm acesso limitado ao ensino médio público. A consequente miséria é agravada pelas restrições impostas de acesso aos serviços sociais".

No entanto, nem o Líbano e nem Síria integraram os refugiados que haviam vivido anteriormente a poucos quilômetros de suas fronteiras e que compartilhavam praticamente as mesmas culturas, línguas e religiões. A Jordânia integrou alguns refugiados, mas não todos. Nós poderíamos ter provado que nós árabes somos um povo maravilhoso e nobre, mas mostramos ao mundo, e continuamos mostrando, que o nosso ódio aos judeus e a nós mesmos é de longe muito maior do que qualquer conceito que implique em solidariedade árabe. Vergonhosamente para nós, sete décadas após os refugiados palestinos terem fugido de Israel, seus descendentes continuam sendo considerados refugiados.

A pior parte no tocante à forma como temos tratado os refugiados palestinos é que mesmo na Cisjordânia e em Gaza, há até hoje uma distinção entre palestinos refugiados e palestinos autóctones. Naqueles territórios, segundo os levantamentos de 2010 fornecidos peloPalestinian Refugee ResearchNet da Universidade de McGill, 37% dos palestinos na Cisjordânia e em Gaza vivem em campos! Gaza tem oito campos de refugiados palestinos e a Cisjordânia dezenove. Os judeus não mantêm os árabes em acampamentos, nós sim. O presidente palestino Mahmood Abbas quer um estado nesses territórios, mas nem sequer temos condições de levá-lo a sério, visto que ele deixa os refugiados palestinos sob sua autoridade em campos e não os integra aos demais palestinos. O absurdo dessa situação é somente comparável à sua insensibilidade.
Em que Pé Estamos Agora

Devido aos nossos próprios equívocos, nosso relacionamento com Israel hoje é um fracasso. A única força da nossa economia é o petróleo, um recurso perecível e, com o fracking, está diminuindo de valor. Não fizemos o suficiente para nos prepararmos para o futuro quando precisaremos de criatividade e produtividade. De acordo com a Foreign Policy Magazine: "embora os governos árabes tenham reconhecido, há muito tempo, a necessidade de procurar alternativas à excessiva dependência dos hidrocarbonetos, eles tiveram pouco sucesso em colocá-las em prática. ... Até a economia dos Emirados Árabes Unidos, um dos países mais diversificados do Golfo, é extremamente dependente das exportações de petróleo".

O Business Insider classificou Israel como o terceiro país mais inovador do mundo em 2015. Países de todo o mundo se beneficiam da criatividade de Israel, incluindo países remotamente distantes e adiantados como o Japão. Mesmo assim esnobamos Israel, força motriz de inovação e tudo isso acontece nas nossas fronteiras.

Também fracassamos em não aproveitar a genialidade militar de Israel para nos ajudar a combater novos e devastadores inimigos como o ISIS.

O pior de tudo, os palestinos, parte do nosso próprio povo, estão dispersos -- divididos, desiludidos e completamente incapazes de recuperarem o projeto nacional que nós sequestramos debaixo dos seus narizes em 1948 e que, desde então, o desfiguramos a ponto de não o reconhecermos mais.

Dizer que temos que mudar nossa abordagem em relação a Israel é uma minimização. Há mudanças fundamentais que nós mesmos devemos realizar, e temos que encontrar coragem e força moral para executá-las.

Os judeus não mantêm os árabes em acampamentos, nós sim.

Por: Fred Maroun, árabe com viés de esquerda radicado no Canadá, autor de artigos opinativos para a New Canadian Media, entre outros veículos de mídia. De 1961 a 1984 residiu no Líbano. 27 de Agosto de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org

terça-feira, 13 de setembro de 2016

"O TERRORISMO ISLAMISTA JÁ CHEGOU NA ALEMANHA"

Um Mês de Islã e Multiculturalismo na Alemanha: Julho de 2016

"O terrorismo islamista já chegou na Alemanha."

-  Dados divulgados em julho pela Destatis, agência de estatísticas do governo, mostraram que mais de 2,1 milhões de pessoas migraram para a Alemanha em 2015.

-  Mais de 33.000 migrantes que já deveriam ter sido deportados ainda estão na Alemanha às custas dos contribuintes alemães. Muitos desses migrantes inutilizaram seus passaportes e acredita-se que tenham mentido sobre seus países de origem para impossibilitar que sejam deportados. Outros entraram para a clandestinidade para que a polícia de imigração não possa encontrá-los.

-  Uma reportagem investigativa realizada pela Bavarian Radio BR24 constatou que programas de desradicalização na Alemanha não estão dando os resultados esperados porque muitos salafistas não querem se desradicalizar.

-  "Minha impressão é que há um ano todos nós subestimamos o que nos esperava frente a este enorme ingresso de refugiados e migrantes. A integração é uma tarefa hercúlea que não termina com um curso de três semanas do idioma alemão." — Jens Spahn, político da CSU.

1º de julho. Um tribunal da Baviera deliberou que uma regulamentação que proíbe muçulmanas trainees na área jurídica de usarem véus é ilegal. O Tribunal Distrital de Augsburg deliberou a favor da Aqilah Sandhu, uma estudante de direito de 25 anos de idade que ajuizou uma ação contra o Estado por impedi-la de usar o véu em aparições públicas no tribunal enquanto estiver estagiando. Segundo a deliberação não há nenhum fundamento legal para tal restrição e que "não há lei formal que reze que estagiários de direito devam ter uma visão de mundo neutra ou uma neutralidade religiosa." O Ministro da Justiça da Baviera Winfried Bausback argumentou que os funcionários da área jurídica bem como estagiários no tribunal devem apresentar a aparência de imparcialidade e ressaltou que iria recorrer da sentença.

3 de julho. Uma mulher de 24 anos, que foi estuprada por três migrantes em Mannheim em janeiro admitiu ter mentido sobre a identidade dos estupradores. Selin Gören, turca-alemã, inicialmente disse que seus agressores eram de nacionalidade alemã, quando na verdade eram migrantes muçulmanos. Em uma entrevista concedida à revista Der Spiegel, Gören, a porta-voz do movimento Solid, da juventude de esquerda da Alemanha, assinalou que mentiu porque estava com receio de alimentar o racismo contra migrantes.

4 de julho. O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, reportou que as 30 maiores empresas alemãs listadas no índice da bolsa de valores DAX empregam apenas 54 refugiados, incluindo 50 que foram contratados como entregadores do provedor de logística Deutsche Post. O relatório levanta dúvidas sobre a promessa da Chanceler Angela Merkel de integrar os 1,1 milhões de migrantes que chegaram na Alemanha em 2015 no mercado de trabalho alemão o mais rápido possível. Os executivos da empresa dizem que o principal problema é que os migrantes não possuem qualificações profissionais e conhecimento da língua alemã.

4 de julho. Um tribunal de Frankfurt condenou um salafista turco-alemão de 35 anos a dois anos e meio da prisão por posse de armas, mas o absolveu das acusações relacionadas ao terrorismo. Inicialmente Halil D. tinha sido acusado de conspirar para atacar uma corrida de bicicletas em Frankfurt. Quando da sua prisão, a polícia descobriu um arsenal de armas, incluindo uma bomba caseira no porão da sua casa. Halil D. afirmou ter fabricado a bomba para explodir uma máquina de venda automática de cigarros. A polícia também encontrou vídeos de propaganda do Estado Islâmico bem como cópias da Dabiq, a revista do Estado Islâmico na Internet em seu computador. No momento da prisão Halil D. disse o seguinte: "eu acredito na Sharia. As leis alemãs não se aplicam a mim. " O tribunal deliberou que não havia provas suficientes de que Halil D. era terrorista.

Halil D. foi acusado de conspirar para atacar uma corrida de bicicletas em Frankfurt. Quando da sua prisão a polícia alemã descobriu um arsenal de armas, incluindo uma bomba caseira no porão de sua casa bem como material de propaganda do Estado Islâmico em seu computador. O tribunal deliberou que não havia provas suficientes de que Halil D. era terrorista.


