QUANDO TUDO O QUE SE ESCREVE TIVER SE DESFEITO EM FARRAPOS, QUANDO ATÉ MESMO OS MELHORES TIVEREM SE TORNADO APENAS VERBETES DE ENCICLOPÉDIA JAMAIS CONSULTADA, AS PALAVRAS DE UM PENSADOR AINDA ESTARÃO VIVAS PARA MOSTRAR, SOBRE RUÍNAS DOS TEMPOS, A PERENIDADE DO ESPÍRITO HUMANO.
domingo, 15 de abril de 2012
Vinho de qualidade em Santa Catarina
Vinícolas do Estado se consolidam depois de uma década de investimento
Safra de qualidade excepcional garantirá um brinde com sabor especial ao segmento, que fatura R$ 30 milhões por ano.
Produtores comemoram produção histórica de uva
Foto: Vani Boza / Agencia RBS
Pablo Gomes
pablo.gomes@diario.com.br
Se você aprecia vinho, reserve espaço na sua adega para acomodar garradas da safra 2012 dos vinhos finos de altitude produzidos em SC.
A falta de chuva dos últimos meses, tão prejudicial a outras culturas, aliada ao frio intenso do inverno resultou numa uva de qualidade excepcional.
A matéria-prima superior não é o único motivo de brinde das vinícolas catarinenses. A colheita de uva deste ano, que começou em março e vai até o fim de maio, ultrapassará 1,3 mil toneladas, premia uma década de trabalho e R$ 200 milhões em investimentos, R$ 1,5 milhão por ano apenas em barricas de carvalho francês, para fazer brotar e vingar o segmento de vinhos finos de altitude _ em que os parreirais estão localizados a mais de 900 metros acima do nível do mar.
As 18 vinícolas organizadas numa associação (Acavitis), concentradas nas regiões de São Joaquim, Caçador e Campos Novos, faturam hoje R$ 30 milhões e comercializam perto de 1 milhão de garrafas de 150 rótulos. A entidade estima que outros 30 serão lançados até 2013. Além disso, a área plantada deve avançar 30% nos próximos três anos, aproximando-se dos 400 hectares.
O principal mercado para o vinho fino catarinense ainda é o próprio Estado. Mais da metade da produção é vendida em restaurantes, lojas especializadas e nas próprias vinícolas. Mas a consolidação do setor e a qualidade oferecida começam a abrir espaços. Na última edição da Expovinis, em 2011, a maior feita de vinhos da América Latina, seis dos 18 produtores catarinenses foram premiados.
_ É um círculo virtuoso. Houve forte investimento tecnológico, técnico e humano, e agora é a consolidação _ diz Leônidas Ferraz, dono da Vinícola Monte Agudo, de São Joaquim, e presidente da Acavitis.
O Chardonnay Monte Agudo, de São Joaquim, por exemplo, foi escolhido o melhor do Brasil na categoria.
_ No começo, a escala de produção é pequena, e o custo de comercialização, grande. Mas os nossos vinhos têm muito valor agregado. São caros, mas são bons _ diz Marcos Vian, enólogo da Sanjo, também de São Joaquim.
Para ele, o próximo movimento do setor será o aumento da escala de produção. A ordem será racionalizar os custos e deixar os produtos acessíveis a novos públicos. Hoje as garrafas são vendidas entre R$ 40 e R$ 80, mas há rótulos que alcançam R$ 300.