segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

DERRUBANDO O PODER MONETÁRIO

Um ex-espião da CIA afirma que o Irã construiu uma bomba nuclear com ajuda russa e norte-coreana.

China continua a fazer pressão em prol do domínio dos Mares do Sul e do Leste chinês por meio da sua retórica belicista contra o governo de Tóquio.

Oswald Spengler uma vez escreveu que "um poder só pode ser derrubado por outro poder, e não por um princípio – e nenhum poder capaz de defrontar o dinheiro resta, a não ser este. O dinheiro só é derrubado e abolido pelo sangue." É o caso de perguntar o que Spengler quis dizer com isso. A quê ele estava se referindo? Onde está representado o poder monetário que só pode ser defrontado pelo poder do sangue? Segundo Spengler, "por meio do dinheiro, a democracia torna-se destruidora de si mesma após o dinheiro ter destruído o intelecto." Em seguida vem a regra da força bruta — o poder do sangue e os meios de guerra. No final das contas, era isso que Spengler via derrubando o poder monetário. Se olharmos com perspicácia, não veremos o "fim da história" de Francis Fukuyama ou o triunfo final da democracia. Algo completamente diferente acontece nos dias de hoje.

Há uma notícia recente que é sintomática: um ex-espião da CIA afirma que o Irã construiu uma bomba nuclear com ajuda russa e norte-coreana. Colunista do WorldNetDaily, o ex-agente da CIA Reza Kahlili publicou um artigo baseado em "uma fonte na unidade de inteligência da Guarda Revolucionária" com "acesso ao programa nuclear iraniano". A fonte afirma que o Irã obteve urânio e plutônio enriquecidos das mãos do governo norte-coreano para usar como armas; a fabricação do artefato foi em uma instalação "subterrânea desconhecida" que o ex-analista da CIA Peter Vincent Pry diz ser "a prova que os EUA provavelmente está subestimando o avanço e sofisticação do programa de armas nucleares do Irã". Alega-se que técnicos russos e norte-coreanos estão dando assistência aos iranianos nessas instalações. (Veja o artigo do WND intitulado Iran’s Nuclear Bomb Program Complete.)

Enquanto isso, como se não bastasse o programa armamentista nuclear iraniano, a China continua a fazer pressão em prol do domínio dos Mares do Sul e do Leste chinês por meio da sua retórica belicista contra o governo de Tóquio. Ainda assim a coisa vai além da retórica, pois Japão e China enviaram o maquinário militar aéreo para as ilhas Senkaku, ricas em petróleo (veja China e Japão mais próximos da guerra). Alguns observadores sentem que um conflito militar é plausível e suas consequências financeiras e políticas são incalculáveis. Enquanto os EUA não apóiam seu aliado japonês, uma entusiasmada China reforça o clima de tensão. As forças defensivas do Japão, evidentemente, não devem ser subestimadas, embora o Japão não tenha armas nucleares. Como então o Japão se sustentará ante a China sem a promessa de apoio nuclear americano? 

O repórter Bill Gertz, especialista em segurança nacional, publicou um artigo na última sexta-feira intitulado “Indicador de preparação bélica: Beijing reforça os metrôs contra ataques nucleares e de gás”. Aparentemente, o sistema de metrô de Pequim funciona como um abrigo contra explosões nucleares e faz parte de um programa muito maior de modernização nuclear levada a cabo pelos chineses. Na verdade, a China vem “construindo túneis e escondendo seu armamento nuclear desde a década de 1950” e apenas em 2010 revelou a extensão do seu programa preparativo de longo prazo. Ao mesmo tempo, diz Gertz, a Rússia também está “expandindo seu arsenal nuclear (…) Moscou anunciou no ano passado que também está construindo mais de cinco mil abrigos antibomba subterrâneos na capital russa como antecipação de um possível conflito nuclear no futuro”.

Dados esses fatos, qual inimigo nuclear Rússia e China preparam-se para enfrentar?

Segundo um artigo de Pavel Felgenhauer intitulado Putin dá início à campanha pública antiamericana, “o antiamericanismo é uma tendência forte na Rússia...”. Assim como o anti-capitalismo. De acordo com uma matéria do dia 10 de janeiro no Barents Observer, “A retórica da Guerra-Fria preocupa o Ministro do Exterior norueguês”, o vice-premiê da Rússia e ex-embaixador da OTAN postou em seu Twitter repercutindo o comissionamento de um novo submarino, o Yury Dolgoruky. No Twitter do vice-premiê Dmitry Rogozin foi postada a mensagem “Tremei, burgueses! Vocês estão acabados!”. Diante disso, o ministro norueguês demonstrou consternação. Ele disse que os oficiais russos usam a retórica da Guerra Fria “com demasiada frequência”. É claro que não se deve reclamar que um peixe tem guelras. Nesse caso, pensou-se durante 20 anos que o peixe tinha pulmões, de modo que o ministro norueguês ficou desapontado por ter descoberto que ele não tinha. 

Na batalha entre capitalismo e socialismo, vemos como o socialismo continua a subverter a liberdade econômica. O que triunfou na Rússia na década de 1990 não foi o capitalismo ou a democracia, mas um show de capitalismo e democracia. Gostaria de lembrar aos meus leitores o livro de Richard McGregor, The Party: The Secret World of China’s Communist Rulers. Nesse livro constatamos que, apesar das aparências, o Partido Comunista está dirigindo ativamente todas as grandes companhias e todas as instituições financeiras da República Popular da China.

Nós aqui no Ocidente dificilmente poderíamos imaginar a extensão dos controles governamentais secretos da Rússia e da China. Esses países são liderados por comunistas da velha guarda e dos atuais que não acreditam na liberdade econômica. Para esses governantes autocráticos, o capitalismo é um fingimento no mesmo grau da democracia. Nesse ínterim, o Ocidente vem sendo enfraquecido por dentro pelo socialismo. Como disse Oswald Spengler, “Por meio do dinheiro, a democracia torna-se destruidora de si mesma após o dinheiro ter destruído o intelecto.” Talvez tenha sido nosso bem-estar ou talvez nossa prosperidade que corroeu nossos valores e nossa integridade intelectual. Sejam quais forem nossas preocupações, não estamos resistindo efetivamente. Ao contrário, estamos distraídos e decadentes. 

Os preparativos bélicos do Irã, da Rússia e da China seguem adiante ano após ano. Os Estados Unidos continuam a caminhar lentamente em direção ao socialismo. Alguém acredita que nos será permitido fazer o caminho de volta?Por: JEFFREY NYQUIST Publicado no Financial Sense. Tradução: Leonildo Trombela Júnior

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