7 de julho. O Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento) aprovou, por unanimidade, alterações ao código penal para expandir a definição de estupro e facilitar a deportação de migrantes que cometem crimes sexuais. Segundo o projeto de lei, também conhecido como a lei "Não Quer Dizer Não" ("Nein heißt Nein"), qualquer forma de sexo não consensual agora será considerada e punida como crime. Anteriormente apenas os casos em que as vítimas conseguiam provar que haviam resistido fisicamente aos seus agressores eram puníveis à luz da lei alemã. Como o sistema de justiça politicamente correto da Alemanha é notoriamente brando quando se trata de julgar, condenar e deportar criminosos estrangeiros, é improvável que as reformas acabem com a epidemia de estupros cometidos por migrantes na Alemanha.

7 de julho. Mais de seis meses depois que gangues de muçulmanos atacaram sexualmente mais de 1.000 mulheres em Colônia e em outras cidades alemãs na Passagem do Ano Novo, um tribunal alemão expediu as duas primeiras condenações: o Tribunal Distrital de Colônia concedeu suspensão condicional da execução da pena a um iraquiano de 20 anos de idade identificado apenas como Hussain A. e a um argelino de 26, identificado como Hassan T. libertando os dois. O iraquiano, que tinha 20 anos na época, foi condenado segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente a frequentar um curso de integração e prestar 80 horas de serviço comunitário. O jornalBild publicou fotografias do júbilo de Hassan T. sorrindo ao sair do tribunal. Um observador disse que a sentença leve era uma zombaria da justiça e serviria como um convite aos migrantes criminosos fazerem o que bem entenderem com as mulheres alemãs.

8 de julho. Professores da escola de ensino médio Kurt Tucholsky em Hamburgo boicotaram a cerimônia de formatura deste ano em sinal de protesto contra um estudante muçulmano que se recusou a apertar a mão de um membro do staff feminino. A diretora da escola Andrea Lüdtke tomou partido do estudante: "eu respeito a decisão dele" ressaltou ela. A colunista alemã Heike Klovert defendeu Lüdtke, argumentando que professores não devem ser encarregados de integrar estudantes:

"Ela levou a sério seu aluno muçulmano. Ela não tentou convencê-lo a se adaptar ao jeito dito como alemão de se fazer as coisas. Ela entende que respeito não depende de um aperto de mãos e que nem todo mundo que não quer apertar a mão é um misógino extremista."

10 de julho. Um inquérito do Departamento Federal de Polícia Criminal (BKA) sobre os ataques sexuais ocorridos em Colônia, Hamburgo, Stuttgart, Düsseldorf e outras cidades alemãs na Passagem do Ano Novo constatou que mais de 1.200 mulheres foram vítimas de ataques cometidos por mais de 2.000 homens, muitos dos quais se acredita serem do Norte da África. O presidente do BKA Holger Münch admitiu: "há uma relação entre os ataques e a intensa onda de migração de 2015."

10 de julho. Mais de cem xiitas muçulmanos tomaram as ruas de Bonn para festejar a morte de Ali, primo e genro de Maomé. Ali foi assassinado no ano de 661 d.C.. Evocando o cenário do Iraque do século VII, 130 homens sem camisa, em transe, batiam no próprio peito, cantando ao som de tambores, causando ferimentos em seu corpo a caminho do centro da cidade por mais de cinco horas (para acessar fotos clique aqui). Autoridades locais da saúde lembraram aos médicos que eles tinham responsabilidade legal com todos aqueles que se autoflagelaram.

11 de julho. Em uma nova pesquisa de opinião o Pew Research Center constatou que 61% dos alemães acreditam que o recente fluxo de refugiados vai "aumentar a probabilidade de ataques terroristas no país." A pesquisa também revelou que 61% dos alemães acreditam que os muçulmanos que estão em seu país "querem se isolar da sociedade como um todo".

13 de julho. A Platanus-Schule, uma escola particular bilíngue em Berlim, pediu desculpas a um imã muçulmano depois que uma professora daquela instituição de ensino o chamou de "misógino" e "mal adaptado à vida alemã" porque ele se recusou a apertar a mão dela. O advogado do imã disse que o pedido de desculpas era insuficiente; críticos acusaram a escola de "capitular" e colocar em risco o princípio da igualdade de gênero na Alemanha. O político Philipp Lengsfeld da CDU (União Democrata Cristã) escreveu no Twitter: "a essência do debate no tocante ao aperto de mão não está relacionada à religião ou à opinião das pessoas e sim quanto à autoridade do estado e à igualdade de gênero."

14 de julho. Dados divulgados pela Destatis, agência de estatísticas do governo, mostrou que mais de 2,1 milhões de pessoas migraram para a Alemanha em 2015. Mais de 633.000 vieram da Ásia, incluindo 309.000 da Síria, 84.000 do Afeganistão e 65.000 do Iraque. Mais de 113.000 migrantes chegaram da África.

14 de julho. Em uma investigação parlamentar sobre os ataques sexuais cometidos por migrantes em Colônia na Passagem do Ano Novo veio à tona que uma das mulheres estupradas ficou grávida. Ela não informou o ataque à polícia porque estava envergonhada.

14 de julho. Ruprecht Polenz ex-secretário geral da União Democrata Cristã (CDU) ora no poder, ressaltou que a lei alemã que regulamenta a mudança de nomes (Namensrecht) deveria ser emendada para que fique mais fácil para os imigrantes muçulmanos que se encontram na Alemanha e que se sentem discriminados de mudarem de nome para nomes cristãos. A lei alemã normalmente não permite que estrangeiros mudem de nome para nomes tipicamente alemães, além disso os tribunais alemães raramente acatam tais petições. Por hábito e costume, nomes alemães destinam-se tão somente aos alemães.

15 de julho. Pelo menos 24 mulheres foram vítimas de violência sexual em um festival de música em Bremen. Os ataques foram parecidos com os ataques chamados de taharrush(assédio coletivo) ocorridos em Colônia durante a Passagem do Ano Novo. A polícia encontrou apenas cinco dos perpetradores, todos migrantes do Afeganistão. Harald Lührs, investigador chefe de crimes sexuais em Bremen salientou: "nunca vimos ataques massivos dessa natureza em Bremen. Grupos de homens cercando mulheres para estuprá-las, isso nunca aconteceu aqui nessa magnitude. É um problema novo que a polícia terá que enfrentar".

16 de julho. Um documento vazado para a revista Der Spiegel, revelou que mais de 33.000 migrantes que já deveriam ter sido deportados ainda estão na Alemanha às custas dos contribuintes alemães. Muitos desses migrantes inutilizaram seus passaportes e acredita-se que tenham mentido sobre seus países de origem para impossibilitar que sejam deportados. Outros entraram para a clandestinidade para que a polícia de imigração não possa encontrá-los.

17 de julho. Uma reportagem investigativa realizada pela Bavarian Radio BR24 constatou que programas de desradicalização na Alemanha não estão dando os resultados esperados porque muitos salafistas não querem se desradicalizar. A reportagem também mostrou que muitos jihadistas que voltaram para a Alemanha do Iraque e da Síria estão produzindo vídeos de propaganda para o Estado Islâmico.

18 de julho. Um candidato a asilo afegão empunhando um machado foi morto a tiros pela polícia depois de ferir cinco pessoas em um trem em Würzburg. O homem gritou "Allahu Akbar" ("Deus é Grande") durante o ataque. Renate Künast, parlamentar do Partido Verdecriticou a polícia pelo uso de força letal. Em um tweet ela salientou: "por que o agressor não pôde simplesmente ter sido imobilizado em vez de morto???? Perguntas!" Os comentários de Künast provocaram uma reação negativa furiosa, muitos acusaram-na de ter mais compaixão para com o criminoso do que para com as vítimas. A manifestação de fúria contra Künast indica que os alemães já estão fartos dos políticos politicamente corretos.

