segunda-feira, 19 de março de 2012

Vinhos de SC: o milagre da qualidade

Vinhos de SC: o milagre da qualidade 18 de março de 2012 Há apenas treze anos, uma experiência inovadora acontecia em São Joaquim, até então, município conhecido como “terra da neve e da maçã” e de “gente hospitaleira”. Nascia a “Quinta da Neve”, do jornalista Acari Amorim. A ideia ganhou corpo e hoje já tem prêmios nacionais de qualidade com o disputado Pinot Noir. Hoje, Santa Catarina conta com 35 empreendimentos de vinhos de altitude, distribuídos nas regiões de São Joaquim, Campos Novos, Videira e Caçador. Os vinhedos ocupam 500 hectares e produzem 2 milhões de litros de vinho. Neste fim de semana está acontecendo a abertura da vindima, em Pericó, na Quinta Santa Maria, do empresário português Nazário Santos e sócios paulistas. Na próxima sexta-feira, em Videira, será lançada a “Revista Catarinense do Vinho”, iniciativa da Vinícola Pancieri. Em abril, 12 vinícolas de Santa Catarina estarão participando em São Paulo, da Expovine, a maior feira de vinhos da América Latina. A conhecida revista “Prazeres da Mesa” destacou 27 vinhos catarinenses na lista dos 100 melhores vinhos produzidos no Brasil. Premiou: Sanjo, Casa Pisani, Panceri, Kranz, Quinta da Neve, Villaggio Grando, Suzin, Pericó, Monte Agudo, Villa Francioni, Santo Emílio, Santa Augusta, Quinta Santa Maria, Abreu & Garcia, Villaggio Bassetti e Barão de Demétria. Para estes empreendimentos - e de tantos outros que não estão na seleta relação – há ricos relatos sobre pesquisas, testes, cuidados no plantio das uvas, a dedicação às colheitas, atenção nas etapas de produção. Muitas destas vinícolas contam com instalações belíssimas, humanizadas, ajardinadas, artísticas, construídas com capricho. Há vinhedos com cenários deslumbrantes. Um processo que – mais uma vez – teve a participação da Epagri, a empresa estadual de pesquisa. E as impressões digitais do enólogo Jean Pierre Rosier, Chefe do Laboratório Experimental de Videira. Arrojo Anos atrás conheci por acaso o milionário português Joe Berardo. Vinha de uma visita a São Joaquim, acompanhado de dois empresários e reunia-se no Hotel Majestic com a empresária Daniela Freitas. Foi-me apresentado como o maior colecionador de arte contemporânea de Portugal. Relatou-me, encantado, o que viu em São Joaquim e as novas potencialidades da serra. Mais surpreso, ainda, com a Vinícola Francioni, empreendimento de alto padrão, construído com sensibilidade artística e moderna tecnologia. Homem do mundo, confessou não ter visto nada igual lá fora. Homenageou o idealizador da Francioni, o saudoso Manoel Dilor de Freitas: “Ele era mais louco do que eu. Aqui não se construiu por dinheiro. Foi tudo concebido com amor, feito com paixão de quem conhece a arte do vinho”. A elevação do nível do vinho catarinense nestes últimos anos tem sido realmente um espanto. Começa na beleza dos rótulos, passa pelo perfil e a cor das garrafas, ganha força pelo aroma e, sobretudo, pelo paladar que garante premiações surpreendentes. E, mais uma vez, reeditando a criatividade, o zelo e o arrojo do empresário catarinense, que escolheu as melhores cepas, cuidou os vinhedos com carinho, equipou as vinícolas com alta tecnologia e adotou modernos métodos de produção. Assim, concorrendo com países de tradição milenar na Europa e nações latino-americanas que há séculos dedicam-se à atividade, empresários, técnicos e trabalhadores estão realizando um verdadeiro milagre em apenas uma década. O milagre dos premiados e saborosos vinhos de altitude. Postado por Moacir Pereira