terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ELO MAIS FRACO


Encontrando o elo fraco do esquerdismo OU Como atingir a religião política com mais eficácia

A maior inspiração para o paradigma neo-iluminista vem do neo-ateísmo. Nunca escondi isso. Também jamais omiti a heurística por trás da criação deste novo paradigma: (1) Existem crenças no mundo, (2) Estas crenças podem ser avaliadas por sua validade, (3) Em caso delas não serem válidas, elas podem ser avaliadas quanto ao impacto na vida dos descrentes, (4) Se os proponentes da crença ainda se tornam absolutistas e não toleram críticas dos discordantes, isso cria um agravante para o sistema de crenças em análise, (5) A responsabilidade da denunciação desta crença é de seus oponentes. Esses cinco passos resumem toda a obra militante de Richard Dawkins, Sam Harris, Daniel Dennett e afins.

A partir desta conclusão óbvia, baseada em uma reconstrução do neo-ateísmo, podemos, enfim, olhar as crenças que falam sobre fatos do mundo. Qualquer uma delas. Acreditar que há um vampiro que lhe visitará à noite não é diferente de acreditar que o estado inchado é confiável. Ambas as crenças falam sobre fatos do mundo, e, por isso, devem ser avaliadas por sua validade ou não. Mais ainda: podemos questionar se é “moral” que alguém possa nutrir esta crença ou não. Um amigo me disse: “Luciano, não é correto avaliar a religião política pela mesma ótica da religião tradicional, pois a primeira é feita para mudanças sociais, e a segunda para mudança espiritual”. Isso não passa de desculpa esfarrapada, pois em ambos os casos temos afirmações sobre o mundo, que podem ser válidas ou não, e, se aceitas, estas afirmações podem impactar os descrentes da mesma forma. Não há uma regra lógica que nos leve a exonerar a religião política do mesmo escrutínio e denunciação assertiva feita contra a religião tradicional. Pelo contrário: o empilhamento de corpos da religião política nos obriga moralmente a questioná-la de maneira ainda mais contundente do que os neo-ateus questionam a religião tradicional.

Em um nível ainda mais profundo, devemos entender os sistemas morais que surgem a partir destas crenças da religião política. Quais valores se derivam deste sistema de crenças? Esses valores são úteis para nós? Em uma análise científica da moralidade, será que devemos aceitar os valores humanos derivados de crenças da esquerda? Por exemplo: se Trotsky criou a moral que rege a vida de todo adepto da extrema-esquerda, colocando o ato de mentir como lícito se for para benefício de seu grupo, será que devemos tolerar esse valor? Não, não devemos. Devemos comunicar, para aqueles que estão ao nosso lado, aos neutros (e aos religiosos políticos que querem se converter) a respeito de como este valor surgido das crenças de esquerda é podre.

E como podemos fazer isso? Novamente, temos que retornar aos neo-ateus, e assim podemos entender que um sistema de crenças popular depende de alguns fatores: um conjunto de ideias que se multiplica, e pessoas que aceitam e podem multiplicar essas ideias.

O elo fraco desta cadeia é geralmente uma pessoa que acredita de verdade nas crenças inseridas por outras pessoas nele. Logo, não falamos dos esquerdistas beneficiários, que são os estrategistas políticos que sabem que o esquerdismo é uma mentira do início ao fim. Estes mentirosos profissionais não se sentirão abalados se demolirmos sua crença. Ao invés disso, eles criarão novos truques para desmoralizar aqueles que denunciarem todas as fraudes do esquerdismo. Falamos, então, dos esquerdistas funcionais, os crentes “de verdade” no esquerdismo.

Mais uma vez a receita de sucesso deve ser aprendida com os neo-ateus. Sam Harris dizia para ridicularizar os religiosos em público, mas sua ênfase, em especial, era para os ataques aos religiosos de menor conhecimento teológico. Uma nova geração de leitores de William Lane Craig é, com certeza, menos vulnerável à ridicularização. Mas os crentes mais humildes certamente não conseguiam se safar dos ataques. Humilhados em público, a cada sessão de ridicularização, eles eram expostos como “um exemplo da fragilidade argumentativa cristã”. Em outras palavras, isso é atacar o elo mais fraco de uma cadeia.

A regra é clara: quer queira, quer não queira, um esquerdista funcional que não é um exímio engenheiro de truques ainda é um esquerdista, e, portanto, pode ser duramente ridicularizado em público por suas crenças injustificadas e perigosas. Como ele é um funcional, possui apego legítimo às suas crenças injustificadas, e se sentirá abalado quando ridicularizado em público por causa daquilo que crê. Em suas respostas emocionais, torna-se ainda mais vulnerável.

Desafiar esquerdistas no Facebook ou em quaisquer ambientes pode se tornar, enfim, uma ação estratégica caso reconheçamos que há um valor intrínseco em atacarmos argumentativamente os representantes de uma crença injustificada.

É claro que não podemos abandonar as outras formas de ataque ao esquerdismo. Muito pelo contrário. O que defendo é que devemos priorizar o ataque aos esquerdistas funcionais, ou os esquerdistas mais humildes que acreditam de verdade no esquerdismo, como uma ação estratégica para não perdermos a oportunidade de ridicularizar um esquerdista em público.

E não precisamos ter pena: mesmo que o esquerdista seja honesto em suas crenças, ele propaga fraudes intelectuais que seus líderes beneficiários inseriram em sua mente. Ou seja, ele é um transmissor de fraudes mesmo que ache que suas fraudes não são fraudes. Em todo o caso: o perigo é o mesmo. Ademais, neste caso ainda é moralmente justificado ridicularizar o esquerdista funcional pelo fato dele não ter tido racionalidade e ceticismo suficientes para rejeitar sua crença.

Em outras palavras, você pode atingir o elo mais fraco do esquerdismo sem o menor peso de consciência. Por: Luciano Henrique

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