18 de julho. Lutz Bachmann, líder do movimento contra a migração do Pegida, anunciou a formação do Partido Popular da Liberdade e Democracia Direta (Freiheitlich Direktdemokratische Volkspartei, FDDV). A iniciativa é uma resposta às ameaças do governo de banir o movimento Pegida.

19 de julho. Três adolescentes jihadistas que explodiram um Templo Sikh em Essen em 16 de abril foram formalmente acusados de tentativa de assassinato, lesão corporal grave e "ocasionarem uma explosão." Os adolescentes que disseram estar aborrecidos com a maneira como os muçulmanos estão sendo tratados pelos Sikhs no norte da Índia não foram acusados de crimes de terrorismo.

19 de julho. Os responsáveis por um abrigo para refugiados da Cruz Vermelha alemã em Potsdam foram acusados de encobrir o abuso sexual de mulheres naquelas dependências.

20 de julho. O Departamento Federal do Trabalho (Bundesagentur für Arbeit, BA) informouque o nível educacional dos migrantes recém-chegados na Alemanha é bem menor do que o esperado: apenas um quarto tem diploma do ensino médio, ao passo que três quartos não têm nenhuma formação profissional. Somente 4% dos recém-chegados à Alemanha são altamente qualificados.

22 de julho. Ali Sonboly, um alemão-iraniano de 18 anos de idade que alimentava ódio aos árabes e turcos, assassinou dez pessoas e feriu outras 35 (suicidando-se em seguida) em uma lanchonete da rede McDonald's em Munique.

23 de julho. Uma multidão de homens gritando "Allahu Akbar" invadiu uma praia de nudismo em Xanten "insultando e ameaçando" os banhistas. A polícia manteve o incidente em segredo, ao que tudo indica, para evitar a cobertura negativa da mídia em relação aos muçulmanos "nesses tempos de alta suscetibilidade."

24 de julho. Mohammed Daleel, um migrante de 27 anos oriundo da Síria, cujo pedido de asilo foi rejeitado, feriu 15 pessoas ao detonar uma bomba presa ao corpo em um concerto em Ansbach. Este foi o primeiro ataque suicida na Alemanha atribuído ao Estado Islâmico. Daleel tinha lutado ao lado do Estado Islâmico e da al-Qaeda no Iraque antes de vir para a Alemanha. Em um vídeo gravado a partir do telefone celular antes do ataque, Daleel jurou que os alemães "não dormirão mais em paz." Embora as autoridades alemãs tenham tentado deportar Daleel no início de 2016, a iniciativa foi bloqueada pelo parlamentar Harald Weinberg do partido alemão A Esquerda, que exigiu que Daleel receba tratamento médico em virtude de uma lesão no joelho. "Considerando tudo o que eu sabia naquela época eu faria o mesmo hoje," disse Weinberg ao jornal Bild.

24 de julho. Um candidato a asilo sírio de 21 anos de idade assassinou uma polonesa de 45 anos e seu bebê ainda por nascer em um ataque com um facão em Reutlingen.

24 de julho. Um migrante de 40 anos da Eritreia estuprou uma idosa de 79 anos de idade em um cemitério em Ibbenbüren. A mulher, que reside em uma casa de repouso local, estava visitando o túmulo de sua irmã às 06h00 quando ocorreu o ataque. O migrante que se encontra na Alemanha como refugiado desde 2013 foi preso em flagrante. Entretanto é improvável que ele seja deportado porque a Eritreia é considerada zona de conflito.

25 de julho. Um palestino de 45 anos de idade, brandindo uma "faca do tipo usada no filme Rambo" gritando "Allahu Akbar" tentou decapitar um médico em Bonn. O filho do agressor de 19 anos havia se queixado do tratamento ministrado pelo médico em sua perna fraturada. Segurando o médico imobilizado no chão, o homem disse: "Peça desculpas ao meu filho. Fique de joelhos e beije a mão dele." O agressor foi preso e em seguida liberado.

25 de julho. Sahra Wagenknecht, líder do partido A Esquerda (Die Linke), atacou a política de portas abertas de Merkel para a imigração:

"Os acontecimentos dos últimos dias mostram que a aceitação e a integração de um grande número de refugiados e migrantes apresentam problemas de grande vulto. É muito mais difícil do que Merkel tentou nos mostrar e nos persuadir no outono passado com a sua imprudente 'Nós chegaremos lá' ('Wir schaffen das'). Agora o governo deve fazer todo o possível para assegurar que as pessoas em nosso país possam se sentir seguras novamente."

25 de julho. Frank Henkel Senador da União Democrata Cristã (CDU) de Berlim ressaltou:

"Que ninguém se iluda: nós obviamente importamos algumas pessoas selvagens capazes de cometerem crimes bárbaros em nosso país. Temos que dizer isso claramente e sem tabus. O que também significa que temos que lidar agressivamente com o islamismo. Se não o fizermos corremos o risco da política alemã ser vista como se estivesse fora da realidade."

25 de julho. O Ministro do Interior Thomas de Maizière revelou que as autoridades alemãs estão investigando 59 refugiados devido à "suspeita deles estarem envolvidos com o terrorismo."

25 de julho. Após uma série de ataques relacionados ao Islã em uma única semana, o Presidente da Baviera Horst Seehofer, ressaltou: "nós temos que saber quem está em nosso país."

26 de julho. Seehofer disse: "o terrorismo islamista já chegou na Alemanha."

27 de julho. A polícia invadiu uma mesquita em Hildesheim. Os policiais também revistaram oito apartamentos pertencentes aos membros da mesquita. Boris Pistorius, ministro do interior da Baixa Saxônia, salientou: "a mesquita em Hildesheim está no olho do furação nacional no cenário salafista radical. Após meses de preparação, tendo em vista as invasões de hoje, demos um passo importante no sentido de banir o grupo."

27 de julho. A polícia de Ludwigsburg prendeu um adolescente de 15 anos que segundo ela estava planejando um tiroteio em massa parecido com o ataque de 22 de julho em Munique. Em uma busca na residência do adolescente a polícia encontrou mais de 300 cartuchos de munição, bem como facas, produtos químicos e coletes à prova de bala.

28 de julho. Ao discursar em uma entrevista coletiva à imprensa, realizada anualmente na época do verão em Berlim, Merkel insistiu que não haverá mudanças em sua posição quanto à política de migração de portas abertas: "estamos decididos a cumprir com as nossas obrigações humanitárias. Eu não gosto da ideia de recusar apoio humanitário, eu não recomendaria isso para a Alemanha... Ansiedade e medo não podem nortear as nossas decisões políticas." Ela também salientou: "serei franca, estamos em guerra contra o Estado Islâmico; não estamos em guerra contra o Islã."

29 de julho. Thomas Jahn, vice-presidente da União Social Cristã (CSU), desancou a política de portas abertas para a imigração de Merkel: "precisamos controlar as nossas fronteiras. Esta é a coisa mais importante a se fazer no momento. E precisamos mandar as pessoas perigosas, com ideologia islamista de volta aos seus países, fora da Europa e da União Europeia".

30 de julho. O político Jens Spahn da CSU ressaltou: "minha impressão é que há um ano todos nós subestimamos o que nos esperava frente a este enorme ingresso de refugiados e migrantes. A integração é uma tarefa hercúlea que não termina com um curso de três semanas do idioma alemão." Ele também pediu a proibição da burca: "a proibição do véu de corpo inteiro — a niqab e a burca -- já passou da hora -- não quero mais saber de burcas neste país. Nesse sentido, eu sou um burcáfobo."


Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro Global Fire, estará nas livrarias em 2016.
Por Soeren Kern 25 de Agosto de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: https://pt.gatestoneinstitute.org




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

NOVOS "PANTERAS NEGRAS": A ESQUERDA FOMENTA O RASCISMO PARA ACELERAR A REVOLUÇÃO


A violência nos EUA entre cidadãos negros e policiais qualificados generalizadamente de “brancos” enchem os espaços da mídia. O assassinato de cinco policiais e o ferimento de nove, mirados por um franco-atirador durante uma passeata pacífica em Dallas, foi um dos mais explorados.

