domingo, 25 de março de 2012

Os "contra" da Ufsc

Os "contra" da Ufsc 25 de março de 2012 0              Florianópolis está comemorando 286 anos com duas posições da Universidade Federal de Santa Catarina contrários a dois projetos públicos:  o primeiro, negando-se a ceder pequena área para duplicação da Rua Antônio Edu Vieira, projeto que tem mais de nove anos;  o segundo, com seu Departamento de Arquitetura mobilizando-se contra o Parque da Ponta do Coral.             A área da Ponta do Coral é privada.  Foi comprada pelo falecido empresário Realdo Guglielmi há 30 anos. Os herdeiros se associaram ao grupo Hantei para ali implantar um novo complexo hoteleiro com marina e múltiplos espaços públicos para uso comunitário.   O hotel ficará na área privada.  A área a ser aterrada será totalmente destinada ao público. Para uso da população, o parque contará com nove praças públicas, centro de eventos e convenções, anfiteatro, concha acústica, restaurantes, cafés, mirantes, lojas, ciclovias e amplo estacionamento. Todos com paisagismo na área a ser aterrada.   De acordo com os empreendedores, vai criar 1.500 novos postos de trabalho e incrementar a receita do município em R$  25 milhões por ano.            Há 30 anos aquela área serve de palco para  traficantes, craqueiros e desocupados.   A comunidade tem ali zero de desfrute.   E, ao invés de se inteirar do projeto, colaborando para seu aprimoramento, propondo inovações para maiores benefícios ao público, dando sua contribuição à cidade, o que faz a Ufsc?  Campanha contra.            Mas o Departamento de Arquitetura, por seus conceituados arquitetos e estudantes, não move uma única palha para humanizar, florir e embelezar o coração do “campus”  ou os espaços externos do Hospital Universitário.   Bons tempos aqueles de décadas passadas em que a Ufsc só trabalhava pela população de Florianópolis.            Duplicação            A polêmica sobre a duplicação da rodovia Antônio Edu Vieira, que liga o “campus” ao Saco dos Limões, é outra prova deste isolamento. O Conselho Universitário negou a liberação da área. Alega que o projeto está incompleto. Levou nove anos para fazer esta constatação. O primeiro estudo data da gestão Diomário Queirós.  E precisou mais de um ano e cinco meses para dar parecer. O projeto da prefeitura deu entrada no segundo semestre de 2010.             A recusa foi formalizada em sessão do Conselho Universitário que acolheu parecer do acadêmico de História, Sérgio Luiz Schlatter.          -  Ele é filiado ao P-Sol e pré-candidato a Câmara Municipal – acusa o vice-prefeito João Batista Nunes(PSDB), revoltado com a recusa da Ufsc.         Schlatter realmente é do P-Sol e candidato. Foi um dos cabos eleitorais da futura reitora  Roselane Neckel, que também deu voto contra.   E liderou a invasão da Reitoria, quando o hall foi transformado num acampamento, com meias sujas misturadas com material escolar, tênis e até roupas íntimas.              Ele nega contaminação partidária no veto.  Diz que o projeto não serve, não vai resolver a falta de mobilidade na região, que a comunidade é contra e que a rejeição deu-se por esmagadora maioria.   O vice-prefeito diz que Schlatter e o relator, professor Juarez Nascimento, deram prazo de seis meses por razões eleitoreiras.  Querem  impedir o lançamento do edital e da ordem de serviço antes da eleição.          A versão corrente no “campus” e na Prefeitura sustenta  que o processo foi totalmente politizado.  Se procedente, pobre da Ufsc.  Afinal, numa universidade, quando os partidos políticos entram pela porta, a autonomia, a liberdade e a pluralidade desaparecem pela janela. Postado por Moacir Pereira, às 9:43