sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O CHOQUE ELÉTRICO DA DILMA


O Choque Elétrico da Dilma. Causará Outra Década Perdida?

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Em 1987, nosso  Ministro da Fazenda foi em praça pública dizer que não pagaria a dívida do Brasil com o Citi, Bank of America e mais 260 bancos do mundo. 

Administradores Financeiros sabem que isto é um verdadeiro desastre de relações públicas e marketing corporativo. 
Nós, calmamente ligamos aos nossos credores às 11 horas da noite dizendo que infelizmente não poderemos pagar a dívida no dia seguinte, e aí quem não dorme mais é o credor. Ninguém mais precisa ficar sabendo. 
Fazer um estalhardaço em praça pública é gerar o caos, assusta todos os depositantes do Citi e outros bancos, que começam a sacar seus depósitos. E os juros começam a subir. 
Assusta todos que fazem comércio com o Brasil, e foi a causa da famosa Década Perdida de 1990 a 2000.
Dilma, acaba de fazer o mesmo.
Em vez de negociar silenciosamente com o setor Elétrico, ela e seus dois assessores econômicos, decidiram fazer isto em público.
"Vamos assustar as empresas colocando um bode, para podermos negociar melhor."

Erro monumental!
Poderão de fato renegociar melhor, mas ninguém mais vai comprar ações de cias. elétricas, "ações de viúvas", nos próximos 10 anos.
Ninguém mais vai fazer Parcerias Público Privadas com governos deste tipo, muitos investidores já estão comparando o Brasil com Venezuela e Argentina. 
E há dois anos, éramos o país mais admirado pela imprensa internacional. Não mais, graças à Dilma, que desfez o marketing internacional do Lula. 
Este é o problema da Teoria da Gestão, de fazer gestos públicos, ordens duras, e mandar todo mundo fazer o que os teóricos acham correto. 
Mas o custo da energia no Brasil não é o mais caro do mundo?
É, devido aos impostos mais caros do mundo e os juros mais caros do mundo, já que demora 12 anos para  se construir uma hidroelétrica. 
Onde já se viu taxar um "meio de produção", como energia? É um tiro no pé. 
Mas foi isto que nossos professores fizeram.
Em vez de taxar o consumo, taxam pesadamente os meios de produção mais importantes, como mão de obra, juros, telefonia e energia.
"Setores inelásticos", dizem eles, são ótimos para serem agentes arrecadadores do Estado. 
Além dos juros estratosféricos, as hidroelétricas foram construídas pelo Estado, terceirizando a construção para as empreiteiras mais amigas.
Aquelas que mais contribuíram para as campanhas, claro que o preço fica assim mais caro.
Além da ineficiência administrativa, a maioria das empreiteiras sendo administrada por engenheiros civis, e não administradores de projetos profissionais. 
Mas estas hidroelétricas não estão já totalmente depreciadas, e portanto não deveriam reduzir seus preços?
Aí infelizmente, um Presidente da Fiesp, também sem formação em administração, confundiu depreciação com incentivo fiscal
Achou que se um ativo foi totalmente depreciado, o seu dono teria que reduzir proporcionalmente o preço dos produtos que este ativo gera.
Sendo assim, todos vocês que são inquilinos de imóveis, pacientes em hospitais, passageiros de ônibus, deveriam pleitear redução de preços, porque muitos destes ativos já estão totalmente "depreciados".
Obviamente há algo errado, porque mesmo depreciados estão gerando muito valor à sociedade, e é este valor que precisa ser remunerado. 
Para incentivar mais pessoas a investir em ativos produtivos, e não títulos improdutivos do governo, criou-se um incentivo fiscal, permitindo os donos abater da receita, 1/10 ou 1/20 por ano, do investimento feito.
Assim, o investimento sai em média 15% a 30% mais barato. 
Se estas empresas soubessem que a Dilma iria aceitar esta bobagem econômica e financeira da FIESP, elas teriam sido as primeiras a recusar o incentivo fiscal.
"Prefirimos recusar este incentivo fiscal e não depreciar o investimento, e assim poder cobrar o preço do valor do serviço e não o valor contábil do serviço, como querem a Dilma e a Fiesp."
Você que é inquilino, percebeu uma enorme redução na comodidade de ter um imóvel à sua disposição no quinto ou no décimo ano. Você nem sabe quando o imóvel foi comprado. 
Pior, a Dilma vai colocar o Estado contra todos os investidores de infraestrutura deste país.
Haverá centenas de ações judiciais com as seguintes propostas.
1. A maioria das cias. elétricas eram e ainda são Estatais.
As "depreciações contábeis" do lucro não foram, como acha a Dilma e FIESP, entreguem aos porcos capitalistas como dividendos, e sim reinvestidos nestas empresas.
Se Dilma quer estatizar estas cias. novamente, terá que pagar os dividendos da "depreciação" com juros e correção monetária. 
2. Os lucros gananciosos auferidos não foram totalmente distribuídos aos porcos capitalistas, somente 25%, o resto foi reinvestido. Se Dilma e a FIESP quiserem estatizar o setor elétrico, terão que pagar os 75% de dividendos aos porcos, com juros e correção monetária. 
3. Nem sequer os ativos foram totalmente "depreciados", como alega a FIESP.
Isto porque por 20 anos os índices de correção monetária foram manipulados pelo próprio governo, de sorte que somente 10% do investimento foi de fato depreciado, o resto "sumiu". Se Dilma e a FIESP quiserem estatizar novamente o setor, terão que pagar os 90% manipulados por vários governos militares, ou cobrar deles. 
Dilma ao introduzir um bode, para então retirá-lo com vantagem, usou uma técnica de negociação primária, típica dos adeptos da Teoria de Gestão, escola administrativa portuguesa do século XIX.
Este bode, vai nos custar entre 3 a 4% de custo de capital a mais por 10 a 20 anos, à medida que 90% dos investidores em cias. elétricas, inclusive eu, jamais teremos nas nossas carteiras este tipo de ação.
Entre viúvas, que estão agora tendo ataques de coração, coitadinhas, serão 100%, inclusive a Dilma quando ficar velha.  
Deram o golpe da Privatização.
Venderam ativos caros, com juros embutidos estratosféricos e superfaturamento na hora da construção, a investidores com promessas de remuneração de acordo com o valor vendido. E agora mudam a regra do jogo.
O preço de energia somente irá baixar se tivermos mais energia a venda do que procura, aí o preço cai. Economia 101. 
Mais uma vez, o Brasil está rasgando um bilhete premiado, devido à ideologia econômica do que análise técnica contábil. 
Mas foi isto que os Americanos quiseram, elegendo um político profissional em vez do melhor aluno de administração de Harvard em 1975, com postura ética comprovada e capacidade administrativa elogiada.
Aqui seguimos o mesmo caminho, por vontade política do eleitor brasileiro.
Queremos Mandarins, aqueles que nos mandam andar na direção do seu indicador, em direção ao abismo.  

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