Tratou-se do mais elevado número de baixas policiais desde o atentado de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque pelos terroristas islâmicos de Bin Laden. 

A barulheira midiática logo interpretou o fato como a profecia de luta racial no continente americano, que pode dar em guerra civil. Porém, os fatos não resistiram à enviesada interpretação.

O impacto sensacionalista deixa, porém, nos leitores desavisados, uma impressão que pode ser duradoura. Por isso, abaixando a poeira, é recomendável analisar com cautela os fatos, e ver se esses são suscetíveis de uma explicação mais verdadeira e profunda.

Aconteceu assim com a correspondente nos EUA do jornal “La Nación” de Buenos Aires, a propósito do crime coletivo de Dallas.

Ela observou, em meio às primeiras informações enviesadas: “de uma coisa há certeza: o acontecido é diverso de todos os protestos contra a violência policial e acumula provas inquietantes de coordenação, treino e poder de fogo dos matadores”.

“Isso, sublinhou, foi diverso de todo o visto nos últimos anos. Foi um ataque coordenado, com enorme capacidade de fogo e levado a cabo por franco-atiradores treinados que escolheram policiais como alvo”.

Segundo uma testemunha, o franco-atirador abatido pela polícia “tinha tanta munição que literalmente lhe caía dos bolsos”.

Não foi um honesto cidadão negro irado pelos crimes racistas atribuídos a uma polícia que, na verdade, é um modelo de integração racial. 

Então, que organização é essa, referida pela jornalista, tão bem armada, treinada, coordenada e determinada a incendiar um conflito racial a que serviu o franco-atirador?

Na moradia do assassino foi encontrado um diário sobre táticas de combate e “seu perfil no Facebook mostrava que ele tinha simpatia pelo Black Power — movimento pelos direitos civis dos negros que marcou os Estados Unidos nos anos 60”, noticiou “O Estado de S. Paulo”, em 9 de julho.

Uma semana depois, o jornal “Le Monde”, de Paris, publicou reportagem sobre a reconstituição do velho movimento subversivo das Panteras Negras nos EUA, e em especial nos estados do sul desse país. 

Acrescentou que o “New Black Panther Party” anunciou a reunião da ‘Convenção Nacional dos Oprimidos’ em Cleveland, Ohio, que concluiria na véspera do início da Convenção Nacional republicana que investiu Donald D. Trump como candidato presidencial.

A ocasião não podia ser mais propícia para voltar à cena. A ideia central é a do velho marxismo: a aliança dos oprimidos da Terra contra as classes ricas, brancas e opressoras. 

O upgrade da imagem do velho movimento incluiu a classificação do “New Black Panther Party” de ‘partido nacionalista’, um rótulo hoje ambíguo, mas muito na moda na “URSS 2.0” de Vladimir Putin.

O presidente das novas Panteras Negras, Hashim Nzinga, convidou centenas de participantes, previstos para comparecerem armados, a fim de se defender dos apoiadores republicanos e de “outros partidários da superioridade da raça branca”. Demagogia e guerra de classes marxista típica.

E o comunismo não tinha morrido? 

Morreu como a taturana que se metamorfoseia e se transforma numa mariposa repugnante com as cores e sinais do velho monstro.
ESCRITO POR LUIS DUFAUR | 23 AGOSTO 2016 
ARTIGOS - MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
http://flagelorusso.blogspot.com Do site: http://www.midiasemmascara.org/

domingo, 11 de setembro de 2016

PORQUE O MOVIMENTO BDS ESTÁ DESTRUINDO UM FUTURO ESTADO PALESTINO

- Israel poderia ter jogado segundo as regras árabes e deportado todos os árabes das terras que ocupou, mas não o fez. Precisamente porque Israel respeitou os direitos humanos dos árabes e, sem levar em conta seus próprios interesses, Israel deu aos palestinos uma plataforma a partir da qual eles promovem a destruição de Israel.


- A esperança é que os palestinos, assim como o Egito e a Jordânia já o fizeram, decidam em breve viver em paz com um vizinho que é de longe muito melhor na maneira de tratar os palestinos do que os seus próprios "irmãos árabes" -- afinal de contas, no fundo não é tão ruim assim. A esperança é que os líderes palestinos comecem a promover a cultura da paz em vez da cultura da guerra.

Desde o momento em que Israel declarou sua independência, uma das principais táticas dos árabes tem sido a exploração do calcanhar de Aquiles dos judeus – sua cultura altamente desenvolvida, que respeita e valoriza a vida e seu apoio aos direitos humanos.

Sendo de origem árabe, eu tenho conhecimento, de longa data, sobre o esteriótipo árabe com respeito ao Ocidente e Israel -- ou seja: que eles são fracos porque se importam com a vida de seu próprio povo e são ávidos em respeitar os direitos humanos de seus inimigos. Consta que Golda Meir disse: "nós podemos desculpar os árabes por matarem nossos filhos. Nós não podemos desculpá-los por nos forçarem a matar seus filhos".

Até agora Israel se encaixa nesse esteriótipo árabe -- como por exemplo "quando dá tiros de advertência" em Gaza para alertar os residentes para saírem dos edifícios que estão sendo usados para fins militares antes de serem alvejados -- em conversas com sionistas, porém, têm se a impressão que esta atitude está mudando. Embora os judeus sempre valorizarão a vida, a determinação em minimizar as baixas inimigas e respeitar seus direitos humanos a quase a qualquer custo, pode estar começando a se atenuar e são os palestinos que provavelmente pagarão o preço.

Durante a Guerra da Independência, o lado árabe assegurou que nenhum judeu permanecesse do lado árabe das linhas do armistício de 1949, mas os judeus permitiram que um grande contingente de árabes permanecesse do lado israelense. Hoje esses árabes constituem 20% da população israelense.

O respeito de Israel pelos direitos humanos dos árabes que vivem em Israel tem sido usado pelos árabes contra Israel. A ideia de algum judeu estar no lado árabe é demonizada e qualquer tipo de "normalização" com os judeus é agressivamente desencorajada.

Por sua vez os árabes que vivem em Israel têm eleito consistentemente parlamentares árabes, até antissionistas que apoiam abertamente os terroristas palestinos. Se Israel expulsar esses políticos do Knesset -- já há um projeto de lei propondo tal medida -- o país será acusado pelo Ocidente de ser antidemocrático, mas se não expulsá-los será visto como fraco pelos árabes.

Na Guerra dos Seis Dias de junho de 1967 -- uma guerra defensiva na qual Israel rechaçou forças armadas que atacaram o país, das quais faziam parte a Jordânia e o Egito -- Israel penetrou em grandes extensões de terra, incluindo a Península do Sinai, Cisjordânia e Gaza. Israel imediatamente se prontificou a devolver terras em troca de reconhecimento e paz. Em menos de três meses, em 1º de setembro de 1967, veio a resposta na forma dos famosos "Três Nãos" da Conferência de Cartum: não à paz com Israel, não ao reconhecimento, não às negociações.

Israel poderia ter jogado segundo as regras árabes e deportado todos os árabes das terras que ocupou, mas não o fez. Precisamente porque Israel respeitou os direitos humanos dos árabes e, sem levar em conta seus próprios interesses, Israel deu aos palestinos uma plataforma a partir da qual eles promovem a destruição de Israel.

O movimento BDS de hoje, "Boicote, Desinvestimento e Sanções" continua aplicando os mesmos duplos e hipócritas padrões morais em um esforço transparente de fazer Israel se tornar extinto. Seus líderes declararam em termos inequívocos que não estão interessados em uma solução de dois estados. Eles querem um único país árabe no lugar de Israel. Eles continuam assumindo que, mais cedo ou mais tarde, Israel será forçado a anexar a Cisjordânia e dar cidadania israelense a todos os seus residentes. Depois disso, a destruição de Israel como estado judeu será apenas uma questão de tempo.

