QUANDO TUDO O QUE SE ESCREVE TIVER SE DESFEITO EM FARRAPOS, QUANDO ATÉ MESMO OS MELHORES TIVEREM SE TORNADO APENAS VERBETES DE ENCICLOPÉDIA JAMAIS CONSULTADA, AS PALAVRAS DE UM PENSADOR AINDA ESTARÃO VIVAS PARA MOSTRAR, SOBRE RUÍNAS DOS TEMPOS, A PERENIDADE DO ESPÍRITO HUMANO.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A verdadeira face da Fraternidade Islâmica
A Fraternidade, que há tempos domina a arte da dissimulação, está começando a se sentir confortável o suficiente para deixar fragmentos de verdade virem à luz.
Novamente vemos como os conceitos ocidentais, quando articulados no contexto islâmico, conduzem a resultados antitéticos para o Ocidente. “Democracia” e “eleições”, por exemplo – que no Ocidente sugerem “liberdade”, “direitos humanos”, “liberdade”, etc – estão sendo usados para promover a Sharia, a antítese da lei ocidental, ao poder.
Neste vídeo recente, o Dr. Safwat Hegazi, um pregador popular membro da Fraternidade Islâmica, explicita como ele anseia por ver as nações árabes tornarem-se “como os Estados Unidos” – para que se unifiquem nos “Estados Árabes Unidos”. Embora isso possa parecer um objetivo admirável (ou ao menos neutro), tenha em mente ao que ele está aludindo: a ressurreição do califado – que, por natureza, existe para se expandir, inclusive por meio de jihad.
Além disso, Hegazi deixa claro que seu interesse em ver os “Estados Árabes Unidos” tem menos relação com a solidariedade entre árabes (nacionalismo) e mais com submissão ao Islã (religião). Conforme ele tagarelava a respeito de como seria maravilhoso ver as nações árabes unidas em um bloco, o entrevistador, secular e céptico, relutantemente concordou, “desde que a capital seja o Cairo”, ou seja, desde que a integridade do Egito permaneça.
A isso, Hegazi respondeu: “Não, eu digo que a capital deve ser Jerusalém, se Allah permitir.”
Assim, do mesmo modo que a sacrossanta palavra “democracia” está sendo utilizada para estabelecer o governo fascista no mundo islâmico, também a noção de “Estados Árabes Unidos” está cheia de problemas – entre eles, a eliminação de Israel para estabelecer um califado expansionista sobre suas ruínas.
Fraternidade Islâmica: apenas “bêbados, drogados e adúlteros rejeitam a Sharia”
Em outra ocasião, a Fraternidade Islâmica do Egito fez algumas afirmações que irritaram a nação secular e a população cristã.
Em uma conferência na qual estavam presentes cerca de 5 mil líderes da Fraternidade Islâmica, o Dr. Essam El-Erian, vice-presidente do partido “Liberdade e Justiça”, a vertente política da Fraternidade, declarou que “ninguém no Egito – nem copta, nem liberal, nem esquerdista, ninguém – ousa dizer que é contra o Islã e contra a aplicação da Sharia: todos afirmam querer a [aplicação da] Sharia islâmica. E quando chegar a hora de um referendum, quem disser “‘nós não queremos a Sharia’ vai expor suas intenções ocultas.”
Em seguida, ele ameaçou o Concílio Supremo das Forças Armadas do Egito com “massacres” caso estes interferissem na polícia e no papel do Islã na constituição, e se dirigiu aos cristãos coptas do seguinte modo: “Vocês nunca vão encontrar uma fortaleza mais forte para seus direitos e sua fé do que o Islã e a Sharia”, acrescentando que “Nosso Senhor nos comandou a sermos justos, e nos aprendemos isso no Islã. Nós não queremos ferir ninguém...”
Complementando a questão, seu colega de Fraternidade, Sheikh Sayyid Abdul Karim asseverou: “Aqueles que não desejam ver o Islã (a Sharia) aplicado são bêbados, drogados, adúlteros e donos de prostíbulos”.
Enquanto esse discurso é lugar comum no estilo dos salafistas egípcios, aqui está mais um indicador de que a Fraternidade, que há tempos domina a arte da dissimulação, está começando a se sentir confortável o suficiente para deixar fragmentos de verdade virem à luz.
O popular candidato presidencial do Egito: “a Sharia deve ser aplicada”
Em uma conferência recente, Dr. Abd Al-Mun´im Abu al- Futuh – um dos mais populares candidatos à presidência do Egito, membro do partido da Fraternidade Islâmica “Liberdade e Justiça” – declarou que “o Islã deve ser sustentado e a Sharia deve ser aplicada; nós não devemos permitir que os métodos do regime anterior – prisão de nossos filhos simplesmente porque eles estão comprometidos com a religião (Islã) e porque eles vão às mesquitas rezar – retornem jamais”.
Para o leitor ocidental médio, isso tem cheiro de liberdade religiosa – até que este perceba por que o regime anterior, como todos os regimes árabes seculares, se mantinha alerta aos muçulmanos “comprometidos com a religião”, os quais “vão às mesquitas rezar”: quanto mais fervorosos eles são nos ensinamentos islâmicos, mais eles aprovam a violência, e mesmo o terror (sob a bandeira de jihad), e também são mais propensos a ter como alvo qualquer um que permaneça em seu caminho, o que significa o “inimigo próximo” (o estado, se este for secular), o “inimigo distante” (o ocidental infiel), e qualquer um entre esses dois extremos (a minoria dhimmi, como os cristãos coptas do Egito).Por: Raymond Ibrahim