terça-feira, 28 de janeiro de 2014

BRASIL PERDE 14 POSIÇÕES EM RANKING DE LIBERDADE ECONÔMICA

O Brasil perdeu 14 posições no ranking de liberdade econômica da Heritage Foundation, centro de pesquisa americano de orientação conservadora que faz esse levantamento há 20 anos.


O país aparece na 114ª posição, em um grupo de 178 classificados. Em 2013, o Brasil ocupava a 100ª colocação.

Na avaliação do instituto, o país é considerado "mostly unfree" (quase limitado) em relação à liberdade econômica. No relatório divulgado ontem, a nota do Brasil foi de 56,9 pontos, uma queda de 0,8 em relação à avaliação feita no ano passado (57,7).

O indicador avalia dez fatores qualitativos e quantitativos agrupados em 4 pilares: eficiência regulatória, abertura comercial e financeira, tamanho do Estado (arrecadação e gastos do governo) e legislação (em que se analisa o combate à corrupção e o direito à propriedade).

A coleta de informações foi feita no período entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro de 2013.

A Heritage afirma que o Brasil havia avançado no ranking na primeira metade dos anos 2000 para a categoria "moderadamente livre" (países com nota acima de 60 pontos). Mas desde 2007 retrocedeu de status.

"A ausência de progresso na direção de uma maior liberdade econômica desencorajou o crescimento do setor privado e impede que a economia cresça segundo seu potencial".

VIZINHOS

Segundo James Roberts, analista do instituto, o Brasil aparece mais próximo de países como Venezuela e Argentina no ranking, do que de Chile e Colômbia. Os dois primeiros foram considerados "repressed" (limitados), em relação à liberdade econômica.

Já Chile e Colômbia encabeçam a lista dos mais bem avaliados da América Latina. Entre 29 países avaliados da região, o Brasil ficou em 20º colocado.

Ele citou uma frase publicada pelo jornal "The Wall Street Journal", atribuída a um especialista brasileiro não identificado, que diz: "o Brasil está virando a Argentina, a Argentina está virando a Venezuela e a Venezuela está se transformando no Zimbábue".

"Mesmo o México saltou à frente neste ano, o Brasil recuou e provou mais uma vez que não consegue se desfazer das políticas nacionalistas e protecionistas que têm atrasado o seu potencial econômico por gerações", afirmou Roberts.

Ele criticou o aumento dos gastos sociais do governo, considerados por ele como "excessivos e insustentáveis". E condenou a primazia da Petrobras na exploração de recursos naturais. Na sua opinião, a estatal é pouco eficiente e afeita às decisões políticas do governo.

"O crescimento econômico sustentável e o aumento da produtividade podem ser alcançados de forma mais eficaz, com reformas focadas na liberdade econômica, como privatizações, a liberalização do ambiente regulatório e harmonização da tributação de Estados e da União", disse Roberts. Publicado na Folha de SP

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