sábado, 2 de junho de 2012

O PROBLEMA DA GRÉCIA É OUTRO! IGUAL AO DO BRASIL

O mundo está cansado de ler análises de acadêmicos, uns sugerindo que a Grécia saia do Euro, tipo Paul Krugman, e outros sugerindo que fique mas não acate as demandas da Alemanha, por exemplo. 

Este lenga lenga da Grécia já dura quase dois anos, e já são pelo menos quatro anos que seus problemas são conhecidos. 

Digamos que você é um Eike Batista, disposto a investir. Responda a uma destas questões. 

1. Você investiria na Grécia sabendo que ela decidiu não sair do Euro, e já faz seis meses que está seguindo o prometido? 

 2. Você investiria na Grécia sabendo que ela já saiu do Euro, e já se passaram os piores seis meses e as coisas estão melhorando? 

 3. Você investiria na Grécia não sabendo se ela fica ou sai do Euro, e lendo todas estas análises pró e contra? 

O problema da Grécia é que ela não toma decisões. 

E quem não toma decisões permite que problemas acumulem, não só para si, mas para os outros, como agora a Espanha. 

A inércia de um único país com menos que 2% do PIB da Europa, está começando a contaminar os 98% restantes. Por quê? 

 A Grécia também é gerida por amadores e acadêmicos perfeccionistas que preferem tomar decisões 100% certas, mesmo que demorem quatro anos, do que tomar decisões 80% certas, e rapidamente, correndo o risco de não analisar uma saída academicamente perfeita.  

O Brasil vem acumulando problemas, minha gente, como a Grécia. 

 Como faz falta um Henrique Meirelles neste governo, que pelo jeito abandonou o seu sonho de ser político. Dilma está agora consultando acadêmicos que acham que o Brasil é a fabrica de alfinetes da época de Adam Smith, onde uma intervenção aqui e ali de fato funcionava. 

Acontece que a economia brasileira é muito mais complexa do que isto, e intervir sem entender direito as consequências não previstas é um crime administrativo. Investidores internacionais estão fugindo em pânico do Brasil, razão desta queda de 69.000 para 53.000 pontos da Bolsa. 

A prisão dos executivos da Chevron, a ajuda parcial à Ford e GM, o SuperCade, o BNDES, estão mostrando que seremos novamente um país comandado não por regras éticas, mas por caprichos acadêmicos de desenvolvimentistas que nunca trabalharam na vida, mas sabem tudo do assunto. Por: Stephen Kanitz