O sentimento dominante no lado sionista hoje é que a solução que a maioria dos judeus vêm aceitando desde os anos 1940 como ética -- a solução de dois estados -- simplesmente não está dando certo. A vasta maioria dos sionistas coloca a culpa na recusa sem fim dos árabes em aceitar esse tipo de solução e no fato de que, quando das vezes em que houve negociações, os palestinos jamais apresentaram uma contraproposta razoável. Até o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, supostamente o mais moderado dos líderes palestinos, nunca aceitou a solução de dois estados a menos que incluísse o "direito de retorno" dos palestinos, o que resultaria em um estado totalmente árabe ao lado de um estado de maioria árabe -- outra maneira de extinguir o estado de Israel.

Israel, colocado contra a parede, terá mais cedo ou mais tarde que escolher entre desistir do estado judeu ou reduzir os padrões dos direitos humanos dos palestinos. Parece cada vez mais claro que os israelenses não irão escolher a primeira opção. Se estivesse no lugar deles eu não escolheria nenhuma das duas. Um indício é um projeto de lei que irá deportar as famílias dos terroristas. Outro é um projeto de lei de irá expulsar membros do Knesset que apoiam abertamente os terroristas.

Alan Dershowitz advogado americano, defensor dos direitos humanos vem alertandorecorrentemente que o movimento BDS está destruindo a possibilidade de uma negociação de dois estados ao induzirem os líderes palestinos a acreditarem que não precisam fazer concessões. Dershowitz não se arrisca em dizer o que acontecerá se o movimento BDS continuar na sua atual rota. Ele apenas fez a usual e óbvia previsão que levará a "mais guerras, mais mortes e mais sofrimento".

Se esta tática árabe/BDS continuar, Israel poderá muito bem se mover mais à direita do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e eleger um governo para o qual respeito pelos direitos humanos dos palestinos será uma prioridade menor que a atual. Um governo desses será muito menos relutante que Netanyahu em expandir os assentamentos na Cisjordânia e responder com força esmagadora a ataques terroristas, tornando assim a vida dos palestinos muito mais difícil, prejudicando seriamente os sonhos de soberania palestina.
Os defensores do BDS parecem se apoiar na crença de que Israel jamais fará isso, mas eles estão equivocados por várias razões:
Os judeus de Israel não irão de livre e espontânea vontade cometer suicídio. Até agora, toda vez que se recusaram a adotar abordagens contrárias aos direitos humanos, elas não têm sido fatais a Israel. Uma solução de um estado com direitos iguais para todos, no entanto, será fatal para Israel e a maioria dos judeus de Israel não concordará com isso.
Israel vê como o resto do Oriente Médio se engajou com impunidade na limpeza étnica, da limpeza étnica de judeus à limpeza étnica de cristãos e de todos os grupos entre os dois. Israel também vê que o Ocidente nada faz de concreto contra isso.
Os israelenses sabem que os árabes vêm maltratando os palestinos por quase 70 anos, de modo que os países árabes não irão se aventurar em perder mais guerras contra Israel em nome dos palestinos, a quem eles de qualquer maneira já desprezam (isso assumindo que os árabes, divididos, possam até conseguir formar uma coalizão viável contra Israel).
Um dos fatores que está no momento segurando a direita de Israel é o risco de perder o apoio ocidental. Entretanto, tendo em vista o crescimento do movimento BDS, Israel pode muito bem sentir que, de qualquer maneira, perdeu o apoio do Ocidente e que não há mais nada a perder.

Por quase 70 anos, os árabes jogaram um jogo muito perigoso, contando com os escrúpulos dos judeus para tornar toda derrota em parcial vitória. Considerando-se que através da história, aqueles que perdem guerras -- especialmente guerras que eles próprios começaram -- são forçados a viverem segundo as regras do vencedor, os árabes se recusaram a viver segundo as regras de Israel, e não só isso, eles rejeitaram, consistentemente, soluções moderadas de dois estados o que seria razoável para ambos os lados. A esperança é que eles, assim como o Egito e a Jordânia já o fizeram, decidam em breve viver em paz com um vizinho que é de longe muito melhor na maneira de tratar os palestinos do que os seus próprios "irmãos árabes" -- afinal de contas, no fundo não é tão ruim assim. A esperança é que os líderes palestinos comecem a promover a cultura da paz em vez da cultura da guerra.
Por: Fred Maroun, árabe com viés de esquerda radicado no Canadá, autor de artigos opinativos para a New Canadian Media, entre outros veículos de mídia. De 1961 a 1984, Maroun residiu no Líbano. 24 de Agosto de 2016
Tradução: Joseph Skilnik Do site: pt.gatestoneinstitute.org

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

NOTAS: REVOLUÇÃO CULTURAL, MATERNIDADE, TRUMP, ETC.


Até há umas três décadas atrás a maternidade ainda era valorizada em filmes e séries. Eram comuns as cenas em que a mulher anunciava a gravidez, para alegria geral ou para desmaio do marido por excesso emoção. Eram coisas de uma certa ingenuidade mas que funcionavam porque correspondiam ao sentimento geral das pessoas.

Depois essas cenas foram desaparecendo e sendo substituídas por outras, em que a mulher ficava aliviada por descobrir que não estava grávida. Paradoxalmente, a vinda da menstruação tornava-se num pico de felicidade. Todos suspiravam de alívio. A minha geração viu isto repetido milhares de vezes e acreditou, aliás, aceitou como sendo a coisa mais natural do mundo.

A maternidade e a paternidade passaram a ser vistas como coisas ridículos e que roubavam a liberdade. Aqueles que ainda queriam ser pais eram vistos como uns simplórios e muitos esconderam esse desejo. Toda a gente queria ver o mundo, fazer carreira, explorar tudo o que a sociedade moderna parecia oferecer.

Mas aos trinta anos de idade essa geração ficou esgotada, envelhecida de corpo e mente mas com uma personalidade acriançada. Não viram o mundo (viram apenas aquilo que outros lhe disseram para ver) e nem fizeram carreira. Ostentam desprezo pela vida como se nada mais houvesse a fazer a não ser assistir ao último capítulo da civilização.

*
As pessoas que começaram a última vaga de destruição cultural, há cerca de uns quarenta anos, foram muito eficazes não só porque tinham uma estratégia mas porque conheciam muito bem aquilo que iam destruir, que era a sociedade da qual faziam parte.

Combater hoje o abortismo, o casamento gay, a ideologia de género e afins é muito fácil em termos intelectuais, porque tudo aquilo é 'non sense' e já foi desmascarado, basta pesquisar um pouco. Contudo, em termos culturais e sociais o efeito tem sido quase nulo e caminhamos aceleradamente para um precipício com fundo desconhecido.

Então, de um lado, temos um lado que tem as ideias todas erradas mas que tem uma estratégia para avançar e conhece o inimigo a abater. E do outro lado há apenas pessoas que têm apenas “ideias certas” (quando têm) mas não têm estratégia de combate e nem conhecem o inimigo. Compreender a psicologia dos revolucionários é fundamental mas quase ninguém se interessa por isso, também porque significa espreitar directamente para além das portas do inferno.

Assim, a única maneira de inverter a situação é esperar que a Providência faça com que existam deserções do outro lado (feministas, gayzistas, etc). Estas pessoas conhecem bem o campo de batalha e têm a energia certa, até porque têm a consciência de que necessitam passar o resto da vida limpando a porcaria que fizeram. Todos aqueles que desconfiam de pessoas que mudaram de posição, como já vi acontecer com ex-feministas, são cretinos incuráveis que devem ser escorraçados a pontapé.

Ninguém pode se admirar por ver quase todos os jornalistas pelo mundo fora fazer campanha contra Donald Trump, porque é quase um inevitabilidade metafísica.

Contudo, que esses mesmos jornalistas escondam os indícios de que Obama e Hillary Clinton promoveram o Estado Islâmico é muito mais grave. Toda esta gente é cúmplice do terrorismo e deve ser presa por crime de alta traição.

