quinta-feira, 13 de julho de 2017

SEU TÁXI ESTÁ ATRASADO

São Paulo tem aproximadamente 35 mil táxis. Desses, 31 mil são de pessoas físicas. Cada licença pode custar de 60 mil a 200 mil reais (dependendo do ponto). Outros 4.000 pertencem a empresas frotistas, que cobram diária de taxistas sem licença de táxi. Estamos falando, só na cidade de São Paulo, de um valor acima de 2 bilhões de reais. Tenho simpatia por vocês e, por isso, vou usar a minha newsletter para alertá-los de que uma revolução tecnológica chegou e não dá pra voltar a ser como antes. Sai o Estado como concedente, regulador e beneficiário do sistema de táxi e entra a iniciativa privada, liderada pelo Uber e seguida por outras empresas.

O que está acontecendo no mundo?

Por volta do ano 2000 questionei um taxista de Nova York sobre o preço de um “Medallion”, o nome dado para a licença para operar aqueles táxis amarelos. Ele me disse que era de 200 mil dólares, um valor muito alto. Por isso, a maioria dos motoristas de lá alugam seus carros de ricos proprietários de Medallions.

Como cada carro praticamente garantia uma renda fixa corrigida pela inflação, com a queda dos juros o preço das licenças disparou. Como muitas dessas licenças são financiadas por bancos, que têm como garantia de empréstimo o próprio Medallion, há algum tempo elas eram um ativo líquido e historicamente nunca caíam de preço. Isso mudou a partir de 2013.



Com a chegada do Uber, com uma tecnologia que permite colocar o motorista e o passageiro em contato mais eficientemente, a concorrência foi instalada em um setor antes blindado pelos reguladores e, por isso, com serviço de qualidade duvidosa e preço único. O efeito foi uma perda contínua de passageiros e o colapso nos preços das licenças. Esse processo está longe de terminar e, provavelmente, o táxi vai se tornar uma coisa do passado. 


Um processo semelhante está ocorrendo no Brasil e assistimos todos os dias a uma batalha entre taxistas furiosos e motoristas que encontraram no Uber uma maneira digna de trabalhar em tempos de crise de empregos.

Enquanto isso, as prefeituras tentam regular um serviço que escapa das garras do Estado e que, por isso, interessa muito a amigos de políticos que conseguiram licenças de carros para constituir frotas e, sem muito risco, criaram uma fonte perene de caixa. Alguém se espantaria se, por trás das 4.000 licenças de frotistas, encontrarmos políticos e apadrinhados? Esse poderoso grupo lobista, juntamente com sindicatos de taxistas, usam a massa de manobra para fazer barulho defendendo o indefensável: o Uber é ilegal.

Não lutem contra a história, vocês vão perder. Libertem-se rapidamente das garras de um regulador, olhem para o futuro e continuem a prestar o seu serviço à sociedade, que precisa deles.

Notícias 

Quando você lê esse tipo de notícia, não fique feliz porque é um sinal de que o Uber vai sumir. Isso não deve acontecer. Fique feliz porque, talvez, ainda dê tempo de vender sua licença por um preço bom. E se junte a empresas como o Uber e os concorrentes que virão.

Como um cliente do Uber, digo que não pretendo voltar a usar táxi como primeira opção e o mesmo deve acontecer com a maioria dos usuários dos aplicativos. O lado positivo é que meu número de viagens aumentou muito e, no final, como o serviço e o preço são melhores, teremos um mercado muito maior.

Ruim para os taxistas que resistirem, os sindicatos, o governo que os regula, os estacionamentos e, eventualmente, para os fabricantes de automóveis. Bom para o consumidor.

Outros setores vão morrer com a revolução tecnológica, mas não tenho por eles a simpatia que tenho por vocês, taxistas. Por isso, não vou perder meu tempo tentando avisá-los do inevitável.
Por: Pedro Cerize Do site: http://lp.inversapub.com/lp-pedro-cerize/



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