segunda-feira, 18 de junho de 2012

ALARMISMO SUSTENTÁVEL

Os ambientalistas estão em polvorosa com o evento Rio+20, que consumiu milhões em gastos públicos e mobilizou inúmeras ONGs, além da grande imprensa. Seu tema ganhou a ordem do dia, e o foco de quase todos se voltou na direção dos mais alarmistas. O linguajar escatológico e as profecias apocalípticas viraram destaque no mundo todo. É o auge do ecoterrorismo. O pânico vende bem. Oportunistas sempre souberam explorar a “pulsão de morte” presente em todos nós, segundo Freud. O livro sobre o Apocalipse na Bíblia sempre conquistou milhões de pessoas, todos aguardando ansiosamente pelo “juízo final”. Profetas sempre encontraram demanda para suas profecias catastróficas. Nostradamus fez sucesso em sua época e até hoje faz. Malthus virou praticamente guru de seita, com diversos seguidores prevendo a próxima desgraça iminente. O fim do mundo assusta, mas fascina. Claro que o assunto ambientalismo não ficaria de fora disso. Ao contrário: ele é um prato cheio para tais oportunistas. Afinal, o clima é um fenômeno complexo, sob a influência de infinitas variáveis e, portanto, imprevisível em certo ponto. Além disso, os leigos são totalmente ignorantes sobre o seu funcionamento. Nada melhor para embalar com a roupagem científica as previsões sem base alguma. O alarmismo seduz. Para adicionar insulto à injúria, os socialistas ficaram órfãos após a queda do Muro de Berlim e do império soviético, sem uma ideologia para atacar o capitalismo. Encontraram o refúgio perfeito no ecoterrorismo. Podem culpar o capitalismo por seu sucesso, por criar riqueza demais, colocando o planeta em risco. Alegam que o padrão de consumo dos americanos necessitaria de outros cinco planetas Terra. Muitos ambientalistas viraram “melancias”: verdes por fora, mas vermelhos por dentro. A palavra do momento passou a ser sustentabilidade. Um termo lindo, sem dúvida, mas que teve seu sentido completamente obliterado pelos oportunistas, assim como vários outros, como liberdade, cidadania, progresso ou justiça. Ninguém pode ser contra um desenvolvimento sustentável. A questão é saber como obter esta meta. Os ambientalistas, tais como os esquerdistas em geral, simplesmente monopolizaram o fim nobre, evadindo-se do debate sobre o melhor meio para alcançá-lo. A afirmação de que os recursos naturais são finitos e estão se esgotando, por exemplo, ignora os avanços tecnológicos que permitem o uso bem mais eficiente destes recursos. Edwin Drake fez a primeira perfuração bem sucedida na Pensilvânia em 1859, achando petróleo. Poucos anos depois, já existiam especialistas alertando que a capacidade do “ouro negro” estava chegando perto do fim. O Clube de Roma, o mesmo que hoje faz alertas catastróficos, previu na década de 1970 que havia poucos anos de sobrevida para os principais recursos naturais. A sorte dos alarmistas é que as pessoas têm memória curta. Aprendemos com a história que poucos aprendem com a história. As revistas especializadas da década de 1970 estampavam nas capas alertas sobre o esfriamento global iminente. Uma nova era do gelo estaria logo ali na frente. Depois, o aquecimento global passou a ser o maior risco de todos, com direito a muita histeria e paranoia. Hoje já falam em “mudanças climáticas”, termo vago que serve em qualquer ocasião. Mas voltando ao ponto crucial da sustentabilidade, faz-se necessário debater os mecanismos mais adequados para garantir o futuro do progresso. E estes mecanismos passam longe das propostas pregadas pelos ambientalistas típicos. Não é abraçando a pobreza que vamos preservar o planeta, que, aliás, está aí para nos servir, ao contrário do que pensam os mais radicais que transformaram a natureza em uma deusa e o ambientalismo em seita religiosa. Para estes, o homem é a praga que deve ser eliminada pelo bem da “mãe” natureza (se tivessem que enfrentar o “inferno verde” de verdade, chamariam de madrasta natureza). Tampouco é incutindo pânico nas crianças e ensinando a fechar o chuveiro durante o banho que vamos atacar o problema. O uso de sacolas ecologicamente corretas e das bicicletas pode até causar a sensação de superioridade moral nos ecochatos, assim como os alimentos orgânicos, mas não vão resolver nada de concreto. E como obter então a desejada sustentabilidade? Ora, com mais capitalismo! O direito de propriedade privada é o melhor mecanismo de incentivo ao uso racional dos recursos. Vide as empresas privadas investindo para preservar sua lucratividade e seus ativos no longo prazo, enquanto estatais acabam utilizadas para fins eleitoreiros de curto prazo. O avanço tecnológico, fruto do capitalismo, pode fazer milagres também. O carvão queimado na China é bem mais poluente que as fontes de energia de países mais ricos. O homem sempre transformou a natureza, e assim deve continuar fazendo. Produzir mais usando menos insumos é a marca registrada do capitalismo. É disso que o planeta precisa! Os recursos são finitos desde sempre e, no entanto, hoje eles são suficientes para preservar a vida de 7 bilhões de seres humanos, enquanto na Idade Média este número não chegava a décima parte. O que mudou? O advento do capitalismo e seu choque de produtividade. Se dependesse dos malthusianos da época, literalmente bilhões de pessoas não existiriam hoje (talvez isso seja visto com bons olhos pelos misantropos que preferem as árvores aos homens). A retórica ambientalista, repleta de alarmismo infundado, precisa ser rechaçada em prol do progresso e da vida de bilhões de pessoas. Isso não quer dizer que devemos simplesmente ignorar questões como poluição ou sustentabilidade, mas sim que o caminho para estes objetivos são muitas vezes contrários ao que pregam os “verdes”. O ambientalismo cada vez mais assume cores autoritárias, de planejamento central com excesso de poder concentrado no estado em nome do “bem geral”. É a nova cor do totalitarismo. O capitalismo liberal é o grande vilão deste movimento. Se o ecoterrorismo vencer esta batalha de ideias – e esse tem sido o caso até agora –, então a verdadeira sustentabilidade estará em perigo. Infelizmente, profetas do apocalipse sempre conseguiram amplas plateias para suas previsões, por mais erradas que tenham se mostrado no passado. Se há uma coisa que é realmente sustentável, é o alarmismo dos oportunistas. Como é difícil combater esta praga usando somente a razão! Por: Rodrigo Constantino

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