*
Obama conseguiu a proeza de ser adorado no mundo inteiro enquanto os americanos continuam a ser odiados. Não deixa de ter a sua lógica porque ele nem americano deve ser.
*
O que seria deste mundo sem o futebol? Onde iriam as pessoas aprender a discutir sobre política e religião?

*
A ONU fabricou uma nação com refugiados para participar nos jogos olímpicos. Até agora, este deve ser o único facto histórico relevante ocorrido no século XXI.
ESCRITO POR MÁRIO CHAINHO | 23 AGOSTO 2016 
ARTIGOS - CULTURA Do site: http://www.midiasemmascara.org/

terça-feira, 6 de setembro de 2016

OS 10 MANDAMENTOS DO POLITICAMENTE CORRETO


Antigamente a religião estava presente em todas as esferas da vida, mas hoje não é muito diferente. O que mudou foi a doutrina desta religião que, como temos observado, ganha cada vez mais adeptos. Me refiro à religião – ou seita – do politicamente correto, que, assim como nas teocracias, fica cada vez mais autoritária.

Embora ninguém tenha sistematizado os mandamentos dessa religião, podemos resumir, ainda que seja difícil, 10 de seus principais mandamentos. São eles:

1 – Amar a Política sobre todas as coisas;

2 – Politizarás tudo o que puderes e o que não puderes;

3 – Guardarás frases de efeito;

4 – Honrarás ideólogos ressentidos;

5 – Deixarás que radicais matem seus irmãos relativizando sua violência;


6 – Pecar contra a castidade até fazer o sexo perder a graça;

7 – Verás preconceito e luta de classes em todas as coisas;

8 – Levantarás falso testemunho o tempo todo a fim de promover seus próprios ideais;

9 – Não desejar mulheres para não ser machista;

10 – Cobiçar a propriedade alheia alegando indignação com a injustiça social.

Evidente que a lista poderia ser enorme, quase que infindável, afinal de contas, todos os dias surgem polêmicas, fobias e preconceitos de toda sorte, por mais bizarros que sejam. Christopher Hitchens, um ateu polêmico, disse que seguir os 10 mandamentos cristãos seria impossível, todavia, o mesmo parece não proceder com os 10 mandamentos politicamente corretos, já que eles são fielmente cumpridos por todos os inquisidores da seita.

SOBRE O AUTOR
Por: Thiago Kistenmacher é estudante de História na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Tem interesse por História das Ideias, Filosofia, Literatura e tradição dos livros clássicos. Do site: www.institutoliberal.org.br

OS VERDADEIROS CAMPEÕES DAS OLIMPÍADAS


Mais uma vez o único país de grandes proporções que, pelo que vejo, termina os jogos olímpicos com algum crédito é a Índia. Respondendo por algo como 1/6 da população mundial, ela não ganhou – até a última vez que chequei o quadro – nem uma única medalha em nenhuma modalidade. Isto prova que, ao menos neste quesito, ela acerta em suas prioridades. Ela se recusa peremptoriamente a se avaliar segundo o número de medalhas que ganha nas Olimpíadas e não faz absolutamente nada para encorajar seus cidadãos a dedicar suas vidas para tentar pular um mísero centímetro mais longe ou mais alto que qualquer outra pessoa já pulou na história da humanidade.

Este é o tipo de objetivo que regimes totalitários estabelecem para os seus cidadãos (ou talvez devêssemos nos referir a eles como prisioneiros). O Marquês de Custine observou há muito tempo, em sua grande obraRússia em 1839, que tiranos demandam esforços imensos de suas populações para produzirem inutilidades, e não pode haver inutilidade mais inútil do que um recorde olímpico, ou mesmo uma vitória sem um recorde. Ser o melhor do mundo em alguma coisa não tem nenhum mérito se essa coisa não for algo que valha a pena. Um homem que joga um dardo mais longe do que todo mundo (nem tenho certeza se essa modalidade ainda existe) não é algo a ser admirado, mas a ser lamentado, isto se a pessoa dedicou muitas horas a essa atividade, o que certamente ele deve ter feito para ser o melhor nisto neste mundo de tolos.

Não vale a pena fazer algo se não for pra fazer direito, mas uma coisa feita direito que não valha a pena ser feita é algo muito errado – na verdade, muito mais errada do que uma coisa direita feita errada. Entre outras coisas, isto exprime um desperdício de habilidades, o que poderia ser considerado uma ofensa a Deus, se formos considerar as habilidades como uma graça divina.

A primeira vez que pensei neste assunto foi há muitos anos quando meu irmão fez questão de me levar ao cinema para ver um daqueles filmes tecnicamente sofisticados, mas que em todos os outros quesitos é apenas infantil, que geralmente são grandes sucessos de bilheteria.

“O que você achou?” meu irmão me perguntou quando estávamos saindo do cinema.

“Eu achei uma porcaria.”

“Mas foi muito bem feito.”

“Uma porcaria bem feita não deixa de ser uma porcaria”, eu disse. “O fato de ter sido bem feita a torna pior, não melhor.”

Isto com certeza foi um pouco pesado. As pessoas, e até mesmo os diretores de cinema, têm que sobreviver, e nós, todos nós, por inúmeras razões, quase sempre damos menos que o nosso melhor. No entanto, a produção deliberada de lixo intelectual, moral e artístico – aquilo que Orwell chamou de “prolefeed” em seu 1984 – é uma forma maligna peculiar de cinismo.

Mas voltemos às Olimpíadas. Não preciso nem dizer que se eu fosse um brasileiro pobre da periferia de São Paulo que tivesse que sofrer por duas horas na ida e na volta do trabalho todos os dias por causa das péssimas condições das ruas e dos transportes públicos, e que tivesse testemunhado os bilhões de gastos em infraestrutura que logo irão se transformar em elefantes-branco e dívidas, tudo por causa de três semanas de uma diversão global idiota, eu estaria furioso e pronto para uma revolta. Somente alguém com titica na cabeça (como o Sr. Blair, ex-primeiro ministro que trouxe os jogos olímpicos para Londres) poderia pensar que isso vale a pena; que não chega a ser tão trágico quanto os eternos desfiles de massa em Pyongyang, mas que são do mesmo gênero.

Todavia, se os jogos fossem genuinamente amadores, se os competidores fossem professores ou garis que, depois do trabalho fossem pra algum ginásio esportivo encardido para praticar tiro ao alvo ou outra modalidade estúpida, eu seria a favor deles, ou ao menos não seria contra. Logicamente, os padrões de desempenho seriam incomparavelmente menores, mas o nível de humanidade dos competidores seria analogamente maior.

No entanto, este é um sonho totalmente utópico. Os jogos olímpicos têm sido há muito tempo um tipo de patologia política, talvez até antes das Olimpíadas de Berlim de 1936. Minha mãe viu Hitler no Estádio Olímpico, e eu me lembro de ver a chama olímpica passando por mim em Amalfi sendo carregada para Roma em 1960, época na qual os jogos olímpicos já haviam se tornado há muito tempo um espetáculo profundamente depravado. Quem ainda se lembra das irmãs Press, que ganharam medalhas para a União Soviética nas Olimpíadas de Roma, e que se aposentaram precocemente da vida esportiva quando tornaram obrigatórios os testes de sexo? Eu acho que hoje em dia este tipo de teste não as teria retirado dos jogos ou sequer seria considerado relevante; afinal, você agora pertence ao sexo –ou gênero, para usar a terminologia correta – que você acha que pertence. Mas, em todo caso, o sucesso das irmãs Press (ou irmãos, como foram depreciativamente chamados) foi em alguns locais promovido a evidência da superioridade do sistema social e político soviético, como se acertar um tiro, arremessar um disco ou pular barreiras (atividades em que as duas Press se destacaram, ao menos contra competidoras femininas) fosse o que Alexander Pope chamou de “o estudo correto da Humanidade”.

Eu lamento dizer que meu país, o Reino Unido, para sua eterna desgraça, saiu-se extremamente bem nestas Olimpíadas. Per capita superou os Estados Unidos. Apesar de que, pelo mesmo critério, a Nova Zelândia, para sua grande e infinita vergonha, superou de longe até mesmo o Reino Unido.

Um artigo recente no The Guardian, o Izvestia dos progressistas britânicos, glorificou as conquistas do planejamento central, por estarem certos do que era um sucesso – para não dizer conquista total do mundo – da equipe de ciclismo britânica. Ele foi atribuído ao “investimento” do governo – na minha opinião, um desvio criminoso de recursos – em instalações para corridas de ciclismo.

Consideremos por um momento aquilo que ainda não foi provado, que o sucesso britânico nesta modalidade tenha sido consequência de uma superioridade farmacológica, para nos perguntar: que tipo de pessoa iria se regozijar com uma vitória desse tipo para seu país? Teria que ser um retardado, se bem que temos que admitir que esse tipo de imbecilidade esteja muito bem espalhada pelo mundo, com a exceção da Índia.

Certamente, a Índia é a melhor esperança para a humanidade. Que ela perdure sempre, para sua eterna glória, sem ganhar nenhuma medalha.
Por Theodore Dalrymple| 23 agosto,2016 Texto original aqui.
Tradução de Fernando Chiocca Do site: http://rothbardbrasil.com/

domingo, 4 de setembro de 2016

UM CONFRONTO ENTRE POLÍTICAS POLICIAIS: OS FATOS AINDA IMPORTAM?

Em meio ao tumulto em Milwaukee, há também um confronto entre dois homens da lei lá – o xerife do Milwaukee County David Clarke, e o chefe de polícia da cidade Edward Flynn. Eles têm opiniões muito diferentes sobre como a aplicação da lei deve ser realizada.


O chefe Eduard Flynn expressa a visão prevalente há tempos entre aqueles que enfatizam as “causas estruturais” sociais do crime, tais como a disparidade das rendas e as desigualdades na educação, assim como a negligência da sociedade com as comunidades negras.

O chefe Flynn coloca menos ênfase na ação policial agressiva e mais no envolvimento com a comunidade e controle de armas.

O xerife David Clarke representa uma tradição oposta, na qual o trabalho da polícia é fazer cumprir as leis, com a força que for necessária, não dando desculpas para os crimes nem afrouxando na aplicação das leis, na esperança de que isso vá acalmar manifestantes. O xerife Clarke também gostaria de ver cidadãos corretos negros armados.

As diferenças de opinião na aplicação das leis são agudas e inconfundíveis – e assim têm sido por mais de 50 anos. Porém, como costumava dizer Daniel Patrick Moynihan, “você tem direito à sua própria opinião, mas não tem direito aos seus próprios fatos”.

Infelizmente, os fatos parecem desempenhar um papel extremamente pequeno em confrontos entre políticas de aplicação da lei. E isso também tem sido verdade há mais de 50 anos.

Em suas memórias, o Chief Justice Earl Warren, do Supremo Tribunal, declarou que “todos nós devemos assumir uma parte da responsabilidade” pelo aumento das taxas de criminalidade na década de 1960 porque “há décadas que temos varrido para debaixo do tapete” as condições das favelas que alimentam o crime.

Mas a dura realidade é que a taxa de homicídios no país como um todo estava indo para baixo durante essas mesmas décadas, quando os problemas sociais nas favelas eram supostamente negligenciados.

As taxas de homicídio entre os homens negros diminuíram em 18% nos anos 1940 e 22% nos anos 1950. Foi na década de 1960, quando as ideias do Chief Justice Warren e outros triunfaram, que este longo declínio nas taxas de homicídio entre os homens negros se inverteu e disparou em 89%, acabando com todo o progresso dos 20 anos anteriores.

A mesmo reversão no país em grandes taxas viu o assassinato, em 1974, mais de duas vezes maior que em 1960. Isso foi depois que a taxa de homicídios tinha sido cortada ao meio de onde ela tinha sido na década de 1930.

Tumultos nos guetos, que eclodiram na década de 1960, foram atribuídos à pobreza e à discriminação. Mas quais foram os fatos?

A pobreza e a discriminação eram piores no sul do que no resto do país. Mas tumultos nos guetos não eram tão comuns no sul.

O motim de gueto mais mortal da década de 1960 ocorreu em Detroit, onde 43 pessoas foram mortas – 33 dos quais eram negros. Em Detroit, nesse momento, a renda familiar média negra era de 95 por cento da renda familiar média branca. A taxa de desemprego entre os negros era de 3,4% e a aquisição de casa pelos negros foi maior em Detroit que em qualquer outra grande cidade.

O que era diferente sobre Detroit era que os políticos colocavam a polícia sob ordens que restringiam sua resposta a distúrbios – e alguns manifestantes diziam que “os caras estão com medo”. Foram vítimas negras que pagaram o preço mais alto por deixarem manifestantes cometerem loucuras.

Por outro lado, o prefeito Richard Daley, de Chicago na década de 1960, foi na televisão para dizer que tinha ordenado sua polícia a “atirar para matar” em manifestantes que iniciassem incêndios. Houve indignação da turma do politicamente correto em todo o país. Mas Chicago, com uma população maior do que Detroit, não teve essa taxa de mortalidade em motins.

Nos últimos anos, as políticas policiais agressivas do prefeito de Nova York Rudolph Giuliani em bairros de alta criminalidade cortaram a taxa de homicídios para baixo a uma fração do que tinham sido antes.

Mas, na Inglaterra, políticas opostas prevaleceram, com aquilo que o jornal “Daily Telegraph” de Londres se referiu como “policiamento politicamente correto”, que tem a polícia agindo “mais como assistentes sociais do que os defensores da lei e da ordem”.

Embora a Inglaterra tenha sido considerada há tempos como uma das nações mais cumpridores da lei na Terra, tumultos que varreram Londres, Manchester e outras cidades britânicas em 2011 foram praticamente idênticos aos tumultos em Ferguson, Baltimore e outras cidades americanas. A maioria dos manifestantes britânicos era de brancos, mas o que eles fizeram foi o mesmo, até atear fogo em carros de polícia.

Mas os fatos ainda importam?
Por Thomas Sowell, publicado originalmente no Townhall.com, tradução livre. 
23 de agosto de 2016 Do site: http://rodrigoconstantino.com/

POR QUE A POLÍTICA É COMPOSTA PELOS PIORES

A crença de que devemos confiar ao estado a promoção do bem-estar social sustenta-se numa idealização do “bom político”, do representante popular modelo de honestidade e de competência, cuja sabedoria e espiritualidade farão jus à confiança que a sociedade lhe conceder. Para ajudá-lo na construção da justiça social, a maior parte da sociedade idealiza um partido político diferente dos outros, cujos membros seriam tão honestos, tão competentes, tão sábios e espiritualizados quanto o seu líder – como o PT já foi visto um dia, como o PSOL é visto por muitos hoje. A ingenuidade da massa atinge o mais alto nível ao acreditar que existem seres humanos que dariam função social ao poder que tivessem em vez de utilizá-lo em benefício próprio; e essas criaturas abnegadas seriam detectadas a partir dos discursos lindos e bonitinhos que fazem – Lula noutros tempos e o que Luciana Genro, Jean Wyllys e Marcelo Freixo tentam nos dias de hoje.

F.H. Hayek, em seu livro O Caminho da Servidão, explica não apenas a impossibilidade de realização desse desejo, mas também a razão pela qual a política é preenchida sempre pelas pessoas menos aptas à administração do Estado e do poder. Para tanto, Hayek identifica três condicionantes que se correlacionam através do sistema político mais admirado da humanidade, a democracia.

Em primeiro lugar, ele nos lembra que quanto maior o nível de instrução do ser humano, maiores serão suas divergências sobre a grande maioria dos assuntos, afinal, a instrução amplia a visão sobre o mundo e sobre nós mesmos. Diante disso, enxergamos que “se quisermos encontrar um alto grau de uniformidade e semelhanças de pontos de vista, teremos de descer às camadas em que os padrões morais e intelectuais são inferiores e prevaleçam os instintos mais primitivos e comuns”, escreve Hayek, o que significa que é o menor denominador comum que elege um representante do povo. Para se comprovar o fundamento desse fenômeno, podemos correlacioná-lo à atenção que determinadas pessoas e assuntos cativam.

Quanto mais superficiais forem as letras de um cantor, mais fãs ele cativará. Entre um quadro de Romero Brito e um de Willys de Castro, a grande maioria das pessoas optará pelo primeiro para se decorar a sala. Entre uma entrevista com um atleta famoso e outra com um cientista qualquer, certamente o povão preferirá ouvir o atleta. Um discurso sobre “justiça social” e “redistribuição de renda” certamente atrairá a atenção de muito mais pessoas do que uma palestra sobre a curva de laffer ou sobre o princípio da escassez.

A segunda condicionante identificada por Hayek diz que o pretendente a líder terá necessariamente que conseguir o apoio dos “dóceis e dos simplórios, que não têm fortes convicções próprias, mas que estão prontos a aceitar um sistema de valores previamente elaborado, contando que este lhes seja apregoado com bastante estrépito e insistência”.

Partindo do princípio de que boas ideias precisam de bons cérebros para processá-las, enxergamos a razão pelas quais as ideias mais insustentáveis são assimiladas pela maioria das pessoas com tanta facilidade − de serviços gratuitos a intervenções econômicas. Socialistas de bandeiras vermelhas e socialistas de gravatas azuis conquistam o poder com tanta facilidade porque suas ideias refletem a debilidade intelectual das massas, o que torna quase impossível que alguém de ideias construtivas seja eleito.

As primeiras filas dos partidos políticos sempre serão ocupadas por aqueles cujas ideais vagas e imperfeitas influenciam com facilidade, aqueles que não têm dificuldades para despertar paixões e emoções nas massas e nos demais colegas.

Hayek finaliza esclarecendo sobre um comportamento comum à grande maioria dos seres humanos: A propensão a aceitar com muito mais facilidade programas negativos – “o ódio a um inimigo ou a inveja aos que estão em situação melhor” – do que um plano positivo, por exemplo, a potência individual. A ideia de destruição da riqueza para a eliminação da pobreza é muito mais assimilável do que o princípio de que cada pessoa deve perseguir seus objetivos a partir de seus próprios talentos e esforços. A antítese “nós” e “eles”, o incentivo à desconfiança de um grupo em relação ao outro, a distinção de classe, de raça e de inclinação sexual são os ingredientes essenciais da liderança dos demagogos sobre os simplórios. Não houve na história humana um líder que não tenha se erguido por meio da identificação de inimigos e da distinção dos “bons” e dos “maus”, dos “justos” e dos “injustos”, o que sempre lhes deu liberdade para pregar e agir em nome do “bem” e da “justiça” desenhados a partir de seus próprios valores, para suprir seus próprios interesses. Hayek, falando sobre seu tempo, observou este fenômeno como o responsável pelo sentimento antissemita e anticapitalista na Alemanha nazista, o que é evidenciado nas publicações de autores como Werner Sombart, Johann Plenge, Paul Lensch e Oswald Spengler.

De fato, essa percepção é um tanto desmotivante, o que me leva a crer que a redução do estado e de seu papel na vida das pessoas se dará a partir de algum “acidente político”. Se nos Estados Unidos foi um ator (Reagan) e no Reino Unido foi uma “dona de casa” (Thatcher) que colocaram certa ordem na casa, quem sabe surja por aqui alguém que preze apenas o resultado das ideias, não as intenções das ideias. Quem sabe um dia, por algum capricho da vida, surja alguém tão distante do ideal popular que acabe sendo transformado numa farra democrática e por isso seja eleito.
Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

UMA BREVE HISTÓRIA TRIBUTÁRIA DO BRASIL


O Imposto de Renda somente foi instituído no Brasil em 1843, ainda assim incidia apenas sobre vencimentos provenientes dos cofres públicos, com alíquotas entre 2% e 10%. Ainda assim, tais alíquotas foram reduzidas em 1867 para uma alíquota única de 3%. Nesse ano, foi instituído o IR sobre dividendos pagos pelas S/A, com alíquota de 1,5%. Contudo, em 1891 o IR foi abolido.

Em 1922 é recriado o Imposto de Renda, agora ele incidiria sobre os rendimentos de todas as pessoas físicas e jurídicas do país (exceto os rendimentos provenientes da agropecuária). As alíquotas variavam entre 0,5% e 8%. Mas é bom lembrar que havia um desconto de até 75% do valor devido para pagamentos feitos em dia. Ainda em 1922 é criado o Imposto sobre Vendas e Consignações, embrião do futuro ICMS, com alíquota de 0,25%. Isso mesmo, 0,25% era a alíquota do que viria a ser o futuro ICMS.

Até 1964 a carga tributária brasileira era INFERIOR a 20% do PIB. Isto é, em conformidade com a gloriosa reivindicação dos inconfidentes mineiros, que lutaram contra o quinto. Já em 1995, após a estabilização econômica, a carga tributária alcançava 27% do PIB. No ano de 2000, isto é, cinco anos após a estabilização econômica, a carga tributária atingia 30% do PIB. Dessa forma, pode-se verificar que esse número é compatível com um orçamento equilibrado sem a necessidade de geração de inflação.

Se avançarmos até 2010, isto é, quando não só a economia já se encontrava estabilizada, mas também todos os programas sociais já estavam em curso, temos uma carga tributária de 33,5% do PIB. Sendo assim, o ano de 2010 pode ser visto como um objetivo a ser perseguido. Claro que pode ser argumentado que em 2010 várias desonerações tributárias foram realizadas para amenizar os efeitos da crise internacional. Sim, isso está correto. Mas, mesmo assim, vale a lembrança de que a carga tributária de 2010 era 3,5 pontos percentuais do PIB mais alta do que a de 2000. Mas, para evitar polêmicas, podemos fazer uso da carga tributária de 2005. Nesse ano a economia estava estabilizada, com uma inflação sob controle, e todos os programas sociais atuais já estavam implementados. A carga tributária em 2005 foi de 33,9% do PIB. Isto é, aproximadamente 3 pontos percentuais abaixo da carga tributária estimada para 2014.

Este breve texto mostra que é perfeitamente possível reduzir a carga tributária em 3 pontos percentuais do PIB, retornando ao patamar de 33,9% do PIB, que era seu valor em 2005. Lembrando ainda que, historicamente, foi apenas a partir do ano de 2000 que a carga tributária superou a barreira dos 30% do PIB.

Por fim, esse texto mostra o óbvio: quando o governo aumenta os impostos os gastos públicos aumentam!!! Não adianta acreditar que aumento de impostos no Brasil está associado a ajuste fiscal, não está!!! Aumento de impostos no Brasil sugerem apenas que o gasto do governo irá crescer ainda mais no futuro. Um ajuste fiscal sério no Brasil passa pela REDUÇÃO do tamanho do Estado, pela redução dos gastos públicos, e não pelo aumento de impostos. Entre 2000 e 2014 a carga tributária aumentou aproximadamente 7 pontos percentuais do PIB, e nossa situação fiscal em nada melhorou. A solução para o Brasil é menos impostos, e menos gastos públicos. Qualquer ajuste fiscal que implique em aumento de impostos demonstra uma brutal incompreensão dos números presentes nesse texto.
Por: Adolfo Sachsida, Doutor em Economia (UnB) e Pós-Doutor (University of Alabama) orientado pelo Prof. Walter Enders. Lecionou economia na University of Texas - Pan American e foi consultor short-term do Banco Mundial para Angola. Atualmente é pesquisador do IPEA. Publicou vários artigos nacional e internacionalmente, sendo de acordo com Faria et al. (2007) um dos pesquisadores brasileiros mais produtivos na área de economia. Do site: https://www.institutoliberal.org.br/blog/uma-breve-historia-tributaria-brasil/